terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Cascão: HQ "Ai, que calor!"

Estamos no verão no Brasil e mostro uma história tudo a ver com a estação em que o Cascão procura um jeito de se refrescar com o grande calor que estava passando. Com 4 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 12' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Cascão Nº 12' (Ed. Abril, 1983)

Cascão está sofrendo com o grande calor, reclama que está que está assando, que precisa arranjar um jeito de refrescar e que iria bem uma limonada gelada ou sorvete, quando vê um lagoa e resolve mergulhar. Logo volta para a beira, dizendo que o calorzão quase fez esquecer que ele era o Cascão e ao ver Cebolinha e Xaveco na lagoa, diz que com o calor, não há quem resista, até ele tem vontade de entrar na água.

Depois, ele vê uma loja que vende ventilador e fica na frente sentindo o vento. O vendedor pergunta se ele gostou do vento, Cascão confirma e diz que se  ele sair da frente, dá para aproveitar mais o ventinho. O vendedor fala para pedir o pai para comprar um, Cascão fala que o pai anda meio duro e o vendedor reclama que os ventiladores lá estão para serem vendidos e não para distribuírem vento de graça. Cascão diz que tem cinquenta mangos e compra se ele puder facilitar. Cascão é expulso ao som de palavrões.

Em casa, Cascão fica na frente da geladeira aberta, a mãe vê e proíbe, dizendo que do jeito que está quente vai estragar os alimentos e é capaz de ele ficar doente. Cascão fala que ele quer se refrescar e Dona Lurdinha pergunta por que ele não toma um banho. Cascão vai pra rua, reclamando que não esperava a própria mãe dar um conselho desse. Cascão quase se convence que vai ter que ir para 

o banho com esse calorzão, quando sente vento da Mônica se abanando com leque, fica ali e diz que está salvo.

História legal em que o Cascão procura uma forma de se refrescar do calor forte do verão sem ter que tomar banho. Tenta se refrescar com vento de ventiladores de uma loja e com a geladeira aberta em casa, sem sucesso, e quando quase vai tomar banho, consegue se refrescar com abano da Mônica Com leque. É que a força para ela se abanar é tão grande, que é equivalente a um ventilador de grande potência.

Foram muitas tiradas engraçadas como Cascão quase mergulhar na lagoa se esquecendo que é o Cascão, que nunca tomou banho, o abuso do Cascão de querer o vento dis ventiladores de graça, toda a conversa com o vendedor e ser expulso aos palavrões do vendedor, se refrescar diante da geladeira, achar um absurdo a mãe dar conselho de ele tomar banho. Legal também cena do primeiro quadrinho de até um cachorro sofrendo com calor. Mais uma vez Cascão falando sozinho praticamente a história toda, ele era expert em histórias de monólogos, mandava super bem fazer graça sozinho e pra mim acho as histórias de miolo antigas dele melhores, ficavam mais engraçadas.

Interessante o Cascão não ter ventilador em casa por ser pobre e pai não ter condições financeiras, pelo visto uma das primeiras a mostrar que a família do Cascão era a mais pobre da turminha. Realmente sem ventilador em casa e sem banho é difícil suportar um calor de rachar do verão. Na époc, ventilador era caro ter, ar condicionado, então, era artigo de luxo, era só para ricos. O tema em si não considero que seja incorreta hoje em dia, mas têm elementos que o povo do politicamente correto iria implicar como vendedor falar palavrões e Cascão ficar na frente da geladeira para se refrescar.

Os traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1980. Destaque para a mãe do Cascão que ainda tinha a cara do filho, só que no início de 1983 já estava sem as sujeirinhas no rosto e em meados de 1983 mudaram completamente os traços dela, deixando mais feminina como conhecemos hoje. Teve erros como que esqueceram da sujeirinha do Cascão no lado direito do rosto no primeiro quadrinho da primeira página e esqueceram de pintar o calção do Cascão de vermelho, deixando branco, no penúltimo quadrinho da terceira página. Foi republicada depois em 'Almanaque do Cascão Nº 7' (Ed. Globo, 1989). 

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 7' (Ed. Globo, 1989)

24 comentários:

  1. Boa... tenho o almanaque na coleção rs

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    1. Já é alguma coisa. Esse Almanaque é excelente, só clássicos, a maioria das primeiras edições do Cascão da Ed. Abril.

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  2. Oi Marcos, você sabe me dizer quantas histórias você já publicou, quantas histórias a Turma da Mônica já fez e quantas ainda faltam para você publicar?

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    1. Eu postei pelo menos 571 histórias, segundo o marcador "Histórias" do blog, contando as completas e as resumidas com imagens incompletas, então tem mais que isso aqui. Impossível saber quantas histórias a MSP fez até hoje, são milhares e faltam muitas pra postar, nunca postarei todas que fizeram.

