quarta-feira, 30 de abril de 2025

HQ "Mamãe Magali"

Em abril de 1995, há exatos 30 anos, era publicada a história "Mamãe Magali" em que ela vira mãe do Dudu após ele dizer que foi abandonado pela sua própria mãe. Com 9 páginas, foi história de abertura de 'Magali Nº 153' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Magali Nº 153' (Ed. Globo, 1995)

Magali brinca de casinha com a sua boneca, quando aparece o Dudu chorando. Ele conta que a mãe dele foi embora para sempre e o deixou sozinho e ainda diz que deixou uma mensagem de adeus, que não quer mais vê-lo como filho e é para se virar. Magali diz que Dudu não sabe ler e ele fala que ela deixou no gravador.

Magali lamenta a situação do Dudu, o abraça, dizendo que deve doer muito e ele diz que sim por causa do abraço muito apertado e se ela o soltar, vai passar. Dudu diz que vai procurar outra mãe, vê Magali cuidando da boneca e acha que a Magali daria uma ótima mãe. Ela acha que é muito nova e ainda teria que sustentá-lo, dar comida todos os dias, não gostando da parte da comida. Dudu fala que não é problema porque ele não gosta de comer e Magali o abraça com satisfação dizendo que é filhinho dela.

Magali continua a brincadeira, agora com a boneca e o Dudu como filhos dela e depois coloca o Dudu no carrinho de bonecas, diz que filho dela não bate perna e agora tem que chamá-la de "mamãe". Quinzinho aparece e pergunta o que Dudu está fazendo dentro do carrinho de bonecas, Magali diz que é filho dela, que o adotou. Quinzinho fala que não sabe se vai querer casar com alguém que já tem filhos e precisa pensar a respeito.

Magali reclama com Dudu dos sacrifícios que faz por ele e o leva para a casa da avó, que é casa da Dona Lili e dela. Magali apresenta o neto Dudu para a mãe dela, Dona Lili acha que é brincadeira e Magali conta que Dona Cecília foi embora para sempre e largou a bomba na mão dela. Dudu chora porque a Magali também não o quer, Magali fala que gosta dele, sim, e vai lhe dar um banho. Dudu não quer porque tem vergonha de ficar pelado na frente dela e Magali pergunta se tem vergonha da própria mãe.

Enquanto Magali dá banho no Dudu, que reclama o tempo o tempo todo que água está fria e cai sabão no olho, Dona Lili telefona para Dona Cecília. Dudu sai pelado correndo do banho, Dona Cecília toca a campainha e Dudu vai correndo no colo da mãe e fala para salvá-lo da Magali que quer matá-lo. Magali fala para Dona Cecília que some e depois aparece toda lampeira, que abandonou o Dudu e agora é filho dela.

Dona Cecília fala que o Dudu saiu correndo quando estava dando comida para ele. Dudu confessa que inventou tudo para mãe não lhe dar comida. Vai embora com Dona Cecília, que fala que mereceria uma surra, mas vai almoçar agora e Dudu diz que preferia a surra. Magali comemora que não tem mais filho, conta para o Quinzinho e pergunta se são namorados de novo. Quinzinho afirma e Magali fala que é bom apressar o casamento deles e terem seus próprios filhinhos.

História legal em que o Dudu cria plano infalível de inventar que sua mãe, Dona Cecília, o abandonou e acha que a Magali seria sua nova mãe perfeita porque sabe que ela não ia dar comida para ele por não querer dividir comida com os outros. Só que ele não gostou da Magali de dar banho nele e resolve voltar para Dona Cecília, apesar de ela sempre ficar dando comida para ele. Apesar do trabalho que teve com o Dudu, a Magali gostou e ficou com saudade de ser mãe e quer ter os seus próprios filhos.

