Mostro uma história em que Cebolinha e Cascão fazem um plano infalível contra a Mônica de que Cascão seria um tarólogo para conseguirem ser os novos da rua. Com 14 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 124' (Ed. Globo, 1997).
Capa de 'Mônica Nº 124' (Ed. Globo, 1997) |
Mônica tem vontade de ver a sorte dela nas cartas de tarô, mas tem medo. Magali diz que sua tia tira as cartas e Mônica fala que a tentação é grande, mas ela tem medo e só teria coragem de fazer isso se acontecesse por acaso uma cartomante surgir, se fosse coisa do destino. Cebolinha ouve a conversa das meninas atrás do muro e chama o Cascão para um plano infalível, dizendo que precisam dar uma mãozinha para o destino e que a mãe dele tem tarôs em casa.
Na casa do Cebolinha, Cascão fica aliviado que tarô é um baralho com figuras diferentes e pensava que era alguma coisa horrível guardada. Cebolinha põe um lencinho na cabeça do Cascão, fala que ele será a cartomante que vai tirar tarôs para a Mônica, que é sugestionável, vão influenciar todas as decisões dela e conseguirem o que quiser. Cebolinha pergunta se Cascão consegue ler as cartas, ele diz que uma está escrito "mago", na outra "papisa" e na outra "estrelas". Cebolinha fala que é para interpretar, da maneira deles.
Depois, Mônica pergunta para Magali se ela sabe vê cartas, ela diz que um pouco porque já viu sua tia tirando, quando veem o Cebolinha feliz que encontrou por acaso uma pessoa especial que disse que seu futuro será lindo. As meninas acham que é o Cascão com lencinho na cabeça e Cebolinha diz que parece e tem cheiro do Cascão, mas não é ele, é o tarólogo Cascarón, primo do Cascão da Argentina. Mônica dá socos na cabeça do Cascão confundindo tarólogo com tarado.
Cebolinha diz que nem ele sabe se Cascarón vai querer ler as cartas pra ela depois disso. Mônica diz que tudo bem, só queria se fosse o destino. Cascão fala em castelhano que foi o destino que os reuniu e quer que ele leia as cartas. Cebolinha estranha que ele falo "conjigo" e Cascão fala que não quer que ele saiba falar castelhano.
Cascão pergunta para Mônica se está pronta, ela diz que tem medo e ele fala que vai doer nada. Cascão lê a primeira carta, que diz que ela é uma menina tímida e Magali pergunta se a Mônica não tem que embaralhar primeiro. Cascão diz que estava só testando e Cebolinha cochicha para ele que é para ir com calma. Mônica embaralha nervosa e depois Cascão lê nas cartas que ela é uma menina forte, decidida e dona da rua. Mônica fica feliz que ele está acertando tudo e Magali acha que todo mundo sabe disso.
Mônica pergunta se ela tem sido injusta com os meninos esse tempo todo. Cascão diz que muito injusta, saiu a carta da injustiça. Mônica diz que está escrito "justiça" e Cascão mostra que de cabeça para baixo fica "injustiça". Mônica acha que está tudo ruim e quer que ele veja como está no amor, se um certo garoto gosta dela. Cascão pergunta quem é, senão as cartas não falam. Mônica fala que é o Rodolfinho e Cascão rir dizendo que já sabia que era ele, Mônica pergunta como assim e Cascão emenda que ele tudo sabe e tudo vê.
Mônica embaralha as cartas, Cascão vê e acha que é tudo muito interessante e depois diz que Rodolfinho a detesta e que ela vai ficar encalhada e solteirona a vida toda. Mônica se desespera e quer saber se tem algum jeito de ela mudar o futuro. Cascão lê as cartas e o jeito é ela parar de bater nos amiguinhos e depois dar o Sansão para o Cebolinha e o Cascão e nomeá-los donos da rua. Mônica diz que o coelhinho não, Cascão sente muito, mas é o que diz as cartas.
Cebolinha comemora que esse é o melhor plano que ele bolou e Cascão, a melhor interpretação que fez. Dona Cebola pergunta para Mônica e Magali se viram o Cebolinha, que bagunçou todo o quarto dela. Dona Cebola pergunta para o filho o que seu lenço de seda está fazendo na cabeça do Cascão, Cebolinha diz que aquele é o Cascarón, Dona Cebola diz seja quem for e toma o lenço de volta e se espanta que eles estavam também com o tarô dela e dá bronca nos moleques, que não devem mexer nas coisas dos outros e muito mais e quando chegar em casa vai ter uma conversinha com o Cebolinha.
