quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Bidu: HQ "Corta! Corta!"

Mostro uma história em que o Bidu sofreu com um gerente financeiro que ficou no lugar do Manfredo enquanto tirava férias e que queria cortas todas as despesas altas da história por causa da crise econômica que estavam passando. Com 7 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 44' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Mônica Nº 44' (Ed. Globo, 1990)

Bidu se prepara para filmar a sua história com superprodução sobre "Romeu e Julieta", quando o Charles, o gerente financeiro, manda cortar. Bidu estranha porque nem começaram ainda e pergunta pelo Manfredo. Charles diz que o Manfredo saiu de férias por motivo de economia, no momento só podem gastar o que é extremamente necessário.

Charles manda a produção tirar todo o cenário, tudo que é supérfluo para economizar. Tira até a atriz Julieta porque o cache dela é alto e deixa o Bidu porque é o personagem principal. Bidu reclama que acabou a superprodução dele e Charles diz que estão em tempos de crise, não podem gastar, só cortar, cortar, até recuperarem a economia.

Bidu pede, então, outro roteiro. Charles diz que não vão desperdiçar roteiro que já foi pago. Bidu pergunta como vai fazer "Romeu e Julieta" sem balcão, cenário e atriz. Charles diz que vai ser improvisando como um bom ator e que a Dona Pedra será a Julieta, contando que ela só não foi cortada porque ninguém conseguiu levantá-la.

Começa a gravação e assim que Bidu e Dona Pedra encenam suas falas, Charles manda cortar porque o texto está muito comprido e o letrista cobra muito caro. Charles faz alterações no roteiro, deixando bem simplificado. Bidu e Dona Pedra voltam a encenar, Charles corta de novo e reclama que agora o problema é o nariz do Bidu, muito grande e preto, fazendo gastar mais nanquim e cobre o nariz com pó-de-arroz.

Logo depois, Charles corta novamente, reclamando da requadração das páginas, mandando juntar dois traços em um para economizar e manda o colorista pintar os fundos dos quadrinhos com a mesma cor em vez de 3 cores diferentes. Bidu volta a encenar, Bugu aparece, Bidu tenta expulsá-lo e ele conta que foi convidado pelo Charles por achar que o Bugu incrementa a história e não cobra cachê. 

Bidu grita que jamais trabalha com o Bugu, Charles fala que não é pra exaltar porque letras grandes custam mais e propõe que Bidu e suas pulgas tirem férias, descansar e na próxima revista as coisas já possam ter melhorado. Bidu acha uma boa ideia, está precisando de paz, tranquilidade e uma prainha deserta, só que no final, para sua surpresa, vários grandes nomes dos quadrinhos e desenhos animados também tiveram férias forçadas.

Uma história legal em que um gerente financeiro quer cortar as despesas das histórias do Bidu para economizar por conta da crise financeira que estavam passando. Dá férias para o Manfredo e fica no lugar dele na direção da história, tirando toda a superprodução que seria, tudo que era supérfluo e com alto custo era cortado da história. Com tantos cortes, a solução foi dar férias para o Bidu, mas ele não contava que outros personagens estavam de férias também. Ou seja, a crise era tão alta que atingiu também outros personagens de vários universos, não foi só com o Bidu, era geral com crise.

Não tinham dinheiro nem para contratar outro diretor para substituir o Manfredo nas férias,  jeito foi improvisar com gerente financeiro.  Coitado do Bidu que justamente quando teria uma história com superprodução para sair da mesmice das histórias conversando com a Dona Pedra não conseguiu o que queria e ao invés de ficar em uma praia deserta nas suas férias, teve que dividir com os outros personagens. Se deu mal do início ao fim.

