sábado, 31 de maio de 2025

A Turma: HQ "Qual é o nome do filme?"

Em maio de 1995, há exatos 30 anos, era publicada a história "Qual é o nome do filme?" em que Cebolinha e Cascão aprontam com a Mônica na video-locadora. Com 8 páginas,  foi história de abertura publicada em 'Cebolinha N° 101' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Cebolinha Nº 101' (Ed. Globo, 1995)

Começa com Mônica e Magali entrando em uma video-locadora para alugar um filme para assistirem, só que estão em dúvida qual escolher. Cebolinha é Cascão estão lá, ouvem as meninas e resolvem aprontar com elas. Magali pergunta para Mônica qual tipo de filme, Mônica responde um que combine com ela e Cebolinha grita "A pequena baleia" e logo emenda falando com o Cascão que é um filme muito bom. Mônica ouve e não percebe que estavam falando dela. 

Depois, Magali diz que tem que ser um filme que combine com as duas e Cebolinha grita "A magrela e a fera". Mônica vai até lá e pensa que os meninos também estão decidindo filme pra escolher. Mônica escolhe um filme, Cebolinha grita "Até que enfim, sua tonta" . Ela vai até lá e Cascão quer saber se a Julia Bobis trabalhou no filme "Até que enfim, sua tonta" ou no "Você é feia que dói". Mônica fala que não sabe e Cebolinha diz "Você sabe de nada, pamonha", emendando que foi o filme que a Julia Bobis fez. Cascão agradece e Cebolinha fala "Apesar de ser bobona e dentuça" e emendam que é outro nome de filme e que são especialistas no assunto.

Os meninos pedem ajuda para Mônica decidir qual dos dois conhece mais filmes, vão falando os nomes de filmes e ela decide quem sabe mais. Eles vão xingando a Mônica inventando que são nomes de filmes. Magali aparece, Cascão diz "Chegou a magrela xereta" e emenda que foi outro nome de filme. Mônica pergunta se eles têm certeza se são nomes de filmes, Cebolinha pega o Sansão e diz que lembrou do filme "Apertem os cintos, o coelho sumiu".

Começa correria na video-locadora com eles passando o Sansão um para o outro e falando nomes de filmes ao mesmo tempo, até que Mônica surra os meninos, falando a cada coelhada seus nomes de filmes que conhece a seu favor como "Fúria Indomável", "A vingadora" e a "Coelhada era a lei". Magali escolhe o filme enquanto eles brigavam, as meninas levam o filme e no final Cebolinha e Cascão também escolhem seus filmes para alugar e a atendente, vendo os meninos surrados, comenta que é uma cena lamentável e lembra o filme "Dança com os bobos" com Cascão falando que pior que eles já viram este filme de montão.

História legal em que Cebolinha e Cascão resolvem aprontar com a Mônica na video-locadora xingando e inventando que são nomes de filmes. Mônica à princípio acredita, mas depois dos vários xingamentos e eles pegarem o Sansão cai na real e consegue bater neles após perseguição na locadora dizendo seus nomes de filmes a favor dela. No final, Cebolinha e Cascão surrados faz com que a atendente lembre de filme. 

Mônica foi muito burra em não ver que aqueles filmes eram xingamentos para ela e que não existiam, pensava que era coincidência na conversa dos meninos, que, assim se aproveitaram para xingá-la a vontade sem apanhar, eles eram terríveis. Dessa vez sobrou até para Magali com eles xingando de magricela e xereta. Interessante que os filmes que falavam realmente se encaixavam nas situações de momento, fazendo a boba da Mônica acreditar. Ficou na imaginação dos leitores quais os filmes que escolheram alugar no final.

Foi divertido também ver as citações e paródias dos filmes criadas por eles e até fazer os leitores adivinharem quais filmes famosos que estavam parodiando. Alguns davam para perceber de cara, outros não foram parodiados, e também tiveram alguns que os filmes não existiam na vida real, eram realmente só xingamentos para a Mônica inventando que eram filmes. Foi hilário também a paródia de Julia Roberts como Julia Bobis e a situação de qual filme que ela trabalhou com xingamentos para a Mônica.

