Mostro uma história com o Rolo tentando enganar sua namorada no encontro para ela pensar que ele tinha dinheiro, quando na verdade, não tinha. Com 6 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 165' (Ed. Abril, 1986).
|
Capa de 'Cebolinha Nº 165' (Ed. Abril, 1986) |
Rolo pede dinheiro emprestado para o seu pai. Ele nega porque já emprestou semana passada. Rolo insiste para quebrar essa e o pai fala que só se for a guitarra na cabeça do filho. Rolo lamenta que está mais liso que nem quiabo em pleno sábado, dia do encontro com a sua namorada Lilian e nem adianta pedir aos amigos porque são mais duros que ele e se pergunta onde é a forca mais próxima para se matar.
Tina aparece e pergunta o motivo do baixo astral. Rolo diz que vai sair com a Lilian e está sem dinheiro. Tina o aconselha a Lilian financiar o passeio e pergunta se eles não racham as despesas. Rolo diz que as vezes, mas não queria que a Lilian soubesse que ele estava duro, ia ficar sem graça. Tina acha bobagem, a Lilian entenderia. Rolo tem uma ideia da namorada não perceber que eles estava sem dinheiro e aí resolve ir ao encontro sendo muito sutil.
À noite, Rolo toca a campainha e Lilian comenta que ele demorou. Rolo diz que esqueceu de pôr gasolina no carro. O casal vai ao cinema a pé e na fila da entrada, Rolo finge que está distraído para Lilian pagar as entradas. Ele sai da fila bem na vez que era para eles pagarem, fica uns minutos olhando para o Céu, até achar que já deu tempo da namorada pagar.
Rolo volta e Lílian pergunta onde ele foi. Rolo diz que pensou que era o Cometa Halley, mas era só um vagalume e na distração nem viu que era a vez deles, mas já diz que era para eles entrarem no cinema. Lilian fala que falta comprar os ingressos. Rolo se espanta que ela não comprou e, então, fala que não vão ver aquele filme, é uma droga. Lilian comenta que o filme ganhou o Oscar e ele diz que foi marmelada e o casal vai a uma lanchonete.
Lilian pede várias coisas e Rolo, aflito, dá desculpa que só trouxe talão de cheques e o estabelecimento não aceita. Lilian diz que aceitam e continua pedindo mais coisas. Rolo apela falando que ela está gorda, comendo daquele jeito tinha que estar e melhor começar um regime já. Lilian fala que não está gorda e Rolo diz que é o que ela pensa e vão embora da lanchonete.
Lilian acha que o Rolo está esquisito e a noite está acabada para ela e manda pedir táxi para levá-la para casa. Rolo fala que vão voltar a pé para aproveitar para ela perder peso andando. Lilian, dá uma bolsada na cabeça dele, dizendo que não precisa perder peso e nem dele também e termina o namoro. Rolo confessa que estava sem dinheiro e não queria que ela percebesse. Lilian diz que era bobagem, tinha que ter falado antes. Rolo pergunta se ela pagaria tudo e ela diz que não porque o pai dela também não emprestou dinheiro e estava dura. Os dois riem e no final vão namorar no banco da praça e Rolo fala que ainda bem que as melhores coisas da vida são de graça.
História engraçada demais com Rolo fazendo de tudo para que sua namorada Lílian não perceba que ele estava sem dinheiro no encontro. Se tivesse dito a verdade desde o início e ter ouvido o conselho da Tina, não precisaria passar por toda essa vergonha. Felizmente, ele se deu bem dessa vez já que a namorada também estava sem dinheiro. Mostra situação de jovens que querem sair, mas estão sem dinheiro e nem os pais querem ajudar a emprestar dinheiro para sair e mostrar que não precisar gastar muito para namorar.
Foi muito divertido ver o Rolo pedindo dinheiro para o pai, que, por sua vez, só quebraria guitarra na cabeça dele, as desculpas do Rolo como sair da fila do cinema para ver o Cometa Halley e dizer que a namorada estava gorda só para ela não pedir nada na lanchonete, assim como ele levar uma bolsada na cabeça. Tudo isso foi rachar de rir. Incorreta por um tema assim mais para jovens em um gibi infantil, fora a ideia de Rolo enganar namorada só por não ter dinheiro não ser bem vinda. As falas do Rolo de suicídio na forca e de que filme é uma "droga" (palavra proibida) e a violência da bolsada na Lilian na cabeça do Rolo também seriam censuradas.