Foi do estilo de histórias do Bidu como ator e com metalinguagens, ele ficava bem brabo e impaciente em histórias assim, e foi divertido como uma espécie de bastidores de gravações, como se histórias em quadrinhos fosse gravação de filme para o cinema. Foi engraçado a partir de Shakespeare como "Auau-kespeare" como se fosse cachorro, Charles dizer que emagreceu para cortar uns quilinhos extras dele, tirar cenários, atriz que cobra cachê alto, cortar textos longos no roteiro, deixar nariz do Bidu branco para economizar nariz, mexer nas cores de fundo e no enquadramento convidar Bugu para atuar porque não ia cobrar cachê. 

Charles acabou mudando roteiro pago de qualquer forma quando fez as reduções para economizar. Nem precisaria mexer em roteiro já que roteiristas e coloristas ganham por trabalhar, independente da quantidade de trabalho que tem, seria melhor pensar no gasto de tinta para imprimir o gibi. E ao usar o pó-de-arroz no nariz do Bidu, até economizaria nanquim, mas teria gasto com pó-de-arroz, não adiantaria grande coisa na economia. O título teria sido "Romeu e Julieta" se não fosse o Charles mandar cortar até o título, aí ficou representado oficialmente pela sua fala.

O normal é o Manfredo ser contrarregra do Bidu e, às vezes, exercia também função de diretor, sendo que sempre era o Bidu o chefe que mandava nele, aí dessa vez foi o Bidu que foi mandado por um superior, o gerente era acima da sua autoridade. O Charles devia existir na MSP e o roteirista quis fazer uma brincadeira retratando caricatura dele como cachorro, ele apareceu só nessa história, como de praxe de personagens secundários. 

A história critica de forma divertida a hiperinflação no Brasil da época que gerava crises nas empresas, até as revistas em quadrinhos estavam passando por crise de vendas, e roteirista resolveu atingir essa crise nas histórias do Bidu e nas de outros personagens. Muitas vezes roteiristas gostavam de retratar o que estava passando nos bastidores da MSP nas histórias do Bidu ou nas envolvendo metalinguagem com outros personagens, mesmo que indiretamente, aí pelo visto, eles estavam passando de fato uma crise econômica. E, de certa, a história forma ensina os leitores a economizarem, saber tirar tudo que é supérfluo, tudo que não tem necessidade de gasto, para sobrar mais dinheiro.


O grande destaque, sem dúvida, foi o final com crossover de vários universos do mundo infantil. Além dos diferentes núcleos da Turma da Mônica teve também universos de outros personagens de quadrinhos concorrentes da MSP. Muito legal ver os personagens da MSP Bidu, Mônica, Cebolinha, Manfredo, Jotalhão, Horácio e Tina juntos na praia com seus concorrentes Super-Homem, Pernalonga, Batman, Mickey, Snoopy e Xuxa. Todos com férias forçadas por causa da crise econômica. Sensacional.

Xuxa também se enquadra em personagens de histórias em quadrinhos nesse caso já que ela tinha gibi mensal na época pela Editora Globo, mas também seria férias com as despesas do programa "Xou da Xuxa" na TV Globo, tirou férias dos quadrinhos e do programa de TV. Até Snoopy tinha gibi na época pela Editora Record. E interessante o universo do Bidu de metalinguagem junto com os outros personagens da MSP, inimaginável ver o Manfredo junto com eles em uma situação normal e ainda verem Bidu falando e andando com duas patas. 

Os traços ficaram muito bem caprichados que dava gosto de ver. Teve um erro de impressão deixando umas partes brancas na terceira e quinta páginas da história, isso foi em todos os lotes deste gibi da 'Mônica Nº 44'. O detalhe do "Fim" cortado com tesoura para economizar também foi bem criativo.

21 comentários:

  1. Marcos, a Xuxa já tinha gibi em 1990? Tinha ideia de ser alguns anos mais tarde, por volta de 1993.

    Esta nunca tinha lido, mas é bem típica do Bidu da época.