Legal também ver histórias envolvendo coisas datadas como ambientada em video-locadora, alugando filmes em VHS e nem existia DVD. Era um cotidiano da época, alugar filmes em locadoras era a única forma que tinham pra assistir filmes sem serem padsados na TV ou nos cinemas. Hoje não tem mais locadoras e nem VHS e DVDs, para assistir vídeos são em serviços de streaming como NetFlix, então tecnologia faz com que uma história assim não possam mais ser produzidas. Incorreta atualmente por isso de ter coisas datadas, fora aprontarem dentro de estabelecimento, meninos pegarem firme em xingamentos para Mônica e ainda serem surrados no final, autonomia das crianças irem sozinhas a uma video-locadora sem presença dos pais ou de adultos responsáveis.

Traços ficaram bons, típicos dos anos 1990. Os erros ficaram restritos às posições e cores das fitas VHS que estavam atrás deles que sempre variavam de um quadro par ao outro, o que é normal, não iam respeitar cores com demanda de muitas fitas juntas e para agilizar o trabalho. E também Cebolinha sem parte branca nos olhos abaixo das pálpebras no último quadro da história. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Zé Vampir: HQ "Apaixonada por um morcego"

Mostro uma história em que uma mulher se apaixonou pelo Zé Vampir e o homem tenta impedir esse namoro de sua futura pretedende. Foi publicada em 'Cebolinha Nº 145' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Cebolinha Nº 145' (Ed. Abril, 1985)

Gustavo se declara para Magda, que fala que gosta muito dele como um amigo, irmão e que na verdade ela é apaixonada por outro. Gustavo acha que ela não está falando sério, Magna diz que não queria magoá-lo e vai embora porque talvez se encontre com o outro. Gustavo vai atrás escondido, vê um morcego e a transformação do Zé Vampir, descobrindo que a paixão da Magda era um vampiro.

Quando Zé Vampir vai morder pescoço da Magda, Gustavo aparece alertando que o cara é um vampiro. Magda não acredita, Gustavo prova com espelho que não reflete imagem do Zé Vampir e Magda diz que o espelho está com defeito e joga fora no lixo. Gustavo mostra uma cruz provando que vampiros tem medo, Magda diz que é porque ele não é religioso. 

Zé Vampir some, Magda acha que era um mágico, ele se transforam em morcego e foge e se convence que era um vampiro. Magda agradece Gustavo e combinam de se encontrarem no dia seguinte. Quando Gustavo vai encontrá-la de novo, Magda está namorando o Batmão.

História legal em que a Magda namora o Zé Vampir só que ela não sabe que namorava um vampiro. Gustavo,  que estava a fim da Magda ajuda a ela descobrir a verdadeira identidade do namorado e no final, usando Gustavo achava que finalmente iria namorá-la, descobre que começou romance com o Batmão.

Magda foi bem burra, não acreditava que o Zé Vampir era um vampiro, sempre dava uma desculpa, estava cega de paixão.  Foi engraçado ela dizer que o espelho estava com defeito, que o Zé Vampir era mágico quando ele some e que não gosta da cruz porque não era religioso. Vimos que ela adorava morcegos já que não perdeu chance de namorar o Batmão, assim que acabou romance com o Zé Vampir.

Gustavo devia se valorizar, se a garota não queria, partia para outra. Assim que ela disse que estava namorando com outro, não devia mais insistir. Pelo menos a atitude dele ajudou a Magda não virar vampira. Ela namorando o Batmão, já não teria mais perigo, Gustavo poderia fazer mais nada pra salvá-la e então ele acabou se dando mal.

O Zé Vampir fez mais uma participação,  protagonismo ficou mesmo com Magda e Gustavo. Secundários humanos nas histórias da Turma do Penadinho sempre tinham bastante presença, com presença ou não dos personagens principais. E ainda teve uma participação do Batman, que na MSP gostam de parodiá-lo como "Batmão". Interessante que muitas vezes colocavam as cores iguais dos uniformes oficiais dos super-heróis, ficavam muito parecidos com os originais.

