É Páscoa e em homenagem mostro uma história em que Mônica e Magali tiveram que solucionar mistério de todos os ovos de Páscoa desaparecerem. Com 12 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 143' (Ed. Abril, 1982).
Capa de 'Mônica Nº 143' (Ed. Abril, 1982) |
Nela, Mônica vai a uma loja de doces comprar um ovo de Páscoa bem grandão, só que o vendedor Seu Joaquim avisa que não tem nenhum. Mônica pensa que foi a Magali quem levou, mas ela surge em seguida, falando que não foi ela, que também está procurando um para ela. Seu Joaquim diz que não sabe por que até agora não entregaram remessa dos ovos de Páscoa.
Magali fala que procurou em 15 docerias até agora e não encontrou nem um ovinho. Quando Mônica e Magali saem à procura de outra doceria, elas encontram o Coelhinho de Páscoa, que estava procurando ajuda. Elas se prontificam a ajudar, ainda mais que a Mônica é bem forçuda, e o Coelhinho leva as meninas para outra dimensão, o Mundo Mágico, bem na fábrica de chocolate dos Coelhinhos da Páscoa.
O Coelhinho diz que estão trabalhando normalmente na produção de ovos, só que quando os ovos vão receber a embalagem na máquina, eles não saem do outro lado pronto para a entrega. Elas falam que deviam procurar um técnico para consertar a máquina com defeito e a polícia e o Coelhinho diz que 2 técnicos e 4 policiais sumiram quando chamaram.
Mônica e Magali entram nos ovos que estavam sendo produzidos, como se fossem recheio, para saberem onde vão parar e acabam sumindo. É mostrado o que acontece dentro da máquina embrulhadora de ovos e é descoberto que aparece uma mão mecânica que leva os ovos até a um alçapão e vai parar em uma caverna de esconderijo de monstros.
Eles comemoram a nova remessa de ovos, felizes por não comerem mais musgos horríveis, até que um ovo fala. Os monstros se assustam, veem que era a Mônica e a leva até o rei deles, Gordão I, que diz que eles são o Povo Comilão, adoram ovos de Páscoa e vão pegar todos os ovos que os Coelhinhos produzirem.
Um outro monstro encontra a Magali comendo ovos no depósito e o Rei Gordão I manda lavá-las ao calabouço. Lá, elas encontram alguns monstros magros, além dos técnicos e policiais da Terra que sumiram. Um mostro pergunta se Magali pode comer porção de ovos só com uma dentada, só ela que pode salvá-los do Rei Gordão I porque pelas novas leis do Povo Comilão, vira rei quem come mais.
Ele conta a história do povo deles, que antes escolhiam o rei por sabedoria, mas teve um dia que um Coelhinho deixou cair um ovo na rua, eles pegaram, gostaram muito e resolveram pegar poucos ovos nos outros anos quando os Coelhinhos produziam. Depois, resolveram roubar todos os ovos dos Coelhinhos, mas o rei até então impediu e, com isso, sumiram com o rei e elegeram o Rei Gordão I como novo rei e quem foi contra foi parar no calabouço.
O monstro diz também que o carcereiro vai ajudar a tirar a Magali de lá e levá-la até o banquete real para desafiar o rei, já que o carcereiro detesta chocolate e está com rosto empipocado de espinhas. No banquete real, o carcereiro avisa ao rei que ele tem uma desafiante. Rei Gordão I debocha, falando que podia te ruma desafiante melhor e eles começam a comer para ver ganha o desafio de comilões. Ficam horas comendo, chegando a entediar a Mônica, até que o Rei Gordão I começa a passar mal, sai correndo ,e, assim, Magali sai vencedora e decretada a nova rainha do Povo Comilão.
Os monstros acham que houve trapaça e partem para briga, mas Mônica, dá surra forte neles, que acabam desmaiados. Com isso, os ovos de Páscoa são devolvidos aos Coelhinhos, o Povo Comilão volta a se alimentar só de musgos e Magali renuncia o cargo de rainha. No final, o Coelhinho de Páscoa agradece as meninas e elas voltam à dimensão do Mundo Real. Elas chegam bem na hora na entrega dos ovos de Páscoa na doceria e Magali leva um ovo de Páscoa gigante para casa, mas de olho também em comer o ovo de tamanho normal da Mônica.
