Em março de 1989, há exatos 30 anos, foi lançada a história "Marido colecionador com a Tina. Nessa postagem mostro essa história em que a Tina ajudou a salvar o casamento da sua amiga que estava indignada com a coleção do seu marido. Com 6 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 27' (Ed. Globo, 1989).
Capa de 'Mônica Nº 27' (Ed. Globo, 1989) |
Começa a Tina chegando na casa da sua amiga Carminha e a encontra chorando no sofá. Tina pergunta o motivo de tanta choradeira. Carminha diz que é por causa do seu marido Claudião. Tina pergunta se eles brigaram e Carminha diz que não, mas vão brigar. Tina estranha, pois eles tinham acabado de se casar e pergunta se ele tem outra garota, se é beberrão, se é fumante inveterado ou jogador, mas não era por causa de nada disso.
Carminha fala que o Claudião é um "rato de sebo" e que isso é péssimo, horrível e insuportável para ela. Nisso, chega o Claudião carregando uma pilha de livros e ele diz que são uma parte do seu tesouro enquanto Carminha reclama que ela não está inclusa nesse tesouro. Claudião diz que trouxe raridades do sebo a primeira edição de "Macunaíma, de Mario de Andrade, a terceira edição de "Memórias de Brás Cubas" e a carta original escrita por Machado de Assis.
Claudião pede licença para ele poder guardar as suas preciosidades. Carminha chama a Tina para ver onde ele guarda toda a sua coleção, que era no quarto. Ele diz que é porque não consegue dormir longe das suas riquezas. Claudião, entusiasmado, ainda mostra também outros itens da sua coleção, como os discos de jazz de 78 rotações que pagou uma "ninharia", sua coleção de gibis em quadrinhos, revistas antigas, jornais velhos e mapas.
Carminha não aguenta mais e pede a separação. Claudião fica arrasado e não acredita que ela está falando sério. Carminha diz que ou ela ou as relíquias. Tina intervém, fala que não precisa radicalizar e pode conseguir uma solução razoável. Ela comenta que o Rolo tem um velho galpão desocupado na casa dele e quem sabe poderia falar com o pai dele para alugar. Eles conseguem e Claudião leva toda a sua coleção para a casa do Rolo, lamentando que vai ser uma barra ficar longe do seu tesouro. Tina fala que depois ele se consola com a Carminha e Claudião fica de coração partido enquanto leva a sua coleção para o galpão do Rolo e promete que vem visitar todos os dias.
No final, eles voltam para casa, com Claudiao achando bom que pelo menos a Carminha não vai mais ficar zangada com ele e quando chegam em casa, tem a surpresa da Carminha arrumando a sua coleção de bichinho de pelúcia, ou seja, ela estava irritada porque com a coleção do marido, não dava para acomodar a sua coleção no quarto.
História muito criativa mostrando conflito de um casal onde a esposa implica com a coleção do seu marido e Tina tentando resolver a situação dos amigos. Muito legal ver o entusiasmo do Claudião mostrando a sua grande coleção de raridades, mas que infelizmente teve que tirar de sua casa para a esposa não gostar da coleção no quarto e engraçado o final que queria se livrar da coleção do marido para colocar os seus bichinhos de pelúcia no quarto. Carminha tinha que saber ele era colecionador quando namoravam e aí se não gostasse nem namorariam ou nem se casariam. Como é história em quadrinhos, aí vale o absurdo. Pelo menos ele não precisou se desfazer por completo, só mudou o lugar da sua coleção.
A história serve para mostrar que na vida real também existem namoradas e esposas que não gosta do companheiro colecionar coisas, pois fica acumulando espaço e poeira na casa ou não dão atenção a elas, e jogam na cara para escolher entre ela ou a sua coleção. E ajuda a refletir se caso acontecer isso com o leitor, o que faria se sua namorada ou esposa fizesse o mesmo de escolher entre a coleção ou ficar com ela.
A história serve para mostrar que na vida real também existem namoradas e esposas que não gosta do companheiro colecionar coisas, pois fica acumulando espaço e poeira na casa ou não dão atenção a elas, e jogam na cara para escolher entre ela ou a sua coleção. E ajuda a refletir se caso acontecer isso com o leitor, o que faria se sua namorada ou esposa fizesse o mesmo de escolher entre a coleção ou ficar com ela.