Na MSP, lixo surgia do nada quando queriam jogar fora alguma coisa pra não dizer que estão jogando coisas no chão da rua como foi no penúltimo quadro da quarta página da história.  Incorreta atualmente por ter namoro, mesmo sendo de adultos, má intenção do Zé Vampir e mostrar um Gustavo desvalorizado com si mesmo na insistência de namorar Magda e sem um final feliz para ele.

Traços ficaram bons,  típicos de histórias de miolo dos anos 1980. Zé Vampir sem olhos com fundo branco porque ainda não tinha uma padronização dos personagens da Turma do Penadinho na época. História ocupou 6 páginas do gibi, mas se não fossem as propagandas inseridas seriam 5 páginas. Propagandas inseridas foram do estilo ocupando espaço de quadros interrompendo histórias, muito comum na época, aí juntando as quatro,  fica 1 pagina a mais a história ocupando o gibi. Dessa vez as propagandas foram dos tênis "Bibi", do chiclete "Ping Pong" e dos gibis do Manda-Chuva e do Zé Colméia. 

sábado, 24 de maio de 2025

Tirinha Nº 115: Cebolinha

Nessa tirinha, Cebolinha tira seus brinquedos que caíram nos pelos do Floquinho e, para surpresa dele, depois de tirar tudo, tem mais nada do cachorro, simples sumiu sem as tantas coisas dentro dele. Cebolinha nem imaginava que tinha tudo aquilo dentro do Floquinho e muito menos  que ele iria sumir, recuperou todos seus brinquedos,  mas ficou sem cachorro. 

Floquinho foi marcado como um cachorro diferente que qualquer coisa entrava na sua pelagem, inclusive pessoas podiam entrar nele e Cebolinha ficava em dúvida se era um cachorro de verdade. Era muito legal esses absurdos, nada com a realidade, era só diversão. 

Tirinha publicada em 'Cebolinha Nº 29' (Ed. Globo, 1989).

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Chico Bento: HQ "Óia a onça!"

Mostro uma história em que o Chico Bento cata laranjas e deixa o Zé Lelé para avisar caso apareça uma onça. Com 8 páginas, foi história de abertura publicada em 'Chico Bento Nº 109' (Ed. Abril,  1986).

Capa de 'Chico Bento Nº 109' (Ed. Abril, 1986)

Chico Bento e Zé Lelé vão em direção a uma laranjeira na beira do riacho. Zé Lelé tem medo porque ali tem muita onça, Chico fala que ele vai carregar o cesto e Zé espera para ajudar a carregar e se aparecer uma onça, só gritar "óia a onça!" que ele vem correndo para acudir o primo.

Chico sobe na árvore e Zé Lelé grita "Óia a onça!". Chico vem correndo e Zé Lelé diz que não tem onça, que foi só para testar se vinha mesmo. Chico sobe de novo na árvore, Zé Lelé grita e fala que viu nenhuma onça e só queria saber se o Chico dava para escutar lá da árvore. Chico fala que escuta muito bem e que é para parar de chamá-lo toda hora, precisa catar as laranjas.

Com Chico na árvore, Zé Lelé grita de novo 3 vezes, Chico pensa que é verdade, e na hora Zé Lelé fala que depois dos alarmes falsos, queria ver se o Chico ainda acreditava nele. Chico fica furioso, falando que se fizer de novo, acerta uma paulada na cabeça dele. Chico sobe na árvore, Zé Lelé grita várias vezes, Chico não dá bola e cata as laranjas. 

Quando volta, encontra uma onça e pensa que ela engoliu o Zé Lelé. Chico dá paulada na cabeça da onça, que o ataca e vai embora. Chico fica com remorso que o Zé morreu por culpa dele e nunca vai se perdoar. Chega na vila e dá de frente com o Zé, pergunta como se ele escapou da onça. Zé Lelé diz que não viu onça, como gritou e não veio, foi embora porque se vier uma onça de verdade, não ia depender dele. No final, Chico fica com raiva e  corre atrás do Zé tacando as laranjas nele pela vila e Zé Lelé gritando "Óia o Chico!".