História de fábula muito criativa mostrando como sumiram os ovos de Páscoa da Terra. Uma grande aventura que mexe com a fantasia e imaginação dos leitores com presença de Mundo Mágico, fábrica de chocolate de Coelhinho de Páscoa, monstros do Povo Comilão que roubaram ovos liderados por um rei e, de, quebra, ainda vemos uma disputa de comilões, para ver que come mais pra ser um rei. Eu gostava de quando os personagens eram transportados do Mundo Real para o Mundo Mágico, sempre rendiam ótimos roteiros.
Eles gostavam de colocar histórias com Magali disputando com outros comilões pesados para ver quem é o maior comilão, sendo que em histórias assim Magali sempre ganhava. Essa diferenciou um pouco por envolver fábula. Pena que não mostrou qual dos monstros se tornou rei depois da renúncia da Magali, se foi o monstro que contou a história ou se voltou o rei antigo, fica na imaginação de cada um por ter ficado isso em aberto.
Muito bom também o narrador dando mistério o que será que aconteceu com a Mônica e Magali ao sumirem nos ovos. Podiam até colocar um título como Parte 2 na página seguinte, mas na Editora Abril não tinham muito dividir história em capítulos. Acho que os créditos no título podiam ter Magali também, afinal a história foi tanto da Mônica e Magali, e, inclusive, foi Magali que salvou a Páscoa da Terra. Talvez não colocaram nome dela porque ainda não era considerada personagem principal.
Teve um erro da Magali falar com boca fechada na página 3 da história (página 5 do gibi), um erro muito comum nos gibis da Editora Abril, principalmente nos anos 1970 e que de vez em quando acontecia na Editora Globo nos anos 1990, embora bem mais raro. Outro erro foi a Magali de aparecer de braços brancos no segundo quadrinho da última página. Eu gostava quando acontecia isso. De partes incorretas para os padrões atuais, a Magali não teria essa gula grande desse nível para comer os ovos de Páscoa, ela nem come mais nos gibis atuais, quanto mais desse jeito e o tema dos monstros roubarem os ovos não seria bem vindo. O título seria alterado também porque a palavra "roubar" é proibida nos gibis atuais.
Os traços ficaram ótimos, típicos do início dos anos 1980, são da fase de transição do final dos anos 1970 e de como ficariam a fase consagrada ao longo dos anos 1980. Dá pra perceber pelas curvas das bochechas das personagens. Só ficaram com traços consagrados definitivos completos a partir de 1985. Termino deixando a capa a capa do 'Almanaque da Mônica Nº 5' (Ed. Globo, 1988), onde foi republicada. As imagens da história durante a postagem foram tiradas do gibi original de 1982.
Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 5' (Ed. Globo, 1988) |
FELIZ PÁSCOA !!!
Magali esfomeada! Tava com um ovo gigante da Páscoa e ainda tava olhando o da Mônica? Kkkkkk
ResponderExcluirUma ótima história, pena que não fazem mais histórias como essas.
Isso sem contar a quantidade de ovos que a Magali havia comido antes no mundo do Povo Comilão kkkk. Não fazem mais histórias nesse nível, sem dúvida. Uma pena.
Excluirsim verdade. nao querem que a magali come muito alem da conta. estragou o poder dela. hoje ela come moderadamente. estragou a personagem. para nao sumir minha visao da magali. leio apenas as antigas.
ExcluirEssas novas revistas novas não dá, estragaram com os personagens. Magali nem se fala.
ExcluirCapa com Cebolinha fazendo chifrinho na Mônica, Magali comendo tudo que vê pela frente e Mônica botando pra quebrar com sua força. Esta é a Turma da Mônica raiz, sem frescura e sem mimimi. Impressionante a naturalidade das aventuras do passado, como a histórias eram naturais, não precisavam forçar a barra e nem ser escravos do politicamente correto. Muito legais essas histórias de Páscoa, ficávamos ansiosos por ganhar ovos, mas nem sempre ganhavamos, pois os tempos eram mais difíceis. Tínhamos poucas coisas, mas as valorizavamos como se tivéssemos tudo. Este era o segredo da felicidade, as coisas mais simples nos satisfaziam, eram suficientes para nos fazer sorrir. Uma historinha tão bem feita e criativa como essa ilustra muito bem esses tempos áureos e já um pouco distantes....