Mônica viu tudo e faz cara de furiosa, Cebolinha corre falando para a mãe que não tem que esperar, que podem ter a conversinha agora e Cascão também quer conversar. Mônica bate neles e no final os meninos veem cartas de estrelas em vez de só estrelinhas após a surra e Mônica sugere para um dia a Magali apresentá-la à tia.
História muito engraçada em que Cebolinha e Cascão fazem um plano infalível com Cascão como tarólogo para enganar a Mônica e conseguirem ser dono da rua. Cascão faz previsões furadas e ainda aproveita para azucriná-la e eles conseguem seu objetivo até quando a mãe do Cebolinha, Dona Cebola, vai tomar satisfações que seu lenço de seda e cartas de tarô sumiram e Mônica descobre que era tudo um plano dos meninos e bate neles no final. Daria tudo certo se não fosse a Dona Cebola, dessa vez não foi o Cascão quem estragou o plano.
Foi mais uma história de plano infalível que aconteceu por acaso após o Cebolinha fofocar escondido a conversa da Mônica com a Magali. Como a Mônica tinha medo de saber do futuro,poderia ter recusado "Cascarón" ler cartas pra ela, evitaria tanto constrangimento que teve.
Mônica muito boba de acreditar que aquele não era o Cascão e, sim, um primo tarólogo argentino dele, até porque ele nem mudou de roupa, e acreditar nas coisas que ele falava, ainda mais com as condições que são sempre impostas nos outros planos. Em alguns momentos o Cascão falou em português e Mônica nem percebeu, fora outras mancadas dele, era muito bom ver a Mônica sendo enganada em planos em coisas óbvias que qualquer um saberia e, sem dúvida, os meninos eram muito perversos com ela aproveitando que era ingênua e influenciável.
Cascão podia ter se disfarçado de mulher como foi na história "O plano vidente" ('Cebolinha Nº 22' - Ed. Globo, 1988), pelo menos um ponto melhor para Mônica ser menos boba para não reconhecê-lo. Mesmo assim, Cascão foi um ótimo ator, os meninos interpretam bem nessas histórias de planos. Foram engraçadas cenas e tiradas como Cebolinha dizer que o tarólogo parece e tem cheiro do Cascão, mas não era ele e Mônica ainda acreditar, fala de Cascão de que o plano nem começou e ele já apanhou, a carta extra com caricatura da Mônica, Cascão descobrir que a Mônica gostava do Rodolfinho, meninos fazerem a Mônica ficar de língua de fora e pular num pé só, Cascão não tirar cartas para Magali porque as cartas estão cansadas de falar, Cebolinha querer a conversinha com a mãe para não apanhar da Mônica e o Cascão também querer a conversa com a mãe do amigo.
Incorreta atualmente por Mônica se interessar em leitura de cartas de tarô, previsão do futuro, querer saber de amor, dizer que está apaixonada pelo Rodolfinho, Cascão ser tarólogo e enganá-la fazendo de boba, o soco da Mônica espancando o Cascão e os meninos apanharem e aparecerem surrados no final, Dona Cebola de avental na rua e a palavra "gozado" que é proibida hoje em dia nos gibis. Aliás, ultimamente nem tem mais histórias de planos infalíveis, bem raro e quando tem não é desse nível de rebaixando a Mônica fazendo de boba e sem os meninos apanharem no final.
Traços ficaram bons, característicos do estilo começado em 1997 com personagens com bochechas mais redondas e mais fofos que marcaram a segunda metade dos anos 1990, substituindo os traços com personagens com língua ocupando mais espaço na boca, adotados entre 1993 a 1996, também marcantes dos anos 1990, e que foram extintos desde que surgiram esses novos traços. Tiveram erros de Mônica falar com boca fechada no 6º quadro da página 9 do gibi e Cascão sem sujeirinha no lado direito no 6º quadro da página 11 do gibi.
Que tarólogo mais sem-vergonha... e não é como sinônimo de desavergonhado devido o alvo deles pensar se tratar de um tarado, é que Mônica acionou o 'me engana que eu gosto', pois nem se deram trabalho de arranjar disfarce convincente, lenço e portunhol macarrônico foram suficientes. Até Magali, embora alguns momentos interfere com desconfiança, mas, pelo aspecto nada elaborado do Cascarón, também ligou o foda-s... digo, ademais sintonizou, para evitar a fadiga, no 'me engana que eu gosto'.
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