História engraçada em que o Chico deixa o Zé Lelé para avisar se aparecer uma onça enquanto catava laranja e o Zé Lelé grita "Óia a onça!" toda hora para testar se o Chico viria mesmo. Chico se cansa e não ouve o chamado do Zé e depois que viu uma onça ali pensou que ela comeu o primo. Descobre no final que Zé estava vivo e saiu com medo de onça aparecer e não depender do Chico aparecer para ajudá-lo.

Chico foi muito paciente, só depois da terceira vez do Zé Lelé gritar que passou a ignorá-lo, se fosse outro, na segunda já dava a paulada na cabeça dele e o gnorava. Também ele foi muito ingênuo de acreditar que a onça engoliu o Zé só porque parou de gritar. Engraçado que coincidiu com a onça arrotando como se tivesse comido alguma coisa e aí pesou a consciência de ter sido injusto como Zé. Só no final que percebe que se preocupou à toa e foi o Chico quem virou o perigo para o Zé, não foi atacado pela onça, mas pelo Chico.

Ze Lelé foi sacana de testar Chico várias vezes, uma vez até ia lá,  já quatro vezes e impedindo de pegar as laranjas, não dá. História mostrou de forma divertida que ficar mentindo toda hora, vai acabar ninguém acreditando depois. Assim como foi a saída do Zé Lelé foi proposital, mas poderia ter aparecido onça de verdade e ele se dar muito mal. Curioso dessa vez que o Chico catou laranjas, em vez de goiabas, ficou diferente. 

Os traços ficaram muito bons, com arte-final bem caprichada característica do Alvin Lacerda. Incorreta atualmente por mentiras do Zé Lelé sobre a onça e fazer o Chico de bobo, Chico contracenar com onça, atacá-la e ser atacado aparecendo surrado, dizer que vai dar paulada na cabeça do Zé e tacar as laranjas nele no final, além dos palavrões e homem com cachimbo. Caipirês também certas diferenças com o atual como "mió", que agora colocam "mior", aímudariam para atualizar como colocam agora.

Nunca foi republicada em almanaques até hoje, seria a partir de 1998, quando republicaram com frequência histórias de 1986 do Chico Bento, só que acabaram não republicando porque já estavam com pressa em acabar com republicações de histórias da Editora Abril e passarem a republicar só as da Globo. Porém, foi adaptada em 1990 em desenho animado com mesmo título, só que mais desenvolvida no desenho, com um estilo mais parecido de histórias de gibis dos anos 1990. Então,  o desenho é famoso, mas a versão em quadrinhos é rara e só quem tem o gibi original conhece a história. 

domingo, 18 de maio de 2025

HQ "Cascão, o Menino-Tatu"

Em maio de 1995, há exatos 30 anos, era lançada a história "Cascão, o Menino-Tatu" em que ele cava um túnel abaixo da terra que nem um tatu para fugir da chuva e passa sufoco com bandidos. Com 15 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 219' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Cascão Nº 219' (Ed. Globo, 1995)

Cascão e Cebolinha estão em local descampado e começa a chover. Cebolinha pensa que que o Cascão derreteu por não ter dado tempo de se esconder, acha que devia ser sujeira até a alma e vai embora chorando. Só que o Cascão tinha cavado a terra para fugir da chuva e segue cavando até encontrar um lugar bem sequinho pra se esconder.

Cascão encontra sua casa e tenta cavar para sair pelo piso, mas o assoalho é duro e não consegue sair por ele. Enquanto isso, Seu Antenor ouve batido no assoalho, Dona Lurdinha está preocupada com a demora do filho e Seu Antenor tranquiliza que ele deve estar protegido na casa de algum amiguinho. Cascão bate de novo no piso, assusta Seu Antenor e Dona Lurdinha acha que são cupins.

Cascão desiste, segue cavando por horas e chora por ter se perdido e não saber onde está, pode estar há muitos metros abaixo da superfície, não sabe se cava para cima ou para baixo e vai morrer ali ou sobreviver comendo minhocas e talvez um dia encontre a saída, virando um monstro de menino-tatu, nem os pais vão reconhecê-lo e vão obrigá-lo a tomar banho e se desespera. 

