sábado, 29 de novembro de 2025

A turma: HQ "O plano roxo"

Em novembro de 1995, há exatos 30 anos, era lançada a história "O plano roxo" em que Cebolinha e Cascão passam sombra de olho roxa em volta dos olhos para Mônica pensar que estão machucados desde a última surra e e não apanharem dela. Com 16 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 107' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Cebolinha Nº 107' (Ed. Globo, 1995)

Escrita por Rosana Munhoz, Cebolinha chama o Cascão para mais um plano infalível contra a Mônica e estranha que Cascão ainda está de olho roxo desde a última vez que apanharam dela e que o olho dele já sarou. Cascão diz que talvez seja mais sensível e reforça que não vai fugir do plano como prometera, apesar de Cebolinha ter forçado.

Cebolinha explica o plano de que é pegar o Sansão laçando com corda e depois dizer para a Mônica que só devolve se ela parar de bater neles. Cebolinha laça a corda e pega a Mônica sem querer. Ela bate no Cebolinha, mas ao ver o Cascão com olho roxo, estranha. Ele diz que ainda não sarou da última surra, ainda dói e que pode bater em cima, quem sabe muda de cor e, assim, Mônica desiste de bater nele e estima melhoras.

Cascão comemora que não apanhou e logo disfarça que tem que ir embora ao ver Cebolinha olhando para ele. Cebolinha dá uma olhadinha nos olhos do Cascão, descobre que estava pintado e reclama que ele bolou plano infalível para não apanhar da Mônica. Cascão pergunta se é proibido e Cebolinha responde que sem avisar é falso amigo.

Cascão diz que tinha medo de entregar o ouro. Cebolinha fala que todo mundo sabe que língua de trapo é o Cascão e ameaça contar para a Mônica, mas que pode não contar se deixar que ele use o mesmo truque, mesmo que já tenho um lado com olho roxo, ainda tem o outro lado limpo para preservar.

Os dois vão à casa do Cascão, que passa a sombra de olho roxa da mãe no Cebolinha e nem nota diferença. Eles vão à rua e Cebolinha xinga a Mônica de bobona, dentuça e gorducha. Quando ela vai bater, não lembra que tinha dado dois socos no Cebolinha, que fala que para ver como ela anda violenta e a xinga mais.  

Mônica diz que não bater nele porque pode fazer mal, mas quando sarar, vai ter surra. Cascão acha que Cebolinha está abusando e ele diz qual a graça de bolar plano se não pode aproveitar ao máximo e que amanhã eles se encontram de novo para aproveitarem mais.

Chega o dia seguinte e Cebolinha quer que o Cascão pinte o olho dele de novo com a sombra porque ele toma banho. Depois vão à rua e xingam a Mônica de novo e ela diz que se aproveitam que estão machucados, mas quando sararem, vai ter surra. E assim continuam esse processo de xingamentos, rabiscar caricaturas no muro, dar nós nas orelhas do Sansão, mostrar língua para Mônica por mais 4 dias, até que no outro dia acaba a sombra roxa e Cascão resolve colocar a verde no lugar no Cebolinha.

Eles saem para xingar a Mônica, que percebe que os olhos do Cebolinha não estão mais roxos, estão verdes. Cascão fala que foi porque piorou, estão apodrecendo. Cebolinha pergunta se a Mônica não se sente culpada e a xinga pra valer. Ameaça chuva, Cascão avisa e Cebolinha diz que não tem medo de chuva. 

Cascão sai e Cebolinha continua xingando Mônica com chuva caindo. A sombra verde molha, escorre e Mônica nota que os olhos dele sararam. Cebolinha disfarça que é milagre, Mônica o segura, vão até onde estava o Cascão. Mônica limpa olhos dele com pano e descobre que era maquiagem. Cascão disfarça que não sabia e pergunta quem será que fez isso.

Mônica fala que não faz ideia, mas sabe o que vai fazer com eles e promete que não vai deixá-los com olhos roxos. Bate neles, em todas as partes do corpo, menos soco nos olhos e no final Cascão diz que pelo menos ela cumpriu a promessa.

História legal em que Cebolinha e Cascão usam sombra de olho de cor roxa da mãe do Cascão para poderem xingar a Mônica sem apanhar porque ela disse que não bate em quem está com olho machucado para não piorar. Conseguem enganá-la por alguns dias até quando acaba a sombra roxa e colocam a verde e Cebolinha fica na chuva  com a sombra no olho e escorre no rosto, fazendo a Mônica descobrir o plano infalível deles.

