quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Magali: HQ "Doidinha pra ir à escola"


Fevereiro é mês de volta às aulas, então mostro uma história de quando a Magali foi à escola por um dia por conta própria. Com 10 páginas no total, foi história de abertura publicada em 'Magali Nº 136' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Magali Nº 136' (Ed. Globo, 1994)

Nela, Magali acorda os pais de manhã, vestida com uniforme da escola do bairro, entusiasmada como primeiro dia de aula como sua amiga Márcia falou. A mãe da Magali, Dona Lili, pergunta quem disse que ela vai à escola. Magali responde que foi ela, quando falou que logo, logo vai e Dona Lili diz que se referiu ao ano que vem quando fizer 7 anos de idade e que a Márcia vai porque é mais velha que ela.


Os pais voltam a  dormir e Magali fica triste na sala vendo pela janela as crianças irem para a escola, menos ela. Até que ela tem ideia de ir lá assim mesmo, sem nem estar matriculada e corre para chegar a tempo. Chegando lá, fica emocionada ao entrar na escola e se espanta com tanta criança no pátio. Uma professora avisa para que as crianças do primeiro ano entrem em uma fila e Magali vai até lá e encontra a sua amiga Márcia e vão estudar na mesma classe.


Na sala de aula, elas sentam uma ao lado da outra e chega a professora Iara, que faz a chamada para eles levantarem a mão e poder conhecer os alunos. Todo mundo é chamado, menos a Magali e Márcia estranha e Magali diz que acha que esqueceu.

A professora fala que eles vão aprender a ler, escrever e a contar e também se alguém tem uma pergunta para fazer e Magali pergunta quando é a hora do recreio e Iara diz que mais tarde. Começa a aula e Iara pergunta que letra ela escreveu no quadro. Todos falam que é a letra "A" e Iara manda falarem uma palavra que começa com a letra "A". Os alunos falam abacaxi, amora e abobrinha, dando tentação para Magali comer e então Magali dá uma lista de comidas com letra "A" para acabar a tortura ir para o recreio.


Iara diz que recreio é mais tarde e vai para aula de Matemática e propõe um problema que tinha maçãs. Magali interrompe para a professora dar maçã para ela. Iara diz que é um faz-de-conta e continua com o problema, que tem uma maçã, ganha mais 3 e depois dá 2 pro Joãozinho. Magali interrompe perguntando por que dá para o Joãozinho e não para ela, que está com mais fome que ele. Iara manda Magali parar com isso e ela diz que não tem culpa que ela só fala de comida o tempo todo. Iara desenha uma maçã no quadro e Magali avança no quadro para tentar devorar a maçã desenhada e a professora, com medo, antecipa o recreio.


No pátio, Márcia pergunta o que Magali trouxe de lanche e aí ela se dá conta que a lancheira estava vazia porque a mãe continuou dormindo e não preparou o lanche e fica sem saber o que fazer. Magali vê a Márcia comendo pão com queijo e Márcia oferece uma mordida e Magali dá uma tão grande comendo quase todo o sanduíche. Em seguida, Magali pede para provar o lanche dos outros alunos e acaba comendo todos os lanches deles. Magali se empolga e come os lanches de todos do pátios e vai atacar a cantina da escola, causando um grande terror. A diretora é chamada as pressas e vê tudo e Magali é levada para a secretaria da escola.


Magali leva uma bronca e ela diz porque estava com fome. A diretora diz que vai começar o ano levando zero de comportamento e procura o nome dela na lista dos alunos. Quando olha, estranha que não tem nenhuma Magali no primeiro ano B, nem no A e nem no C e a professora Iara pergunta foi feita a matrícula dela. Magali diz que não se matriculou ainda, só estava lá para experimentar se a escola era boa e as professoras exigem a presença dos pais lá.


No final, os pais vão ate lá e levam a Magali embora. Magali se despede da Márcia que não está mais na escola e Márcia comemora por não estudarem mais juntas. Em casa, Magali fica de castigo de frente para parede e Seu Carlito fica com pena que a Magali só queria ir para a escola e vai ter que esperar um ano inteirinho para ir. Dona Lili, então, tem ideia para que a Magali não sinta falta da escola naquele ano. Toda vez que for servir comida em casa, ela toca um sino dizendo que é hora do recreio.