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  3. Como as coisas mudaram consideravelmente... Lembro que era comum, nos 1980, não haverem ventiladores em residências de classe média baixa, muitas até tinham, porém, era o tipo de coisa que chamava certa atenção de visitantes igualmente pobres, exemplificando em frase, seria algo como: "Olha! Família dele é tão baixa renda quanto a nossa, mas eles tem ventilador...". Minha família mesmo foi uma, no primeiro ou segundo ano dos 1990 foi que passamos a ter isto, e fomos "chiques", porque lembro muito bem, não foi ventilador, era um circulador de ar, e até que aguentou o rojão, pois para uma família meio selvagem composta por seis indivíduos, o bendito aparelho desempenhou bravamente sua função por volta de oito anos consecutivos.

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    1. Verdade. Eles não tinham ventilador e quando tinham um bem vagabundo, só pra amenizar o calor. Porém, com diferencial que os objetos duravam mais e a temperatura da Terra era menor, não tinham tantas ondas de calor forte acima de 40 graus, hoje é praticamente impossível suportar ficar sem ventilador dentro de casa.

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    2. Repara não, Marcos, pois o conteúdo do segundo parágrafo nada mais é que meu primeiro comentário com trechos reformulados.

      Como as coisas mudaram consideravelmente... Lembro que era comum, nos 1980, residências de classe média baixa que não tinham ventiladores, muitas até dispunham, porém, era o tipo de coisa que chamava certa atenção de boa parte dos visitantes com mesmo nível de poder aquisitivo, exemplificando em frase, era algo como: "Olha! Família dele(a) é tão baixa renda quanto a nossa, mas eles têm ventilador...". Minha família mesmo foi uma, no primeiro ou segundo ano dos 1990 que passamos a ter, e fomos "chiques", porque lembro bem, não foi ventilador, era circulador de ar, e até que aguentou rojão, pois para uma família meio selvagem composta por seis indivíduos, por volta de oito anos consecutivos o bendito aparelho desempenhou bravamente sua função.
      Pertencer à classe média baixa brasileira dos anos 1980 era ser financeiramente muito mais pobre do que a média de famílias e indivíduos que compõe(m) a atual classe média baixa de mesma nacionalidade.

      Sobre ilustração de capa da memorável edição, ressalto assinatura do cartunista, pois assim como o titular do gibi, preferiu ficar bem afastada da água. Não são comuns, nas capas das antigas revistinhas da MSP, assinaturas perto dos logos.

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    3. Verdade, ventilador era pra poucos e consideravam chique quem tinha. Sobre a capa, acredito que colocaram assinatura do Mauricio abaixo do logotipo porque era o espaço disponível. Outra opção seria abaixo do preço no kaso esquerdo,que também não era comum na época.

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    4. Há três discretos pontinhos no terceiro e quarto quadros da última página. Próximo à mão direita do Cascão, na barra ou pilar que é parte do suporte à pequena marquise que cobre a porta da casa e no calcanhar dele (não sei se esquerdo ou direito), se assemelham um pouco com bolinhas de gude. A princípio pensei que fossem pequeninos danos causados por algum tipo de inseto em que papel é parte da dieta da espécie, descartei ao constatar que não há furos na penúltima, sendo que as páginas 19 e 20 são faces da mesma folha. Que vem a ser, Marcos? São pequeninas falhas de impressão ou, como é gibi usado, são particulares, isto é, detalhes específicos do seu exemplar?

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    5. Reparando melhor, acho que os pontinhos são furinhos mesmo, pois no terceiro e no quarto quadros da terceira e penúltima (pág.19) há dois discretos detalhes que parecem corresponder, um está na mão do homem e o outro próximo do pé direito do Cascão, como são três, falta um, ou vai que são mais pequeninos detalhes que não têm relação com os da última página.

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    6. Deve ter sido algum erro de impressão formando esses pontinhos manchados em algumas páginas. Só não sei se são em todos os lotes ou só em alguns lotes que saíram assim.

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  4. Eu tinha este Almanaque, mas não me lembro desta história.
    Engraçado é que hoje é um dos dias mais frios do ano aqui na Inglaterra, com neve e temperaturas negativas...e eu estou aqui no Arquivos a ler uma historinha sobre o calorão do Verão rs.

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    1. Pedro, acontece da gente lembrar que tinha um gibi. Mas não das histórias dele. Acabou sendo um extremo de ler uma história de calor de verão em um dia de frio de inverno. Na Europa o inverno é rigoroso, não conseguiria me adaptar.

