segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Magali: HQ "A inimiga"

Mostro uma história em que a Magali ganha uma inimiga e ela tenta que se tornem amigas. Com 12 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 112' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Magali Nº 112' (Ed. Globo, 1993)

Mônica organizou um chá de meninas em sua casa quando chega a Helena, uma menina bem extrovertida e já chega animada se jogando no sofá e as outras meninas gostam da bagunça que ela faz. Em seguida, a Magali toca a campainha, perguntando se está muito atrasada e cumprimentando uma a uma. Helena debocha que a menina frufru chegou, imitando a pergunta se está muito atrasada.

Magali acha Helena muito divertida e pede licença que vai aceitar o chazinho. Helena fala que não sabe por que tanta frescura, todas sabem que ela vai beber, pelo menos, um litro de chá e comer uns 20 bolinhos. Mônica diz que pensando na Magali trouxe uma bandeja extra de bolinhos. Depois, elas vão fofocar sobre os meninos. Mônica fala do Cebolinha que cismou pentear o cabelo para trás com aqueles cinco fiozinhos. Denise conta que o Cascão dizendo que vive dizendo que é o tal, mas ainda faz xixi na cama.

Já Helena fala que acha que o garoto mais boboca da rua é o Quinzinho, um bolo fofo que tem péssimo gosto para namoradas. Magali pergunta se ela falou isso para chateá-la. Helena se faz de desentendida que Magali que é namorada dele e manda esquecer o que falou. As meninas continuam com as fofocas no chá até que chega a hora de irem embora. Helena levanta animada levantando mãos e pernas, dando tapa no rosto e perna da Magali. Helena pede desculpas e que é o jeito dela agitadésima.


Magali vai embora e Mônica vai junto com ela pra conversarem mais e Helena diz para Mônica cuidar dela senão quebra. Magali comenta que a Helena não gosta dela, está sempre dando alfinetadinha e ela gosta tanto da Helena e ela a detesta. Mônica manda deixar isso pra lá e Magali resolve dar um jeito, mostrar para Helena que é legal também e conquistar a amizade dela.

Depois, Magali vai até á casa da Helena convidá-la para a festa que está organizando amanhã. Helena trata Magali com desprezo, perguntando o que quer e avisando que já almoçou hoje e que não sabe se vai poder ir. Magali diz que a turma toda vai e gostaria que ela fosse também e Helena fala que ela é a alegria de qualquer festa e vai pensar no caso, fechando  aporta na cara da Magali.


Chega o dia da festa, a turma toda está lá e Magali lamenta que a Helena não foi e que queria tanto ficar amiga dela. Helena chega animada, Magali elogia a roupa e Helena diz que a da Magali estava emperiquitada e não combina com ela. Magali oferece um docinho e Helena fala que comer é com ela e que quer dançar e cumprimentar os seus amigos.

Helena comenta com Quinzinho que olhando bem, ele emagreceu, está quase um gato e só falta melhorar o bom gosto. Dançam juntos e Helena dá um beijo no Quinzinho. Magali sai chorando, Quinzinho quer saber por que ela fez isso, a Magali ficou chateada, Helena diz que foi só beijo de amiga e que aquela lá chora fácil e é tão frágil. Mônica diz que ela é amiga deles e devia ter mais cuidado. Helena acha o papo careta, sabem que ela é extrovertida e vai embora da festa chata para outra mais radical.


Mônica fala para Magali que Quinzinho nem ligou para aquele beijo, Magali diz que ligou porque Helena fez aquilo para provocar. Mônica diz que o problema que ela é muito boazinha e indefesa, não precisa dar coelhada, mas  mostrar que não é boba, não leva desaforo para casa. Magali vai falar com Helena e a encontra chorando. 

Helena diz que foi muito chata na festa, tratou Magali mal e todos ficaram brabos com ela, só porque tem inveja da Magali, que estranha porque acha tudo horrível tudo que faz. Helena diz que era para disfarçar, queria ser delicadinha como a Magali, todos a adorando, mas só consegue ser espevitada. Já Magali diz que sempre admirou o jeito da Helena, sempre alegre, extrovertida, sem medo de dizer o que quer e sempre fazendo sucesso e queria ser como ela.


