Compartilho uma história em que o Horácio ficou esperando seus amigos que tinham marcado compromisso e não aconteceu como ele queria. Foi publicada em 'Mônica Nº 180' (Ed. Abril, 1985).
Escrita por Mauricio de Sousa, Horácio marca encontros com Lucinda, Antão e Alfredo, cada um por vez, e ninguém aparece em seus respectivos compromissos. No final, Horácio reflete se ele viveu aquele dia ou não. Afinal, os compromissos foram no mesmo dia e ficado horas esperando cada um acabou sem fazer nada o dia inteiro.
Coitado do Horácio sofrer e ficar triste por causa de capricho dos outros, até fome passou esperando o Antão, pelo menos aprendeu a lição de não marcar mais encontro com eles por não serem confiáveis. Se bem que Horácio é tão bonzinho, não duvidamos que ele poderia voltar a marcar compromissos mesmo com o risco de fazerem tudo de novo.
Mauricio quis mostrar problema de pessoas que não cumprem palavras e não honram com seus compromissos quando marcam encontros e não comparecem deixando a pessoa que espera sem fazer nada e não vivendo o tempo perdido que esperou o outro. Já dá raiva uma pessoa se atrasar para o encontro e ela não comparecer é pior ainda, perde total confiança nelas.
Quem sabe o Mauricio viveu isso na vida real e quis retratar em história do Horácio, seu auto ego já declarado. É incorreta atualmente por ter viéis filosófico adulto e povo do politicamente correto achar que não é apropriado para crianças, e também por Horácio ter final triste e hoje só pode ter histórias com finais felizes para as personagens.
Histórias do Horácio eram escritas pelo Mauricio e sempre foram marcadas pelo lado filosófico e de reflexão, principalmente as da fase de 1 página de tabloides de jornais que depois eram republicadas nos gibis convencionais como foi essa. Enquanto as dos anos 1970 eram mais longas com foco em aventuras (apesar de que normalmente tinham também finais filosóficos nessas longas) as dos anos 1980 de 1 página prevaleciam seu lado filosófico.
Essa teria que ser em 1 página, aí colocaram em 2 páginas e desenhos ampliados com 3 linhas de quadros em cada página, ao invés de 4, para ocupar mais espaço no gibi. Era comum fazerem isso nas histórias do Horácio, desmembrando um tabloide em 2 páginas. Traços ficaram bons, tudo indica que essa foi desenhada pelo Mauricio e não foi só o roteiro. Como era tabloide de jornal, não tinha título, com o detalhe que o logotipo era sempre adaptado com o assunto da história, era legal esse detalhe. A seguir, mostro a história completa.
Olá. Bom dia, Marcos. Eu sou JP, de Salvador-Bahia. Por gentileza, uma pergunta.: você irá comprar, as Revistas, da segunda quinzena, da Turminha, do mês de Março, do ano de 2025, por causa, dos jogos da memória, da Turminha, ou, não?. Por gentileza, você irá comprar a Revista Magali Edição #77 (Edições.: #247/#650-Terceira Temporada), por causa, dos 30 anos, dos cinco irmãos do Mingau, também, ou, não?. Por gentileza, você viu as primeiras Capas, das Revistas Todas, da Turminha, do mês de Abril, do ano de 2025, e, você sabia das novidades, nas Revistas Todas, da Turminha, do mês de Abril, do ano de 2025.: elas terão o SELO MSP ESTÚDIOS, pela primeira vez, sim?. Eu aguardo respostas. Abraços.
ResponderExcluirNão vou comprar essas edições por causa disso. E não vi selo "MSP Estúdio" nas capas, apenas "Mauricio de Sousa Editora" normal. Abraços.
ExcluirOk. Marcos, por gentileza, uma pergunta.: por que, o valor do preço, do Almanaque Temático, ele está custando R$ 7,90?. Por quê?. É algum erro do site, da Loja PANINI COMICS Brasil, é isto?. Por gentileza, eu quero tirar uma dúvida.: o Almanaque Temático, e, a Revista Mônica Especial de Natal, eles irão sofrer um Reajuste, nos valores dos preços, neste ano, de R$ 18,90, para R$ 20,90, ou, eles terão os valores dos preços normais, é isto mesmo?. Eu aguardo respostas. Abraços.
ExcluirSobre preço do Temático no site certamente foi erro. Não sei se essas edições terão reajustes neste ano, acho que não. Abraços.
ExcluirOk. Muito obrigado, então, Marcos.