Magali foi burra em acreditar que Dudu foi abandonado, Dona Cecília nunca faria isso, sem dúvida, Dudu teve uma lábia boa de comover a Magali. Até que ela tratou bem o Dudu enquanto foi seu filho, tratou igual como tratava a boneca. Dona Lili foi esperta que a história dele não a convenceu e tratou de telefonar para Dona Cecília e deu certo. Em situação de perigo Dudu lembrou da mãe e fez as pazes com ela, passou a dar valor. Para o Dudu comer é o castigo pior do que uma surra, então teve lição que mereceu de enganar os outros. 

Dona Cecília chegou rápido na casa da Magali porque na época eles eram tratados como vizinhos. A participação do Quinzinho foi legal, chegou a ser meio machista de não querer cuidar de filho que não era dele e Magali no final foi bem saidinha para uma criança em já pensar em casamento e ter filhos. 

História deve ter sido em homenagem ao "Dia das Mães" com um pouco de antecedência por esse gibi ser da segunda quinzena de abril e ainda estaria nas bancas em maio, fora que a edição seguinte da primeira quinzena de maio reservaram para história de aniversário da Magali.

Eram boas as histórias de planos infalíveis sem serem criados pelo Cebolinha, sempre eram criativas, até Dudu já criou seus planos. Engraçado ver brincadeira da Magali com boneca que para ela é comida de mentirinha e para ela de verdade,  a invenção do Dudu de mãe deixar mensagem de voz em gravador que o abandonou e quer mais vê-lo como filho e se virar, o abraço apertado coincidindo com a fala da Magali que deve doer muito o abandono da mãe, Dudu dentro do carrinho de bonecas, Magali aceitar ser mãe dele ao lembrar que ele não come e que não precisaria dividir comida com ele e dizer que Dona Cecília deixou uma bomba pra ela ao ver pestinha que era o Dudu.

Os traços ficaram bons, típicos de histórias dos anos 1990. De erro teve cortina branca em vez de amarela no quinto quadro da quinta página da história  (página 7 do gibi). Incorreta atualmente por  plano de fingimento de abandono de criança, jogar Dona Cecília contra os outros, Dudu pelado, namoro entre crianças, Magali pensar em casamento e ter filho com Quinzinho, Dona Cecília ameaçar de dar surra no Dudu, afinal, hoje mães não podem bater nos filhos. Proibido também palavras de difícil entendimento para crianças como "lampeira" e expressões populares de duplo sentido como "bater perna". Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

48 comentários:

  1. O final me surpreendeu e, a impressão, não foi das melhores(!). Porque, mesmo para os anos 1990, o que Magali propõe no quadro de encerramento... Mauricio de Sousa devia estar sonolento, aprovou sem a devida atenção ao que foi dito na piada de desfecho. Decerto que não sabe como faz para engravidar, assim como os demais do núcleo que têm seis para sete de idade também não sabem, já Quinzinho, que deve ter nove ou dez anos, provavelmente sabe como se dão as concepções. E a danada é interesseira, só propôs isto pela padaria, pois, se a família dele falisse, certamente que, da parte dela, o namoro esfriaria significativamente...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pelo certo a Magali não devia saber como se engravida por causa da idade dela, mas como tem os absurdos de histórias em quadrinhos e tinha de tudo nos gibis da MSP na época, aí acredito que o Mauricio aprovou de propósito, viu nada de mais nisso. No mínimo, a Magali sabia que casais tinham filhos após o casamento, não necessariamente da forma que sabemos que se gera um filho, Mauricio deve ter visto esse lado, só é certo que historinha de cegonha levar os bebês a Magali sabia que não era. Ela tinha muito interesse pelo Quinzinho por causa da padaria e comer de graça, por ser herdeiro, era jogo pra se casar com Quinzinho.

      Excluir
    2. Outra coisa que sempre indaguei é essa de Mauricio de Sousa ter aprovado 100% das HQs publicadas no século passado e as deste século também, como as dos anos 2000, por exemplo, em que o politicamente correto já atuava e não predominava. Durante todo esse tempo ele esteve inúmeras vezes fora da cidade de São Paulo, portanto, impossível aprovações da parte dele terem chegado a 100%. Certamente quem aprovou boa parte foi Alice Takeda e não duvido que em várias ocasiões Mônica Spada tenha exercido essa função de aprovar e desaprovar roteiros. Nos anos 1970, quem sabe, Mauricio tenha aprovado absolutamente todas(os), ainda assim é mais coerente crer que tenha aprovado maioria, não a totalidade.