Um plano criado pelo Cascão que o Cebolinha aproveitou. Ficaram vários dias aprontando com a Mônica sem apanhar e ela boba de acreditar, não ficariam tantos dias olho roxo não curar se não bateu mais neles. Já daria para desconfiar quando viu que tinha dado soco no Cebolinha só em um olho e depois ele ficou com os dois roxos com a sombra. Mônica foi burra até de acreditar que olho verde foi por causa que estava apodrecendo, só ela para acreditar em qualquer bobagem dos meninos.

Ao menos não foi o Cascão quem estragou o plano dessa vez, foi mais inteligente que o Cebolinha dessa vez. Culpa da chuva inesperada e do Cebolinha. A obsessão de xingar a Mônica sem apanhar era tão grande e nem se tocou que a sombra ia sair quando estava na chuva, se seguisse  a dica do Cascão de ir embora antes da chuva cair, poderiam ter enganado a Mônica por mais um tempo.

Cebolinha ficou irado que o Cascão criou plano e ainda ameaçou de contar para a Mônica se não participasse, bem típico dele isso. A pressa para xingar a Mônica era tão grande que Cebolinha nem esperou hora do Cascão acordar, bem cedo estava na casa dele e Cascão nem tomou café-da-manhã, já que mostrou terminando de colocar roupa na rua mesmo.

Foi engraçado Cascão dizer que tem olho sensível, que Cebolinha teria que economizar ficando sem tomar banho como ele e que é mania besta tomar banho, os xingamentos diferentes para a Mônica como "sebosa", "gordurosa", "balofa da perna torta", "bobonilda", "chatonta", "dentugorda", Cascão resumir xingamentos ao dizer "idem em dobro", dizer para Mônica que olhos verdes do Cebolinha porque estavam apodrecendo e ela acreditar.

Normalmente os machucados das surras da Mônica duravam pouco tempo, em questões de minutos já estavam curados, sem machucados e olhos roxos, prontos para outro plano infalível, isso quando não tinha erro de aparecerem surrados em um quadro e no outro seguinte sem nenhum arranhão e depois voltarem a aparecer surrados. Dessa vez a Mônica não batia em quem já estava com olho roxo, até teve ideia de ela dar um soco em um só olho que se aprontarem de novo, dá soco no outro olho, mas isso não tinha um padrão visto que já tiveram vezes que ela dava uma surra atrás da outra nos meninos, em uma mesma história ela podia bater várias vezes no Cebolinha, por exemplo, mesmo ainda machucado. 

Curioso de que muitas histórias do Cebolinha nessa fase colocarem titulo como crédito com "A Turma" sem ser direcionado a ele mesmo sendo publicada em gibi dele. Pode ser que seja que inicialmente tinha dúvida em qual gibi poderia sair enquanto roteirizava e colocavam "A Turma" para decidirem depois qual gibi que daria pra encaixar.

Incorreta atualmente por violência, meninos com olhos roxos e depois surrados no final, os xingamentos, já que hoje raramente xingam a Mônica, principalmente de balofa, rabiscarem muros sem ser com cartazes, não tem histórias de planos infalíveis com Mônica se passando por boba, além de palavras e expressões populares de duplo sentido proibidas como "entregar o ouro", "língua de trapo", "tá louco", "gozado", etc.

Traços ficaram bons com personagens com bochechas mais arredondas, típicos dos anos 1990. Cores em degradê em todos os quadros como de costume na época. Em 1995, sobretudo no segundo semestre, também estava bem frequente histórias de abertura da Rosana com quadros divididos em faixas de quadros de 3 linhas e 3 colunas por página ao invés do tradicional 4 linhas e 4 quadros por páginas Desde 1989 já se podia ver enquadramentos assim algumas vezes, porém em 1995 já estava bem maior a frequência. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos. erros*

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Cascão: HQ "O semeador de chuva"

Mostro uma história em que o Cascão consegue semear e fazer chuva de vários tipos sem ser de água para se vingar dos seus amigos. Com 18 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 90' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Cascão Nº 90' (Ed. Globo, 1990)

Começa narrador-observador falando que para tudo nesta vida tem duas explicações, e motivo de por que chove tem a explicação científica e a mágica. Assim, mostra o Semeador de Chuva acordando no céu e vê no computador os lugares para onde ele deve ir. Pega o cavalo Prateado e percorre o Céu soltando pó de água nas nuvens que forma a chuva na Terra.

