sábado, 27 de julho de 2019

Mônica Nº 51 / Magali Nº 51 - Panini - 2019


Os gibis do mês de julho de 2019 estão especias com histórias comemorativas dos 60 anos dos Estúdios Mauricio de Sousa. Todos os gibis principais tem histórias de abertura com algo relacionado à data, menos o do Chico Bento. Então, vou fazer durante esse mês resenha dos gibis que eu comprar e nessa postagem mostro como foram os gibis do 'Mônica Nº 51' e 'Magali Nº 51'.

Tem a promoção "Fantástica Fábrica de Quadrinhos" vindo um cupom para cadastrar o código no site para sortear uma visita aos Estúdios da MSP (10 ganhadores), 10 caixas com diversas revistas e livros e assinatura de 6 meses dos gibis. Nas capas, agora tem um selo de 60 anos da MSP e nas contracapas dos gibis de julho, uma propaganda celebrando o filme "Laços" como se  fosse uma capa alternativa, mostrando o ator/ atriz que fez o personagem no filme ao lado do personagem em quadrinhos em seus respectivos gibis, menos o do Chico Bento.

A seguir mostro como foram esses gibis da Mônica e Magali, com Mônica custando R$ 7,00 com formato lombada e 84 páginas e Magali custando R$ 6,00, com formato canoa e 68 páginas.

Mônica Nº 51

O gibi teve 8 histórias, incluindo a tirinha final. A história de abertura é "Nem tão diferentes nem tão iguais". Escrita por Paulo Back e com 32 páginas no total, Mônica tem a surpresa de que os nomes dos seus amigos foram todos trocados e ela vai investigar o motivo disso junto com Milena e Marina, que estavam nos corpos da Magali e Milena, respectivamente.

A homenagem aos 60 anos dos Estúdios Mauricio de Sousa ficou restrita a mostrar imagens da primeira tirinha que a Mônica apareceu em 1963 e algumas capas dos gibis do Bidu da Editora Continental de 1960, fora isso tudo normal. Os traços, embora digitais, ficaram aceitáveis, porém tem momentos que colocaram umas  caretas absurdas e sem necessidade, que deixaram a Mônica como um monstro.

Trecho da HQ "Nem tão diferentes nem tão iguais"

Teve presença do vilão Cabeça de Balde. Ele é um personagem novo, que estreou em 'Mônica Nº 14' (Ed. Panini, 2016) em que cada história é revelado que ele é um personagem diferente, de acordo com seus objetivos, nunca tem identidade própria. E também apareceu o Doutor Spam, que até andava meio sumido, que é um professor de informática que se transforma em um vilão cibernético quando está muito nervoso e estreou em 'Mônica Nº 233' (Ed. Globo, 2005).

Trecho da HQ "Nem tão diferentes nem tão iguais"

Histórias com secundários foram com Luca e Penadinho (2 histórias). O gibi como um todo chama a atenção do exagero de histórias ensinando boas maneiras, dar lição de moral, ou as histórias são focadas nisso ou fazem questão do final ter alguma lição de moral. Só pra ter uma ideia, das 8 histórias, só as 2 do Penadinho que não foram com algo didático. Até a história de abertura teve lição de moral no final. Uma ou outra até tudo bem, mas o tempo inteiro assim acho que fica cansativo e irritante.

De destaque, "A voz da razão", escrita por Edson Itaborahy e com 7  páginas, em que a Mônica perde a voz ao gritar com o Monicão e aí sempre que seus amigos fazem alguma coisa, ela consegue aconselhar, ensinar boas maneiras, fazer os meninos se regenerarem, mesmo sem falar nada. Mais uma da safra didática e com lições de moral, e chama atenção da Mônica não bater nos meninos, sempre arrumam uma forma de desviar a atenção para eles não levarem surra, o que é muito ruim e descaracteriza muito os personagens. Na tirinha o Cebolinha também não apanhou. Mostrar meninos com cartazes ao invés de desenharem nos muros também é lamentável sempre.