      Excluir
    3. Acredito que a Alice tenha aprovado muitas histórias, já a Mônica Spada acho que não. Mesmo com viagens não vejo problema para o Mauricio aprovar, deixaria acumular e aprovaria quando voltasse para o estúdio ou então levaria roteiros pra viagens e via nos intervalos.

      Excluir
    4. Você pode estar certo, Marcos. Entretanto, sempre considerei possibilidade de uma terceira pessoa nessa função. Lógico que interinamente, cobrindo esporadicamente as ausências dos dois. Caso não a Mônica, sei lá, quem sabe, a tia dela ou, o tio - irmãos do Mauricio.

      Excluir
    5. Se teve uma terceira pessoa aprovando certamente seria alguém da família do Mauricio. A Monica Spada pode ser possibilidade, mas tem fator idade já que ela tinha cerca de 20 a 30 anos nas décadas de 1980 e 1990 e acho que ela sempre ficou mais focada em departamento de produtos comerciais da empresa desde nova. Aí, irmãos do Mauricio acho que teria mais chance como terceira pessoa de aprovações de histórias. A segunda eu sei que foi a Alice, isso é fato.

      Excluir
  2. Marcos, uma pergunta interessante: se você fizesse uma coletânea de histórias da Turminha (da Abril até a Globo), quais você escolheria?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oh! Até hoje eu não sei montar ranking de histórias favoritas que li, tem tantas boas que é difícil escolher, trato como iguais as que eu gosto. Por isso não fiz ainda uma postagem assim na coluna "Top 5" do Blog.

      Excluir
  3. Uma pergunta: A Magali e o Dudu são primos por parte de mãe ou pai?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Por parte de pai da Magali, a Dona Cecília é irmã do Seu Carlito.

      Excluir
  4. kkkkk O Duduzim é um fêda mãe, ingrupiu a Magali prela bancá o tico-tico. O Quizim que feis certo, num quis criá fiote de godelo.
    Tigamente ninguém impricava cos personage criança apareceno os piruzim, as pererekinha e as bundinha, tualmente isso é cossiderado poca vergonha. Vôtifalá macoiza, quanta bobera, as pessoa tâum veno plobrema aonde nuiziste.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Dudu conseguiu enganar a Magali direitinho até descobrir a farsa. Quinzinho fez muito bem, filhos dos outros não dá mesmo. Muita bobeira essa implicância de crianças peladas, muita falta do que fazer problematizar essas coisas.

      Excluir
    2. É mesmo falta duque fazê ô marco, võcê resumiu direitim. Purezempro, adoro aquela capa co cascão pelado olhano curraiva a mãe colocás ropa dele molhada no varau. Otra queu gosto muito é do Chico bento peladim dipindurado no varau purcauso ca mãe colocô ele como se fosse ropa lavada e mais a ca Magali tá no chuvero e o gato toma banho de límgua. Acho superingrassado essas capa e num xergo indessēnsia ninhuma em mostrá as bunda e os piruzim deles. Se fossatina o o Rolo cas parte íntima amostrano o o seu Cebola e a muler dele o a mãe da Mônica entre otros personage aduto, eu ia sê umadas primera leitora quia ficá orrorizada e tratá como atentado aupudôr. Já os personage criança, vejo nada de iscandalozo, acho normal.

      Excluir
    3. Essas capas foram boas, com certeza nada de indecente nisso, também acho normal, são só crianças, só se fossem com adultos e isso não faziam. Com adultos no máximo colocavam mulheres de seios de fora, principalmente as índias da Turma do papa-Capim, já parte de baixo, nenhuma vez.