Em casa, Cascão reclama com o pai da porcaria da chuva e por que chove. Seu Antenor diz que já falou que a chuva é necessária para as plantações, os animais e à vida. Cascão fala que não se incomoda com a chuva, mas não tinha que chover somente água, podia chover outra coisa como bala, brinquedos e Seu Antenor, complementa, dinheiro, dizendo que é bom sonhar. E Cascão ainda reclama que tem gente que gosta desse aguaceiro vendo Franjinha e Jeremias dando risadas nas poças d'água da chuva na volta da escola.

Depois que passa a chuva, Cascão sai de casa, vê Cebolinha, Mônica e Magali todos molhados. Cebolinha conta que pegaram chuva na saída do cinema. Cascão pergunta por que não o convidaram e que também queria ver o filme. Cebolinha responde que começou a chover e ele não sai de casa na chuva. Cascão reclama que podiam esperar a chuva passar para irem e fica furioso com a turma, falando que odeia chuva e quem gosta de chuva. 

Em seguida, vê Cascuda com outro menino e pergunta quem é esse sirigaito. Cascuda fala que é o Durvalzinho que conheceu agora há pouco e que deu carona na hora da chuva, pois ao contrário de "certas" pessoas, não tem medo de água. Cascão dá pulos de raiva e ameaça que se ouvir alguém mais falando de chuva, e não termina a fala, pois ouve o Semeador de Chuva falando com o cavalo Prateado que a chuva é maravilhosa.

O Semeador comenta que graças a chuva cresce as plantas, mata a sede que prateado pode comer capim viscoso e fresquinho e por isso gosta do trabalho dele de ser semeador de chuva, se não semeasse água em pó nas nuvens não teria chuva e vai para mais uma rodada de chuva em outro local. Cascão entra na carroça sem ser visto e vê ele formando chuvas com o pó nas nuvens.

Chegam no Céu, o Semeador vai dormir e Cascão descobre que ele faz chover e vai atrás para descobrir uma forma de como acabar com as chuvas de vez. Descobre o local que os saquinhos de pó estão guardados, vê que não era só água, rouba os saquinhos e vai com o cavalo Prateado para semear umas chuvinhas e se vingar dos seus amigos.

Na segunda parte da história com o título "Chuva para todos os gostos", Cascuda e Durvalzinho estão conversando em frente a casa dela e Cascão faz chover pedras em cima deles, precisando se esconderem embaixo de uma árvore. Depois, Mônica, Cebolinha e Magali estão fazendo piquenique, Mônica comenta que é uma pena que não encontraram o Cascão e Magali diz que come o lanche dele, quando começa chover ovos em cima deles e se escondem em uma caverna.

Em seguida, Franjinha está brincando de damas com o Jeremias, Franjinha percebe que vai chover e resolvem brincar de pular nas poças e quando vão para a rua, ganham chuva de melado. E em toda parte chove algo diferente como cântaros, sapatos, boias, pianos, cães, gatos, jogadores de futebol e até dinheiro, deixando pessoas eufóricas para pegar e Seu Antenor acha que é um milagre.

Cascão assiste tudo se divertindo muito. Já na casa do Semeador, o computador solta alarme acusando chuva em todas as regiões, uma verdadeira catástrofe, descobre que alguém roubou o Prateado e os saquinhos de chuva e vai atrás com o burrinho aéreo, o Calunga.

Enquanto isso, Cascão está adorando isso, pergunta ao Prateado o que acha e ele pensa que só cumpre ordens e Cascão diz que se depender dele, nunca mais vai chover água. O Semeador aparece e quer saber que ideia é essa de chover tranqueiras. Cascão responde que queria quebrar a monotonia e dar uma lição nos amigos que gostam de água. 

O Semeador mostra que o mundo está uma bagunça e Cascão acha que é gozado. O Semeador diz que ele poderia ter ferido as pessoas, destruído plantações inteiras, há muito tempo ficou decidido que a substância ideal para chover era água, queira ou não, o mundo precisa de água e nada mudará isso, nem mesmo o egoísmo de um moleque travesso.

O Semeador quer fazer o maior toró e manda Cascão semear chuva de água. Ele diz que não pode tocar em água, é contra seus princípios, mas não teve jeito precisou tocar na água em pó pra chover. Cai o temporal e a enxurrada leva toda a bagunça provocada pelo Cascão. Depois que passa, o Semeador o leva de volta para casa, esperando que aprendeu a lição de que não devemos mudar a ordem natural das coisas. Cascão diz que aprendeu e tem que se conformar a fugir sempre da chuva.