Trecho da HQ "A voz da razão"

Termina com a história "A boa ação da Milena". Escrita por Paulo Back e com 8 páginas no total, Mônica estranha que mesmo que a Milena gosta tanto de bichos, mas não tem nenhum bichinho de estimação. Mostra, então ,que a característica principal da Milena em suas histórias solo será sobre o amor e carinho aos bichos e como cuidá-los e procurar adotar bichos na rua, ainda mais que a sua mãe é veterinária. Mais um lado didático nas histórias e a personagem Milena vai servir pra aumentar as boas maneiras nos gibis.

Trecho da HQ "A boa ação da Milena"

A propaganda celebrando o filme "Laços" foi essa.

Contracapa celebrando filme "Laços"


Magali Nº 51

Tem a história "A Turma do Condomínio", escrita por Edson Itaborahy e com 30 páginas. Nela, a turminha  e os outros moradores do bairro do Limoeiro estão em um condomínio que foi disponibilizado pela Dona Carmem da Esquina e onde ela é síndica também para se refugiarem de um monstro que estava rodeando o Limoeiro. A turminha faz de tudo para descer do condomínio e poderem brincar no bairro e também descobrir o mistério do monstro que está lá.

A história se passa na comemoração dos 60 anos dos Estúdios Mauricio de Sousa. Não foi tão ruim, apesar e que poderia ter mais conflitos. Os traços aceitáveis, chama atenção de muitos olhos redondos e esbugalhados, não só nesse gibi, mas como todos no geral. Vale destacar que mais uma vez os meninos não apanharam quando tiveram oportunidade. Quando Mônica ia bater neles, teve a desculpa que a Dona Carmem estava se aproximando.

Trecho da HQ "A turma do condomínio"

Dona Carmem da Esquina é uma moradora do Limoeiro barraqueira, principalmente quando as crianças estragam as orquídeas do seu quintal. Ela foi criada nos anos 2000 pelo roteirista Emerson Abreu e só aparecia nas histórias dele e agora tem aparecido em histórias e outros roteiristas. 

O que dá surpreender é que agora a Dona Carmem está magra e esbelta, bem diferente que quando foi criada em que ela era gorda a obesa. No gibi do Cascão também estava magra.  Tia Nena, que também apareceu nela, está bem mais magra do que era. A MSP agora está emagrecendo os personagens que eram gordos, como a Dona Cebola, Pipa, Thuga, Nhô Lau, Tia Nena, seguindo um padrão de beleza, mas, com isso, descaracterizando os personagens e excluindo gordos nas histórias.

Trecho da HQ "A turma do condomínio"

O gibi segue com o estilo que está sendo nos gibis da Magali. Raramente fala de comida, fome exagerada da Magali, nem pensar. E quando fala de comida nem mostra ela comendo, só citando as comidas. Para ter uma ideia, teve uma história de 1 página em que a Magali pede panquecas desenhadas com rostos dos seus amigos, mas, ao invés de comer, ela coloca as panquecas em um quadro na moldura na sua sala para ficar admirando os seus amigos estampados nelas. Como assim? Em outras épocas, Magali já tinha devorado tudo de uma vez só lá no estabelecimento. Isso tudo desanima e deixa sem graça os gibis dela.

Histórias com secundários foram com Mingau, Penadinho e Bidu. Destaque para a história do Mingau, "Ah, família", escrita por Renatta Barbosa e com 4 páginas, em que ele vai visitar um novo gato no bairro, o Norberto, mas tem a surpresa que ele está cuidando de um filhote de gambá como se fosse um filho dele, com lição de moral. Bom que teve história do Mingau na rua contracenando com outros gatos para diferenciar do que vendo só ele junto com Magali em casa, mas é ruim  porque envolve boas maneiras, ser didático, coisa frequente ultimamente. 