Essa história é muito engraçada, interessante a vontade da Magali querer ir á escola mesmo sem ter idade para ir. A princípio nem seria ir só para comer no recreio, mas devido às circunstâncias, acabou  só pensando em comida, como sempre. Foi muito engraçado durante a aula só falar coisas relacionadas à comida, dando tentação para a Magali, querer comer quadro negro porque tinha maçã desenhada e ela comer os lanches dos coleguinhas e da cantina no recreio como um monstro foi hilário. 

Se pensar, Magali estava em jejum desde que acordou, pois não tomou café da manhã por ter ido escondida para a escola e não levou o lanche, pois a mãe continuou dormindo, aí com a tentação durante a aula e vendo os outros comendo na frente dela, o jeito foi atacar os lanches dos outros. Isso que era engraçado nas histórias dela.


Interessante a Magali ter uniforme escolar mesmo sem estar matriculada. Essa história é impublicável por conta dos absurdos da Magali comendo os lanches dos colegas, dando constrangimento a eles, fora comer quadro negro e também por ter desobedecido os pais de ir á escola sozinha. Magali também no "cantinho do castigo" também não é aceito pela patrulha do politicamente correto os pais darem castigo assim nem bater nos filhos.


Na MSP, os personagens principais não iam para a escola por conta da idade. Eles tinham 6 anos de idade e colocavam só eram permitidos entrarem para a escola a partir dos 7 anos na primeira série.  Já o Chico Bento por ter 8 anos foi para escola, sendo que ultimamente ele não é mais um mal aluno que tira zero, hoje é tudo mais voltado ao politicamente correto. Com isso, tinham algumas histórias com personagens com desejo de ir para escola como essa da Magali. 

Depois, por causa do politicamente correto e reclamação dos pais pelos personagens não irem à escola, a MSP passou a colocar que os personagens tinham 7 anos, e, assim, permitindo estudar. A estreia dos personagens na escola foi já na Editora Panini na história "Aniversário na escola" de Mônica Nº 3' de 2007. Só que não deu muito certo histórias dos personagens na escola, como não podem aprontar, ficou algo muito didático. Então, as histórias se passam fora do horário de escola e quando necessário inserem algum diálogo sobre o que viram na aula para demonstrar que eles estão na escola.

Na verdade, nem deviam ter essa ideia de que só podiam entrar na escola com 7 anos. Na vida real, as crianças fazem Jardim e C.A (atual primeira série) aos 6 anos de idade e então os personagens na época podiam estar no C.A. tranquilamente. Provavelmente não tinham histórias assim porque o Chico já dava conta do recado com as suas brilhantes histórias na escola e com a turma iam ficar meio repetido os roteiros.


Os traços nessa história ficaram excelentes, muito caprichados e, por curiosidade, essa história foi publicada em setembro, fora de período de volta às aulas, Até podiam colocar em fevereiro ou agosto, mas na época não tinham preocupação de história em mês exato de datas comemorativas e colocavam na data que bem entendiam. A personagem Márcia só apareceu nessa história. Não podiam colocar um personagem da turminha por todos terem 6 anos e ninguém tinha 7 anos na época e outras como a Aninha já seria mais velha pra estudar na mesma classe da Magali.

21 comentários:

  1. Sensacional HQ..nunca tinha lido antes!! ;)

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  2. Ótima história! Mas mesmo com o politicamente correto não vejo problema em colocar a Magali de castigo. Bater seria impróprio hoje em dia nas histórias, mas se um pai não puder nem colocar de castigo, como disciplinar e educar os filhos então? Castigo não é covardia e nem excesso. É uma forma bem funcional de fazer a criança compreender que deve obedecer aos pais, para que pense sobre seus atos errados, é colocar limite na criança. A falta de disciplina é uma grande omissão e irresponsabilidade para a educação da criança e formação de sua personalidade. Essa omissão forma crianças sem princípios, com dificuldade em cumprir regras, respeitar o próximo e viver em sociedade, já que vai crescer achando que pode fazer tudo.

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    1. Perfeito!
      Antigamente se batia por nada,e só as palmadas,cintadas e chineladas eram aplicadas,sem uma bagagem prévia de moral dada pelos pais,pois não se impunha respeito,e sim,temor!

      Hoje,compreendemos que temor só se aplica em último caso,quando a criança é muito desobediente e irredutível,mas a disciplina e as regras jamais se dispensam!

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    2. Se não tem o castigo dos pais, no mundo lá fora é muito pior.