ExcluirHistória legal e bem filosófica, senti pena do Horácio, mas foi uma boa história. Eu gosto dessas histórias filosóficas, eu acho elas legais.
ResponderExcluirPobre Horácio, passar por isso por causa dos outros, até fome passou, deu pena mesmo. Histórias filosóficas do Horácio eram boas, davam mensagens boas e sem serem didáticas, deixava pensar e interpretar.
ExcluirHorácio viveu ou não viveu o dia da historinha? Bom, foi um dia pautado nos desencontros... Viveu, sim, na espera, aguardando, depois se desencontra em plena busca por encontrar, viveu desencontrado e frustrado por isto... Viveu a metade vazia do copo, e isto é mais comum do que aparenta...
ResponderExcluirQue roteiro e, através dele, que carapuça(!), que se ajusta praticamente a todos nós...
Bem profunda e infelizmente acontece isso até hoje. Horácio viveu o dia, mas não como gostaria, poderia estar fazendo outras coisas que queria sem ficar esperando os outros. Eram boas essas histórias fazendo comparação ao mundo real.
ExcluirO que compõe(m) bem o visual do Horácio são pálpebras amarelas, contrastam com o verde da pele e com as bolotinhas vermelhas espalhadas pelo dorso e pela nuca, além de combinarem com a cor do tórax e do abdome (abdômen). Provavelmente não faz diferença para os menos atentos, já para os detalhistas, aparência do personagem nesta historinha ficou ligeiramente apagada pela falta de amarelo na região dos olhos.
ExcluirPois é, as pálpebras verdes ficaram diferentes, o colonista se enganou e por conta do tom do verde usado parece apagada olhando de cara, mas se aproximando dá pra ver que são pálpebras. O amarelo já destacava mais.
ExcluirComo Mauricio de Sousa se expressava por meio do núcleo jurássico e mais precisamente através do personagem nuclear, como você enxerga, entende, define a fase do Super-Horácio, Marcos?
ExcluirA pergunta do primeiro parágrafo é de fato mais ou menos complexa de responder pelo elemento psicanalítico que nela há, no entanto, não precisa queimar pestana respondendo-a de modo rebuscado, apenas gostaria de saber sua opinião quanto a isso. Por que resolveu dar superpoderes a um personagem tímido, introspectivo, que adora filosofar e que cultiva hábitos positivos por quase sempre olhar a vida pela metade cheia do copo? O que Mauricio transmitiu pelo "alter ego de seu alter ego"?
Repito: não é minha intenção amolá-lo com complexidades, ainda que felizmente aqui seja propício a reflexões, mas, e também felizmente, concomitantemente é um ambiente destinado à descontração. Portanto, longe de se desdobrar para responder, seja, por favor, o mais sucinto possível e, claro, se assim preferir.
Acho que o Mauricio com o Super-Horácio quis diferenciar histórias com ele e também apostar em aventuras que é um estilo que o Mauricio gostava de escrever como as histórias do Astronauta. Mas ainda assim em histórias de aventuras como do Super-Horácio e Astronauta, ele sempre procurava colocar uma mensagem e/ou lado filosófico nelas, nem que fosse nas entrelinhas. Um estilo de histórias que ele pelo visto ele não gostava ou não tinha domínio eram as de humor, aí colocava os outros roteiristas pra fazer, já que pode ver que não têm muitas histórias do Mauricio com a Turma da Mônica e quando tinham, eram com lado filosófico.
ExcluirAssim que descobri que Mauricio se expressava através do Horácio, passei olhar a faceta heroica dele por outro prisma, tal como se o quadrinista/cartunista tivesse algum sentimento reprimido, alguma emoção encubada e para dar vazão seria necessário inserir superpoderes no dinossauro e, depois de expelir todo o, digamos, "entulho", se aliviou e, dando-se por satisfeito, heroísmo já não era mais conveniente e assim aposenta esse lado marcante do personagem. Claro que não ouso colocar essa impressão no campo da absoluta certeza, mas que é um parecer um tanto plausível, isso é.
ExcluirJá o seu parecer também faz total sentido. Não sabia que Mauricio não roteirizava comédias pela falta de domínio - ou, vai que até roteirizava e, por instabilidade nessa seara, meio que a evitava. Dando preferência para escrever aventuras e tramas de ação. Interessante essas informações...
O que sei de longa data é sobre sua face filosófica, especialidade que suponho que dominava desde que se convenceu a entrar para o ramo dos quadrinhos, ou, ainda que nos primeiros anos de carreira não tivesse domínio, creio que já era um promissor entusiasta do tema.
