segunda-feira, 2 de julho de 2018

Cascão: HQ "Minha camisa do Coringão


Mostro uma história sobre futebol em que o Cascão ganhou do pai uma camisa do "Coringão" e  passou sufoco para estreá-la quando queria jogar bola com os seus amigos. Com 10 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 161' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Cascão Nº 161' (Ed. Globo, 1993)

Começa com o pai do Cascão, Seu Antenor, dando uma camisa do "Coringão" (Corinthians) para o Cascão, o time de coração deles. Cascão fica superanimado e trata logo de vestir a camisa e mostrar para a turma e estreá-la em um jogo de futebol para dar sorte.



Cascão vai na rua e encontra o Cebolinha todo arrumado e Cascão convida para jogar bola para estrear a sua camisa nova do "Coringão", mesmo que não tinha nada marcado, eles podiam marcar. Cebolinha diz que não dá porque ele tem que estrear a gravata de borboleta ridícula na festa da casa do seu tio Álvaro e ele sai com a sua mãe, Dona Cebola. 

Cascão diz que pode convidar outras pessoas e em seguida encontra Franjinha e Zé Luís jogando xadrez e chama os amigos para jogarem futebol.  Eles aceitam, depois que terminar a partida. Cascão espera sentado e eles demoram muito, deixando Cascão entediado. Ele pergunta se a partida vai demorar muito e Franjinha diz que não sabe, pois teve uma vez que ficaram dois dias jogando e Zé Luís fala pra se calar para não tirar a concentração deles. Cascão vai embora falando que dois dias é muito tempo.


Depois, Cascão encontra o Xaveco jogando bola e eles jogam juntos, só que quando o Xaveco dá o seu primeiro chute, a bola cai em umas flores com espinhos e acaba a bola furando, terminando o jogo. Cascão fica com raiva, já achando que tem alguma coisa que não quer que ele estreie a camisa nova naquele dia. Logo depois, encontra a Cascuda, toda romântica em cima dele e Cascão diz que ela é a salvação e se ele pode pedir algo para ela. Cascuda responde que sim, pensando que era para dar um beijo nela, mas Cascão fala que é para ela ir jogar bola juntos. Cascuda fica com raiva, tirando o clima de paixão e reponde que não e vai embora dando adeus ao namoro deles, deixando o Cascão sozinho.


Cascão fica triste e  senta em uma pedra, quando Cebolinha aparece falando que pode jogar futebol com ele porque a festa foi ontem e sua mãe errou a data. Em seguida, Franjinha e Zé Luís querem jogar bola com ele porque acabaram cedo o jogo de xadrez, com Zé Luís levando xeque-mate. Aparecem também Titi e Jeremias querendo. Cascão fica feliz, mas comenta que eles não tem bola e então aparece o Xaveco falando que o pai dele deu uma bola nova e finalmente eles podem jogar e Cascão estrear a sua camisa do "Coringão". Franjinha pede para esperar porque eles querem jogar com a camisa do time deles.


Os meninos voltam com as camisas deles e Cascão descobre o time dos seus amigos e fica zoando por eles não torcerem para ro 'Coringão'. Franjinha torce para o São Paulo e Cascão o chama de  "Pó de arroz",;Xaveco, pro Santos e o chama de "Peixinho"; Cebolinha torce para o Flamengo e Cascão diz só um "blá" com desdém e diz que é o único que tem bom gosto. Quando vê o Jeremias vestido com camisa do palmeiras, se racha de rir e o zoa de "Porco". Franjinha manda Cascão parar senão eles vão tirar sarro do time dele.


Começa a partida, com apenas Titi e Zé Luís sem camisas de times. Cascão, Cebolinha e Franjinha em um time e Xaveco, Jeremias e Titi no outro. Zé Luís como juiz dá o sinal do início e Cascão dá a partida com a bola e é o craque do jogo, driblando todo mundo e acaba fazendo todos os 4 gols da partida, terminando em 4 a 0 o time dele. Cascão é carregado no alto pelos meninos e Cascuda aparece, falando com o Cascão que viu tudo de longe, achou o máximo e ela dá um beijo no Cascão, fazendo as pazes. Cascão fala que foi um dia muito feliz, graças à sua camisa do "Coringão". Xaveco e Titi dão parabéns à vitória e que eles vão fazer algo que nem os times profissionais.


No final, Cascão chega em casa chorando e o Seu Antenor pergunta se não conseguiu estrear a camisa nova. Cascão diz que conseguiu e seu time ganhou e a torcida o aclamou. Seu Antenor pergunta então o que houve de errado e Cascão diz que no final do jogo eles trocaram as camisas que nem os profissionais e acabou ficando com a camisa do Palmeiras, logo seu time arquirrival.


Uma história muito divertida mostrando o amor do Cascão ao futebol e ao seu time Corinthians. Muito legal ver os imprevistos dos seus amigos que impediram inicialmente de estrear a sua camisa nova jogando bola com eles. Depois eles conseguiram resolver seus problemas e jogarem com êxito e Cascão consagrado a craque até acabar a sua felicidade com a troca de camisas, logo trocando pela camisa do seu arquirrival Palmeiras. Boa sacada de só mostrar a cara do Cascão chorando na frente do pai até revelar que eles haviam trocado a camisa.


