Mostro uma história em que a Turma da Mata tem que lidar com dois caçadores que foram parar lá na floresta com intenção de caçar o Jotalhão. Com 16 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 132' (Ed. Globo, 1997).
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| Capa de 'Mônica Nº 132' (Ed. Globo, 1997) |
Raposão e Coelho Caolho ficam espantados lendo notícia no jornal que os elefantes no planeta estão diminuindo cada vez mais, é uma espécie em extinção e eles precisam proteger o Jotalhão, acham que ele não pode ler a notícia para não ficar triste e precisam preservá-lo por ser o único elefante deles.
Aparece o Jotalhão, eles o abraçam, dão carinho e levam para descansar em uma rede. Jotalhão diz que está ótimo e pergunta por que estão fazendo tudo isso com ele. Raposão fala porque gostam dele e não é para esquentar com isso e Coelho Caolho fala para ler o jornal para distrair a mente. Raposão pega o jornal e Jotalhão quer saber o que estão escondendo dele.
Raposão diz que nada, que Jotalhão é um animal muito precioso e raro para ficar se preocupando. Jotalhão fala que entendeu tudo, agradece o cuidado e que já tinha lido a matéria no jornal sobre possível extinção dos elefantes e está muitíssimo preocupado, não com ele porque está seguro na "Floresta do Matão", que é um reino de fábula, mas, sim, com seus irmãos da África e da Índia que estão ameaçados e gostaria de ajudá-los.
Raposão e Coelho Caolho falam que o melhor que pode fazer pela espécie é sobreviver e tem muitos que também estão preocupados com a preservação de animais e dos elefantes. Jotalhão espera que não seja tarde e queria fazer alguma coisa. Rita Najura diz que é para casar com ela e multiplique a espécie. Raposão fala que quer preservar a espécie dele e não criar uma nova e Rita Najura comenta que por isso os elefantes estão desaparecendo e formiga tem de monte.
Em seguida, chegam os caçadores Vivaldo e Janjão no Reino da Mata onde caçador algum jamais pisou lá. Janjão fica aliviado, pensava que o lugar era lenda, andaram para caramba, tiveram que atravessar primeiro história da Mônica, depois do Bidu. Vivaldo manda Janjão parar de reclamar, explica que estava cansado de caçar tatu no interior, queria algo grande, mas não tinha dinheiro para ir para África, até que descobriu o Reino da Mata para caçar o Jotalhão.
Depois, seguem pegadas dele no chão, Janjão tem medo e diz que acha que não vai gostar disso, quando encontram Rei Leonino e Ministro Luís Caxeiro Praxedes em um passeio matinal pela mata. Rei Leonino pergunta para o ministro que bichos eram aqueles e Luís Caxeiro acha que são macacos.
Vivaldo fica feliz que viu um leão e dá um tiro dizendo que sempre quis caçar um leão de verdade. Rei Leonino corre e manda Luís Caxeiro salvá-lo com a vida dele. O ministro implora para não atirar e Vivaldo diz que já caçou muito porco-espinho na roça e quer um leão. Como não encontra o Rei Leonino, Vivaldo volta a se concentrar no Jotalhão.
Perto dali, Jotalhão está deprimido, não consegue pensar em uma solução para salvar os amigos elefantes. Raposão diz que definhar não resolve, manda levantar a tromba, sacudir a poeira de trombetadas. Jotalhão resolve agir e tem ideia de arrecadar fundos para ajudar a causa elefantina e Raposão e Coelho Caolho contribuem com uma noz e uma cenoura.
Depois, Vivaldo esbarra com Raposão e Janjão pensava que elefantes eram maiores. Vivaldo fala que ele é uma raposa e avisa que estão procurando elefante, em particular o Jotalhão. Raposão acha que que é para contribuírem com a causa, Janjão quase dá deslize que é para caçar e Vivaldo corrige que estão ansiosos para contribuir e Raposão avisa que Jotalhão foi naquela direção e que não deve estar longe.
