A história que eu mostro é uma grande aventura com o Cascão encarnando um marujo, cheia de reviravoltas, baseada nos contos do "Simbad, o Marujo". Tem 13 páginas e foi publicada em 'Cascão nº 56' (Ed. Globo, 1989).
Capa de 'Cascão nº 56' (Ed. Globo, 1989) |
Passada em Bagdá, ela começa um narrador apresentando o ambiente de um convés de tripulação de marujos e um deles carrega um barril para o navio sem saber que tinha alguém dormindo lá dentro. Era Cascãobá, que, quando acorda, vê que estava em alto-mar e fica desesperado.
Ele corre de um lado para o outro, pensando que Bagdá estava sendo inundada, sem saber o que fazer para sair de lá, quando se esbarra com um marujo. Então, Cascãobá descobre que está num navio e o marujo o manda lavar o convés. Cascãobá tenta se explicar já com o balde nas mãos, quando eles são surpreendidos por um maremoto e o navio é envolvido por enormes ondas.
Os marujos o mandam ajudar a segurar a vela, mas recusa, falando que já está com muito trabalho para não se molhar. Com o perigo do navio naufragar, os marujos arrumam um bote para ficar em uma ilha próxima, mas Cascãobá continua lá, achando que estava mais seco. O navio continua se sacudindo até que surge uma enorme serpente marinha, que era a causa do maremoto. Ela destrói o navio só com a cauda e faz o Cascãobá voar rumo ao mar.
Quando ele pensa que ia se molhar, a cauda da serpente o arremessa direto na ilha onde está a tripulação e, com isso, ele continua seco. Os marujos encantados com a sua bravura, pensando que Cascãobá estava tentando salvar o navio, o nomeiam como capitão, quando surge de repente uma tempestade. Eles se abrigam em uma caverna e se deparam com um Ciclope canibal.
Todos correm, mas o Ciclope consegue pegar o Cascãobá. Quando ia ser comido, surge uma brisa salvadora que faz as sujeiras dele caem nos olhos do ciclope e sem enxergar, acaba soltando o Cascãobá e ainda tropeça sendo derrubado de vez. Os marujos acabam encontrando um tesouro na caverna do Ciclope e encontraram um navio que servia como decoração e, com isso, seguiram viagem, com navio novo e ricos. E Cascãobá tendo uma vida de rei.
Quando estava tudo às mil maravilhas, o narrador surpreende o Cascãobá com uma segunda viagem que não estava nos seus planos. A tripulação comprou um barco novo e resolveu viajar para aumentar mais a fortuna para o desespero do Cascãobá. Então, seguiram viagem em alto-mar por dias até que eles ficam encalhados em uma espécie de ilha.
Quando Cascãobá desce do barco, descobre que era uma baleia gigante. Ele a agarrou bem forte, e na tentativa dela de mergulhar, ele é salvo por uma Mãe-Pássaro Roc gigante, que o leva para seu ninho, onde seria a comida dos seus filhotes. Lá do alto, ele avista um vale cheio de diamantes, pensando como iria chegar lá.
Nesse momento, um filhote nasce e o assusta e faz com que ele caia da montanha até o vale. Aí para sair do vale com todos os diamantes, Cascãobá colocou frutas amarradas nos diamantes para atrair a Mãe-Pássaro. Deu certo, inclusive levando o Cascãobá de volta para o seu ninho. Os filhotes comeram as frutas e deixaram os diamantes junto com ele. Até que os marujos, que haviam seguido o pássaro, conseguiram chegar até a montanha e resgataram, junto com os diamantes.
Então, eles chegam ao porto de Bagdá mais ricos ainda e Cascãobá volta à vida boa. Quando o narrador fala que estava pensando em uma terceira viagem, Cascãobá se engasga e discute com o narrador reclamando que não podem vê-lo sossegado que já arrumam outra aventura para ele. Mete a bronca afirmando que não terá outra viagem e se querem aventura que contem história de outro marujo, e escreve "Fim" no final da página. Só restou ao narrador mudar o discurso e dizer que Cascãobá resolveu ficar sossegado e curtir a vida porque ele merece, terminando assim a história.
Sem dúvida uma história fantástica. Roteiro excelente, traços e cores maravilhosos. Tudo sensacional. Interessante as reviravoltas que quando a gente pensa que está tudo resolvido, acontece outra coisa, deixando assim ela mais envolvente. Muito legal também a metalinguagem nela, muito divertido ver o Cascão discutindo com o narrador, não gostando das aventuras em alto-mar que ele foi obrigado a passar.
Não se trata de que era imaginação do Cascão nem alguém contando história para ele. Simplesmente o narrador contando para os leitores a história que se passa no Oriente Médio, com o Cascão encarnando um marujo, sem necessidade de dar nenhuma explicação para isso, como tem que ser.
O narrador da história em questão pode-se dizer que é o Mauricio de Sousa, já que no título mostra "Mauricio apresenta". Mas a história não foi escrita por ele. Acredito que tenha sido Rosana Munhoz, já que ela gostava muito de histórias baseadas em contos e fábulas. Mesmo assim nada confirmado, só palpite.