Em seguida, ouve um barulho e cava até onde ouviu. Era um esconderijo de bandidos que estavam planejando cavar um túnel até à delegacia para soltar os colegas de cadeia. Ouvem um barulho no piso, bandido Marcão pensa que é no porão, que eles não têm, e logo veem Cascão arrebentando o chão podre e os bandidos apontam armas para ele, deixando como refém.

Marcão verifica que não tem ninguém com o Cascão e tem um túnel comprido a perder de vista, Cascão diz que cavou hoje mesmo para escapar da chuva e o bandido Maldívio o coloca para fazer o serviço que planejaram. Eles chegam em frente à prisão de segurança máxima, os colegas estão presos no térreo e Cascão cava túnel até onde eles estão. Um bandido grita que um ladrão entrou, o outro dá soco dizendo que eles que são ladrões. Os presos entram no túnel, a gritaria atrai os policiais, que descobrem que saíram pelo piso.

Maldívio acha que devem mudar de rumo já que os guardas vão esperar no outro lado do túnel. Marcão sugere que o Menino-Tatu os guie já que eles encontrou o esconderijo do nada. Cascão é ameaçado por Maldívio para usar o senso de direção para tirá-los de lá, Cascão cava com arma apontada por Maldívio e leva todos até onde era a delegacia. Maldívio reclama que ele os enganou e Cascão fala que o local era seguro para ele, se concentrou no lugar longe dos guardas, só que seu senso de direção é péssimo.

De manhã, os policiais levam Cascão de volta para casa e vê os pais e amigos chorando, achando que ele derreteu e virou poço de lama ao pegar chuva e ficam felizes ao vê-lo de novo. Cascão conta a história e os pais resolvem lhe dar banho para perder o medo de água. Não teria como fugir porque o chão era de cimento, então Cascão se enrola como bola e vai rolando até sair de casa e no final comenta que quem diria que ele é um Menino-Tatu-Bola.

História legal em que o Cascão cava um túnel igual a um tatu para se esconder da chuva e fica perdido por não encontrar um chão podre para que ele possa sair de lá. Segue cavando até encontrar um esconderijo de bandidos que planejavam soltar colegas presos cavando túnel até lá. Cascão é obrigado a fazer o serviço de cavar, até consegue soltá-los, mas para levá-los à superfície, cava até onde era uma delegacia e consegue prender todos os bandidos. No final, os pais obrigam a tomar banho e Cascão vira tatu-bola para fugir.

Para fugir do banho, Cascão é capaz de tudo, quando imaginava que não tinha como escapar da chuva em local desacampado, ele cava terra que nem um tatu. Em momentos de  medo e de perigo, personagens podiam fazer de tudo de absurdos e que seria imaginável, o próprio Cascão frisou, isso era muito bom nas histórias em quadrinhos. Interessante que ele cavava muito rápido, com muita habilidade, não foi à toa de ser apelidado de menino-tatu.

Após Cascão cavar até a sua casa e não conseguir sair, poderia ter voltado no caminho que entrou que não precisaria passar sufoco com os bandidos para ajudá-los no plano de fuga. Ficariam 10 dias para cavar túnel até á prisão e com sorte de encontrarem o Cascão, foi questão de minutos. Pelo menos agiu com esperteza de procurar o local onde era a outra delegacia para escapar deles e prendê-los. 

Cebolinha podia ter verificado melhor que a terra não era o Cascão derretido, foi legal ele pensar isso e que o amigo era só sujeira até na alma. Também surpreendente a eficácia do Cascão de fugir do banho dos pais, de última hora descobriu que além de ser tatu que cava terra, também poderia ser tatu-bola para fugir em locais com piso de cimento. Ou seja, onde quer que esteja, Cascão vai escapar do banho de qualquer forma.

Foi engraçado Dona Lurdinha dizer que são cupins batendo no piso, Cascão desviar de tesouro, petróleo e ossos de dinossauros, se seguisse caminho certo estaria milionário. Também hilário ele imaginar como seria se saísse de lá depois de muitos anos com unhas enormes, corpo coberto de terra e sem se lembrar como se fala, se transformando em um monstro menino-tatu, além do grito do  ladrão na cadeia assustado que tinha ladrões lá, mas eles eram já eram os ladrões, motivando atenção dos guardas.