      Excluir
    4. Só uma coisa, acho que nunca mostraram as partes íntimas das meninas, só dos meninos. Eu sei que sempre achei isso estranho quando eu era criança. E quando a mostrar os personagens adultos nus... bem, cada um, cada um, mas apesar de eu não me sentir confortável com ver pessoas adultas sem roupa, nem homens, nem mulheres e sei muito bem que talvez a maioria das pessoas não se sintam confortáveis com isso, eu também penso que a nudez num contexto não-sexual não devia ser tão tabu quanto é mesmo em 2025. Não que eu queira ver os personagens adultos nus, mas que eu acho que a nudez devia ser menos tabu hoje em dia, eu acho.

      Excluir
    5. Warrior, as meninas já vi sem top e de bunda de fora, agora parte da frente não lembro, no máximo só de calcinha sem um top. Vai ver que achavam que pra meninos era mais normal. Nem ligo de personagens adultos sem roupa, mas pra gibis infantis melhor uma coerência de não ter parte de baixo sem roupa em adultos, parte de cima sem problema.

      Excluir
    6. Mas até que faz sentido aparentemente nunca terem abordado com algum nível de detalhamento as nudezes das meninas no que tange nu frontal abaixo da linha da cintura, pois, vulvas desenvolvidas compreendem a condição adulta e mais a adolescência. Diferente da genitália masculina, essa sim, se faz visível desde tenra idade. Se colocassem pequeninos risquinhos para representarem vulvinhas da Magali, da Mônica, da Rosinha e das outras gurias, creio que tal recurso poderia soar invasivo, sei lá, talvez não pegasse bem. Vai que exista alguma HQ em que deixaram assim e que tenha ficado visivelmente de boa e preferiram não levar adiante. Diferente dos bingulinhos que, em HQs antigas, volta e meia apareciam.

      Excluir
    7. Zózimo, a sociedade sempre aceitou o nu masculino de meninos, já de meninas era mal visto, deviam achar indecente. Acho que já teve alguma vez menina completamente nua de frente, só não lembro e bem raro, quem sabe nos anos 1970 e não gostaram e não seguiram adiante.

      Excluir
  5. Adorei essa histórinha. Bem ritmada, com um tema interessante, e gostosinha de ler. Magali mãe do Dudu? Por essa eu nunca imaginava. Tem tudo para dar confusão! Só não pensei que ela fosse acreditar na história tão facilmente, nem topar ser mãe dele tão rápido. Ô ingênuidade aqui, achando que seria fácil. De qualquer forma, foi uma idéia meio maluca. O melhor foi a situação dela com Quinzinho, ele terminando porque não queria filhos com a namorada. E sendo Dudu então, pior ainda. Ele e Quinzinho já não se dão bem, né? Me lembro de umas histórias que ele sentia ciúmes e tentava atrapalhar namoro deles dois, certo?
    Voltando a história, a parte do banho foi bem comédia, ele gritando e chorando, pareceu o Cascão. E Dona Lili já não caiu naquela história, chamou já Dona Cecilía e tudo foi esclarecido. Já imaginávamos que Dudu inventou tudo, só por algum motivo relacionado a comida. Nenhuma surpresa aqui. E preferir surra do que comida? O caso é grave.
    O bom é que Quinzinho e Magali voltaram, com ele alivíado por não ter filhos, e então ela bem apressadinha querendo ser mãe bem cedo. Isso pode ser problemático para ela e o relacionamento. Sossega lá, Magali!

    Ótima história, nota 8.5.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Magali foi muito inocente em acreditar logo de cara, ainda mais conhecendo o Dudu. Ideia maluca de fato, fez tudo aquilo só pra não darem comida pra ele. Para o Quinzinho, acho que pesou mais o filho ser o Dudu, criar um menino peste como ele não seria fácil, não teria paz. Já teve história com Dudu atrapalhando namoro da Magali com Quinzinho, por isso mais um motivo pra ele não gostar do Dudu. Realmente pareceu o Cascão no banho, muito fresco. Dona Lili quem estragou o plano do Dudu, ruim pra ele que volta a comer com a Dona Cecília. Dava pra saber que era invenção desde o início, só Magali pra cair nas conversas dele. Magali foi bem pra frente pra uma criança de 6 pra 7 anos no final, achei engraçado.