Desde que o Pelezinho deixou de ter gibis, o Cascão herdou histórias de futebol  e ficou com uma alternativa pra diferenciar um pouco histórias envolvendo as tradicionais histórias de banho e sujeira. Colocaram o Cascão torcendo para o Corinthians e muitas vezes como o craque da turma, rendendo boas histórias, como essa. Além de futebol, histórias de planos infalíveis e com brincadeiras diferenciavam das com medo de água. Vimos também que o Cebolinha tem um tio chamado Álvaro, ideia não seguida adiante já que não tem cronologia nos gibis da MSP.


Sobre times dos personagens, nunca teve uma coerência até o início dos anos 90, em cada história desse tipo, os personagens torciam para times diferentes. Apenas na metade dos anos 90 que colocaram de forma fixa, pelo menos os dos personagens principais, Então, Mônica passou a torcer para o São Paulo, Magali torce pro Santos e Cebolinha pelo Palmeiras. Antes, coerência nenhuma, como o Cebolinha, que já chegou a torcer para o São Paulo e pelo Flamengo como nessa história. Os clubes paulistas prevaleciam, já que o bairro do Limoeiro onde eles moram é ambientado em São Paulo. 

Outra curiosidade é que o Cascão já torceu pro Santos nas tiras de jornais dos anos 60 e só quando ganhou gibi próprio que passou a torcer pelo Corinthians. Interessante que só o Corinthians teve nome parodiado na história, sendo chamado de "Coringão". Os outros times não foram parodiados. Legal a parte do Cascão zoando os times, principalmente quando ele vê o Jeremias de Palmeiras, foi engraçada a cara que ele fez. Os traços, aliás, muito bons, típicos dos anos 90.


Legal ver a presença do Zé Luís, bem comum aparecer com a turma na época e hoje como um personagem esquecido por raramente aparecer nos gibis. Teve um erro de cor na camisa do Zé Luís que apareceu de camisa azul como juiz do jogo e antes ele aparecia de camisa vermelha. Eu gostava quando tinha erros de cores assim. Nessa até pode dar desculpa que quando a turma foi trocar de camisa, ele mudou a dele para uma azul. Outro erro foi do Cascão falar no final que o jogo foi 3 a 0, sendo que nas imagens da história ele fez 4 gols, não 3. Acabou aparecendo também um menino como figurante ao segurar o Cascão no alto no final da partida, provavelmente como parte da plateia, já que não apareceu jogando com os outros meninos. 

22 comentários:

  1. Legal essa história, me recordo de uma q o cascão arrasa em um jogo, é um olheiro do Corinthians leva ele pra fazer testes e ele tbm arrasa no teste, mas só n fechou com o time pq no final do treino tinha que tomar banho kkkkk.

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    1. Muito boa essa história "O olheiro". Ele tinha que ir pro chuveirinho e aí desistiu de ser jogador profissional. É de Cascão Nº 21 de 1987.

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  2. Ótima história! Adoro histórias com o tema futebol!

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  3. O interessante é que o tema esportes, principalmente o futebol rendeu ótimas histórias, principalmente do Cascão, rendendo até um Almanaque do Cascão temático, como o Almanaque 44 da Editora Panini de outubro de 2017. Nesse Almanaque tem muitas histórias legais republicadas do início da Editora Globo. O Zé Luiz era presença constante nas histórias antigamente, é realmente uma pena hoje em dia ele quase não aparecer. Gosto muito do personagem.

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    1. Era bem frequente histórias do Cascão envolvendo futebol e esportes, apesar de outros personagens terem as suas também. Tiveram vários temáticos do Cascão sobre isso. O Zé Luís tá na galeria de personagens esquecidos, nunca mais apareceu. Gostava dele também.

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  4. Eu também via muito nos anos 90 o Zé Luís,que andava mais com Franjinha, Titi e Jeremias!

    Aliás,numa HQ ele é até um dos protagonistas,chama-se "Seja breve,por favor",em que ele anda com Franjinha,e quando Mônica e cia. lhe fazem perguntas,responde com um palavreado muito formal,rebuscado,e eles não entendem nada,a não ser o Franjinha!Ah,a primeira pergunta que lhe foi feita é por onde ele andava,sinal de que já estava meio sumido na época,mas nem tanto como hoje!

    História de enredo inteligente dada de presente aquele ator,digo,personagem fictício,né,Marcos?

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    1. Essa história é de Mônica Nº 65 de 1992. Tava menor a frequência dele, mas mesmo assim ainda aparecia. Devia tá alguns meses sem parecer aí incluiram isso de perguntar onde ele andava. Depois disso ainda tiveram outras histórias solo dele, ficou mais sumido a partir dos anos 2000 e nessa década tá mais sumido ainda.