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    1. Começou até antes, Pedro Benoliel, não sei com exatidão, mas foi no final dos 80's. Lembro relativamente bem porque minha irmã colecionava, e Xuxa conta com um detalhe que pode ser considerado inusitado para títulos brasileiros de histórias em quadrinhos: primeira edição é o nº0, isso mesmo, não digitei errado e/ou faltando número à esquerda, zero "mermo", nem à esquerda, nem à direita, e sim sozinho, solitário.
      É possível que se foi exportado para Portugal, a primeira edição chegou à terrinha* após o ano de 1990.
      *Terrinha não é no sentido pejorativo, caro Pedro Benoliel, é que muitos dos seus conterrâneos de gerações mais velhas que a sua e a minha, e que vivem no Brasil, utilizam essa expressão para se referirem a Portugal.

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    2. "(...)e/ou faltando número à DIREITA, zero "mermo", nem(...)"
      Só mais uma errata um tanto quanto trivial. Na hipotética situação deste trecho, o zero que ocuparia o lado esquerdo, questão de lógica.

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    3. Zózimo, talvez seja eu que esteja errado, pois muitas das historinhas de que me lembro foram bem mais 'cedo' do que eu pensava.

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    4. Eu tinha várias da Xuxa, até que gostava. Tinha um apenas do Gugu, mas tinha medo, pois era uma historinha em que ele enfrenta um monstrengo em forma de mão, e para quem tinha, na época, os seus 4 a 6 anos...é. Tinha uma da Patrícia, também. Só não tive mesmo foi Sergio Mallandro, que acho que nem chegava a Portugal. Mas a maior parcela da minha colecção era mesmo Turma, revistas Disney (tanto brasileiras como portuguesas, apesar de gostar mais das 'brazucas', especialmente Zé Carioca e Urtigão) Luluzinha e Bolinha e Trapalhões, a minha 'segunda favorita'. Já Pica-Pau e Tom e Jerry, até lia, mas não ligava tanto. Tinha (tenho) centenas de gibis, apesar de os mais 'mal tratados' terem ido para o lixo nos trinta anos subsequentes...

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    5. É interessante, Pedro Benoliel, como que elementos da cultura pop tupiniquim conquistaram os lusos.
      Pelo que relata, você teve uma infância rodeada por gibis, maneiro isso! Me identifico, comigo foi assim também.
      Até que, digamos, tive "sorte", se é que cabe tal expressão no tocante a sentir medo de determinados personagens de HQs, e o que sentiu com a tal abominável criatura lúdica foi perfeitamente normal para faixa etária em que se encontrava. Diz que foi em HQ do Gugu, esse é um título que até me recordo mais ou menos de quando estava em vigência, porém, tive contato com nenhuma edição, lembro até em sebos, mas eu sequer folheava.
      Patrícia, de Ely Barbosa, é outra cujos gibis não conheci, esse é um título que tenho certeza que eu, enquanto guri, iria gostar, principalmente se fosse na fase pré-sebo(s), ou seja, período em que quase todos gibis que adquiri foram novos, poucos não eram e não foram adquiridos pela "via sebosa", pois até então não tinha menor ideia de que existiam estabelecimentos que vendiam gibis usados, felizmente essa cegueira terminou antes que eu fosse inserido na conturbada adolescência.

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    6. Pedro, a revista da Xuxa foi lançada em dezembro de 1988 e durou até dezembro de 1993, pode ser que em Portugal variasse o período que circulou. Todos esses gibis citados eu tive, inclusive essa do Gugu com monstrengo de dar medo, e eu não achava ruim, até Patrícia era bem legal, foi uma ótima fase dos quadrinhos.

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    7. Zózimo, os meus eram todos novos (dava-mos a minha saudosa Tia, que quando ia ao supermercado nunca voltava sem um ou dois) excepto em dois momentos:

      1. Lembro-me de estar em férias na praia, ali pelos idos de 1990 ou antes (porque a última vez que fomos a minha irmã era recém-nascida, ou seja, foi em 1991) e encontrar, naquilo a que os brazucas chamam 'camelô' (ou talvez fosse um alfarrabista - 'sebo' - ambulante) uma revista do Cebolinha da fase da editora Abril, com a história 'O Vampilão'. Claro está que comprei.

