segunda-feira, 4 de março de 2019

Cebolinha: HQ "Carnaval! Oba!"

É Carnaval, então mostro uma história em que o Cebolinha, Cascão e Mônica formaram um bloco de Carnaval sem querer. Com 9 páginas, foi publicada originalmente em 'Cebolinha Nº 38' (Ed. Abril, 1976) e republicada em 'Almanaque da Mônica Nº 8 - Especial Carnaval' (Ed. Abril, 1981).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 8 - Especial Carnaval' (Ed. Abril, 1981)

Nela, Cebolinha e Cascão estão conversando, quando a Mônica chega e bate um tambor bem alto e os meninos se assustam com o barulho. Ela fala para eles se animarem porque era Carnaval e chama para dançar. Cebolinha diz que com ela tocando fica meio difícil e Mônica, com sua autoridade, já quer saber se ele está insinuando que ela não sabe tocar. Cascão tem um pensamento que era verdade isso e Mônica grita com ele se está pensando alguma coisa.


Com muito medo da Mônica, eles falam que foi o melhor "bum-bum-bum" que já ouviram, que foi sensacional e que devia tocar no bloco deles. Mônica pergunta que bloco era, e Cebolinha diz que é o bloco "Vai Quem Quer". Mônica pergunta sobre os estatutos e regras do bloco. Cebolinha comenta apenas que vai quem quer e os instrumentos cada um toca o que quiser e então, Mônica resolve tocar o seu tambor na rua.


Mônica comenta que falta uma coisa. Cascão pergunta se são os tampões de ouvidos e Mônica já grita se ele falou alguma coisa já ameaçando bater. Mônica fala que são as fantasias que estão faltando e Cebolinha pergunta se ela já não estava fantasiada. Mônica deixa passar por ser Carnaval e que o espírito de piada dele estava muito bom, mas ameaça para não se repetir apontando dedo para ele.


Cebolinha diz que cada um se fantasia como quiser e, assim, eles vão se fantasiar. Quando voltam, Mônica vem fantasiada de coelhinha, Cebolinha, dentro de um arbusto, fantasiado como uma plantação de cebola e Cascão, de lata de lixo. Cada um acha graça da fantasia dos outros e depois Mônica pergunta das faixas do bloco. Cascão mostra a faixa "Bloco Vai Quem Quer saúda o público e pede passagem".


Tudo resolvido, eles cantam pela rua a marchinha do Bloco "Vai Quem Quer". O povo que estava na rua gostam da animação das crianças e vão se juntando com eles. Aos poucos, vão juntando cada vez mais gente,  atravessam trânsito e chegam em um desfile de samba e a turma acaba recebendo prêmio de um troféu do prefeito, quando eles percebem que formaram um bloco de Carnaval de verdade de sucesso e muito animado.


Cebolinha mostra o troféu que ganharam para o Cascão, que fica contente e diz para não segurar sem cuidado porque cair e quebrar. Cebolinha diz que não importa porque é Carnaval. Cascão toma a taça da mão do Cebolinha e diz que vai ficar ali parado tomando conta dela. Cebolinha e Mônica vão embora junto com o bloco para se divertirem. Cascão vê de longe todos brincando no bloco e não resiste, joga o troféu no lixo e vai junto com a turma brincar no bloco, terminando assim.


Uma história boa de Carnaval onde é formado um bloco de Carnaval sem querer. Os meninos inventam que eles tinham bloco só para desviar a atenção da Mônica de bater neles por terem insinuado que ela toca mal o tambor e, com a inocência deles vão enumerando aos poucos o que precisa para formar um bloco e acabaram criando um bloco de verdade no bairro do Limoeiro. Deixa uma mensagem no final que não é para se apegar a prêmios materiais e o importante é curtir os momentos com os amigos, no caso curtir o Carnaval junto com o bloco ao invés de ficar cuidado de um troféu. Legal as fantasias dele, hoje em dia nem pensar Cascão vestido de lata de lixo.

Nos anos 70 era tudo espontâneo, com um simples papo, as coisas saiam se desenrolando naturalmente até ver o que aconteceu. Mesmo assim, não ocupavam muitas páginas as conversas dos personagens e as histórias não eram tão longas por causa disso. Depois eles passaram a ser mais objetivos nas histórias, indo direto ao ponto que queriam.


Naquela época a Mônica era bem mais irritada, sem paciência e muito autoritária, qualquer motivo já saía batendo nos outros, como pode notar que ela se incomodou até com o pensamento do Cascão, ou seja, batia nos meninos até se percebia que estava falando mal dela por pensamento. Dessa vez não bateu neles, mas assustou com ameaças se continuasse, sendo bem autoritária.