Cascuda volta, pedindo desculpa que não devia ter tratado daquele jeito, gostando ou não sempre será o gatinho dela e o convida para tomar sorvete. Forma nuvem de chuva e eles correm, mas não conseguem fugir. Só que em vez de água, a chuva que caiu neles foi de flores como homenagem do Semeador para o Cascão.

História legal em que Cascão queria vingança dos vacilos que os amigos e sua namorada fizeram com ele por gostarem de água e ele não, assim, ao encontrar o Semeador de Chuva responsável por fazer chover na Terra, Cascão pega os saquinhos com pó de vários tipos e semeia chuvas diversas sem ser de água para se vingar de todo mundo. passa a chover pedras, ovos, melados, dinheiro e qualquer outra coisa, causando confusão na Terra. O Semeador consegue contornar depois, fazendo uma tempestade para limpar toda a bagunça que o Cascão aprontou.


Depois de Cascão ter se vingado dos amigos, poderia parar, mas curtiu tanto fazer chover coisas que não eram água que continuou, virou brincadeira para ele. Castigo do Cascão foi fazer chover água, contra seus princípios. Pelo menos era só pó de água que ele tocou e ficou acima das nuvens, então não se molhou. No final Cascão aprende a lição que a chuva é necessária, mas não se arrepende do que fez, apenas se conforma que tem que lidar com chuva, se pudesse, faria tudo de novo. Já o Semeador não sofreu punição de São Pedro ou de Deus por displicência de dormir no trabalho, bom pra ele. A pegadinha no final foi legal, dando de pensar que finalmente o Cascão tomou banho de chuva de água, mas foi só chuva de flores.


Cascão já não gostava de água e ainda juntou com as coisas que os amigos fizeram com ele, não titubeou para se vingar deles assim que viu o Semeador e de quebra não chover mais água na Terra. Se vingou da Mônica, Cebolinha e Magali por terem ido ao cinema em dia de chuva sem convidá-lo, da Cascuda por ter sido trocado por outro menino e por raiva do Franjinha e Jeremias pularem nas poças d'água na chuva por achar inaceitável alguém gostar de chuva. Sempre era divertidas histórias envolvendo vinganças dos personagens e querer dar a volta por cima, ficavam maquiavélicos. Atitude do Cascão também mostrou que era egoísta, já que não gostava de chuva, ninguém mais poderia presenciar chuva, era boa essa característica egoísta dele.


Cascuda trocou de namorado com o primeiro que viu na rua, porque o Durvalzinho foi capaz de ceder carona com guarda-chuva para andar na chuva enquanto Cascão não sai de casa em dia de chuva. Dessa vez o Cascão que foi corno, visto que normalmente ele que traía a Cascuda com outras meninas. Para ela voltar para o Cascão, deve ter brigado com Durvalzinho, só não mostrou o motivo real da separação deles para ela poder voltar com o Cascão. Teve mais um menino "inho" por quem as meninas se apaixonam, cada um desses meninos era de aparição única, então  Durvalzinho apareceu só nesta história. Cascuda foi chamada de Maria Cascuda, nome real dela, mas que normalmente a chama só de Cascuda mesmo.

Sempre gostavam de criar uma fantasia diferente de dizer por que chove. Dessa vez não teve ideia de que São Pedro que faz chover, roteirista quis dar um toque de magia de um Semeador jogar pó nas nuvens para formar a chuva e que podia ter pó de qualquer coisa, não só água. Ainda assim, deixaram a explicação real e científica de por chove no prólogo da história para não dar uma visão errada e depois ficar só focado na magia e fantasia para as crianças. Eram boas essas fantasias nas histórias, absurdos para fugir da realidade e sempre divertido quando tinha. O Semeador de Chuva apareceu só nessa história assim como essa a ideia de chuva de pó em saquinhos de como chove.

Foi engraçado, dentre outras coisas, ver Cascão vermelho e pulando de raiva cada vez que aprontavam com ele, chamar o Durvalzinho de sirigaito, quando ele estava no Céu, saltando nuvens para não cair na Terra, a turma sofrendo com pedras, ovos, melados caindo do Céu, Semeador desesperado com chuva de estrogonofe no Norte, elefantes no Oeste, presidenciáveis no Leste e discos da Dita Lee no Sul. Todas as chuvas que o Cascão criou foram ótimas, mas chover dinheiro foi hilário, isso bem que poderia existir na vida real. Ainda tiveram paródias do filme "Quem censurou Roger Habbit" como  "Quem beliscou o Roger Rabite" e da cantora Rita Lee como "Dita Lee". Sempre eram criativos nessas paródias de nomes famosos.

