quarta-feira, 3 de setembro de 2025

A turma: HQ "Monstros da noite"

Mostro uma história em que a turma vai assistir a um filme de terror na casa da Mônica e Cebolinha aproveita para jogar sapo na Mônica para assustá-la. Com 18 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 129' (Ed. Globo, 1997).

Capa de 'Cebolinha Nº 129' (Ed. Globo, 1997)

Escrita por Emerson Abreu, a turma assiste a um filme de terror na casa da Mônica, que fica com medo e resolve sair para a cozinha, dando desculpa que vai ver se a torneira da pia ainda está na pia e planeja voltar só na hora dos comerciais, quando ouve uma voz, pensa que era o monstro do filme, mas era o pai, Seu Sousa, que foi verificar quem estava ali.

Seu Sousa diz que sabia que não devia deixá-los assistir à sessão de terror, agora é tarde demais, avisa que ele vai voltar para cama e manda desligar a TV e durmam na sala mesmo quando o filme acabar e avisa que monstros só existem nos filmes. 

Entra o comercial, Mônica volta para a sala, Cebolinha diz que o filme está da hora e conta a parte que o monstro foi atrás da pobre menina do campo que estava de costas e viu o reflexo dele no lago, enquanto a turma repara que a bunda estava com uma forma volumosa diferente. 

Cascão avisa que tem uma coisa mexendo no bolso do Cebolinha, que disfarça e diz que tem que ir ao banheiro e quer que o Cascão vai junto para ajudá-lo a desenrolar papel higiênico para ele. Cascão pergunta se disse isso sem querer ou realmente tinha pensado antes de falar.

Cebolinha leva Cascão para o banheiro obrigado. Lá, mostra que trouxe o sapo Godofredo com ele para assustar a Mônica, aproveitando que ela estava impressionada com o filme e jogar o sapo em cima dela. Como ele está saindo do bolso, Cebolinha resolve escondê-lo dentro da privada. Cascão acha isso nojento e Cebolinha diz que sapos são nojentos e joga o Godofredo na privada.

Os meninos voltam para sala, bem na hora que o monstro vai até a casa do bibliotecário no filme, quando coincide com alguém batendo na porta da casa da Mônica. No filme, diz que é para o bibliotecário fugir que o monstro está abrindo a porta, quando alguém abre a porta da casa da Mônica e a turma fica com medo. 

Era o Do Contra, que gosta da recepção diferente. Mônica pergunta o que está fazendo lá, ele diz que foi para assistir ao filme, Mônica diz que era para chegar às 9 horas, Do Contra fala que não era para chegar junto com todo mundo, iria parecer uma excursão e como fica a fama dele e quer ir ao banheiro. Cebolinha e Cascão lembram do Godofredo e diz que ele não pode ir ao banheiro. Mônica e Magali querem saber por que não pode, os meninos falam porque não é um lugar agradável e deixam o Do Contra ir, avisando que faça o que fizer, não dê descarga, sendo a isca para o Do Contra ir para dar a descarga.

Cebolinha e Cascão vão atrás, chegam quando o Do Contra deu descarga e diz que tinha nada lá dentro. Cebolinha e Cascão se perguntam onde foi parar o Godofredo. Na sala, Mônica acha que os meninos estão esquisitos e que algo não cheira bem, Magali fala que é que o Do Contra foi ao banheiro, quando Mônica vê o sapo na cabeça da Magali, se assusta e diz que tinha um monstro verde na cabeça da Magali. 

Magali diz  que a Mônica está assustada com o filme, Cebolinha confirma e vai procurar o Godofredo com o Cascão e a Magali leva a Mônica para o banheiro para lavar o rosto, quando se assustam com um monstro enrolado de papel higiênico e Mônica desmaia. Magali pergunta o que o Do Contra está fazendo e ele diz que está desenrolando o papel higiênico para usar a outra ponta.

Enquanto isso, os meninos procuram o Godofredo, não encontram, Cascão senta no sofá para voltar a assistir ao filme  e esmaga o sapo que estava debaixo do assento. Os meninos querem fazer um enterro bonito para o Godofredo, resolvem jogá-lo na privada e veem o Do Contra. Cebolinha acha que era a Morte que veio buscar o Godofredo. Cascão pergunta por que Do Contra acendeu o lampião e ele responde que é para iluminar. Cascão fala que lampião só se acende quando acaba a luz e ele responde que se acabar a luz, como é que vai achar o lampião e Cascão corta a conversa. 

Cebolinha e Cascão se preparam par ao funeral do Godofredo no banheiro, Cebolinha pega folhas secas no quintal porque todo funeral tem folhas secas voando. Eles dão a descarga, a privada entope e Cebolinha pega um desentupidor. Mônica acorda do desmaio, Cebolinha consegue tirar Godofredo da privada, está vivo e cai em cima da testa da Mônica, que fica apavorada que o monstro verde a pegou, corre e ao ver o Do Contra enrolado no papel higiênico e lampião na mão, ela desmaia.

Mônica acorda e fica aliviada que o Godofredo não era um monstro e Magali desmaia que era um sapo. Do Contra avisa que também não é monstro. Mônica se toca que era tudo um plano dos três para assustá-la e corre atrás dos meninos pela casa para bater neles, gritam, acordando os pais da Mônica. Seu Sousa comenta que as crianças não percebem que monstros só existem nos filmes, quando Cebolinha cai no quarto do casal depois de levar surra, respondendo que é o que o senhor pensa.