Em seguida, Luís Caxeiro aparece, dando notícia que o Rei Leonino mandou avisar que o reino foi invadido por caçadores sanguinários, que o rei quase foi vítima de um deles e que ele mesmo teria ido se não tivesse se escondendo debaixo da cama, que os caçadores se parecem com macacos e interessadíssimos em caçar elefantes.
Raposão e Coelho Caolho correm à procura do Jotalhão. Vivaldo e Janjão encontram um vulto do Jotalhão. Vivaldo mira, quando Raposão e Coelho Caolho tentam impedir, mas caem em uma armadilha criada por eles. Vivaldo dá vários tiros, estranha que Jotalhão continua parado e quando vê, era só uma sombra de coqueiro.
Chega o Jotalhão perguntando se querem contribuir para a causa dos elefantes. Vivaldo diz vai contribuir, apontando a espingarda para o Jotalhão, só que acaba a munição depois dos tiros dados no coqueiro. Jotalhão avança neles e cai em cima reclamando que por causa de malvados como eles que a espécie está indo para cucuia., quando Raposão e Coelho Caolho conseguem sair do buraco.
Mais tarde, Rei Leonino agradece Jotalhão que prendeu os malfeitores, que ele mesmo teria feito se os deveres reais não tivessem impedido. Avisa que eles serão mandados de volta para o lugar deles onde cumprirão pena por invadir reserva ecológica de história em quadrinhos, o Reino da Mata voltou a ser um lugar seguro para bicharada graças ao Jotalhão, mas não se assanhe muito que o rei continua sendo ele.
Raposão e Coelho Caolho também elogiam, dizendo que Jotalhão pode ficar satisfeito que já fez algo importante para a preservação de elefantes e de outros animais e Jotalhão quer fazer outra coisinha, dando recado para os leitores que se conhecer um elefante, amiguinho ou outro bicho que precise de ajuda, dê uma mãozinha para ele, faça da sua cidade, do seu quintal, uma extensão do reino animal deles.
História legal em que dois caçadores resolvem caçar o Jotalhão, por falta de elefantes no Brasil e não queriam viajar até à África. Antes de encontrarem o Jotalhão, tentam caçar o Rei Leonino e enganam Raposão e Caolho Caolho, dizendo que iam para contribuir com a causa dos elefantes para indicarem onde estava o Jotalhão e ainda fazem os dois caírem em uma armadilha para impedir que contem ao Jotalhão. No final, acaba a munição da arma por terem atirado em um coqueiro, Jotalhão consegue detê-los, são presos e encaminhados de volta para o Mundo Real.
Como não tinha elefante perto, os caçadores precisaram ir para os quadrinhos caçar um. O salvador do Jotalhão foi o coqueiro, que com os tiros dados, fez acabar a munição na hora que o encontraram de fato. Jotalhão já estava deprimido com avanço de extinção dos elefantes e queria ajudar seus amigos de espécie de alguma forma e conseguiu salvar a sua pele e até os amigos se livrando de dois caçadores.
Raposão e Coelho Caolho já queriam cuidar do Jotalhão preservar de saber da notícia, assim que souberam sobre extinção de elefantes, mas acabaram dando deslizes. Jotalhão fica deprimido porque não podia ajudar, pelo menos teve ideia de contribuição de levantar recursos para causa de elefantes, já era alguma coisa. Rei Leonino muito medroso e fingir para os súditos que que não podiam capturar os caçadores porque tinha compromissos reais e o compromisso era se esconder debaixo da cama com medo, sem dúvida. não é atitude digna de um rei.
Descobrimos que onde eles moram é "Floresta do Matão" e que é um reino de fábula, fictício localizado no Brasil, só não disseram em qual estado do país fica. É um reino de fábulas onde humanos não entram. Vivaldo e Janjão, seres humanos do Mundo Real que foram para o mundo mágico das histórias em quadrinhos, precisaram usar recurso de metalinguagem para poder entrar lá. Não teve explicação como fizeram isso, apenas fizeram por causa dos absurdos de história sem quadrinhos, se fosse hoje, iam fazer questão de dar explicação e, quase certo de envolver lápis mágico da Marina.