E, segundo o que diz, Mauricio de Sousa transitou relativamente pouco pelo Bairro do Limoeiro. Claro que estamos falando de sua atuação nesse núcleo a partir dos 1970, pois é público e notório que boa parte do humor contido nas tiras sessentistas do Bidu e do Cebolinha* são de autoria dele.
*Além dos pais, irmãzinha e cão do personagem-título, leia-se sob seu nome ou, dentro dele, tiras cujos protagonistas são Cascão, Zé Luís, Mônica, Anjinho, Magali e até Penadinho nas primeiras aparições fez parte do núcleo em que Cebolinha dividia comando com Franjinha e Bidu, e todos que estrearam no que futuramente viria se chamar Bairro do Limoeiro e que precocemente foram para o limbo, interagiram bem mais com o dislálico do que com o cachorro azul e seu dono, em outras palavras, Cebolinha foi muito mais anfitrião para essas figuras do que a dupla que inaugura a Turma da Mônica.
Parece que o Horácio servia como terapia para o Mauricio desabafar o que infligia, pelo menos dava impressão. Serve também de histórias escritas pra outros personagens que tinham a mesma pegada filosófica das do Horácio. Não confirmo que o Mauricio não tinha domínio para comédia, mas certeza que evitava e preferia escrever histórias filosóficas e de aventuras. As de comedia dele foram mais as de 1970 e 1971 quando ele fazia tudo sozinho, além das tiras de jornais, mas que eram coisas rápidas. Tudo até meados de 1971 era de autoria do Mauricio, depois que passaram a ter outros profissionais.
ExcluirFalou tudo, Marcos! Permita uma correção: "parece" não é o termo adequado, porque, CERTAMENTE Horácio funcionou como terapia para Mauricio de Sousa!
ExcluirDaí, fico pensando: será que existe ilustração de algum chargista com Mauricio deitado no divã e Horácio sentado em poltrona ou cadeira de consultório e, em suas mãozinhas diminutas, caneta e bloco de anotações, escrevendo, anotando os relatos do coroa, psicanalisando-o? Já viu algo assim ou, ao menos que se aproxime? Imagino, quem sabe, talvez haja algo do tipo num daqueles MSP 50 Artistas ou, naquele outro livro, o tal de Ouro da Casa, por parecer comungar da mesma proposta dos "cinquentões".
Concordo, é uma afirmação dizer que foi terapia pra ele. Não vi ilustração com Mauricio no divã do Horácio assim feita por outros artistas, mas a ideia é boa, mostraria uma verdade. Em breve vai ter livro MSP 90 semelhante aos de MSP 50, quem sabe algum seguiu isso.
ExcluirOlá Marcos, viu que na edição 74 do Chico Bento o pai dele apareceu com espingarda? E na 74 da TM o Titi apareceu só de cueca! Fiquei genuinamente surpreso! São duas coisas que não apareciam mais há tempos!
ResponderExcluirDesculpe interferir, Luan. Nas próximas edições poderiam aparecer algumas onças tocando terror em Vila Abobrinha e no núcleo dos índios e melhor ainda se alguma fosse abatida, porque esse didatismo extremamente antinatural que a MSP inseriu nos quadrinhos da TM clássica é tão tacanho que só contribui para a fragilização dos leitores mirins, não condiz em nada com a realidade naturalmente conturbada deste plano, por isso que as HQs antigas abarrotadas de incorreções são as que de fato educam. Virou crime personagens terminarem as tramas frustrados, por exemplo. Humor sempre estimulou a inteligência da criançada e hoje em dia é proibido em histórias em quadrinhos destinadas a esse público.
ExcluirE por mais que não levem adiante, é sim uma surpresa e uma boa notícia personagem criança aparecer de cueca e personagem adulto portando arma de fogo nesses gibis completamente disfuncionais.
Quem sabe foi por experiência, testar se vão reclamar pra continuar. Sendo que se voltarem com armas, seria só os adultos, nunca voltariam com crianças com armas na mão, nem de brinquedos em brincadeiras como de bangue-bangue. Infelizmente não pode finais tristes pra não traumatizar as crianças sensíveis, nem humor tem porque tudo ofende. Criança de cueca podem reclamar que é atentado ao pudor, vamos ver se vão continuar visto que hoje nem pode meninas com calcinhas á mostra quando estão de costas ou perfil. Podem até aceitar por Titi ser menino, já meninas com calcinha à mostra seria diferente.