Termina com "O brinquedinho novo", escrita por Paulo Back e com 9 páginas, em que a Magali dá um brinquedo de gato pra ficar indo atrás do objeto e ele fica a história toda tentando segurar o brinquedo no ar. Mostrando o cotidiano dos gatos, como vendo sendo as histórias do Mingau com a Magali nos gibis dela. Traços feios digitais.

Trecho da HQ "O brinquedinho novo"

A propaganda celebrando o filme "Laços" foi essa:

Contracapa celebrando filme "Laços"

Não comprei 'Chico Bento' por não ter nada especial em relação aos 60 anos dos Estúdios Mauricio de Sousa  e aí não tem resenha desse. Foi apenas história de aniversário do Chico, como acontece todos os anos nos meses de julho dos gibis dele e inseriram um trecho com o Chico Bento transformado em Chico Bento Moço. Agora quando mostram os personagens adolescentes ou adultos, mostram em suas versões mangá ao invés de desenhar no estilo clássico. Não gosto disso, era bom quando cada história dos personagens adultos tinham desenhos diferentes, seguindo o estilo de cada desenhista.

O que dá pra concluir nos gibis atuais, é que são voltados para crianças exclusivamente até 9 anos de idade. Não tem mais conflitos, é tudo ameno e voltado ao politicamente correto e ensinamento de boas maneiras. Vilões não são mais perversos, personagens descaracterizados, sobretudo Cascão sem mostrar o medo de água e sujeira do Cascão, Magali não é mais comilona, meninos não apanham da Mônica, Chico Bento sem fazer traquinagens e bom aluno, personagens que eram gordos agora são magros. Tudo isso desanima, por isso não compro gibis atuais, só as consideradas especiais.

Comprei os gibis mais pela comemoração dos 60 anos da MSP. Na minha opinião, as melhores histórias de abertura dessas edições "N° 51" que eu comprei, na ordem de preferência, foram: Cebolinha, Turma da Mônica, Cascão, Magali e Mônica.  Sendo que o Cebolinha foi o mais diferente de todos, o que mais vale a pena. Fica a dica.

19 comentários:

  1. Isso ai, Marcos! Disse tudo, realmente hoje temos só história com lição de moral e com as características dos personagens totalmente desfiguradas. Achei legal a ideia de fazer resenha dos gibis novos pra que os seguidores do blog possam tirar suas conclusões e comparar os novos gibis com os antigos. Certamente quase todos chegarão a conclusão que antigamente havia muito mais naturalidade, beleza e graça nos desenhos e roteiros.


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    1. Pois é, com as resenhas dá pra ter uma noção de como andam os gibis atuais. A comparação a gente vê que é gritante e sem dúvida as antigas são melhores. Isso de tudo didático, lição de moral tá cada vez mais paranoico e estragando com os personagens.

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  2. Olá! Apesar de acompanhar o blog de vez em quando, é a primeira vez que posto.
    Sei que não é de agora, mas como eles abusam desta expressão de olhos arregalados... (além de outras)... Fica exagerado de mais. Parece que é uma paródia de Turma da Monica.

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    1. Verdade. Também não gosto desses olhos arregalados o tempo inteiro e principalmente as caretas. Não tem sentido nas histórias e os personagens ficam muito feios assim, muitas vezes parecendo monstros.

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  3. Muitos pais ficam reclamando quando tem alguma coisa incorreta, acha que prejudica os filhos ensinando errado, dando mal exemplo. Aí Mauricio acaba a acatando a vontade dos pais e fazendo isso. Fora também que ele se preocupa em exportar os gibis pra outros países e aí procura colocar o politicamente correto e evitar coisas que causem polêmicas em outros países, tipo por isso não tem mais Bidu mijando nos postes porque tem países que considera crime isso. Aí acaba essas histórias assim só ensinando boas maneiras pra agradar pais, educadores e governo e descaracterizando personagens assim. Pra mim é caminho sem volta, daí pra pior.

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  4. Eu comprei o gibi da Mônica e gostei muito,principalmente da primeira histórinha me confundiu um pouco.

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    1. A história de abertura até que não foi ruim como um todo, pena o final com lição de moral. As histórias do Penadinho também foram boas. O resto do gibi é que ficou muito didático.