Tem uma clara referência aos contos das viagens do "Simbad, o Marujo", que também foram adaptadas para o cinema, inclusive anos depois virando até desenho animado da Disney. Enfim, um clássico do cinema. Nessa época. eram muito comuns histórias de fábulas com o Cascão adaptadas ao seu medo de água. Todos os personagens tinham histórias assim, mas com o Cascão era mais frequente. E depois historias de fábulas ficaram mais com a Magali, quando o gibi dela se consolidou.
Na postagem não coloquei a história completa. Sempre bom relembrá-la, ainda mais que foi dos primeiros da minha coleção. Há extos 25 anos circulava nas bancas, já que é de março de 1989. A capa desse gibi, aliás, também é excelente, com o Cascão encarnando um cavaleiro medieval na luta pra consertar uma torneira pingando. Muito boa.
O Cascão é o meu favorito quando encarna nestas aventuras. A hq não conhecia já que como eu falei não acompanhei a Turma quando estavam na editora Globo, só uma ou outra historinha esporádica. Desenhos e roteiro de tirar o fôlego. Muito bom.
ResponderExcluirAdoro os traços dessa hq e o roteiro tbm é excelente. Nessa época, as hqs eram muito boas, gostava de hqs parodiando contos como essa.
ExcluirQuem mais parodiava contos eram o da magali, mas agora foi a vez do cascão....
ResponderExcluirAntes da Magali ter seu gibi, hqs parodiando contos eram mais com o Cascão... até em 89 era assim e aí a partir de 90 ficaram com a Magali... mesmo assim todos os personagens tinham hqs assim.
Excluirlegal representa umas das melhores historias que eu já li estou saindo do blog adeus e seja feliz!
ResponderExcluirValeu Anônimo!
Excluirde nada meu nome e Juan
ExcluirTudo bem Juan. Valeu!
ExcluirMuito DEZ..nunca tinha visto! :D
ResponderExcluirHq maravilhosa... vale a pena ler.
ExcluirMuito legal essa história!
ResponderExcluirÉ excelente. Uma criatividade incrível.
ExcluirOlá Marcos, estou fazendo meu trabalho de conclusão de curso sobre os gibis da Turma da Mônica e adorei seu blog, gostaria de saber se você pode me ajudar com algumas dúvidas. Como faço para entrar em contato com você? Obrigada!!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirMuito legal a história, Marcos! bj
ResponderExcluirEu tbm adoro. Muito bem elaborada. Bjs
ExcluirMeu camarada ... eu andava meio triste depois que a turma foi parar na panini e longe,muito longe dos quadrinhos da turminha até que conheci o seu blog mais ou menos um ano atrás.Desde então, venho acompanhando suas postagens,mas nunca tinha comentado até ver essa capa com o meu personagem favorito.É justamente essa revista que venho procurando há muito tempo(mais tempo do que eu passei sem ler revistas da turma da mônica!!)lembro que li essa história por volta do ano de 1994,só que a revista estava sem a capa e suja de lama ... deu pra entender o por quê de quase eu chegar as lágrimas agora e comentar??
ResponderExcluirObrigado,obrigado ... muito obrigado mesmo!!!! valeu por tudo!!
André, q bom q tá gostando do blog e seja bem vindo. Eu entendo o seu lado perfeitamente e pra mim essa revista tbm é especial, tbm foi uma das primeiras q eu tive, pq foi dos primeiros meses q eu passei a colecionar.
ExcluirEssa hq é maravilhosa mesmo. Muito bem elaborada. E o gibi todo é ótimo. Tomara q vc consiga arrumar esse gibi em algum sebo ou na internet. Agora q conhece a capa fica mais fácil buscar.
De nada. Abraços
Valeu Marcos!!
ResponderExcluirComentei com o meu cunhado que estava seguindo o seu blog, e para minha surpresa ele me deu algumas revistas da turma da Mônica que ele não queria mais.Entre elas a que me chamou mais atenção foi o almanaque do Chico Bento número 2 da época da editora globo.
Só faltava no meio delas ter essa do cascão,hein??
Tá certo ... aí já era pedir demais!! hahahahahahehe
kkk... aí seria muita coincidência e sorte ter essa do Cascão. Mesmo assim muito bom q vc ganhou gibis dele, com certeza de uma época de ótima qualidade, a começar desse do Almanaque do Chico Bento 2... é excelente. Boa leitura.
ExcluirMuito boa essa história, Marcos! É Sinbad, O Marujo, versão Cascão da Turma da Mônica.
ResponderExcluirMas vem cá: O Cascão é um belo dum chorão, né? Coitado, ele passou quase toda a história chorando. Até quando o ciclope agarra ele, ele chora. Que chorão, hein? Fiquei até com dó dele.
E eu juro que nunca vi essa história na minha vida. Mas quem já teve HQs relacionadas à fábulas foi a Magali, né? Essa sim adora uma fábula. Mas também lembro de HQs de fábulas de outros personagens, como Ceboladim e a Lâmpada Maravilhosa (CB # 1, 1987) e O Terrível Ogro da Floresta (MN # 192, 1986).
Mas mesmo assim, não deixa de ser mais uma história boa do Cascão, tirando o fato que nessa ele é um verdadeiro chorão. Abraços!
Essa hq é muito legal. Ele chorava mais de desespero da possibilidade de se molhar.
ExcluirTodos os personagens tiveram hqs de fábulas até o Chico, sendo q a maioria era com o Cascão e depois q foi lançado o gibi da Magali ficou mais com ela.
Abraços