      2. Certa vez, alguém despejou uma 'montanha' de livros junto a um ponto de reciclagem ao fundo da minha rua. O pessoal passava e remexia e levava o que queria. Eu levei várias obras interessantes, e ainda uma série de gibis da Turma, em óptimo estado (penso que eram todos da fase da Globo).

      De resto, os únicos gibis antigos que tinha eram os do Mickey, Pato Donald e Zé Carioca dos anos 60, pertencentes à minha Mãe quando tinha a mesma idade que eu tinha na altura (anos 90). Mas esses nunca li muito.

      Na relação acima, esqueci-me de mencionar o Senninha, que era outro que gostava bastante. Mas se me pedissem para escolher, ficava com os gibis da Turminha, mais Trapalhões (versão Globo), Urtigão, Zé Carioca e Margarida. Sem contar com os super-heróis, claro, senão a lista incluiria também Homem-Aranha, Superboy e Liga da Justiça Europa.

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    8. Você cresceu em um ambiente em que a cultura de HQs foi disseminada bem antes do seu nascimento, pelo menos é o que percebo com tu falando a respeito dos gibis que foram de sua mãe quando essa era criança e que depois foram passados para ti. Sua avó, digamos, a pessoa que foi a grande incentivadora e promotora da sua coleção de revistinhas, também, talvez, tenha curtido gibis quando jovem.
      Comigo não foi bem assim, meus pais não curtiam histórias em quadrinhos, meu interesse foi estimulado por três tios (duas tias e um tio), graças a eles, com dois para três anos de idade, conheci o conceito, que foi pelas vias da MSP e da Marge (a cartunista que criou Lulu e Bolinha), só que, até me dar conta de outro conceito, o de colecionar gibis e decidir por praticá-lo, foi um longo trajeto, entrei nessa a partir dos sete de idade.

      Celebridades que foram para os quadrinhos, só curti Pelezinho e Trapalhões versão Sandoval - 2ª versão, no Brasil, esse título pertenceu à Abril. Trapalhões, de fato, foram verdadeiros personagens além das HQs, muito diferentes, por exemplo, da dupla de cantores Leandro e Leonardo e do saudoso piloto de F1; diferentes de Gugu Liberato e Fausto Silva (até Faustão enveredou nos quadrinhos); Xuxa e Sergio Mallandro até foram personagens fora das HQs, contudo, não os exerciam plenamente e isso faz muita diferença na comparação com quarteto liderado por Renato Aragão, lembrando que, na seara de apresentadores de programas infantis, Angélica foi outra que entrou nessa, até ela foi titular nesse sentido, atuou no universo das HQs. Famosos como titulares de gibis, pelo menos a meu ver, parece que o princípio básico disso é o que se conhece por caça-níqueis.
      Se o título Pelezinho, que grosso modo, é o mesmo caso de Senninha por ambos derivarem de celebridades esportivas, daí, se esse núcleo futebolístico e suas revistinhas existissem pela iniciativa de outro cartunista, isto é, sem o excepcional tempero da Turma da Mônica das antigas, provavelmente seria um título que não iria me agradar.

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    9. Acho que a minha Tia e avó não liam quadradinhos...penso que os mesmos surgiram em Portugal a partir dos anos 60/70. A minha Tia muitas vezes lia, sim...os meus, já com seus 60-70 anos de idade ou mais! A minha Mãe sim, coleccionava os cromos e alguns gibis, bem como uma revista que saía com BDs de Tintin, Lucky Luke, Astérix, etc.

      Dos Trapalhões era essa mesmo, enganei-me na editora. Grande revistinha, ao nível das melhores da Turminha. Urtigão e Zé Carioca também chegavam a esse nível nas suas histórias, mas não curtia tanto as de miolo com outros personagens (na Turma é a mesma coisa, curto Papa-Capim, Penadinho e Piteco, mas Bidu e Astronauta depende muito da historinha.)