A história foi divida em dois capítulos, onde no primeiro mostra o Cascão com raiva da chuva, ódio dos amigos e namorada aprontando com ele e descobrindo sobre o Semeador de Chuva enquanto que no segundo, mostra a vingança com os amigos e namorada e fazer tudo voltar ao normal da Terra. Curiosamente, a segunda parte saiu nas páginas finais da revista, por isso o aviso no final da primeira parte que a continuação seria nesta mesma revista. Aconteceu algumas vezes isso de  histórias dividas em capítulos não seguirem seguindo a sequência da revista, sendo interrompida na primeira parte por outras histórias e voltar a segunda ou outras partes ao longo da revista ou como história de encerramento para dar mistério de como seria o final. Quando acontecia, o leitor decidia se lia a revista na sequência até chegar no próximo capítulo ou pularia direto para a continuação.

Incorreta atualmente por mostrar Cascão como vilão, querer vingança e ser egoísta de prejudicar os outros sem ter chuva só porque ele não gosta, envolver namoro entre crianças e traição, absurdos de fantasia de chuva ser formada em pó de saquinhos jogado nas nuvens e poder chover qualquer coisa sem ser só água, além de palavras proibidas "louco" e "gozado".

Traços excelentes, ficava muito bonito com personagens com contornos grossos assim. Tiveram erros de Cascuda sem sujeirinhas no último quadro da 10ª página da história e no 4º quadro da última página e erro do letrista na fala da Magali, no piquenique: "Não fal mal!", o correto seria "Não faz mal!".

domingo, 23 de novembro de 2025

Capa da Semana: Chico Bento Nº 34

Nessa capa, Chico Bento carrega o burro e a carga que está levando para atravessar a ponte frágil e não cair no precipício se a ponte quebrar. O verdadeiro burro foi o Chico porque independente do burro estar caminhando na ponte, o risco de cair era o mesmo, seria o mesmo peso com Chico montado nele ou não, só teve trabalho à toa. Mostra que o Chico tem uma força muito parecida com a da Mônica, não era fácil carregar um burro e carga juntos. Engraçada a cara que o burro fez com a vantagem que teve.

Seguia na época a promoção "Cartela Milionária" da Editora Abril em que o leitor tinha que recortar o selo da capa e publicar na cartela que vinha nas revistas para ganhar prêmios. Por isso o logotipo da revista atrapalhado com o selo da promoção. Eram horríveis promoções assim de recortar, acontece de encontrar capas cortadas por quem participou da promoção.

Capa dessa semana é de 'Chico Bento Nº 34' (Ed. Abril, Dezembro/1983).

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Jeremias: HQ "Sincero demais"

No "Dia da Consciência Negra", mostro uma história do Jeremias em que ele foi sincero dando sua opinião para a turma deixando os amigos magoados. Com 5 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 125' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Cebolinha Nº 125' (Ed. Abril, 1983)

Mônica está de vestido novo e pergunta ao Jeremias se nota nada diferente nela e Jeremias pergunta se está falando do vestido ridículo. Mônica quer saber como ele não gostou se foi a Dona Lourdes, a melhor costureira do bairro, quem fez. Jeremias diz que vai ver que ela estava em um dia muito pouco inspirado porque esse vestido está horrivelzinho, prefere mil vezes o vestidinho vermelho e Mônica sai triste, pensando que ia abafar com este vestido e nunca mais vai colocá-lo.

Depois, Cascão pergunta para o Jeremias o que achou do caminhãozinho novo dele, que trocou com o Marcão pela sua coleção de tampinhas. Jeremias acha bonito e que o bom negócio foi para o cara que ficou com as tampinhas, existem milhões de caminhõezinhos como esse e a coleção de tampinhas que ele tinha, nunca mais, tinha todas as tampinhas difíceis e coleção era admirada por todo mundo e que devia ir correndo desmanchar o negócio. Cascão vai lá, só não sabe se Marcão vai querer desmanchar o negócio.