      Excluir
    2. Eu gosto de histórias assim que Magali e Dudu tem boa convivência. Se dão bem. Se tratam como amigos. Fica algo mais leve. Melhor do que nos anos 2000, quando começaram a colocar uma rixa grande entre eles e fazê-los brigar a cada história, ficava irritante. Sentia falta da química mais amistosa entre eles, como irmãos de verdade. Era legal assim.

      Excluir
    3. Verdade, com eles amigos assim eram melhores. Nos anos 2000 mudaram isso, também não achei bom. Naquela década aumentaram participações do Dudu nos gibis da Magali nas de abertura e deixaram os dois briguentos e ele mais pestinha sem ser coisas relacionadas a comida. Isso quando não tinham aquelas de Magali contando histórias para o Dudu, essas eram mais chatas.

      Excluir
    4. O Dudu dos anos 90 ás vezes tinha até ciúmes da Magali, um sinal claro de quão amigos eles eram. Isso dificilmente rolaria nos anos 2000, onde eles só são próximos por serem familía mesmo. Dudu dessa época só a vê como uma chatonilda e preferiria ficar longe dela. Não gostava disso.

      Excluir
    5. Pois é, eles eram bem próximos nos anos 1990, depois que deixaram como membros de família, parece que quiseram dar ideia de primos que brigam. Não ficou bem.

      Excluir
    6. Isso da Magali e Dudu sempre primos para mim nem é grande coisa, já que não interfere em nada nas histórias mesmo, é o menor dos problemas para mim. O erro maior mesmo foi mudarem a química deles de amigos e unidos para tensão e ficarem em guerra um com o outro. Isso que foi o verdadeiro problema e me desanimou das histórias deles. O única história com eles assim que gosto é os Micos da Praia.

      Mesma coisa que aconteceu com Mingau, que mudou de personalidade e ficou arrogante com a Magali também, sem o afeto e carinho de antes. Não gostava deles sempre brigando também.

      Excluir
    7. Se fossem primos, mas mantivessem as personalidades e amizade não ficaria ruim. O Mingau é outro que perdeu identidade só brigando com a Magali. Parece que quiseram investir em personagens causando atrito para Magali e deixá-la com raiva.

      Excluir
    8. Isso aí, gente! Falência dos quadrinhos da TM clássica foi se dando gradualmente. Conflitos bem embasados são orgânicos e, por isso, são funcionais, daí, enriquecem os personagens e, consequentemente, enriquecem as tramas.
      Lamentavelmente passaram a "apostar no novo" e isso foi a partir da década de 2000. Constância em conflitos idiotizantes, gratuidade começou a imperar e, Cebolinha, por exemplo, começou a ter tanto, tanto, tanto destaque, e eu achava insuportável o que arrumaram com ele nessa época, Cebolinha brilhava naturalmente, a superexposição só o prejudicou. Ao passo que Mônica ia, cada vez mais, sendo anulada, recuando, perdendo posição, quase só simpatia, quase sempre pegando leve, aquele maravilhoso gênio difícil passou ser raro, periférico em sua personalidade.
      Outro que a partir dessa década reduziu significativamente a pegada incisiva, foi o Cascão, já não me impressionava mais.
      Tratar características essenciais e consagradas pela justificativa de que ficaram ultrapassadas, esse tipo de retórica canhestra, sempre foi, é e sempre será a receita perfeita para a destruição de tudo que é bom, o movimento modernoso é um tipo de conceito que abomina tudo que funciona de maneira orgânica.