Tina naquela época só aparecia para ser a conselheira, livrar os amigos dos seus problemas, principalmente os amorosos e ser conciliadora para que eles voltem a namorar. Era muito comum Tina assim em vez de ter os seus próprios conflitos, tendo mais destaques Rolo, Pipa e Zecão neste núcleo e Tina passou a ter histórias mais frequentes com os seus problemas a partir dos anos 1990. Já a Lílian apareceu só nessa história já que o Rolo aprecia com namorada diferente a cada história, mesmo quando ele se dava bem no final. A ideia era essa de ele sempre ter uma namorada diferente apropriada ao roteiro de cada história ou paquerar várias em uma mesma história por ser a característica principal na época.
Interessante ver as coisas bem datadas como gírias como "estar liso", "tostão", e também a moeda "Cruzado" que circulava na época e, principalmente, Cometa Halley, que foi o que mais chamou a atenção, que era a sensação de 1986, ano em que ele passou na Terra pela última vez. Naquele ano era o assunto do momento e a MSP não ficou de fora e criou
capas especiais no mês de fevereiro e
histórias especiais sobre o cometa e fora ainda ser citado algumas vezes ao longo das revistas de 1986 já que as histórias eram produzidas alguns meses antes de chegarem a bancas, como foi nessa história.
Os traços excelentes da fase consagrada dos anos 1980 que nunca deviam ter mudado, principalmente na Turma da Tina. Foi republicada depois no 'Almanaque da Mônica Nº 48' (Ed. Globo, 1995) e no 'Almanaque do Cascão Nº 40' (Ed. Globo, 1997). Curioso ser republicada em almanaques diferentes com 2 anos só de intervalo, histórias para republicações não faltavam, podiam estar com pressa para fechar a edição. quem sabe. Aconteceram outras vezes republicações recentes entre almanaques da MSP. Termino mostrando as capas desses almanaques republicados.
|
Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 48' (1995) |
|
Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 40' (1997) |
Marcos, tem aí Almanaque do Cascão nº40 da Editora Globo? Tenho a edição, esquisito a história ser republicada pela segunda vez em 1997, retomada à cochilada de 1987.
ResponderExcluirÉ mesmo, tinha até esquecido. Depois até atualizo isso. Era estranho quando tinha republicações com pouco tempo de republicação. E histórias não faltavam nessas alturas da MSP. E curioso que com essa, são 3 histórias do Rolo de 1986 que tiveram republicações recentes de 2 anos entre si. Além dessa, a com ele assistindo novela Roque Santeiro e outra com ele querendo fugir da família da namorada foram republicadas em 1996 e em 1998.
ExcluirPodem ser cochiladas tranquilas, cochiladas por correrias e vacilos conscientes devido às correrias, tipo: "Põe esta mesmo, não dá mais tempo de procurar outra que encaixe republicada há mais tempo ou que ainda nem foi, Mauricio está apertando, não importa se foi republicada há onze meses, temos que fechar a edição, é agora ou nunca, rápido!!". Vai que as três do Rolo republicadas precocemente nas segundas vezes, cada uma se encaixe em cada um destes três tipos de vacilos de bastidores.
ExcluirCapaz de ser isso de faltar pouco tempo pra fechar almanaque aí colocavam qualquer uma pra preencher as páginas que faltavam. Pelo menos são tipos de histórias que são tão boas que nem cansam serem repetidas em pouco tempo, as 3 são excelentes.
ExcluirAs outras duas não sei se conheço, com certeza são excelentes, nos anos 1980 Rolo não jogava conversa fora.
ExcluirSe tirou do gibi original, está com cara que passou por guaribada digital, caso não, tirou do almanaque, está com pinta de Ed. Globo, o tipo de papel utilizado pela Abril tende a escurecer, algo assim, oxida ou desbota, sei lá, mesmo assim nem todos exemplares sofrem tal ação, maioria certamente, a qual gibi recorreu para postar?
Tenho as 3 edições e tirei imagens da revista original do Cebolinha 165 da Editora Abril da minha coleção. Nesse as cores não desbotaram e nem alterei colorização, só recortei.
ExcluirPelo jeito seu exemplar da Ed. Abril parece estar bem conservado.
ExcluirInteressante é quanto à recolorização, no último quadrinho os sapatos dela estão brancos, e estão coloridos, não é esquecimento por falta e sim por troca, pois não estão com o branco do papel, já na segunda republicação corrigiram, em compensação, no antepenúltimo quadrinho da colorização original, a bolsa está colorida integralmente, o que não ocorre na segunda. A primeira republicação também deve apresentar singularidades quanto a isto.
Só para ficar mais claro possível: "(...)o que não ocorre na segunda "republicação".", pois a segunda colorização encontra-se na primeira republicação.
