É Carnaval e então mostro uma história em que os porquinhos da Leleala pensam que o Cascão é um porco de verdade e fazem de tudo para ajudá-lo a recuperar a memória. Com 16 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 289' (Ed. Globo, 1998).
![]() |
Capa de 'Cascão Nº 289' (Ed. Globo, 1998) |
Escrita por Emerson Abreu, começa com o Cascão mostrando sua fantasia de porco para o Cebolinha, que acha uma porcaria. Cascão agradece, diz que foi a mãe quem fez e pergunta de que o Cebolinha vai se fantasiar na festa da Mônica. Cebolinha não sabe, Cascão dá sugestão de ir de abajur porque como nenhuma menina vai querer dançar com ele, vai acabar paradão no canto da sala.
Cebolinha fala que é mentira e manda retirar o que disse. Cascão debocha de Cebolinha dizer "letile", acha que foi elogio ser chamado de porco e os dois brigam feio. Cebolinha perde e vai embora, até por causa do cheiro do Cascão. Em seguida, um porquinho dá uma paulada no Cascão, que fica desacordado. Na verdade, deveria bater no agressor Cebolinha e se enganou.
Cascão acorda, os porquinhos se apresentam que são a Leleala, a Legião dos Leitões Alados, que protegem porcos em perigo, e fazem a coreografia de apresentação. Cascão manda pararem, não está precisando de ajuda e ele não é um porco. A Leleala acha que ele está com amnésia e tentam dar outra pancada para ver se recupera a memória. Cascão não gosta de apanhar de novo e expulsa a Leleala, avisando que não é porquinho.
Em seguida, Mônica pergunta com quem ele estava gritando. Cascão fala que eram com três porquinhos que bateram nele e saíram voando. Mônica pergunta se ele está ficando lelé porque os três porquinhos (da fábula) não voam e avisa para irem para festa. Cascão pergunta por que ela não está fantasiada e descobre que era o Do Contra fantasiado de Mônica. Cascão acha um mau gosto e Do Contra também acha, mas na loja só tinha fantasias de Mônica e Cascão.
Na festa, a verdadeira Mônica elogia a fantasia de Carmem Miranda da Denise, só tomar cuidado com a Magali por perto. Denise pergunta de que a Mônica vai se fantasiar, ela diz que está fantasiada de Mônica e Denise finge que está perfeita de Mônica e logo pena que é cada uma que aparece. Cascão aparece com o Do Contra, encontra o Cebolinha fantasiado de abajur, acha ridículo e que conseguiu ficar tão ridículo quanto á fantasia de Mônica. Não sabia que era a Mônica verdadeira quem estava ali e apanha dela.
Mônica corre atrás do Cascão na festa, os porcos da Leleala, que estavam fantasiados de camelo, vão atrás para salvar o porquinho Cascão. Mônica pergunta quem vai impedi-la e eles ficam com medo, dizendo que a Sociedade Protetora dos Animais. Um deles tem ideia de fazer questão da Mônica bater no Cascão bem forte na intenção de ele recuperar a memória de que é um porco.
Depois, Cebolinha conta para a Mônica que a mãe do Cascão disse que ele vai estar bem de novo na semana que vem e pergunta o que aconteceu com os três porquinhos doidos. Mônica diz que depois desapareceram do nada e não viu mais e esperam que não voltem de novo. Mônica diz que adiou a festa par ao sábado e pensa em alugar uma fantasia de verdade dessa vez e, para isso, teria que quebrar o seu cofrinho de porquinho para tirar o dinheiro, quando surge de novo a Leleala para salvarem o cofrinho de porquinho em perigo.
Uma boa história em que os porquinhos da Leleala pensam que o Cascão perdeu a memória de que era um porco de verdade e tentam ajudá-lo a recuperar com uma pancada, só que tinha que ser bem forte. Com a surra da Mônica não resolve e apelaram com um bloco de cimento gigante atingindo bem forte o Cascão e só assim ele vira porco mesmo. No final, tentam outra missão de ajudar o cofre de dinheiro em forma de porquinho da Mônica de não ser quebrado, afinal, eles ajudavam qualquer porco em perigo, seja qual tipo era.