Foi engraçado ver absurdo dos animais da mata terem acesso a jornais e tiradas como Rita Najura dizer que é para casar com ela e multiplicar a espécie e Raposão responder que querem preservar a espécie de elefante do Jotalhão e não criar uma nova, Janjão dizer que precisaram caminhar pelas histórias da Mônica, Bidu e de outros personagens até chegar na da Turma da Mata, após o tiro, Rei Leonino dizer que é para Luís Caxeiro salvá-lo com a vida dele, levar tiro no lugar dele, , a pegadinha de sombra do Jotalhão era um coqueiro.
Também foi muito boa a referência a propaganda do extrato de tomate "Elefante" da "Cica", quando falam "Jotalhão, o elefante mais amado do Brasil" como era conhecido nas propagandas da "Cica". Teve participação dos principais personagens da Turma da Mata, só o Tarugo que apareceu só no quadro final, sem ser interagindo no decorrer da trama.
Não foram muitas histórias com a Turma da Mata contracenando com humanos, mas quando tinham, normalmente eram com temática assim com caçadores e eles falavam com os humanos e todos se entendiam. A partir da segunda metade dos anos 1990 estavam colocando histórias mais longas e desenvolvidas para os núcleos secundários da MSP com mais frequência, o mais comum antes disso eram histórias curtas de até 5 páginas para os secundários.
Mostrou mensagem de preservação e extinção de animais e de elefantes e de solidariedade de ajudar os próximos, nem que seja um amigo que esteja precisando de alguma ajuda, afinal, o Jotalhão queria ajudar seus amigos de espécie que estavam precisando, mesmo se a causa não fosse extinção deles, poderia colocá-lo ajudando por outros motivos.
Incorreta atualmente de ter caça a animais, principalmente elefantes, homem com espingarda e atirando em direção a Rei Leonino, Jotalhão e coqueiro, abordar problemas sérios ambientais e ecológicos que povo do politicamente correto acham que não são apropriados para crianças, Luís Caxeiro chamar os humanos de macacos, metalinguagem de seres humanos irem para os quadrinhos da Turma da Mata sem dar explicação, além de palavras e expressões populares de duplo sentido proibidas como "tromba", "macacos", "indo pra cucuia", "não se assanhe", "dar uma mãozinha".
Traços ficaram bem caprichados do estilo consagrado dos personagens e uma excelente vista de fundo da mata. As cores em degradê já estavam em alguns quadros pontuais e não mais em todos os quadros como em 1995 e continuaram com degradês assim pontuais em toda a fase da Globo até em 2006. Os quadros tiveram uma arte de ondulações representando folhas da mata, que passaram a adotar a partir nas histórias da Turma da Mata a partir de 1996 e representando um retorno de como eram dispostos os quadros nas histórias deles dos anos 1970.

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Politicamente correto surtaria com essa história.
ResponderExcluirSurtaria mesmo, caçador tentando dar tiro no Rei Leonino e no Jotalhão não teria chance , iam implicar demais. Mesmo dando mensagem boa eles não iam aceitar.
ExcluirO tal Vivaldo, embora focado em decorar parede de sua residência com cabeça do elefante mais amado do Brasil, estava tocando terror nos outros animais por conta de sua sanha, daí, Jotalhão deteve seu potencial executor, que representava expressiva ameaça à comunidade silvestre por seu poder de fogo, no entanto, teve nada para o salvador da pátria do Reino da Mata. Condecoração, reconhecimento solene, título honorífico, medalha, placa com nome dele contendo alguma honraria simbólica, estátua ou outro tipo de monumento, carguinho público, simplesmente não foi homenageado, não foi enaltecido oficialmente e muito menos recompensado pelo mérito de ter recuperado a segurança e a paz da reserva, teve só uma dúzia de palavras proferidas pelo monarca que agradece, o parabeniza e só, sendo que o próprio felino sofreu atentado mal-sucedido desferido por quem foi devidamente contido pelo paquiderme. Depois que o problema foi resolvido por iniciativa individual, por um cidadão comum, um ente do povo, a postura da Autoridade Real para com o plebeu deixou a desejar.