ExcluirNos anos 90 as histórias já eram politicamente mais corretas porém crianças não são corretas e é justamente nos erros que aprendemos realmente....
ExcluirTalvez as redes socais em que as pessoas fazem recortes e medo de perda de Marketing fez eles ficarem assim
ExcluirSim, Miguel, crianças aprendem mais com os erros, não deviam pensar assim de deixar tudo certinho pensando que é melhor pra elas. Redes sociais com certeza contribuíram muito de ficarem assim vendo comentários dos outros criticando coisas incorretas.
ExcluirRedes sociais, bem, sem um pingo de exagero, essas comunidades são... cancerígenas(!)...
ExcluirÉ isso aí, digníssimos colegas de bancada virtual, são tiras cômicas incorretas e HQs incorretas e consequentemente divertidas que realmente educam, porém, não tem como argumentar isso com essas patotas pró-sistema, os xaropes pró-politicamente correto não enxergam um palmo diante dos narizes, são ignorantes contumazes e, claro, para essa ótica distorcida, nós que somos "a favor do mal", "fazemos apologia às condutas incorretas", "somos a favor do caos" e eles, sim, "lutam diariamente por um mundo melhor"... Vai vendo, gente, vai vendo, pois, o que essas cambadas mais sabem fazer são sinalizações de virtudes, vai vendo... Deus está vendo, Ele, O Todo Poderoso, está vendo... Entretanto, não conto com (A)ajuda (D)divina para que essa mentalidade diminua ou recue, fico puto com toda essa palhaçada, óbvio, e certamente continuarei inconformado por muitos bons longos anos com todo esse lixo que nos assola intelectualmente, porém, rezar para que nesse aspecto as coisas mudem, melhorem... aí... meu ceticismo vem a toda prova, total perda tempo...
Depois dessas redes sociais que o mundo piorou, dizem que é por um mundo melhor, mas na verdade só piorou. Infelizmente MSP ficou de braços abertos com as redes sociais e foi a fundo com as opiniões de quem posta lá. Isso prova que acabaram com o site oficial e os canais deles são só as nas redes agora. Uma pena.
ExcluirSei que soa meio forte, mas, Mauricio de Sousa se tornou, em certa medida, um vassalo do sistema vigente, cuja suserania encontra-se administrada de modo repartido entre as redes sociais, entre instituições governamentais e por determinadas instituições privadas historicamente deveras influentes economicamente e politicamente, por determinados partidos políticos e entre movimentos identitários de toda ordem.
ExcluirÉ fácil julgá-lo, meter o pau, eu mesmo dou umas catucadas de vez em quando. Eu, no lugar dele, o que faria? Nadaria contra maré? Você, Marcos, nessa posição, nadaria contra maré? Não sei se eu teria estrutura emocional (e estrutura financeira) para peitar um "Leviatã" dessa magnitude, acho que ficaria subordinado a este jogo sórdido assim como ele infelizmente teve de se sujeitar. Mas não estou passando pano, gostemos ou não, não tem como eximi-lo de certas responsabilidades por algumas decisões equivocadas que tomou. Como ilustre figura pública, é digna(o) de aplausos, digna(o) de total reconhecimento, seja em âmbito nacional como no internacional e, lógico, digna(o) também de críticas contundentes e devidamente embasadas. No entanto, posso descer o sarrafo de vez em quando e, ainda bem que não hesito em fazê-lo, mas, outrossim sou muito grato a ele, afinal, o cara foi a principal mente criativa que culminou nesse fenômeno que foi, é e continuará sendo a Turma da Mônica do passado. Óbvio que tiveram contribuições ímpares e importantíssimas de muitas outras mentes sagazes para que se alcançasse a excelência, pois, sozinho, Mauricio de Sousa não voaria tão alto, não chegaria onde chegou. Todavia, sem o cerne, isto é, sem o desejo, sem o ímpeto, sem a semente, sem a fagulha, sem o tiro de largada, sem a perseverança, sem aquele que insistentemente correu atrás, ou seja, sem Mauricio de Sousa, não haveriam aqueles gibis formidáveis que hoje em dia adquiriram status de autênticas relíquias. Portanto, gratidão não me falta, e pisar em ovos por ser grato, comigo não, violão! As feridas devem e merecem umas cutucadas de quando em quando, isso é sinal de que consigo manter algum nível de sobriedade, sem pender mais para um dos lados.