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    2. Você achou? Eu achei normal.

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    3. Achei didático. Se não foi com histórias todas, foram só o final, sempre algum elemento didático.

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  5. Nestas histórias digitalizadas, há uma posição que acho bem mal feita.
    São os personagens em pé e com as pernas um pouco agachadas, como a Magali do ultimo quadro da primeira página que você postou(sem contar as capas). Há paginas em outras histórias, que você vê mais personagens em um quadro com a mesma posição. Deram um copiar e colar safado... Nem pra variar um pouco...

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    1. Sim, eles copiam as imagens na cara de pau, a gente nota nitidamente. Ou então são as expressões iguais sem vida, diminuir proporção, tudo fica feio.

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  6. Entrei nesse site por acaso, pois não sou leitor da turma da Mônica. Li as resenhas das edições e realmente, não são pra mim. Ao meu gosto, turma da Mônica morreu no final dos anos 80. As caretas excessivas, em momentos desnecessários, já percebi em algumas edições q tive a infelicidade de pegar em minhas mãos. Os desenhistas da MSP deveriam assistir mais Looney Tunes para aprender como e quando utilizar essas caretas. Essa de estarem descaracterizando os personagens, eu não sabia. Do politicamente correto, já. Aliás, pra quem quer ser tao certinho, lendo os seus comentários, senti uma certa gordofobia por parte do estúdio aí! Pq não desenhar mais gordos? Algum preconceito? É feio? É ofensivo ser gordo numa sociedade obcecada por padrões de beleza?

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    1. Infelizmente estão muito descaracterizados, perdeu a essência, não dá pra acompanhar sempre. Até metade dos anos 90 dava pra ler, depois estragaram. E não dá pra entender essa magreza dos personagens, quem era gordo, tudo esbelto agora, considero um preconceito isso.

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  7. Uma vez ou outra a Mônica bate, mas é raro. Nesses 51 ela bateu só na história do Marcelinho em Cebolinha 51. Mas sempre que puderem evitar as brigas, desviar as surras, eles fazem.

    Difícil saber se melhoraria quando a Marina assumir, mas creio que não por causa do comportamento do mundo estar a favor do politicamente correto. As histórias e gibis são exportados e tem que se adequar ao comportamento mundial como um todo, fora que a Marina ia querer manter a essência de visão do pai até como forma de homenageá-lo. Hoje mesmo tem histórias que só tem supervisão e aprovação dela sem nem passar pelo Mauricio.

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  8. Eu até gosto da Milena, mas tenho a leve impressão de que só criaram ela só pra dizer que tem uma menina negra na turma, já que a TM foi duramente criticada por certos grupos de direitos iguais por não ter muita diversidade.

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    1. Na certa foi isso de ter menina negra na turma senão não tinha sido criada. E agora também tem menina negra na Turma do Chico Bento, que é a Tábata, amiga da Rosinha

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    2. Eu não leio mais Gibis da Turma da Mônica e do Chico Bento, então, eu não sabia disso.

      Criar personagens só pra dar mais diversidade soa muito forçado, sem falar que a personalidade da Milena é muito rasa.

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    3. Verdade, Milena com personalidade fraca de cuidar dos bichos e ser meiga com os amigos da Turma da Mônica. Não acrescenta nada, muitas vezes aparece só como figurante, qualquer personagem se encaixaria no lugar.

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    4. A MSP ultimamente tá dando mais destaque aos negros e outras minorias, e isso até que é legal, o ruim é que eles não aproveitam bem esses personagens novos e por isso são menos memoráveis.

      Eu ainda acho que deveriam criar um gibi só pra Milena, quem sabe eles explorem mais a personalidade dela, a Milena teve uma boa repercussão por parte de muitos fãs(ao menos inicialmente), seria legal ter o primeiro gibi brasileiro protagonizado por uma menina negra, pena que teria várias histórias voltadas ao politicamente correto e com estilo bem didático.

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