Só porque o Cascão estava fantasiado de porco e pelo cheiro dele, Leleala pensou que era um porco de verdade, nem quiseram saber que estava indo a uma festa á fantasia. Foram muito atrapalhados em primeiro bater em quem estava protegendo e depois confundi-lo com porco, ou seja, ajudam nada e ainda dizem que são porcos protetores, Cascão sofreu com eles. Violência foi forte com ele e na verdade perdeu a memória com a tacada do bloco do cimento e não recuperou como os leitões achavam.
Mônica já tinha batido no Cascão depois de dizer que ela e a fantasia era horrorosa, nem precisava a Mônica correr pela festa para bater de novo nele, mostra que estava bem violenta dessa vez e os porcos da Leleala incentivando mais surra, foi como se fosse para a Mônica um prazer espancar o Cascão. Só serviu para Mônica estragar a própria festa. Não teve um desfecho maior para o Cascão, só dizendo que foi para casa se recuperar. Final ficou aberto de imaginar como a Mônica ia se livrar da Leleala de não quebrar o cofrinho de porco dela.
Engraçado o Do Contra conseguir enganar o Cascão duas vezes e também achar fantasia de mau gosto, mas na loja só tinha fantasias de Mônica e Cascão, dando a dizer que era menos pior se fantasiar de Mônica do que de Cascão. Porém, uma certa descaracterização do Do Contra concordar com o Cascão que foi de mau gosto porque ele discordava de tudo, teria que fazer uma adaptação da piada ou poderia ser outro personagem no lugar como o Xaveco, por exemplo.
As fantasias utilizadas foram bem exóticas como Do Contra vestido de Mônica, Cebolinha fantasiado de abajur, Magali, de melancia, Xaveco, de poste. Mônica não teve fantasia e disse que estava fantasiada dela mesma, afinal, ela era uma personagem muito famosa. Engraçado absurdo dos leitões criarem um bloco do cimento em segundos e quase molhando o Cascão e foram boas tiradas também como Cascão mandar Cebolinha se fantasiar de abajur porque pega ninguém, Cebolinha xingar Cascão de boca de bueiro, um porco da Leleala querer fazer feijoada com o Cascão e o outro achar que era canibalismo. Não teve paródia de Carmem Miranda, nem sempre tinha paródia de nomes famosos na época.
Seguiu o estilo de histórias do Emerson com personagens sarcásticos, debochados, eufóricos, fazendo piadas, com língua para fora ou com cara de surpresa e em posição e mãos inclinadas quando o outro personagem falava bobeira ou piada infame, além de eles mais violentos, espancando os outros. Percebe-se que desde os primórdios dele na MSP dava destaque para a Denise participar, só ainda sem característica e traços definidos. Ainda não tinham caretas exageradas nas histórias do Emerson em 1998, só personagens com línguas para fora em excesso sempre que falavam uma bobagem ou contavam piada infame, sendo que foi a primeira vez com língua bem grande para fora, o normal até então eram línguas pequenas e aí pode-se dizer que foi uma certa careta dele, bem de leve.
Os leitões da Leleala foram personagens criados pelo Emerson em 1997 e são anjos protetores dos porcos, sempre que tinha algum porco em perigo eles surgiam para salvá-lo, só que em vez de ajudar, atrapalhavam mais a situação e ainda deixava o personagem principal se dando mal. A estreia foi na história "Espírito de porco" de 'Cascão Nº 275', de 1997 e tiveram aparições esporádicas entre 1997 e 1998, depois sumiram e voltaram na Panini em 2007 também em aparições esporádicas. Não tinham núcleo fixo, apesar de aparecer mais com a Turma da Mônica, podia aparecer com qualquer porco da MSP, já ajudaram até o porco Torresmo do Chico Bento.
Embora não falarem explicitamente Carnaval na história, mas foi pensada na data por conta do gibi ser de fevereiro e histórias de festa à fantasia considerarem como de Carnaval. É incorreta hoje em dia por excesso de violência, brigas dos meninos, pauladas, Leleala tacar bloco de cimento no Cascão, comparação dele como animal, aparecer surrados com dentes quebrados e deboche do Cascão com dislalia do Cebolinha.
Traços ficaram bons, característicos do estilo começado em 1997 com personagens com bochechas mais redondas e mais fofos que marcaram a segunda metade dos anos 1990. Cores com fundo degradê já não estavam mais com tanta frequência, nessa teve presença colocando degradê no quadro inicial, em fundos azul ao ar livre nas páginas 8 e 9 do gibi e como efeito ao redor da Lua nas duas últimas páginas para imitar um céu de verdade.