ResponderExcluirIsso aí, tudo era espontâneo e simples, por isso que eram boas as histórias. Hoje tudo forçado e a favor do politicamente correto e bons costumes, muito chato assim. Saudades de histórias assim. De fato, poucos tinham chance de ter ovos de Páscoa, tudo caro e situação financeira não dava até por causa da alta inflação.
ExcluirA primeira vez que vi esta história foi em um livro didático sobre narrativa, na verdade o livro só mostra a primeira página e um ou dois quadrinhos de miolo, isso foi lá nos anos 90, tenho o livro ainda, só preciso achá-lo, cinco anos atrás mais ou menos descobri a HQ completa na rede, ainda acreditando que ela fosse de uma das primeiras edições com lombada quadrada, lá pra 2017 descobri que pertence ao número 143, edição do final da fase dos grampos, depois do nº143 vieram somente mais cinco números grampeados, em setembro de 1982 o título Mônica se torna mais encorpado trocando os grampos por cola. Marcos, cê tem Mônica149/Abril?
ResponderExcluirNo segundo quadrinho da última página Magali aparece com braços e mãos brancos. Interessante o surgimento do coelho da Páscoa na historinha, aparece sem a menor cerimônia, simplesmente passa apressado como um transeunte qualquer, ficou bem conciso, bem enxuto, gostei! Se elas não o avistassem não haveria a solução da trama, Mônica o segura como se ele estivesse oferecendo resistência, como ele aparece apressado, acho que pensaram que o coelho tinha culpa no cartório, ou pelo menos a Mônica deve ter pensado. A gula da Magali e a força da Mônica trouxeram de volta os ovos de chocolate às prateleiras e gôndolas, teve mérito também o verdinho magro que teve a ideia de desafiar o tirano entronado, Magali teve que renunciar ao trono, claro!
Um encanto essa história, sem dúvida. esses detalhes que deixaram mais legal ainda. Com certeza a Mônica achou que era o Coelhinho que tinha culpa a princípio. Eu tenho a Mônica 149, mas não lembro das histórias dela agora, só a de abertura da chegada da Primavera.
ExcluirMônica 100 e 120 também tem as lombadas quadradas, não? Se tiverem, o nº149 é o terceiro com lombada quadrada, confere?
ExcluirNão. Mônica 100 não teve lombada, só a 120. Aí, a 149 foi a segunda com lombada.
ExcluirA 100 então ainda foi com grampos, bom saber! Curto sua história de abertura sobre orelhões, algo fundamental antigamente, simbolizava progresso, avanço, modernidade, funcionava com fichas e bem depois surgiram os cartões telefônicos que eram a última palavra em tecnologia, não são tão obsoletos quanto parecem, ainda vejo pessoas usando orelhões, a maioria que os usa também usa telefonia celular, pelo menos umas três vezes por ano uso orelhões, em todo o país eles foram reduzidos pra mais da metade, a telefonia celular no Brasil ainda está bastante aquém do ideal e além disso somos uma nação bastante desigual, deveriam ter reduzido no máximo 30% deles, países desenvolvidos ainda conservam suas cabines telefônicas, provavelmente em quantidades reduzidas também, só que eles não possuem tamanha desigualdade, celulares são tudo de bom desde que usados com moderação, o que é difícil, portanto, muitas vezes nos deixam nas mãos, com a crise que vem por aí devido à pandemia, acredito que os orelhões em maior número ajudariam mais, um outro problema seria higienizá-los adequadamente por causa dos malditos vírus, sem contar as depredações e servem também como esconderijos de entorpecentes. Em sociedades tão desiguais é um erro tachá-los de obsoletos.
ExcluirMarcos há um gibi institucional dos anos 1970 sobre telefonia, seu conteúdo é a HQ de abertura de Mônica 100? Apesar da trama ela tem uma pegada didática.
São poucos lugares que têm orelhões hoje em dia e muitos são apedrejados, por isso pararam de colocar nas ruas. Teve um gibi institucional em 1979 com essa história e depois relançaram em 1988, sendo que aí só mudaram a capa.