ResponderExcluirEm "Salvem os elefantes" temos a inoperância do Estado pela inércia, pela omissão, pela pusilanimidade diante de uma ameaça pública e a reação do indivíduo em defesa de sua integridade física e pela preservação de sua espécie e, involuntariamente, como consequência sua atitude refletiu em prol da comunidade da Floresta do Matão. Mensagem ecológica bonitinha, legalzinha, mas, a verdadeira e profunda mensagem da trama extrapolou as entrelinhas, Jotalhão acabou se revelando anarcocapitalista.
Sim, o Jotalhão não teve crédito que mereceu por deter os caçadores, nem dos amigos dando um troféu ou estátua pelo feito e muito menos pelo Rei Leonino, que ficou como que apenas cumpriu obrigação e que ele mesmo teria prendido, o que não era verdade. Não tinha captado essa mensagem de anarcapitalista, faz sentido quando ele arrecadou fundos para causa dos elefantes e benefício próprio com os bens dos amigos.
ExcluirNa verdade, Marcos, como o Estado se eximiu da responsabilidade de reagir em legítima defesa - claro que não de imediato, seria suicídio, entretanto, teriam de ter retaliado o quanto antes - e, por isto, ficou explícito que não teria capacidade de garantir segurança para sua comunidade, somando ao fato de que Jotalhão é de natureza pacífica e que reconhece em Leonino legitimidade para ocupar o trono, penso que o ato heroico do personagem tem um quê de (M)minarquismo*, isto é, o elefante foi minarquista.
Excluir*Minarquistas defendem o conceito de Estado mínimo, ou seja, desde que sua existência não sobrecarregue o povo, reconhecem que o Estado é necessário até determinado ponto. Já os anarcocapitalistas defendem a abolição do Estado. Portanto, como Jotalhão não é dado a radicalismos, é naturalmente pacato e visto que o Rei e seu ministrinho se revelaram duas gazelas diante de uma tremenda ameaça, seu heroísmo nesta trama está muito mais para uma atitude minarquista do que anarcocapitalista. E minha crítica ao leão e ao ouriço-cacheiro (a grafia "(C)caxeiro" só é válida para o nome do personagem) não se deve ao fato de fugirem do Vivaldo, pagaram pau porque estavam desarmados, até aí foi completamente válido, teve nada de vergonhoso, eu faria mesma coisa diante de algo assim, afinal de contas, de corajosos e valentões, os cemitérios estão abarrotados. A questão vexatória envolvendo ambos vem a posteriori, foram omissos e eles representam o Estado no contexto do núcleo silvícola.
É, Rei Leonino e Luís Caxeiro não estavam armados na hora e restavam só fugir, mas nada impediria de Rei Leonino depois ir ao palácio e voltar com os guardas armados, fazer alguma coisa, mas só quis se esconder debaixo da cama, ou seja, totalmente omisso. Definitivamente não é um bom governante.
Excluiressa história é cinema
ResponderExcluirVerdade, teve muitas reviravoltas e ação como filmes do cinema, foi legal.
ExcluirQue história bacana e grande para a época, nesse nicho, e que rossa horroroso esse da capa. Ah, Ah! Nem tudo é perfeito. Como eu detestava esse rosa nas capas dos gibis da Globo. Não me leve muito a sério.
ResponderExcluirNa época estavam colocando histórias grandes para todos os secundários nos gibis da Mônica e do Cebolinha, principalmente para Turma da Mata, Penadinho, Piteco e Astronauta. Foi bom que depois ajudou a essas grandes serem histórias de aberturas nos almanaques deles da Panini. Esse rosa nas capas foi frequente nas capas em toda fase da Globo, eu sou neutro, não gostava era quando era fundo verde forte nas capas.
ExcluirAcho rosa uma cor linda, principalmente para camiseta, todos os tons, mas as capas da globo não conseguism me agradar. Eu sempre pensava que ficariam bem melhores com outras cores.
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