O gibi 'Cebolinha Nº 7' foi lançado pela Editora Globo em julho de 1987. Nessa postagem comento como foi e todas as suas curiosidades.
Esse gibi teve 13 histórias, contando a tirinha final. Segue o estilo de histórias curtas como era de costume na época e por isso costumavam ter bastante histórias no mesmo gibi. Curiosamente, ainda não tinha seção de cartas "O Plá do cebolinha". Quando mudaram da Editora Abril para a Globo, os gibis da Mônica e cebolinha não tiveram seção de cartas e, especificamente os da Mônica, todas aquelas seções que tinham na Editora Abril, como Horóscopo da Mônica, "Maurício Apresenta: O Mundo Encantado dos Animais", "É fácil desenhar", entre outras, foram extintas e nos primeiros números da Globo só tiveram passatempos. Apenas a partir da edição "Nº 10" de outubro de 1987 de Mônica e Cebolinha que voltaram a ter as seções de cartas, agora denominadas "Mônica dá o recado" e "O Plá do Cebolinha", respectivamente.
A capa desse gibi ficou muito bonita, com eles jogando bolinha de gude. Desenhos fofinhos e de curiosidade foi uma ilustração que já existia, tirada do início dos anos 80 e que ainda tinha virado estampa de camiseta na época, um pouco antes desse gibi ser lançado.
As cores foram mudadas pela primeira vez na Editora Globo depois que eles estrearam na Editora em janeiro de 1987, começando a partir da edição "Nº 6". As cores antes pareciam que tinham sido pintadas em tinta aquarela, as peles dos personagens eram mais rosadas. A partir de junho de 1987 as cores foram em tons mais pasteis, mais claras do que estava antes. E depois tiveram várias outras mudanças, já que na Globo viviam sempre mudando as cores e o tipo de papel toda hora. Abaixo, como eram as cores até as edições de maio de 1987, com trecho tirado da história "Perigo Transmitido", de 'Cebolinha Nº 3'.
Trecho da HQ "Perigo Transmitido" (Cebolinha Nº 3 - Ed. Globo 1987) |
A história de abertura desse gibi 'Cebolinha Nº 7' foi a divertida "Pesadelos", com 10 páginas no total. Nela, Cebolinha arma um plano infalível junto com os meninos para que a Mônica pense que um homem mal-encarado esteja seguindo e depois todas as pessoas que ela vê tem a cara desse homem mal-encarado para ela pensar que está tendo alucinações. Ela encontra na rua o Doutor Filipo, especialista em alucinações , e como ela vê o doutor também com a cara do homem, ele a prende em uma camisa de força, falando que está ela à beira da loucura e que a alucinação é por causa dos aborrecimentos que tem com os meninos e se parar de bater neles, tudo vai passar.
Trecho da HQ "Pesadelos" |
Os meninos passam a provocar a Mônica e ela tenta se controlar, até que o Cascão a xinga e tenta chamar de louca, aí a Mônica fica braba, mas ele mostra a máscara do homem mal-encarado bem na frente dela e descobre que era um plano infalível, o Franjinha era quem estava disfarçado de Doutor Felipo. Os meninos ficam brabos porque o Cascão estragou tudo de novo e Mônica bate em todos. No final Cascão comenta que eles nunca vão se livrar daquele pesadelo que era a Mônica.
Muito engraçada essa história, é de rachar de rir com a Mônica com medo do homem mal-encarado e sua possível alucinação. Podia ter saído em um gibi da Mônica, já que o Cebolinha aparece muito pouco nela. Nessa teve propaganda da Labra inserida na lateral direita da 7ª página. Era muito comum na época ter anúncios assim nas laterais e até mesmo inseridos no rodapé das histórias. Tinham muitos anunciantes e essa era uma alternativa para aparecer mais anúncios nos gibis.
Trecho da HQ "Pesadelos" |
Em seguida, vem a história "Paqueras Pré-Históricas" com o Piteco. Ele paquera as mulheres da Aldeia de Lem oferecendo sua ajuda a elas, mas todas tem um noivo brutamontes que acabam dando grande surra nele e acabam com a sua alegria. Piteco chega a reclamar que todas as garotas de Lem estão comprometidas e fica uma fera quando um homem fica dando flores para a Thuga. Uma história que demonstra que o Piteco tem ciúmes pela Thuga, mesmo fugindo dela e não quer ver ninguém a paquerando.