Eles adoravam colocar histórias com bandidos aparecendo do nada como reviravolta no roteiro e também era bastante comum histórias com Cascão envolvido e tramas policiais, enfrentando bandidos, sendo sequestrado, ajudando em assaltos, era praticamente uma característica fixa de histórias do Cascão. Com os outros personagens poderiam ter, mas com o Cascão costumavam deixar mais pesado que o normal.

Essa história é completamente impublicável hoje em dia por ter bandidos armados, Cascão como refém, com arma apontada na cabeça e obrigado a ajudá-los no plano deles, bandido levar soco na cabeça do outro, bandido negro com círculo rosa na boca representando lábios, absurdo de Cascão cavar terra como um tatu, além de palavra proibida "gozado!". Tanto que nunca foi republicada até hoje já que histórias de 1995 do Cascão passaram a ser republicadas só na Editora Panini a  partir de 2008 e como já estava com o politicamente correto consolidado, aí não republicaram. Só quem tem o gibi original que conhece.

Traços ficaram bem caprichados do estilo clássico consagrado. Não gosto é dessas cores muito fortes e escuras nos gibis do primeiro semestre de 1995. Tiveram erros de esquecimento de gola do Maldívio no último quadro da página 8 do gibi e um acréscimo de tijolo no presídio no segundo quadro da página 12 do gibi. Provável que na parte do bandido chamar "Chipão", deveria chamar "Marcão", a não ser que tenha se referido ao bandido negro. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

E só uma curiosidade, a partir de maio de 1995, os gibis passaram a ter propagandas em capas finas interrompendo histórias. Os gibis passaram a ter 4 páginas a mais com propagandas em papéis couchés e eram dispostas em páginas de numerações fixas. Intenção não era interromper as histórias, essas propagandas podiam também sair depois de final de história e até antes ou depois de outra propaganda, isso era só uma forma de substituir as propagandas inseridas nas histórias ocupando espaço de quadrinhos ou nos rodapés ou laterais das páginas como eram nos anos 1980 até início dos anos 1990 devido que tinham muitos anunciantes parceiros. Só que quando interrompia história ficava legal que ficava um mistério do que aconteceria depois. Como eles acrescentaram páginas em vez de tirar, afetou nada, em gibi quinzenal de 36 páginas, por exemplo, passaram a ter 40 páginas com as mesmas quantidades de páginas de histórias que tinham antes. 

Esse estilo de propagandas de capas finas, que podiam ser também anunciantes diversos, não só relacionadas à Turma da Mônica, ficaram nos gibis até em 1998, sendo que com menos frequência a partir de 1997 e não tinham em almanaques, apenas em gibis convencionais mensais e quinzenais. Termino como ficavam disponibilizadas nos gibis em frente e verso para ter uma ideia de como eram, nota-se a pausa da propaganda do chocolate deu um suspense do que aconteceria depois que chegaram em frente ao presídio de segurança máxima. 

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Cebolinha: HQ "De rosto colado"

Mostro uma história em que a Mônica fica com o coelhinho colado no rosto e Cebolinha e Cascão aproveitam para fazer plano infalível. Com 5 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 78' (Ed. Abril, 1979).

Capa de 'Cebolinha Nº 78' (Ed. Abril, 1979)

Uma ventania forte faz a lata de cola que o cara estava colando cartaz no outdoor cair no rosto da Mônica. Em seguida, ela coloca seu coelhinho de pelúcia no rosto, Cebolinha e Cascão a provocam e quando a Mônica vai lançar o coelhinho, ela vai junto no arremesso e descobre que está colado no seu rosto. Os meninos tentam tirar, sem sucesso, depois tentam com tesoura e Mônica entorta as tesouras neles.

Cebolinha tem ideia de um plano infalível. Mônica se imagina velhinha com o coelhinho colado no rosto, quando aparece Cebolinha disfarçado com placas que Pedrinho Aquinágua vem aí. Aparece o Cascão disfarçado de Pedrinho e Cebolinha disfarçado de tiete.