O final é daqueles do tipo que pode imaginar o que aconteceria depois, se o Claudião aceitou isso da esposa colecionar bichinhos de pelúcia, ou se pediu separação que nem ela fez, ou ainda voltou com a sua coleção na casa, ficando a imaginação do leitor. Os roteiristas gostavam de fazer histórias assim com final aberto para o leitor imaginar. Podiam ter colocado Pipa e Zecão no lugar desse casal, mas preferiram colocar personagens secundários, até porque Zecão não tem uma personalidade intelectual e de colecionador. Esse casal jovem Claudião e Carminha só apareceram nessa história mesmo.
Os traços excelentes, bem caprichados e com uma boa arte-final como sempre nos anos 80. Na época, a Tina tinha essa personalidade de apenas de agir como a conciliadora, a conselheira, só ajudar a resolver os problemas dos seus amigos, principalmente problemas amorosos. Incorreta nas partes de citar cigarro e bebida em gibi infantil e também da Tina xingar o Claudião de "bandido", palavra proibida nos gibis atualmente. Até que os livros não tiveram nomes parodiados dessa vez. Muito bom relembrar essa história, que completa exatos 30 anos.
Nota DEZ essa HQ...não tenho o gibi original mais tenho essa HQ em almanaques! ;)
ResponderExcluirTambém adoro essa história, muito criativa :D
ExcluirEssa história é sensacional, lia ela direto na infância, também sou um pouco rato de sebo, logo, teria problemas com a Carminha hehe. Marcos, queria sugerir a lembrança daquela historinha do Piteco com o deus Tchum, que todos da aldeia cultuam e no fim o tal do Tchum é o sacerdote mergulhado o tacape numa tina d'água. Ela foi publicada no começo dos anos 90, acho que num gibi da Mônica. Forte abraço e sempre na audiência do blog.
ResponderExcluirEu também curto muito essa. Sobre a história do Piteco, muito boa também, é de Cebolinha Nº 54 de 1991. Quando der eu posto aqui.
ExcluirHistória sensacional, super divertida! É interessante como esta história nos faz refletir como os exageros ou fanatismos prejudicam, pois as pessoas começam a fazer loucuras, já que pode virar uma obsessão. A pessoa se escraviza sem perceber. Gosto de fazer coleções, mas sem excessos, sem fazer disso uma prioridade. É preciso perceber que há coisas que podem até ser legais, mas que existem outras coisas mais importantes para se fazer e cuidar.Muitas vezes precisamos abrir mão de nossas vontades para beneficiar a convivência familiar e social. Parabéns pela otima postagem, Marcos!!
ResponderExcluirVerdade, a coleção dele já tava virando fanatismo, já buscava qualquer coisa nos sebos, sempre queria aumenta r os itens da coleção. Isso também ajudou a refletir na história. Assim que era bom que além de se divertir ainda podia pensar. Valeu por ter gostado.
ExcluirTina gata como sempre!Sempre não,que na década anterior era uma negação,parecia um menino!
ResponderExcluirA partir dos anos 80 capricharam no visual da Tina. Na verdade, a MSP antigamente desenhava as mulheres bem realistas de um modo geral.
ExcluirPois é, o núcleo da Tina era pra agradar os adolescentes e até os pais que liam os gibis, ajudava a diferenciar o universo infantil da Turma da Mônica. Os gibis antigos agradavam todas as idades por causa disso por ter essas diferenças nas histórias, não era a toa que na época tinha gente com 15, 16 anos que ainda lia gibis. Hoje em dia são voltados só pra crianças até 8 anos de idade.
ResponderExcluirMuito legal,muito engraçada essa história os dois não conseguem largar as suas coleções.
ResponderExcluirPois é, eles querem ficar com as coleções a todo custo :D
ExcluirSe eu fosse ele escolheria a coleção. kkkkkkkk
ResponderExcluirkkkkkk
ExcluirComo é cínica. Obriga o marido a se desfazer do que gosta pra ela colocar as coisas dela.
ResponderExcluirPois é, agiu assim para interesse próprio, era colecionadora também.
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