      Excluir
    9. Se fosse uma ou outra história diferente, dava pra aceitar. Agora mudar tudo, mesmo sendo gradual ficou ruim. Sem dúvida, o Cascão foi o mais atingido com o politicamente correto já que não pôde mais ficar no lixão, dentro de lata de lixo, brincar na lama, fazer apologia à sujeira e tantas outras mudanças com sua característica principal.

      Excluir
    10. E nem me refiro a ele nos anos 2010 e na década vigente, Cascão dos 2000 já havia conquistado meu desinteresse por se encontrar numa configuração morna que passou ser seu, até então, novo padrão, denotando uma personalidade bem menos punk, bem menos hardcore.
      O Dudu é outro. Depois que o emanciparam da órbita da Magali, passei a considerá-lo um tremendo xarope. Dudu é mimado originalmente, porém, como podemos constatar em "Mamãe Magali", é uma característica que o deixava envolvente, daí, acrescentaram-lhe uma personalidade escrota de moleque hiperativo, extremamente arteiro e passa a atuar praticamente só nesse ritmo anárquico, ou seja, o movimento modernoso idiotizou o personagem antes de iniciar a próxima década - os 2010.

      Excluir
    11. Sim, desde os anos 2000 o cascão já estava assim descaracterizado, foi o primeiro a notar bastante diferença. Com o Dudu nos anos 2000 o deixaram extremamente pestinha e sem ser relacionado à comida, brigava e perturbava todo mundo, tiveram muitas dele só com o Cebolinha, mas também podia atazanar outros como o Anjinho, Titi, Xaveco, Denise e afins.

      Excluir
    12. Poderiam ter inventado um moleque arteiro para que fosse efetivado ao núcleo do Limoeiro em vez de tirar o Dudu da condição de antítese da Magali. Década de 2000 infelizmente foi um desastre para os quadrinhos da TM clássica como um todo...

      Excluir
    13. Um personagem novo seria melhor. Aproveitaram que Dudu era pestinha com comida, aí deixaram pestinha em qualquer coisa, não foi bom.

      Excluir
    14. Admito que gosto das histórias do Dudu com o Cebolinha, dava uma variada da Magali e podiam ser boas no geral. O problema é o Dudu com outros personagens, ele enchendo o saco de todo mundo, perde o que tornava ele especial. Podia ser só com o Cebolinha, que virava uma fera com ele, era divertido de ver. Com todo mundo, com Mônica, Titi, Jeremias, Franjinha, Anjinho... só fica irritante e cansativo mesmo, não tinha brilho. E MESMO assim, considero ele melhor com qualquer um desses personagens do que com o mala do Binho, sem química, sem sal nenhum. Verdadeiro Dudu ficou nos anos 90, infelizmente.

      Excluir
    15. Para variar, até que seria interessante se Dudu apresentasse essa conduta frenética e selvagem esporadicamente e causasse transtornos aos demais guris da turma. Afinal, não acho justo que ficasse restrito ou, exclusivo, a uma figura titular, não seria salutar que ficasse fadado à condição de praticamente um simbionte da Magali. Contudo, a simbiose que havia entre os dois era sinergética, isto é, foi algo que funcionou muito bem. Minha crítica consiste na troca de função do personagem, pois, a razão de ser do Dudu, o cerne dele, inevitavelmente, foi a Magali, e isto não significa que o moleque, como dívida de gratidão, devesse interagir apenas com a Dona Cecília e seu marido (pai do Dudu) e mais a Magali, claro que não se trata de reacionarismo, ainda mais nesse naipe de meio que soar que ele fosse propriedade da comilona, longe de qualquer insinuação nesse sentido. O que destaco e, não concordo, foi terem mudado a base do dito-cujo, o afastando das raízes e, isso sim, deu uma empobrecida no piazito.

      Excluir
    16. Como forma de variação, tudo bem, mas deixar em definitivo desse jeito que não ficou legal. Poderia o Dudu continuar contracenando com os pais e a Magali quando ele era pestinha em relação à comida e poderiam ter deixado fixo ele atazanando só o Cebolinha em outras questões sem ser comida, pra dar a variada e não ficar na mesmice. Agora ele ser pestinha com qualquer um e com linguajar que deixavam, ficava chato.