Em seguida, vem Cebolinha feliz que é o rei do bafo, ganhou figurinhas rapelando o Joãozinho.  Jeremias dá bronca de como Cebolinha teve coragem de rapelar um garotinho, devia ter vergonha na cara porque o Joãozinho nem sabe jogar bafo. Cebolinha diz que ensinou para ele, Jeremias reclama que ensinou muito bem que tanto que está com as figurinhas dele. Cebolinha vai devolver as figurinhas para o Joãozinho e Jeremias manda que na próxima ver se enfrenta alguém que saiba jogar.

Depois, Franjinha quer saber com o Jeremias o que aconteceu com a turminha, ficaram chateados depois de conversar com ele. Jeremias acha que foi sincero demais com eles, tinha que falar que a Mônica estava com vestido horrível, Cascão fez burrada trocar coleção de tampinhas por um caminhão e Cebolinha rapelou o Joãozinho que nem sabe jogar bafo e se pergunta se fez mal em ser tão sincero.

A turma volta, achando que fez muito bem, só um amigo para dizer a verdade e abrir os olhos deles. Mônica falou para Dona Lourdes que o vestido estava feio e ela deu uma retocadinha. Cascão diz que o Marcão não quis devolver as tampinhas  e trocou o caminhãozinho por dois piões e o Cebolinha, que só vai jogar com quem sabe e foi rapeado pelo Bernardo Mão-Grande. A turma pergunta se fizeram bem e Jeremias responde, perguntando se pode ser sincero.

História legal em que o Jeremias foi sincero em não gostar das novidades que Mônica, Cascão e Cebolinha contavam para ele. Foram burros nas atitudes e Jeremias queria alertá-los com sua opinião. Sinceridade deixou a turma triste, Jeremias falou só verdades, sem se tocar que estava magoando os amigos. A turma foi consertar e conseguiram piorar suas burradas. Jeremias esperava que a Mônica fosse devolver o vestido e pegar dinheiro de volta, Cascão, exigir ao Marcão desfazer a troca pelas tampinhas e Cebolinha, devolver as figurinhas para o Joãozinho e, não jogar com outro cara com as figurinhas do Joãozinho. Por isso ele perguntou no final se podia ser sincero.

O pior de todos foi o Cascão que primeiro trocou sua coleção de tampinhas rara e valiosa e depois que tinha o caminhãozinho, trocou por dois piões, menos valiosos que o caminhãozinho. Saiu perdendo duas vezes. Cebolinha bem covarde de rapear figurinhas de uma criança menor que ele, pelo menos fizeram o mesmo com ele ao jogar com uma criança grande, só que as figurinhas inicialmente não eram dele. Já Mônica foi burra, o retoque no vestido nem fez diferença e o Jeremias achou feio até na estampa, era para mudar tudo. Ele teve sorte da Mônica não bater de cara ao dizer que o vestido era ridículo.

História mostrou até que ponto vale ser sincero. Por ser uma criança mais velha, o Jeremias tinha mais noção das coisas enquanto os amigos eram inexperientes e com a sua sinceridade queria abrir os olhos deles. Poderia ter falado nada se achasse que tinha nada a ver com as vidas deles e mostrando sua sinceridade provou que era um bom amigo. As pessoas que enganaram as crianças também não agirem bem, estavam preocupados em seus interesses próprios e não aceitaram devoluções, sendo enganadas mais uma vez.

Ficou na imaginação dos leitores como eram fisicamente a Dona Lourdes, o Marcão, o Joãozinho e o Bernardo Mão-Grande já que foram só citados. Incorreta atualmente por ter crianças sendo enganadas por mais velhos, Cebolinha trapacear em jogo, traços do Jeremias com círculo rosa em volta da boca representando lábios é inadmissível hoje em dia, acham que é ridicularizar negros mostrando que tem boca de palhaço, o que é nada a ver e que nunca tinham intenção nisso e podem implicar com coisas datadas como brincarem de bafo e pião, crianças de hoje nem sabem o que é isso, além de expressões populares de duplo sentido como "abrir os olhos".

Traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1980. Tiveram erros de círculo em volta da boca do Jeremias marrom em vez de rosa no 3º quadro da 4ª página da história e estatura do Jeremias menor que do Franjinha em alguns quadros da 3ª página.  Propagandas inseridas foram nas laterais direitas das páginas das roupas da marca "Trevus", do estilo anunciando com suspense a propaganda oficial que viria logo depois dessa história da venda de roupas de super-heróis para crianças dessa marca por correspondência. Essa história foi republicada depois em 'Almanacão de Férias Nº 9' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Almanacão de Férias Nº 9' (Ed. Globo, 1991)

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Magali: HQ "A inimiga"

Mostro uma história em que a Magali ganha uma inimiga e ela tenta que se tornem amigas. Com 12 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 112' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Magali Nº 112' (Ed. Globo, 1993)

Mônica organizou um chá de meninas em sua casa quando chega a Helena, uma menina bem extrovertida e já chega animada se jogando no sofá e as outras meninas gostam da bagunça que ela faz. Em seguida, a Magali toca a campainha, perguntando se está muito atrasada e cumprimentando uma a uma. Helena debocha que a menina frufru chegou, imitando a pergunta se está muito atrasada.

Magali acha Helena muito divertida e pede licença que vai aceitar o chazinho. Helena fala que não sabe por que tanta frescura, todas sabem que ela vai beber, pelo menos, um litro de chá e comer uns 20 bolinhos. Mônica diz que pensando na Magali trouxe uma bandeja extra de bolinhos. Depois, elas vão fofocar sobre os meninos. Mônica fala do Cebolinha que cismou pentear o cabelo para trás com aqueles cinco fiozinhos. Denise conta que o Cascão dizendo que vive dizendo que é o tal, mas ainda faz xixi na cama.

Já Helena fala que acha que o garoto mais boboca da rua é o Quinzinho, um bolo fofo que tem péssimo gosto para namoradas. Magali pergunta se ela falou isso para chateá-la. Helena se faz de desentendida que Magali que é namorada dele e manda esquecer o que falou. As meninas continuam com as fofocas no chá até que chega a hora de irem embora. Helena levanta animada levantando mãos e pernas, dando tapa no rosto e perna da Magali. Helena pede desculpas e que é o jeito dela agitadésima.


Magali vai embora e Mônica vai junto com ela pra conversarem mais e Helena diz para Mônica cuidar dela senão quebra. Magali comenta que a Helena não gosta dela, está sempre dando alfinetadinha e ela gosta tanto da Helena e ela a detesta. Mônica manda deixar isso pra lá e Magali resolve dar um jeito, mostrar para Helena que é legal também e conquistar a amizade dela.

Depois, Magali vai até á casa da Helena convidá-la para a festa que está organizando amanhã. Helena trata Magali com desprezo, perguntando o que quer e avisando que já almoçou hoje e que não sabe se vai poder ir. Magali diz que a turma toda vai e gostaria que ela fosse também e Helena fala que ela é a alegria de qualquer festa e vai pensar no caso, fechando  aporta na cara da Magali.


Chega o dia da festa, a turma toda está lá e Magali lamenta que a Helena não foi e que queria tanto ficar amiga dela. Helena chega animada, Magali elogia a roupa e Helena diz que a da Magali estava emperiquitada e não combina com ela. Magali oferece um docinho e Helena fala que comer é com ela e que quer dançar e cumprimentar os seus amigos.

Helena comenta com Quinzinho que olhando bem, ele emagreceu, está quase um gato e só falta melhorar o bom gosto. Dançam juntos e Helena dá um beijo no Quinzinho. Magali sai chorando, Quinzinho quer saber por que ela fez isso, a Magali ficou chateada, Helena diz que foi só beijo de amiga e que aquela lá chora fácil e é tão frágil. Mônica diz que ela é amiga deles e devia ter mais cuidado. Helena acha o papo careta, sabem que ela é extrovertida e vai embora da festa chata para outra mais radical.


Mônica fala para Magali que Quinzinho nem ligou para aquele beijo, Magali diz que ligou porque Helena fez aquilo para provocar. Mônica diz que o problema que ela é muito boazinha e indefesa, não precisa dar coelhada, mas  mostrar que não é boba, não leva desaforo para casa. Magali vai falar com Helena e a encontra chorando. 

Helena diz que foi muito chata na festa, tratou Magali mal e todos ficaram brabos com ela, só porque tem inveja da Magali, que estranha porque acha tudo horrível tudo que faz. Helena diz que era para disfarçar, queria ser delicadinha como a Magali, todos a adorando, mas só consegue ser espevitada. Já Magali diz que sempre admirou o jeito da Helena, sempre alegre, extrovertida, sem medo de dizer o que quer e sempre fazendo sucesso e queria ser como ela.


