Mostro uma história em que o Cafuné foi em uma mata selvagem perigosa para encontrar a sua coragem. Com 8 páginas no total, foi publicada em 'Mônica Nº 94' (Ed. Globo, 1994).
Capa de 'Mônica Nº 94' (Ed. Globo, 1994) |
Nela, um grupo de índios chama o Papa-Capim para caçar na selva. Papa-Capim chama o Cafuné, que estava sentado em uma frente da árvore, e o índio fala que era só para o Papa-Capim ir porque o Cafuné é um medrosão.
Papa-Capim pergunta para o Cafuné se vai continuar ouvindo desaforo e ele diz que não e pega um pouco do arbusto e põe nos ouvidos para não ouvir e continua relaxado. Os índios dão gargalhada da atitude dele e vão embora, falando que se o Papa-Capim quiser ir caçar, ele alcança. Papa-Capim quer saber por que o Cafuné não se defendeu e ele diz que os índios têm razão, ele é medroso, não pode nem ver besouro, quanto mais cobra ou jacaré. Com isso, Papa-Capim leva o amigo até o Pajé para ver se dar um jeito nisso.
Chegando lá, o Pajé diz que não tem nenhuma poção para deixar o Cafuné corajoso e completa que ele tem coragem sim e os levam até a mata cerrada. Lá, Pajé fala que a coragem do Cafuné está em um poço no meio das pedras da mata cerrada e ele teria que ir lá buscar. Cafuné não entende como foi perder a coragem na mata se ele nunca esteve lá. Pajé diz que isso não importa e tudo o que tem que fazer é ir lá e tinha que ser sozinho, sem ajuda do Papa-Capim, o que deixa Cafuné mais aflito ainda.
Papa-Capim incentiva o amigo, perguntando se não quer encontrar sua coragem e ser respeitado pelos outros índios. Cafuné, então, aceitar ir mata adentro em busca da sua coragem. No caminho, fica assustado co a escuridão da mata e quando encontra uma teia de aranha, fica desesperado e começa a correr, mas quando lembra dos índios o chamando de medrosão e o Pajé avisando que a coragem está no fundo do poço, ele volta atrás e passa por cima da teia da aranha, falando que precisa passar.
Em seguida, Cafuné se depara com uma cobra e enfrenta para encontrar logo a coragem. Também enfrenta uma pantera dando um golpe marcial jogando contra a árvore, até que encontra o poço onde está a sua coragem. Ele vê que é bem fundo e escuro, mas escala assim mesmo, falando que não tem tempo de ter medo e já está bem perto de encontrar a coragem. Acaba pisando em um galho no meio das pedras, que se quebra e ele acaba caindo no fundo poço. Lá, Cafuné procura a coragem no meio das pedras e acaba de se dando conta que foi tapeado, pois não tinha coragem nenhuma lá e fica muito brabo.
Depois, do lado de fora da mata, Papa-Capim comenta que está preocupado com o Cafuné, quando ele chega e dá a maior bronca que foi enganado pelo Pajé, quase se matou lá dentro da mata e no fundo do poço e não tinha coragem nenhuma lá. O Pajé fala que não o enganou, pergunta se não enfrentou vários perigos e que teve que tomar várias decisões sozinho. Cafuné diz que sim e Pajé então responde que ele venceu o medo e encontrou a coragem dele e.com isso, Cafuné e Papa-Capim comemoram.
No final, Papa-Capim convida o Cafuné para caçar com os outros índios, enfrentar muitos perigos, jacaré, piranhas e onças e aí o Cafuné imagina tudo isso e volta a ter medo, falando que prefere não ir e vai descansar debaixo da árvore. Papa-Capim estranha porque o amigo havia encontrado a coragem no fundo do poço e Cafuné diz que tinha, mas que quando subiu o poço de volta, a coragem escorregou para baixo de novo.
Uma história muito bem bolada, mostrando um Cafuné medroso e o Papa-Capim e o Pajé procurando ajudá-lo, e, com isso, o Pajé bolou um plano para ele conseguir acabar com os seus medos. O Cafuné enfrentou vários perigos na mata pensando em buscar a sua coragem. Interessante que, por ele ser ingênuo, tratou como se fosse um objeto, uma coisa personificada e se sentiu que foi tapeado ao não ver nada concreto no fundo do poço.
Quando os personagens estão com medo, são capazes de tudo, as coisas mais absurdas e nessa história a vontade do Cafuné de encontrar a coragem, enfrentou os perigos sem notar. Seria o mesmo que se fosse o Cascão enfrentar a Mônica para escapar do banho, que ele era capaz de ser mais forte que a Mônica para escapar de tomar banho. Hoje em dia, seria incorreto a parte do Cafuné dando surra nos animais, pois seria taxado como maltrato aos animais.
Os traços muito bem caprichados, tanto dos personagens quanto da selva, que dão gosto de ver. Era raro ter histórias da Turma do Papa-Capim em gibis da Mônica e Cebolinha, mas quando tinha costumavam ser mais elaboradas e com mais páginas do que nos gibis do Chico Bento, onde é que realmente tinha histórias com o Papa-Capim. É que como os gibis do Chico tinham só 36 páginas, aí era mais comum ter histórias mais curtas de no máximo 5 páginas, quando muito 6. O mesmo acontecia com histórias do Penadinho e Bidu nos gibis do Cascão, já que eles eram os personagens secundários dos gibis do Cascão.
Dez, não tenho essa edição..então HQs foi inédita a mim, bons desenhos! ;)
ResponderExcluirHistória legal e sem dúvida desenhos bem caprichados. :D
ExcluirEssa edição é bem legal... tem a história "Eternos rivais", um clássico na minha opinião.
ExcluirVerdade, é boa também essa de abertura desse gibi.
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