Em "Transformações", Cebolinha recebe a visita de um fado-padrinho que é a sua cara e também troca o "R" pelo "L" e tranforma o cebolinha em super-heróis famosos para derrotar a Mônica. Então, o cebolinha se transforma em "Supergaroto" (Super-Homem), "Menino de Ferro" (Homem-de-ferro) e "Ri-Menino" (He-Man), mas sempre apanhando da Mônica. Com isso, a alternativa do fado-padrinho foi transformar o Cebolinha em outra Mônica no final para poder lutar de igual para igual com ela.
Teve também uma história do Rubão, do casal Rubão e Mariazinha, sendo que dessa vez protagonizada só por ele. Em "Todos comigo", o Rubão se mete na vida dos seus amigos, colocando defeito em tudo, como o Rolo usar camisa cavadinha com ombros de fora, Tina usar minissaia, homens de brinco e de cabelo comprido, dando um show de preconceito e arrogância por causa do seu estilo machão. O seu amigo João não gosta do papo dele e o abandona também e Rubão tenta montar uma campanha de passeata "Machões unidos jamais serão vencidos" em busca da volta dos velhos tempos, mas acaba sozinho na história, sem ninguém dando apoio a tal campanha. Mariazinha só foi citada quando Rubão diz ao Jaime que ele nunca deixaria sua namorada se vestir igual a Tina.
Trecho da HQ "Transformações" |
Teve também uma história do Rubão, do casal Rubão e Mariazinha, sendo que dessa vez protagonizada só por ele. Em "Todos comigo", o Rubão se mete na vida dos seus amigos, colocando defeito em tudo, como o Rolo usar camisa cavadinha com ombros de fora, Tina usar minissaia, homens de brinco e de cabelo comprido, dando um show de preconceito e arrogância por causa do seu estilo machão. O seu amigo João não gosta do papo dele e o abandona também e Rubão tenta montar uma campanha de passeata "Machões unidos jamais serão vencidos" em busca da volta dos velhos tempos, mas acaba sozinho na história, sem ninguém dando apoio a tal campanha. Mariazinha só foi citada quando Rubão diz ao Jaime que ele nunca deixaria sua namorada se vestir igual a Tina.
Tiveram também 2 histórias envolvendo comida, lembrando Magali. Em "Não toque no meu bolo", Cebolinha vê a mãe preparando um bolo, mas ela não deixa comer porque era de noite e muito tarde. Cebolinha, então, vai até à cozinha escondido, e come o bolo inteirinho. No dia seguinte, dá uma dor de barriga e ele não sai da privada com diarreia. Afinal, quem mandou desobedecer a mãe. E mesmo assim ele insiste que não comeu o bolo. Impublicável hoje em dia pelo fato do Cebolinha desobedecer a mãe e ter se dado mal no final porque hoje não pode ter finais tristes.
A outra foi com o Rolo, na história "Ana Fátima, garota bom de garfo", com direito a um crossover com a Magali. Nela, o Rolo conhece Ana Fátima, apresentada pela Tina, e eles começam a namorar. Só que a Ana Fátima tem o defeito de comer tudo que vê pela frente. Eles vão a restaurante japonês, pizzaria e lanchonete e ela come tudo, deixando o Rolo sem dinheiro e de barriga cheia de tanto comer, sem conseguir acompanhar a sua nova namorada na comilança. Eles se despedem, já que ela tinha que ir jantar na casa da sua sobrinha. Quando Ana Fátima chega lá, a gente descobre que a sobrinha dela era a Magali, daí a quem puxar. Um crossover bem interessante e lembrando que essa tia da Magali só apareceu nessa história e não voltou aparecer nem em histórias do Rolo e nem da Magali.
Trecho da HQ "Não toque no meu bolo" |
A outra foi com o Rolo, na história "Ana Fátima, garota bom de garfo", com direito a um crossover com a Magali. Nela, o Rolo conhece Ana Fátima, apresentada pela Tina, e eles começam a namorar. Só que a Ana Fátima tem o defeito de comer tudo que vê pela frente. Eles vão a restaurante japonês, pizzaria e lanchonete e ela come tudo, deixando o Rolo sem dinheiro e de barriga cheia de tanto comer, sem conseguir acompanhar a sua nova namorada na comilança. Eles se despedem, já que ela tinha que ir jantar na casa da sua sobrinha. Quando Ana Fátima chega lá, a gente descobre que a sobrinha dela era a Magali, daí a quem puxar. Um crossover bem interessante e lembrando que essa tia da Magali só apareceu nessa história e não voltou aparecer nem em histórias do Rolo e nem da Magali.
Trecho da HQ "Ana Fátima, garota bom de garfo" |
Antes dessa história do Rolo, teve uma do Astronauta, em que aparece a Ritinha no final, antiga namorada dele, quando eles ainda eram namorados. Na trama, Astronauta vai a um planeta onde só tem uma extraterrestre sobrevivente e ela se apaixona pelo Astronauta, que não quer saber dela porque não curte casamento.