      Nem me lembrei do Faustão. Angélica nunca conheci. E havia também do Fofão, lembra?! Cheguei a ter um Almanaque dele!

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    10. Pedro, acho triste quando jogam livros e gibis fora, ideal era doar pra quem quer. Bom pra quem consegue encontrar como você conseguiu, mas muitas vezes são destruídos sem ninguém que queria encontrar. Sempre bom quando é criado por cultura de livros e gibis, quem lê, mais conhecimento. E Trapalhões da fase crianças foi da Editora Abril, muito bom também.

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    11. Zózimo, tinham ins quadrinhos bem ruins como esse Leandro e Leonardo. Várias celebridades viraram personagens em quadrinhos porque era moda, principalmente apresentadores de TV, tinham que ter bons artistas envolvidos na criação dos quadrinhos para serem legais, os piores duravam poucas edições e os que agradavam tiveram bastante edições. Se Pelezinho fosse criado sem ser pela MSP acho que dificilmente vingaria.

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    12. Lembro sim, Pedro Benoliel, no entanto, curti Fofão pela via televisiva, nunca tive contato com edições dele.

      Quando olho para Bonga, para o Frangão, Cana e etc, estou vendo personagens da Turma da Mônica, não há como desassociar. Difícil imaginar Pelezinho por outra via que não seja MSP.

      Chegava nem perto dos gibis de Leandro & Leonardo, é que, musicalmente, eu abominava essa dupla, daí, mais do que óbvio boicotá-los outrossim pelos quadrinhos.
      Nessa época, ou, talvez um pouco antes, lançaram um tal de Speedo Team, parece que não vingou, quem se lembra disso?

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    13. Eu lembro do Speedo Team, realmente durou poucas edições, cancelaram logo. E eu também já não gostava da dupla Leandro e Leonardo, aí muito menos de hqs deles, não tinha interesse em ter. Interessante que nunca tive gibis mensais deles, mas li gibizinhos deles, fui meio que obrigado a comprar porque fazia parte da coleção de gibizinhos e sempre achei o mais fraco de todos, era muito ruim, não via graça nem quando criança.

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    14. Lembro que na mesma época de Speedo Team, foi lançado Marvel Force, ambos pela Globo. Curioso que, nessa altura, era Abril que publicava quadrinhos Marvel no Brasil e, pela lógica, tinha, ou pelo menos deveria ter, exclusividade sobre os personagens da editora gringa, até a Globo meter as caras no que se entendia por jurisdição da concorrente. Marvel Force foi outro que não vingou, e o encerramento desse título, muito provavelmente deve ter ocorrido por "força maior", isto é, o (G)grupo Abril deve ter recorrido à justiça.

      Personagem português de BD - ou BDs, não sei se é correto pluralizar a sigla - de que tenho conhecimento, é Tónius, uma espécie de versão ibérica de Asterix (ou Astérix, acentuado). Imagino que Pedro Benoliel conheça e talvez tenha ou teve edições desse cômico guerreiro bárbaro. 'Tónius, O Lusitano' ou 'Tónius-O Lusitano', ou sem vírgula e sem traço, mas esse é o nome do título.

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    15. Zózimo e Marcos, esqueci-me de mencionar outro gibi que eu adorava - O Menino Maluquinho! (E Turma do Pererê também.) Inclusivamente, eu tinha uns livros do Ziraldo, em texto mesmo, sobre as partes do corpo - tinha um sobre os dedos dos pés, outro sobre o polegar (eu acho), e por aí vai.

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    16. Sobre quadrinhos do Ziraldo, arrisco dizer que teve mais êxito na seara adulta. Menino Maluquinho, que muito antes do longa live-action, já era conhecidíssimo nos quatro cantos do Brasil, contudo, o sucesso desse personagem se deu mesmo através dos livros. Livros infantis, didáticos, o guri da panela na cabeça se fez mesmo foi no campo literário.
      Pererê foi um título que, penso eu, obteve relativo sucesso no país de origem.
      Quiçá, em HQs, ambos fizeram mais sucesso em Portugal do que no Brasil.