ExcluirAs vezes aconteciam erros de colorização e que podiam ou não ser corrigidos nas republicações, se bem que normalmente não corrigiam. Já entre as cores da primeira e segunda republicações devem ser as mesmas em relação a tipos de cores porque os tons de cores das republicações das histórias da Editora Abril seguiam com os tons das revistas mensais em bancas até então. As cores da republicação de 1995 foram mais escuras que na de 1997, por exemplo. Já os tons de cores de republicações de histórias da própria Globo seguiam iguais como eram as originais da Globo.
ExcluirGosto de ver quando os coloristas percebem falhas dos desenhistas e dentro do possível conseguem ajeitar, meio raro, mas já vi outras além desta cujas mangas da camisa estão faltando traços, quarto quadrinho da primeira página.
ExcluirNa Editora Abril os erros de cores e desenhos eram grandes. Nem ligava para esses erros, até gostava. Se bem que essa da camisa percebe se for detalhista, eu não percebi isso.
ExcluirE na recolorização da republicação do almanaque de onde tenho a história, ficaram ainda melhores os detalhes das mangas.
ExcluirQuantos cometas cruzaram nossos céus noturnos antes e depois de 1986, somente Halley é popstar, nenhum outro é lembrado popularmente.
Vários cometas. Dão destaque maior ao Halley porque tem tempo certo para passar na Terra, a cada 75 a 76 anos. Por isso é mais famoso.
ExcluirHalley é um dos símbolos da década de 1980.
ExcluirCom certeza, Zózimo. Marcou a década.
ExcluirBoa... Hq e não tenho esses gibis na coleção! :)
ResponderExcluirhttp://blogdoxandro.blogspot.com/
Muito legal com certeza. Um dia consegue essas edições.
ExcluirO rolo teve histórias boas mesmo na fase mais recente. ..mas evitam confusões com namoradas pois seria mau exemplo cara mulherengo, machismo de apoiar pegador ainda mais nessa época...mas sentia boas histórias. ..podiam tirar a turma da tina da turma clássica e por no tmj. .aí voltarias mais adultas
ResponderExcluirRolo era muito engraçado, com esse mau exemplo de mulherengo e machista não tem mais histórias assim, ficam fracas agora.
ExcluirAté o termo "droga" é proibido?E o que eles falam,hoje,quando estão p*t*s?
ResponderExcluirPois é. Aí nessas situações de raiva eles falam "Bolas!" e recentemente estão falando "afe". Já no sentido de "filme é uma droga" eles mudariam pra "filme é muito ruim" ou "uma porcaria" ou algo do tipo. Acho do jeito que estão, até "porcaria" iam implicar rs.
ExcluirEsse "bolas" remete a uma gíria antiga,daquela época mesmo,o "ora,bolas".Talvez tenha dado origem à atual gíria "bolado" ou "boladão".
ExcluirPois é. Nem "credo" pode mais...
ExcluirIsso, nem "credo" também. Tem uma lista de palavras proibidas, muitas são absurdas as proibições. Até " Meu Deus" e "minha nossa" implicam.
ExcluirJulio César, vem de "oras, bolas!" mesmo. Mas acho "droga!" um sentido de mais raiva ainda, gostava mais. Nas histórias novas nem ligo, o problema é quando alteram a palavra "droga" nos almanaques, aí que complica.
ExcluirMarcos e amigos,vocês lembram de uma HQ do Cascão chamada "O Boca suja"?
ExcluirJulio Cesar, eu lembro. o Cascão fica falando palavrões e a mãe se disfarça de bruxa pra ver se ele não falasse mais palavrões. É de Cascão 132 de 1992.
ExcluirOs dois estavam sem dinheiro e o Rolo fez trapalhadas,eu nunca tinha visto o pai do Rolo,já apareceu a família dele em alguma histórinha?
ResponderExcluirRolo sempre enrolado com as mulheres. Muito bom. Os pais dele apareciam de vez em quando, tanto pai quanto mãe, um estilo mais gordo, nas últimas vezes o pai apareceu mais magro. E a mãe do Rolo lembra o desenho da mãe do Titi.
ExcluirHoje ate abordam temas adolescentes, nas historias da Tina.So que são temas mais moderados,como o priemiro emprego,os desafios da universidade,o namoro da pipa e do zecão kkkk
ResponderExcluirSim, e sempre procurando não deixar coisas incorretas. Também noto que estão investindo também em relação familiar entre Tina e seu irmão Toneco.
ExcluirSim,conflitos familiares da Tina.Até a avo dela voltou a aparecer(esqueci o nome).E o Rolo,em vez de estar sempre de namorada nova,agora esta sempre procurando um emprego novo ou usam a Turma da Tina pra abordar um tema corriqueiro entre os jovens:as redes sociais.
ResponderExcluirSim, a Vovoca. Reparei nisso e também sobre redes sociais. Estilo mais diferente a favor do maldito politicamente correto.
Excluir