Na correria do Astronauta fugindo dela, acabam encontrando um ET-Homem que também pensava que estava sozinho no planeta e os ETs começam a namorar. Astronauta volta ao planeta Terra, sem saber da surpresa da Ritinha vestida de noiva, se preparando para se casar com ele, ficando a dúvida se ele vai querer ou não casar com ela, sendo que provavelmente não ia querer.
Trecho da HQ "O Astronauta" |
Em "The Kid Cebola", Cebolinha encarna um xerife de faroeste mal-encarado e encrenqueiro, que pede litro de leite ao balconista e se envolve com tiroteio com índios americanos. No final, a gente descobre que foi tudo imaginação do Cebolinha como forma de brincar a uma ida a padaria pra comprar litro de leite para a mãe. Impublicável pelo fato do Cebolinha está atirando com revólver na mão.
Trecho da HQ "The Kid Cebola" |
"Falhas de comunicação" é protagonizada pela família dos Cebola. Nela, Seu Cebola chega do serviço e não dá atenção a sua esposa. Ele esquece de dar beijo nela e vai direto assistir televisão. Na janta, come rápido lendo o jornal na mesa mesmo, sem dar atenção à família, depois vai ouvir futebol no rádio. Dona Cebola põe os filhos pra dormir e quando vai ver se o marido vai dar atenção a ela, ele resolve ler um livro e ela começa a chorar porque seu marido não dá atenção a ela. Aí, ele vê que não agiu certo e eles vão para o quarto conversar sobre o dia, só que, já na cama, ela acaba dormindo no final por causa de tanta faladeira.
Eu adorava histórias protagonizadas pelos pais do Cebolinha, mostrava um cotidiano real de uma família comum. Essa história realmente o que acontece na vida real, só sem presença de smartphones e computador porque não existia na época. Aliás os pais do Cebolinha tiveram boa presença nesse gibi, com Seu Cebola aparecendo em 2 histórias e Dona Cebola em 4.
Trecho da HQ "Falhas de comunicação" |
Tiveram mais 2 histórias simples com o Cebolinha, uma de 2 páginas, chamada "Aquele papo", em que ele corre vários andares de uma montanha par apoder conversar com o Anjinho e a outra, sem título, em que ele vê um passarinho caído no chão e o ajuda levando pra casa dele, tratando dos ferimentos e dando comida a ele, mas ao soltar o passarinho na rua, ele cai de novo de tão gordo que comeu, deixando o Humberto com pena. Esta, tudo indica que foi uma republicação por volta de 1981 pra cumprir o espaço da seção "O Plá do Cebolinha" que ainda não existia.
A história de encerramento é "Com os dias contados" em que o Cebolinha pensa que vai morrer depois que vai a um médico porque vê a cara da mãe preocupada depois da consulta. Então, o Cebolinha faz drama e se despede dos seus amigos abraçando todos porque vai morrer.Todos choram até que Dona Cebola aparece, vê o filho fazendo testamento e diz que na consulta ficou preocupada foi com o pagamento da consulta, que foi uma facada de tão cara que foi. Cebolinha fica feliz e todos comemoram. No final, o Cascão diz para os leitores que ficou feliz em saber que o Cebolinha não ia morrer, mas ficou com pena que perdeu a coleção de tampinhas do Cebolinha que ia dar pra ele depois de morrer. Interessante a parte do Cascão citar sobre a novela "Roda de fogo" que passava na época (e que não teve nome parodiado), já que eles sempre ficaram antenados com a atualidade.
E na tirinha no final do expediente é de metalinguagem com Cebolinha reclamando que colocaram o fim no quadrinho errado e por isso ele parou e acabou apanhando da Mônica.
Trecho da HQ "Com os dias contados" |
E na tirinha no final do expediente é de metalinguagem com Cebolinha reclamando que colocaram o fim no quadrinho errado e por isso ele parou e acabou apanhando da Mônica.
Como pode ver foi um gibi muito legal, agradável para todos os gostos, cheio de histórias incorretas. Traços muito bons em todas as histórias que davam gosto de ver. Um gibi que, sem dúvida, valeu a pena relembrar e ter na coleção.
Sobre a tirinha final,de três quadrinhos,sempre gostei disso de "quebrar o protocolo" nos quadrinhos de vez em quando,caso deste em que o "fim" não aparece no último,mas no penúltimo quadro.Me faz lembrar algumas histórias do Cebolinha mesmo,com o Louco,em que geralmente aconteciam situações do tipo,como os quadrinhos de cabeça para baixo ou o balão de fala virar um navio.