As duas viram amigas, achando que elas têm muito o que ensinar uma para outra. Voltam para a festa, Helena pede desculpa para Quinzinho. Magali, mais animada, manda soltar um som radical e Helena pede licença para provar um salgadinho e termina as novas amigas conversando e Mônica comenta com o Cebolinha que elas estão cada vez mais parecidas depois que ficaram amigas.

História legal em que a Magali tem a Helena como inimiga, menina extrovertida demais, dissimulada, que causa deboches e intrigas demonstrando que detesta a Magali. Manda várias indiretas durante o chá das meninas, fazendo Magali perceber e organizar uma festa para ver se consegue conquistar amizade dela. Só que na festa, Helena  fica paquerando o Quinzinho, namorado da Magali, dando até um beijo nele, deixando Magali muito triste.  Resolve depois falar com Helena e descobre que tinha inveja da Magali, que queria ser meiga e delicada como ela, enquanto Magali queria ser extrovertida como a Helena e então fazem as pazes e se tornam amigas.


Helena não agia bem com a Magali, não tinha coragem de admitir que tinha inveja do jeito meigo da Magali e todos gostarem dela e resolvia implicar com ela, com indiretas com prazer de deixá-la por baixo e até querer roubar namorado da Magali só para chateá-la. Bom que a Magali foi atrás e descobriu o motivo de implicar tanto com ela senão a Helena continuaria sendo como sempre foi. Magali não devia se preocupar, se não gostava dela, deixava pra lá e pronto, mas ela fazia questão de ser amiga da Helena, mesmo não sendo recíproco, pelo menos sua atitude teve final feliz para as duas. A surpresa foi que uma queria ser a outra. Helena queria ser introvertida e Magali ser extrovertida, admiravam as características uma da outra e, então, no final, até uma tentou ser  a outra durante a festa. 

Foi engraçado ver as alfinetadas da Helena durante o chá das meninas como dizer que era frescura pedir licença porque ela vai beber, pelo menos, um litro de chá e comer uns 20 bolinhos, dar tapa na Magali ao abrir os braços e fingir que foi sem querer, e dizer para Mônica cuidar da Magali porque senão quebra. Sobrou para Quinzinho que foi chamado de boboca e bolo fofo que tinha péssimo gosto pra escolher namorada e na festa dizer que ele emagreceu e está quase um gato, coisa que não se faz com ninguém. E tudo para perturbar a Magali porque ela nem gostava do Quinzinho e falava mal dele, muito fingida.

Interessante as meninas se reunirem em um chá para fazerem fofocas dos meninos. Além da Magali, as meninas convidadas do chá da Mônica foram Denise, Mara e Helena. A Denise já aparecia nas histórias ocasionalmente e sempre com um visual diferente a cada história, sendo esse visual com rabo de cavalo foi o mais usado dentre todas as suas participações antes de ter traços definitivos. Mara e Helena apareceram só nesta história, como era comum de personagens criados para aparição única. Como a Helena se redimiu no final, se continuasse fixa, não poderia ter essa personalidade, só se aparecesse como figurante com outras meninas.

Aliás, na época estava comum histórias de meninas criadas para dar rivalidade para Mônica e Magali, dessas todas, apenas a Carminha Frufru foi efetivada depois. A música tocada na festa enquanto Helena e Quinzinho dançavam foi "Swing da Cor" da Daniela Mercury, sem letra parodiada dessa vez.


Foi uma história sem foco da Magali em comida, no lugar, característica dela de ser meiga, prestativa e sempre disposta a ajudar os amigos, mas sem deixar de lado a característica de comilona, até porque Helena cita que ela é comilona, capaz de comer tudo no chá das meninas. Era um estilo de histórias da Magali que estavam fazendo na época. Mostrou mensagem de forma divertida de dialogar para se resolver o que inflige, tentar ver se pessoa muda o jeito errado com diálogo e tentar mudar sua personalidade só se for para deixar maldades de lado e para o bem dos outros. 

É incorreta atualmente por ter menina invejosa, causar intrigas, ter bullying, principalmente chamar Quinzinho de bolo fofo e Denise dizer que Cascão faz xixi na cama, namoro entre crianças e ainda Helena tirar namorado da outra, autonomia de criança para organizar festa sozinha, além de palavras de duplo sentido como "alfinetadinha".

Traços ficaram bons, do estilo de personagens com língua ocupando mais espaço na boca para dar mais humor, característico dos anos 1990. Tiveram algumas palavras sublinhadas pela Helena para dar destaque de deboche, ficou legal isso. 

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