As duas viram amigas, achando que elas têm muito o que ensinar uma para outra. Voltam para a festa, Helena pede desculpa para Quinzinho. Magali, mais animada, manda soltar um som radical e Helena pede licença para provar um salgadinho e termina as novas amigas conversando e Mônica comenta com o Cebolinha que elas estão cada vez mais parecidas depois que ficaram amigas.

História legal em que a Magali tem a Helena como inimiga, menina extrovertida demais, dissimulada, que causa deboches e intrigas demonstrando que detesta a Magali. Manda várias indiretas durante o chá das meninas, fazendo Magali perceber e organizar uma festa para ver se consegue conquistar amizade dela. Só que na festa, Helena  fica paquerando o Quinzinho, namorado da Magali, dando até um beijo nele, deixando Magali muito triste.  Resolve depois falar com Helena e descobre que tinha inveja da Magali, que queria ser meiga e delicada como ela, enquanto Magali queria ser extrovertida como a Helena e então fazem as pazes e se tornam amigas.


Helena não agia bem com a Magali, não tinha coragem de admitir que tinha inveja do jeito meigo da Magali e todos gostarem dela e resolvia implicar com ela, com indiretas com prazer de deixá-la por baixo e até querer roubar namorado da Magali só para chateá-la. Bom que a Magali foi atrás e descobriu o motivo de implicar tanto com ela senão a Helena continuaria sendo como sempre foi. Magali não devia se preocupar, se não gostava dela, deixava pra lá e pronto, mas ela fazia questão de ser amiga da Helena, mesmo não sendo recíproco, pelo menos sua atitude teve final feliz para as duas. A surpresa foi que uma queria ser a outra. Helena queria ser introvertida e Magali ser extrovertida, admiravam as características uma da outra e, então, no final, até uma tentou ser  a outra durante a festa. 

Foi engraçado ver as alfinetadas da Helena durante o chá das meninas como dizer que era frescura pedir licença porque ela vai beber, pelo menos, um litro de chá e comer uns 20 bolinhos, dar tapa na Magali ao abrir os braços e fingir que foi sem querer, e dizer para Mônica cuidar da Magali porque senão quebra. Sobrou para Quinzinho que foi chamado de boboca e bolo fofo que tinha péssimo gosto pra escolher namorada e na festa dizer que ele emagreceu e está quase um gato, coisa que não se faz com ninguém. E tudo para perturbar a Magali porque ela nem gostava do Quinzinho e falava mal dele, muito fingida.

Interessante as meninas se reunirem em um chá para fazerem fofocas dos meninos. Além da Magali, as meninas convidadas do chá da Mônica foram Denise, Mara e Helena. A Denise já aparecia nas histórias ocasionalmente e sempre com um visual diferente a cada história, sendo esse visual com rabo de cavalo foi o mais usado dentre todas as suas participações antes de ter traços definitivos. Mara e Helena apareceram só nesta história, como era comum de personagens criados para aparição única. Como a Helena se redimiu no final, se continuasse fixa, não poderia ter essa personalidade, só se aparecesse como figurante com outras meninas.

Aliás, na época estava comum histórias de meninas criadas para dar rivalidade para Mônica e Magali, dessas todas, apenas a Carminha Frufru foi efetivada depois. A música tocada na festa enquanto Helena e Quinzinho dançavam foi "Swing da Cor" da Daniela Mercury, sem letra parodiada dessa vez.


Foi uma história sem foco da Magali em comida, no lugar, característica dela de ser meiga, prestativa e sempre disposta a ajudar os amigos, mas sem deixar de lado a característica de comilona, até porque Helena cita que ela é comilona, capaz de comer tudo no chá das meninas. Era um estilo de histórias da Magali que estavam fazendo na época. Mostrou mensagem de forma divertida de dialogar para se resolver o que inflige, tentar ver se pessoa muda o jeito errado com diálogo e tentar mudar sua personalidade só se for para deixar maldades de lado e para o bem dos outros. 

É incorreta atualmente por ter menina invejosa, causar intrigas, ter bullying, principalmente chamar Quinzinho de bolo fofo e Denise dizer que Cascão faz xixi na cama, namoro entre crianças e ainda Helena tirar namorado da outra, autonomia de criança para organizar festa sozinha, além de palavras de duplo sentido como "alfinetadinha".

Traços ficaram bons, do estilo de personagens com língua ocupando mais espaço na boca para dar mais humor, característico dos anos 1990. Tiveram algumas palavras sublinhadas pela Helena para dar destaque de deboche, ficou legal isso.