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  5. Esse almanaque é um dos mais memoráveis da editora Globo. Digo isso pq sempre vejo a foto da capa desse gibi pela internet. E que desenhos maravilhosos. E um acerto seu essa postagem em dias de tanto calor no Brasil. Em minha cidade, Fortaleza/CE, dizemos que existe um Sol para cada ser humano. O último quadrinho da pág 18, vale um excelente meme. Abraços.

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    1. Muito memorável esse alma aque, só histórias boas, uma melhor que a outra, a capa muito caprichada e clássica também. No Ceará é todo nordeste faz muito calor mesmo, bem difícil aguentar. Muito enfraquece yadrinho, sem dúvida daria um meme legal.

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  6. Minhas estações favoritas sempre foram outono e inverno- calor é insuportável para mim, é como um bicho que gruda no seu corpo e não sai mais de jeito nenhum. Brasil sempre foi um país tropical, mas de uns anos para cá está DEMAIS. Adoroooo quando tem uma frente fria, saudades...

    (quando pequena, eu queria ir nos Estados Unidos no inverno só para ver neve ao vivo, deve ser tão lindo).

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    1. Interessante, já eu sempre gostei mais da primavera e do verão, gosto de sentir calor, só não tão exagerado como está sendo esse verão. Já frio não suporto, neve é muito bonito de se ver, mas estar em lugar com neve e aquele frio intenso, como se tivesse dentro de uma geladeira, eu não aguentaria rsrs.

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    2. Admito que eu sempre quis até que nevasse aqui em Dezembro. Sei lá, acho que o clima frio combina mais com Natal... verão é outra vibe para mim. Ou talvez eu apenas assista muito filme americano natalino que dê inveja, pode ser.

      Por um lado, conto que quando fiz 16 anos, fui para Orlando, conhecer os Parques da Disney, no meio do Verão (ou seja, não consegui ver neve, triste para mim), e digo que o calor de lá não é muito diferente daqui. Até porque, acredite se quiser, o sol lá fica até depois das 21:00! Tipo, eu sei que o fuso e a duração do dia dos Estados Unidos é diferente daqui (especialmente porque no verão a duração dos dias é maior), mas ainda assim eu custei a crer, fiquei mó perdida com esse meta fuso na hora!

      Há uns anos atrás até teve um período que inverno era bem rigoroso no Brasil, acho que os de 2018-2020 tinha muito mais frio essa época. Até que gostava, antes inverno era praticamente inexistente aqui.

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    3. Essa de nas estações quentes, dias claros até 21:00 ou mais, é verdade mesmo, Isabella. Em 2018 minha irmã trocou Brasil pela Irlanda e reside lá até os dias de hoje, antes de decidir escafeder do nosso querido Pindorama, eu não tinha noção de que no exterior existem "noites alvorecidas".
      Temos uma visão romantizada em relação à neve, isso se deve aos filmes, séries, desenhos animados e HQs importados que consumimos desde que nos entendemos por gente. Confesso que nunca vi neve ao vivo, já quis muito ver de perto, hoje em dia, quero mais não, não vi e nem pretendo, passou a vontade, no entanto, quem sabe... Digo isto porque minha irmã tem insistido para que eu faça o mesmo que ela, ou seja, "(B)bye, (B)bye, Brasil/Brazil" - frase esta que é nome de filme nacional.

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    4. O Natal combinaria mais com clima de frio por causa da Europa, a gente pega a cultura do Natal de lá só que aqui é um país tropical, fica a romantização. Lá também fica sol por muito tempo no verão deles, tanto inverno quanto calor são rigorosos. Aqui já teve frio no verão, o que também não é normal, não deixa de ser ser desequilíbrio de temperatura.

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  7. Essa capa é uma das imagens mais lindas da turma da mônica de todos os tempos. Legal que ela virou propaganda da revista do cascão entre 1990 e 1991.

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    1. No caso a do almanaque depois virou propaganda da revista dele e deu super certo. Muito linda essa, representa bem a característica do Cascão.

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  8. Bem engraçada. Achei hilário o Cascão ter se esquecido q tem medo de água por um momento. Acho q essa piada ñ apareceu em nenhuma outra história. E q baita vendedor impaciente, hein? Ficou com raiva a ponto de falar palavrões só por causa de um ventinho q o Cascão tomou kkk
    Outra coisa: Vc tem acesso ao Saiba Mais falando da China, Rússia ou Índia? Se tiver, posta pra gente. Se ñ tiver, me diga se dá pra achar um desses de graça na internet ou se só vou conseguir comprando

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    1. Eu também achei engraçado o Cascão esquecer que não tomava banho e ele se tocar quando estava no meio do pulo. Acho que não apareceu isso em outra história, não lembro. Vendedor bem sacana, podia dar um desconto e deixar o Cascão sentir o vento por um tempo. Não tenho essa Saiba Mais, quem sabe encontra na Internet pra baixar.

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