Os traços bacanas, do estilo dos anos 70. estavam começando a ficar com bochechas menos pontiagudas, mas ainda longe do estilo consagrado. Destaque para Mônica com dentes da frente bem maiores, além dos personagens falando de boca fechada e muitas vezes tinham colorização de tudo de uma mesma cor em alguns momentos como aconteceu coma plateia do desfile, coisa característica em todos os gibis da Editora Abril, não só os Turma da Mônica.


As imagens tirei do 'Almanaque da Mônica Nº 8' de 1981. Falando brevemente desse almanaque tiveram 13 histórias no total entre 1971 a 1977, só que dessas, só 6 foram de Carnaval (incluindo a tirinha inédita) e as outras republicações de histórias normais  de personagens secundários. Na época não tinham histórias suficientes de Carnaval para republicarem, assim mesclaram histórias de Carnaval com normais, a não ser que fizessem histórias inéditas sobre o tema, como fizeram com alguns almanaques temáticos na Editora Abril. Tanto que ainda precisaram antecipar uma de 1977, pois era permitido republicações apenas de histórias de 5 anos para cima, no caso devia ter até 1976.

Depois foi republicada de novo em 'Coleção Um Tema Só Nº 13' (Ed. Gobo, 1996), o que foi uma surpresa, pois não tinham costume de republicarem histórias dos anos 70 na época.. Abaixo, a capa original de Cebolinha Nº 38' de 1976 e esse Coleção um  Tema Só de 1996.

Capa de 'Coleção Um Tema Só Nº 13' (1996)
Capa de'cebolinha Nº 38' (1976)


16 comentários:

  1. Eu já não gosto dessas cores restauradas em scans da internet. De fato, fica mais agradável para ler em uma tela de computador ou celular, mas tira a essência do gibi original. Esse aí de Carnaval especificamente ficou completamente da original, principalmente os tons amarelos.

    Eu prefiro as cores originais e até o papel amarelado até nos scans, exatamente como foi. Até evito de postar scans que foram restaurados em sites, só se for uma história muito importante e não tenha tempo de escanear dos meus.

    Valeu pelos votos. Pra você também. Abraço

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  2. Eu gostei dessa história. A lição de moral no final realmente fez muito sentido. Eu diria que o Cascão ia dar uma de Tio Patinhas e que o troféu que ele ganhou seria como se fosse igual a Moeda Nº 1 (a moeda da sorte do pato), mas que bom ele aprendeu a lição.

    E eu já conhecia essa história, só que nos dois almanaques, que inclusive eu já tinha baixado da internet. Agora, eu gostaria que me desejasse boa sorte na procura tanto do gibi original (nem que seja a versão da Coleção Histórica) quanto as republicações.

    Desde já, muito grato. Abraços!!!

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    1. Verdade, muito bom essa lição de moral. Tomara que vc consiga essas 3 edições, a mais difícil vai ser a original de 1976, mas quem sabe. Boa sorte! Abraços

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  3. Eu amo esse almanaque, pois possuí histórias maravilhosas. Esses almanaques antigos da Mônica, da Abril, são verdadeiras relíquias.

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    1. Muito bom esse almanaque, todos da época são uma verdadeira raridade, tanto de encontrar quanto nas histórias clássicas deles. Vale a pena.

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  4. Beleza, eu tenho essa revista em pdf. Marcos voce teria como colocar em pdf algum dia? as revistas que voce tem ? eu amei essa historia.

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    1. Nem dá porque MSP não gosta de scans completos de revistas. No máximo uma ou outra história completa ou comentar um gibi completo por alto, com algumas imagens aleatórias. História muito legal mesmo.

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  5. Muito legal essa histórinha de carnaval, eu adoro os gibis antigos da Mônica, eu tenho vários antigos, se tiver alguma histórinha da turma contando histórias de terror poste é muita legal quando a turminha se aventura.

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    1. Tá legal, eu achando alguma de terror bacana eu posto.

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  6. Mais uma incrível postagem!Esses Almanaques da Abril eram muito melhores mesmo.Variavam números de páginas e diversificavam temas. A ediçao 11 por exemplo,que era de Natal,trazia 100 páginas e somente histórias inéditas!
    Com relação a hoje,se na epoca da Globo não costumavam republicar HQs dos anos 70,imagina hoje!

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    1. Na Abril os almanaques eram considerados edições especiais, aí tinham mais critério de avaliação de histórias neles. Mas por tempo decorrido, até que na Abril e Globo eles costumavam colocar histórias entre 5 a 10 anos nos almanaques, daí na Globo não ter muitas histórias dos anos 70, mais normal ter a partir de 1978 nos primeiros almanaques.

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  7. E também como os homens negros foram desenhados que também não pode.

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  8. Sim, nessas partes fariam alterações em eventual republicação

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