ExcluirO de 1988 foi o que vi primeiro sendo divulgado com vários outros institucionais da TM, bem mais tarde garimpando na rede descobri o dos anos 70, sempre desconfiei que o mais antigo fosse republicação da HQ de abertura de Mônica nº100, o que não imaginava é que o mais novo possui a mesma história, obrigado!
ExcluirSim, todo possuem mesma história. Valeu!
ExcluirQue divertida essa aventura de Páscoa,eu adoro ovos de Páscoa,Páscoa é um tempo muito bom,e também um bom momento para reflexão.
ResponderExcluirOvos de Páscoa são muito gostosos, mas sempre temos que levar mais em conta e não deixar de lado o verdadeiro sentido da comemoração da Páscoa.
ExcluirSim é um dia muito especial tanto a Sexta-feira Santa como o domingo de Páscoa são dias com um belo significado.
ExcluirCom certeza :D
ExcluirEssa disputa de quem come mais me remeteu à HQ "João Comilão",um glutão que queria ter o título de maior comilão do planeta,e Magali atrapalharia seu negócio.Foram ambos a um restaurante iniciar a disputa,e João,para começar,pediu dois frangos assados,aí a Magali pediu dois para ela também,não notando que os dois pedidos por João eram um para cada um!
ResponderExcluirSó essa passagem já dava a ideia de que a Magali era páreo duro!
Eu lembro dessa história, muito engraçada. Foi páreo duro, mas Magali venceu como era de se esperar e ainda depois ter comido tudo aquilo, ainda pede janta para a mãe. Muito bom.
ExcluirBem Obelix essa, haha!
ExcluirÉ mesmo, a Magali hoje não comeria tantos ovos assim, sem dúvida, alegariam que é mau exemplo, engorda, dá dor de barriga e diabetes. Ela nem come mais nada nos gibis dela, quanto mais com essa gula. Lamentável estarem assim hoje.
ResponderExcluirMuito boa essa história! Bons tempos de Turma da Mônica! Feliz Páscoa, Marcos!
ResponderExcluirMuito legal, assim que era bom. Feliz Páscoa pra você também.
ExcluirMuito boa essa HQ conheci no almanaque da Mônica 5 que tenho na coleção e na editora panini foi republicada em Mauricio Apresenta N°6. ;)
ResponderExcluirÉ, foi republicada nesses almanaques.
ExcluirQue aventura incrível! E que história incrível, também! O roteiro dela seria bem digno de ser escrito pela Rosana Munhoz, mas como ela só começou a escrever por volta de 1984/85, não creio que tenha sido ela quem escreveu. Mesmo assim, seria ótimo se ela escrevesse.
ResponderExcluirDe qualquer forma, obrigado por postar essa história antes considerada inédita pra mim, Marcos. Aliás, essa capa original de 1982, assim como muitas outras, rendeu alguns cartões de Páscoa, inclusive um virtual no site antigo da Mônica.
Um forte abraço e uma excelente páscoa pra você!!
Não foi da Rosana, apesar de ser estilo dela histórias assim de fábulas. Acho que a capa do Almanaque da Mônica 5 de 1988 também virou cartão no site depois. Feliz Páscoa também. Abraço
ExcluirÉ mesmo, eu tinha esquecido de comentar. A capa desse almanaque da Mônica também virou certos cartões de Páscoa, inclusive um virtual no site antigo. Me lembro também que o pessoal da MSP também usava ela como uma daquelas propagandas desejando uma feliz Páscoa aos leitores, isso por volta do início dos anos 2000 (2000/01).
ExcluirSim, eu vi isso nas propagandas
Excluireu tenho esssa revista . comprei ela e li hoje
ResponderExcluirÉ muito boa essa revista, vale a pena. Que bom que você tem também.
ExcluirEsse rei gordão é um picareta!😆 gostei do roteiro da história, bem desenhada e com um ótimo final.
ResponderExcluirE excelente, tudo bom nela, ótima fase dos gibis da turma.
ExcluirEssa história parece muito com aquela do Cascão que saiu aqui um tempo atrás, não? Só a resolução que é diferente.
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