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  5. Pra mim tanto faz personagens com times definidos, não ligava também. Bom que teve esse gibi, ele é bem legal.

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  6. já vi uma história em que o ]Cascão estava com frio e ele encontra um lençol verde e quando vai se aquecer vê o escudo do Palmeiras e prefere ficar com frio.

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    1. Essa eu não conheço, bem engraçado. Agora se fosse pra encontrar lençol do Palmeiras pra se proteger da chuva com certeza ele ficaria com o lençol kkkk

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  7. Olá! Eu conheci esta história na revista Coleção Um Tema Só nº 50 - Cascão Futebol III (2006)! Porém, enquanto estava lendo a história aqui no seu blog, percebi que houve uma alteração quando foi republicada em Coleção Um Tema Só : Na parte em que o Cebolinha, o Franjinha e outros vão se trocar com a roupa dos times deles, quando Cascão menciona que o Cebolinha torcia pro Flamengo, na republicação foi alterado que ele torcia para o Palmeiras, e quando Cascão vê que o Jeremias torcia para o Palmeiras e o chama de porco, também houve alteração: ele passou a torcer para o Santos (mesmo time do Xaveco) e ele foi chamado de peixe. Você tem a Coleção Um Tema Só 50 - Cascão Futebol III (2006)?

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    1. Eu não tenho as republicações dessa história. Uma pena que mudaram nesse Coleção um Tema Só pra ficar coerente com a época já que em 2006 o Cebolinha oficialmente já era palmeirense. Foi ruim porque perdeu a coerência da história, visto que cada personagem estava com times diferentes e aí na republicação ficou alguns com mesmo time. Aí esse foi então um dos primeiros casos de alterações em histórias sem ser na Panini.

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    2. Eu ia falar disso, encontrei esse temático e achei uma alteração muito esdrúxula só pra alinhar com as guidelines do estúdio. A piada era justamente o Cascão reservar a zoação maior pro Jeremias porque ele era palestrino, sendo que o Palmeiras é o maior rival do Corinthians, e mudando isso a piada se perde (mesmo porque agora o Jeremias torce pro mesmo time do Xaveco na história e os dois recebem níveis diferentes de encarnação por alguma razão desconhecida). Se fosse pra mudar, faria mais sentido terem trocado o Jeremias e o Cebolinha de lugar, mas mesmo assim eu deixaria como era antes.

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    3. Essas alterações são ridículas acabam com as histórias. Cada vez pior . Pra n ter trabalho de redesenhar, aí mudaram só os times.

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    4. Não é nem tanto trabalho de redesenhar porque repintaram as camisas dos dois pelo resto da história (e foi só o Jeremias e o Cebolinha mesmo), até porque pra ter feito tudo isso, recortar e colar os personagens de um quadrinho pro outro (seriam só esses dois quadrinhos por conta do texto) seria comparativamente simples.

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  8. Foi também por esse gibi que tomei conhecimento da história. Marcos, você tirou essas imagens da edição original, mesmo? Depois da republicação no almanaque da Coleção Um Tema Só, com essa troca dos times (e também das camisas) do Cebolinha e do Jeremias, a Panini re-republicou essa história no Almanaque Temático nº 30 - Cascão - Futebol (abril/2014) e, aí, voltou a caracterizar o Cebolinha como flamenguista e o Jeremias como palmeirense. Por que fizeram essas alterações na primeira republicação e depois voltaram atrás?

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    1. Sim, as imagens são da revista original. Eu não tenho as republicações dessa história. Pelo visto acharam melhor não fazer alteração na re-republicação da Panini, o que foi muito bom.

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    2. Vai ver que perceberam que a piada naquela página tinha perdido o sentido com essa edição (ver acima).

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  9. Fabiano era o Osmar Santos o narrador da rádio globo nos anos 70,80 e inicio dos 90 (até 94 quando um irresponsável bebado quase o matou).

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  10. Lembro dessa história! Acho que eles evitavam escrever "Corinthians" naquele tempo porque a palavra vem do inglês, e a MSP sempre tentou aportuguesar tudo que podia. Claro que alguns jornais e revistas ainda escreviam "Coríntians" nessa época, mas já tinha sido convencionado que oficialmente é com H. A única vez que eu lembro de ter saído "Corinthians" num gibi foi em 96 ou 97, se bem me lembro.
    E era interessante que, fora o Cascão, a Turma trocava de time o tempo todo. Só depois que ficou consolidado, e mesmo os secundários continuaram trocando (só o Franjinha já torceu pra três tricolores: São Paulo aqui, Fluminense numa história de 95, e Grêmio nessa que eu mencionei antes de 96/97). Esse sim deveria ser o tipo de coisa que deviam fixar, afinal quem fica mudando de time o tempo todo?
    Aliás, era bom um post sobre essas histórias com os times que a turma torce, não?

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    1. Eles viviam mudando de time até padronizarem, Cebolinha mesmo á torce pra São Paulo e Flamengo antes de padronizarem pra Palmeiras. E até hoje secundários torcem pra times diferentes a cada história Quando der eu mostro histórias com times dos personagens.

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