Mônica pergunta se ele é o Pedrinho Aquinágua, pensava que ele era mais alto. Cascão responde que foi porque tomou chuva ontem. Mônica quer ver o joelho dele, que é o joelho mais sexy do mundo. Ele mostra uma perna postiça, Mônica fica emocionada que  esteve com seu ídolo, que Magali vai morrer de inveja e pede um autógrafo. 

Cascão diz que não tem caneta nem  papel, mas pode dar um beijo, só que tem que ser do lado que está o coelhinho porque é supersticioso. Mônica tenta desgrudar, Cascão ajuda e consegue tirar. Mônica quer o beijo, Cascão se entrega tirando o disfarce e que foi tudo plano do Cebolinha. Mônica bate neles e no final Magali acha que o Cascão está fazendo sucesso e bem que gostaria de estar no lugar dele e Mônica diz que ela não, com Cebolinha correndo com placa atrás do Cascão para bater nele por ter estragado o plano mais uma vez.

História engraçada em que a Mônica fica com o coelhinho colado no rosto após cola cair nela e Cebolinha e Cascão aproveitam para fazer plano infalível de ela pensar que estava falando com o seu ídolo Pedrinho Aquinágua e ganharia beijo dele com o intuito de pegarem o coelhinho. Daria certo se Cascão não estragasse o plano mais uma vez porque não queria beijar a Mônica.

Cascão preferiu apanhar do que beijar a Mônica, era muito pra ele. Mônica sempre boba em acreditar nos disfarces, não prestar atenção que a tiete chamou de "Pedlinho", sempre tem sorte de Cascão estragar porque se dependesse de esperteza dela, já seria derrotada há muito tempo. Aliás, Mônica bem saidinha em querer ver joelho sexy do ator, criança na idade dela reparar e saber o que é sexy ou não.

Foi engraçado o salto que a Mônica deu ao arremessar o coelhinho colado, absurdo de entortar as tesouras nos pescoços dos meninos, imaginando velhinha com o coelhinho no rosto, Cebolinha como tiete e Cascão como Pedrinho Aquinágua, com a parte da perna postiça para mostrar joelho mais hilária, como eles imaginaram que a Mônica ia perguntar sobre o joelho. A paródia em questão foi do ator Pedrinho Aquinaga. Na época, o Sansão não tinha nome e era chamado só de coelhinho e preferi no texto sem deixar o nome dele.

Foi uma história padrão de plano infalível que mesmo batida nunca se cansa histórias de planos nesse estilo. À princípio pensava que seria muda, mas depois colocaram os devidos textos, ficou um diferencial de metade muda e metade com diálogos, lembrando que nessa fase de 1978 e 1979 tiveram muitas histórias completamente mudas em sequências nos gibis, nunca gostei muito, sempre preferi histórias com textos. 

História foi  considerada curta para padrão de abertura, mas na época da Editora Abril tiveram muitas histórias assim curtas abrindo os gibis, procuravam ser mais objetivos, indo direto ao ponto. Incorreta atualmente por absurdos mostrados de coelhinho não desgrudar com a cola, Mônica entortar tesouras nos meninos, Mônica dar atenção à perna sexy do ator e querer beijar supostamente um adulto, expressão com duplo sentido "tomou chuva" e "macaquinha de auditório" iriam problematizar muito hoje em dia por chamar alguém de macaco.

Traços ficaram bons, típicos do final dos anos 1970, já começando arredondar as personagens. Erros de tom de cor  do vestido da tiete e orelha do Sansão sem ser completamente pintada de azul no 6º quadro da 3ª página da história, Mônica falar de boca fechada no 6º quadro da 4ª página. A capa de 'Cebolinha Nº 78' ficou sensacionalista, muitas vezes capas com alusão à história de abertura na Editora Abril não tinha nada do que aconteceu na história, apenas o tema que era real. Foi republicada depois em 'Almanaque do Cebolinha Nº 5' (Ed. Globo, 1989). 

Capa de 'Almanaque do Cebolinha Nº 5' (Ed. Globo, 1989)