      Curiosamente, Fofão não conseguiu me assustar, acho que se deve ao imenso carisma de que o personagem era dotado, entretanto, lembro de alguns relatos sobre crianças muito pequenas, com três de idade para menos, que tiveram contato com ele, ou seja, que viram a figura de perto, ao vivo, e estranharam mesmo, muito medo, choradeira, pânico, o que era de se esperar de indivíduos nessa faixa etária diante de um alienígena cuja face se assemelha a saco escrotal, todavia, muitas crianças igualmente pequenas e na mesma situação, não reagiam assim.

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  2. Dentre os personagens que não pertencem à MSP, único que considero crossover é o Snoopy, por estar com aspecto bem fiel ao que Charles Schulz criou, quanto aos demais, estão no típico estilo de paródias mauricianas, com exceção de outro, que comento no segundo e terceiro parágrafos.
    Um tanto particular entre as célebres aparições, foi o modo como Mickey aparece, apenas uma pequenina* parte do corpo, claro que não haveria de ser outra coisa que não as orelhas, a dúvida que fica é o famosíssimo camundongo inserido de tal forma, seria para dar um charme extra à cena e, ao mesmo tempo, não dar moral para um(a) concorrente gigante como a Disney, ou por este personagem ser do tipo que poderia gerar processo se exibido integralmente? Ainda que eventualmente com aspecto menos fiel do que foi empregado no Snoopy, deixando-o à la MSP, como fizeram com Xuxa, Pernalonga, Super-Homem e Batman, pois Mickey é tipo uma santidade, utilizar sua imagem fora da empresa que o pariu, ainda que de maneira caricata, como muitos já fizeram, dependendo, poderia dar B.O., mexer com Mickey sem autorização, ainda que claramente na base da paródia, sempre existe um risco, é meio que brincar com fogo.
    *Pequenina... bem... tamanha é a envergadura destas orelhas que, não está (estão) no gibi... ou melhor, paradoxalmente, está sim, estão sim historicamente nos gibis, pois Mickey nas HQs desprovido das clássicas orelhonas pode soar como piada capacitista e, hoje em dia, isso dá "pobrema", vide ferrenha censura ao comediante Léo (ou Leo) Lins.

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    1. É que na MSP eles desenhavam outros personagens sem ser deles no estilo deles, é só pra representá-los, mas não eram os oficiais porque senão teria processo. Tanto que a cada história eles apareciam diferentes de acordo com cada desenhista, principalmente os super-heróis. Como subtende-se que são os personagens. Mesmo desenhsdos diferentes, aí considero como crossover. Curioso o Snoopy ter ficado quase igual ao original. Um ou outro detalhe que devem ter diferenciado. Pelo visto não teve processo, principalmente com o Mickey, devem ter pedido autorização pra usar os personagens.

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    2. Na verdade, em relação a crossover, não fui tão claro quanto deveria, pois, na essência, a cena no quadro de encerramento aborda um crossover bem variado, e mesmo desconsiderando Xuxa e os gringos, o restante outrossim está no contexto de cruzar limites, isto é, saíram de seus habitats (núcleos) e se encontraram em um ambiente em comum, ou comum a todos, se assim soar melhor, não obstante, como os demais são todos mauricianos, aí seria apenas mais um crossover interno, o que não chega ser exatamente o caso da cena em questão, embora haja isto, a sacada do desfecho é a reunião de personagens que não são da MSP interagindo entre eles e também com os da casa.
      Quanto à totalidade da história, o roteiro é assaz criativo e o visual é top de linha, única objeção é o tamanho do gerente financeiro, estatura dele em relação à do Bidu, faltou padrão.

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    3. Ficou variado por juntarem vários núcleos, não só da Turma da Mônica, por isso gostei. O gerente financeiro de fato não seguiu uma estatura fixa, podiam ter se ligado nisso, mas não foi ruim assim mesmo, apenas erro.

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