ResponderExcluirEu também gostava bastante quando tinha isso. Saia da mesmice. Gostava também quando o título da história aparecia no último quadrinho, por exemplo, ou até mesmo na 2ª ou 3ª página.
ExcluirMarcos eu consegui três gibis legais da editora globo: Magali 55, Mônica 15 e gibizinho do cebolinha 2. Agora eu tenho três gibizinhos. Esse da Mônica também tem uma história do Rubão e da Marianha, chamada "Vamos a Praia". Até achei parecida com a história deles chamada "Praia quente". Essa história do Rubão do Cebolinha 7 foi republicada no almanaque coleção um tema só 25.
ResponderExcluirBacana que vc conseguiu esses gibis. Todos muito bons.
ExcluirSim, conheço essas histórias "Vamos a Praia" e "praia Quente" do Rubão e Mariazinha. por coincidência essas 2 foram republicadas recentemente no Almanaque Temático 33 da Panini - Mônica Praia. E a "Praia Quente" também foi republicada no Coleção Um Tema só 25.
Como foram as alterações nas histórias do Rubão no almanaque temático 33? A propósito, a história de abertura do Mônica 15, "A eterna luta entre o bem e o mal", foi inspirada em alguma outra história e/ou personagens?
ExcluirParece que não tiveram alterações nas histórias do Rubão e Mariazinha. Fizeram em outras no no almanaque temático 33, mas não dessas histórias do casal.
Excluir"A eterna luta entre o bem e o mal" foi criada mais pra fazer uma crítica política, do povo não escolher governantes só por causa da beleza e de um bom papo. Não acho que teve inspiração de personagens, embora acho o bandido bem parecido com o He-Man.
É, não teve Bidu e Penadinho. Não era toda edição que tinha histórias deles porque quase todas do cascão tinham histórias deles. Esse do Cebolinha tiveram bastante de secundários.
ResponderExcluirEu também gosto dos pais do Cebolinha, são muito simpáticos. essa edição foi muito boa, como todas na época. Valeu por ter gostado. Abraço
Rubão é um personagem que podia voltar (caso não houvesse o politicamente correto) como um representante do backlash conservador que temos visto esses tempos.
ResponderExcluirAliás, gostaria de ver essa história completa, li poucas histórias dele.
De resto, que edição bacana, a única parte que estraga é o astronauta (são raríssimas as histórias dele que gosto)
Eu gostava do Rubão e da Mariazinha. Eram bem interessantes, mas se voltassem iria ser tudo ameno, sem tanta coisa incorreta e iam descaracterizar os personagens. Quando der, posto essa hq completa, são 3 páginas e o enredo é esse mesmo do texto.
ExcluirEssa do Astronauta foi normal dentre os padrões da época, mas tem esse destaque da volta da Ritinha e ainda como namorada dele.
Adorei a ideia de falar sobre edições antigas completas (sem ser edições especiais). Continue com o projeto.
ResponderExcluirVerdade, bem bacana mesmo, mas aí só dá pra postar algumas páginas e não histórias completas, só o enredo. Vou procurar fazer mais resenha de gibis. Valeu por ter gostado.
ExcluirMe permite dizer, mas esse Rubão tem cara de um IDIOTA.
ResponderExcluirRsrs.... ele tem mentalidade atrasada, até demais.
ExcluirRubão, o babaca
ResponderExcluirDemais. Muito arrogante. Até amigos se afastaram dele por causa disso.
ExcluirE é claro, com coisas incorretas que eram ótimas.
ResponderExcluirEra muito bom quando tinhas as coisas incorretas, bem mais engraçadas.
ExcluirRubão já não tem motivo pra voltar a menos que tope uma terapia. A Mariazinha, por outro lado, teria mais chance sem ele pra amolar. Aliás, a Mariazinha faria sua última aparição sem o Rubão na edição 13 do Cebolinha da globo, quando ela sai pra procurar um namorado segundo o conselho dado pelo radialista de horóscopo e depois de um dia inteiro de procura, ela o encontra: o próprio radialista.
ResponderExcluirSe um deles voltasse, com certeza seria a Mariazinha. Se o Rubão voltasse, seria bem descaracterizado, não ia valer a pena. Nessa história de Cebolinha 13 foi uma que ela apareceu sem o Rubão, foi diferente.
ExcluirO Mundo Encantado dos Animais. Devia falar dessas histórias. Sempre pensei como seriam se fossem HQs.
ResponderExcluirNa verdade isso eram contos, não histórias em quadrinhos. Já falei sobre no post de seções de gibis da Editora Abril. Acho que se fossem histórias em quadrinhos seriam melhores.
Excluir