História engraçada em que a turma assiste filme de terror na casa da Mônica e Cebolinha leva seu sapo Godofredo para assustá-la ainda mais percebendo que ela estava com medo do monstro do filme. Quis esconder o sapo na privada para escondê-lo e Mônica não perceber, mas o sapo sai de lá e os meninos procuram pela sala. cascão senta no assento do sofá onde Godofredo estava, pensam que ele morreu e resolvem fazer funeral jogando na privada, mas ele estava vivo, cai em cima da Mônica, que desmaia depois vendo o Do Contra como múmia, e quando volta a si descobre que foi tudo um plano infalível para assustá-la e corre atrás dos meninos para bater neles.

O sapo deu trabalho para o Cebolinha, como a Mônica não podia saber que ele tinha levado o Godofredo, resolve jogá-lo na privada, mas não contava que ele ia sair de lá e voltar para a sala. Depois pensa que morreu ao Cascão sentar e queria fazer funeral par ao sapo dando descarga na privada e ainda consegue entupi-la. Mônica pensava que era um monstro custou a perceber que era um sapo, demorando a perceber o plano, mas pelo menos descobriu no final e deu surra em todo mundo. Que sofrimento o sapo teve, de fato podia morrer já dentro da privada, imagine dando descarga com ele dentro, felizmente nada de mau aconteceu com ele.

Do Contra chamou bastante na trama, primeiro entrando na casa e eles pensarem que era um monstro coincidindo com a trama do filme no momento, chegar depois para não chegar junto com todo mundo, depois fazer questão de dar  descarga só porque o Cebolinha disse que não podia, se enrolar todo no papel higiênico parecendo múmia porque tinha que usar primeiro a outra ponta do papel e usar lampião para não usar a energia elétrica da casa. Fez jus à sua fama de contrariar, ser sempre diferente de todo mundo. E curiosamente dessa vez Do Contra correu da Mônica para não apanhar, o que não era muito comum, já que ele costumava elogiá-la, escapando das surras. Apanhou por ter a assustado com a múmia de papel higiênico.

Teve mistério inicial do que estava mexendo na bunda do Cebolinha, permitindo leitores imaginarem até que ele cagou na bermuda. Tiveram alguns absurdos de irresponsabilidades de pais da Mônica dormirem e deixaram as crianças sozinhas assistindo filme até tarde, como deixam  a porta de casa aberta de noite, qualquer um pode entrar como o Do Contra fez, e que prejuízo que meninos deram para os pais da Mônica com o Cebolinha e Cascão entupindo privada e Do Contra estragando rolo de papel higiênico inteiro. E Cebolinha apareceu descalço por que estava sentando no sofá debaixo das cobertas. 

Foi engraçado a Mônica com medo do filme de terror, o volume da bermuda do Cebolinha com os amigos pensando maldade, Cebolinha dizer que quer ajuda do Cascão para desenrolar papel higiênico no banheiro, Cascão dizer que não tem vontade de ir ao banheiro com Cebolinha, a turma com medo com a chegada do Do Contra coincidindo com a trama do filme, Do Contra querer apertar a descarga quando pediram para não apertar, enrolado com o papel higiênico como múmia, Cebolinha pegar folhas secas para o funeral do Godofredo e Mônica desmaiar de medo com o Do Contra de múmia e ser comparada por monstro pelo Cebolinha no final. Boa também a  paródia do ator Brad Pitt como "Bredi Pite". 

Seguiu o estilo de histórias do Emerson com personagens sarcásticos, debochados, eufóricos, meio bobos, com grande frequência de personagens com língua para fora ou com cara de surpresa e em posições de braços esticados e pernas inclinadas quando o outro  personagem falava bobeira ou piada infame. Chama mais atenção as gags do que o roteiro em si. O Emerson entrou na MSP em 1996, sendo que histórias dele com esse estilo começaram a partir de julho de 1997, então, essa foi uma das primeiras histórias seguindo esse estilo próprio dele já que esse gibi é de agosto de 1997, aí o público já começava a ver algumas diferenças desde então. De qualquer forma, apenas as histórias do Emerson que eram diferentes, as dos outros roteiristas seguiam como estavam nos anos 1990. Só essas linguinhas de fora o tempo todo já notava diferença, sem dúvida melhor que as caretas exageradas que adotou ao longo dos anos 2000.

Incorreta atualmente por maltrato a animais, jogar sapo na privada e dar descarga, fazer cena de funeral para o sapo, insinuações maldosas de duplo sentido como o volume da bermuda do Cebolinha e Cebolinha e Cascão irem sozinhos para o banheiro fazer o quê, errado pais dormirem e deixaram as crianças sozinhas assistindo filme até tarde e mandar dormirem na sala depois, Do Contra desperdiçar papel higiênico, Cebolinha aparecer surrado e parar longe no quarto dos pais da Mônica com a surra dela, além de palavras e expressões de duplo sentido proibidas como "Droga!", "Graças a Deus", "entrou pelo cano", etc.

Traços ficaram bons, característicos do estilo começado em 1997 com personagens com bochechas mais redondas e mais fofos que marcaram a segunda metade dos anos 1990. O nariz do Do Contra ficou diferente em formato "C" em vez de "^". Tiveram erros de Cascão falar de boca fechada no 3º quadro na página 12 do gibi e Do Contra sem nariz no penúltimo quadro da página 15 do gibi. A história foi interrompida por propagandas em papel tipo capa fina entre as páginas 10 e 11, estilo diferente de mostrarem anúncios começado em 1995, dessa vez com as propagandas do picolé Comics Mickey da "Nestlé Yopa" e do CD-ROM do Chico Bento "Um dia na roça", da "Melhoramentos".