      Excluir
  6. Há um erro, mas muitíssimo mínimo, mas que em alguns quadros, o risco branco que dá a divisória do calção do Dudu, ao em vez de branco, fica da cor da pele do Dudu.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Há também, Julia R., o lápis do Quinzinho. Some da orelha nas duas vezes em que o personagem aparece na trama.

      Excluir
    2. Esses dos riscos de divisória difícil reparar, nunca ia prestar atenção nisso se não falasse. O lápis do Quinzinho também não reparei, porém mais fácil de reparar do os riscos do calção.

      Excluir
    3. E no tercero quadrim da sigunda pàgina tá faltano a parte de trais do cabelo do Dudu.

      Excluir
    4. Ethelvina, isso até que era normal acontecer, mas não deixa de ser erro também.

      Excluir
    5. Faltaram as... "costeletas"(?!) do Dudu. Abaixo explico:
      No primeiro quadro da sexta página (pág.8) não se vê as madeixas que ladeiam* as orelhas. Olhando assim, a princípio não parece, mas, não desenhá-las devido ao tipo de expressão facial em que olhos ficam ocultados, nariz no topo e predominância da boca sobre o rosto, trata-se de erro.
      *Ou são as orelhas que entremeiam os cabelos, dado volume e comprimento na parte da nuca, enfim, um termo ou outro, dão na mesma.

      Excluir
    6. Zózimo, acho que em situação assim não apareceria topete do Dudu, a cabeça ficou muito pra cima, não vejo erro, pelo menos não tão grande, aceitável.

      Excluir
    7. Refiro-me às "costeletas", isto é, madeixas laterais.
      Como mencionado acima, a princípio não desperta atenção, mas, observando os detalhes que compõem cabeça e face do personagem, fica claro que falta(m) algo na imagem em questão, ou seja, deviam ou, deveriam, ficar ali, entre boca e orelhas.
      Já topete, opcional neste caso. Ausência contemplada pela lógica, assim como, aparecer, não a desafia. Um bom exemplo encontra-se no primeiro quadro da segunda página, desenhista ou arte-finalista optou por inseri-lo e, curiosamente*, braço direito oculta orelha e madeixa direitas...
      *Sei não... Parece proposital...

      Excluir
    8. Ah, sim, é a parte debaixo do cabelo, não me toquei. Nessa caso, foi um erro, dava pra colocar essa madeixa, sim, naquela cena.

      Excluir
  7. Fala, Marcos! Recentemente descobri na internet que o site antigo da Turma da Mônica ficou arquivado. Boa parte das histórias ainda tão lá, vale à pena dar uma olhada
    https://web.archive.org/web/20101120231200/http://www.monica.com.br/comics/nwelcome.htm

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. João, vi aqui. Muito legal, gostei de rever parte do site, as histórias que colocaram, nostalgia pura. Bom que não fica uma mídia completamente perdida depois que tiraram do ar. Uma pena não terem seguido com site oficial, mesmo que modernizado, só fazem divulgações em redes sociais.

      Excluir
    2. Verdade. Lembro que no tempo até perguntei pra eles se no novo site colocariam histórias em quadrinhos. Disseram que sim, mas virou só um site de divulgações mesmo. Semana passada vi algo surpreendente, encontrei em uma banca de João pessoa (PB) 4 almanaques dos mais antigos, comprei 3 deles que ainda não tinha. Ainda no preço de 4,50 e em boa qualidade (sem ser de segunda mão). Um deles (do Cebolinha), o que eu já tinha em casa, tinha uns 20 pelo menos.

      Excluir
    3. Infelizmente apenas divulgações, ficou sem graça. Legal que encontrou esses almanaques, deve ser de estoque que não foram vendidos e o cara da banca conseguiu, fica como uma espécie de sebo.

      Excluir