quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Cranicola: HQ "Boca de ouro"


Mostro uma história em que o Cranicola teve seus dentes de ouro roubados por bandidos. Com 4 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 6' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Cascão Nº 6' (Ed. Globo, 1987)

Nela, Cranicola está exibindo seus dentes de ouro, achando que está abafando com os novos dentes. Ele percebe dois homens olhando o tempo todo para ele e pensa que estão reencarnando de inveja.  Os bandidos comentam que a boca da caveira é ouro puro e vão em direção ao Cranicola para roubar seus dentes. Apontam a arma para ele, falando que é um assalto e aí Cranicola descobre que são ladrões. O Baixinho diz que ele é só uma caveira e não tem mãos e resolve atacá-lo para roubar os dentes, mas Cranicola o morde.


O Baixinho vai mandando o Cranicola parar de morder seus dedos e o Altão resolve dando uma paulada no Cranicola e consegue roubar os dentes de ouro. Muminho aparece perguntando por que o Cranicola está banguela e ele diz que foi assaltado. Muminho corre atrás dos bandidos, gritando por polícia e que roubaram a dentadura do Cranicola. Os bandidos acham que o Muminho era um trapo, quando são cercados também pelo Zé Vampir e Frank e o Muminho se desmancha formando um laço para prender os bandidos e devolvem a dentadura par ao Cranicola.

No final, Muminho arranja um cão de guarda para o Cranicola ficar seguro com seus dentes de ouro. Só que o cão acaba engolindo o Cranicola, achando que era um osso gigante e Muminho acha que não foi uma boa ideia.


Essa história é legal, bem simples, direto ao ponto. O Cranicola além de passar sufoco com os bandidos que roubaram seus dentes de ouro ainda acabou sendo engolido pelo seu cão de guarda. Achei engraçado o trocadilho de reencarnar de inveja, que seria morrendo de inveja, mas por ele ser morto, o sentido figurado seria viver e reencarnar. 


Não mostrou como o Cranicola conseguiu aqueles dentes valiosos, apenas apareceu já com os dentes para ser dinâmico, até por ser de um gibi quinzenal de 36 páginas e aí histórias da Turma do Penadinho nos gibis do Cascão não eram muito longas, no máximo 5 paginas, muito raro passar disso, e então não podiam deixar tão explicado e até acho melhor assim. Fica a função do leitor imaginar como ele conseguiu e quem colocou os dentes nele. 

Teve um erro dos bandidos chamarem um ao outro de "Eliseu". Primeiro o bandido alto chama o baixinho de Eliseu e depois o contrário. Eles gostavam de criar histórias com duplas de bandidos, era bem frequente. Impublicável justamente pela presença de bandidos e até pela violência como darem paulada no Cranicola e apontarem arma, coisas que não tem mais nos gibis por acharem traumatizante. Até o Cranicola sendo engolido pelo cachorro no final podiam implicar também.


Os traços muito bons, típicos dos anos 80. O Frank e Muminho foram desenhados diferentes como vemos hoje, Frank, inclusive, mais assustador. Na época eles não tinham traços definitivos e apareciam diferentes em cada história. Só a partir dos anos 90 que passaram a ter os traços que conhecemos. As cores com os personagens mais rosados, marca características dos primeiros números da Editora Globo de 1987.

14 comentários:

  1. Coitado do Cranicola além de roubarem o dente dele o cachorro ainda comeu ele,que azarado.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito azar mesmo kkkk. Cranicola sempre passava sufoco nas histórias dele.

      Excluir
  2. O título da HQ foi retirado de um filme antigo,estrelado por Jece Valadão,que interpreta um bandido valentão(como de costume do ator).Ele pede a um dentista para lhe arrancar todos os dentes naturais para pôr próteses de ouro no lugar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. As vezes acontecia de terem inspiração de algo famoso como um filme, seriado, novela, nem que seja só o título.

      Excluir
  3. Marcos,você enumerou alguns motivos para que essa HQ não seja republicada hoje em dia,que sempre remetem ao "trauma nas crianças".
    Mas,curiosamente,os próprios personagens,que são do "mundo do terror",não são!
    Uma caveira,uma múmia,vampiro,lobisomem,etc. não estão nessa lista de artigos politicamente incorretos,portanto proibidos para esta geração sensível de hoje.
    Será que é por causa do Halloween,que sempre é comemorado anualmente?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Os monstros fazem parte de fantasia de criança, aí por isso não devem ter tirado esse núcleo da Turma do Penadinho nos gibis. Porém, eles não são mais desenhados de forma assustadora, são até fofinhos, e as personalidades deles mudaram também, não são de assombrar mais, meter medo, Zé Vampir não quer mais sugar sangue dos humanos. Hoje são histórias mais bobas, passadas só no cemitério, etc, estão bem diferentes do que era antigamente.

      Excluir
    2. Fofinhos eram os da Turma do Arrepio,já nos anos 90.

      Mas,diga-me:na Turma do Penadinho,ainda existe a Dona Morte e sua foice?

      Excluir
    3. Dona Morte aparece, mas raramente com a foice e quase não mata mais ninguém. Tudo mais ameno do que era antes.

      Excluir
  4. Eu tenho este gibi. Adorava as histórias do Penadinho nos gibis do Cascão, mesmo curtas eram legais.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu também, gostava das histórias deles nos gibis do Cascão, ficava mais objetivo e eram bem divertidas. Depois ficou muita enrolação, encheção de linguiça.

      Excluir
  5. Cranicola se mete em cada uma. Há uma história da globo, não sei se saiu no Cascão ou Chico Bento, onde uma chuva despenca no cemitério es[o o Cranicola não consegue escapar. Ele passa por tudo, inundação, calor, ventania e até cai num barranco onde chora porque caiu atrás de uma moça de biquíni tomando sol. Alguém recorda essa história ou do título dela?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Lembro vagamente dessa, parece que saiu em alguma revista do Cascão mesmo.

      Excluir