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    3. Verdade, também acho nada de mais dar castigo, mas o pessoal do politicamente correto implica com isso, ver uma criança sentada num banco virada pela parede, interpretam como constrangimento e trauma pra criança.

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    4. Marcos,já passei muitas vezes por esses "constrangimentos" na escola,que me foram necessários para me dar algum comportamento!Chamar a atenção,mandar para a diretoria,suspensão,etc.,enfim,impor limites para aquele menino não crescer um homem mimado!

      Eu,que sou da geração 80,não peguei a época da palmatória e do levantar na presença do diretor,felizmente!No meu tempo já havia métodos eficazes de disciplina,e violência física realmente não dá!
      De uns tempos para cá é que houve todo esse afrouxamento na (des)educação brasileira!

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    5. Sim, hoje em dias as coisas se invertem são os pais e professores que são os errados em dar castigo para as crianças. Uma pena.

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  3. Marcos, vc não compra as Graphics Msp? Nunca vi vc falando delas aqui no blog.

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    1. Não compro, só tenho a Turma da Mônica Laços. Por isso não falo delas.

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  4. Também é engraçada aquela história que o Chico Bento vai na aula de Inglês junto com o primo Zeca, ele não entende nada e leva puxão de orelha da professora após dizer que estava ensinando tudo errado.

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    1. Eu também me lembro, essa história que o David citou é engraçada mesmo, principalmente a parte em que a professora manda o Chico ficar quieto e ele acha que ela disse "Xarope", quando na verdade, ela quis dizer "Shut Up!" (Cala a boca em inglês). Muito bom!!

      Essa história chama-se "Na aula de ingreis", ela foi publicada originalmente em Chico Bento nº 82, de 1985, e republicada no Almanaque do Chico Bento nº 39, de 1997.

      E Marcos, não querendo ser pidão e nem por pedir demais, mas será que dava pra você falar dessa HQ um dia, por gentileza? Seria tão bom poder revê-la e rir de novo. Até lá, agradeço bastante.

      Abração!!

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    2. Demais essa história. Esse "shut up" foi hilário. Quando der eu posto aqui

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  5. Eu amo essa história. Sempre gostei dessas histórias envolvendo a turma na escola. Dava um gosto de quero mais. Poderia ter eles nessa fase, com certeza teria muito mais pano para histórias diferentes e quem sabe alguns personagens novos...

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    1. Muito boa mesmo. Até que tem histórias na escola agora, mas são mais didáticas, não como essa bem incorreta.

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  6. Ótima história. Adoro o absurdo da Magali tentando comer a lousa rs.
    Mas concordo com você, Marcos. Sempre achei esquisito esse negócio de os personagens não poderem ir à escola por causa da idade. Não tem nada a ver. Essa HQ é da década de 90, já existia prézinho, educação infantil no mundo real.
    E acho que agora colocaram a turma na escola porque a lei mudou. Agora é obrigatório que as crianças a partir de 4 anos estejam na escola. Então, para atender o politicamente correto, eles mudaram nas HQs também. Provavelmente nem republicariam histórias assim.

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    1. Esses absurdos da Magali eram bons demais. Não creio que republicam hoje em dia a não ser que façam alterações. Também nunca entendi eles não irem para a escola com 6 anos, eu mesmo fiz Jardim antes do CA, e só mudaram por causa de leis.

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  7. acho bizarro a turma da Mônica não ir para escola com seis anos, sendo que eu comecei a estudar com cinco anos, parece que o Maurício é meio conservador em relação a essas coisas, por que infelizmente existem adultos na vida real que não gostam de colocar seus filhos muito cedo na escola.

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    1. Pois é, fica parecendo. Não tinha nada de mais eles estudarem com 6 anos de idade. Engraçado que nas histórias eles sabiam ler, escrever e fazer contas, mas não iam para escola.

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  8. Eu sou contra aos pais que não levam seu filho na escola porque as crianças não vão para a escola aos 6 anos e sim aos 7 anos. E isso é mentira 🤥🤥🤥 pra ir para a escola no ensino fundamental a criança tem que ter 6 anos e não 7 🖌️🖍️🖊️🖋️✏️📝📒📔📚📚📚📖🔠🔢➕✖️➖➗. E sabe por quê? Porque quando a criança nasceu no primeiro semestre significa que ela vai aos 6 e quando ela nasceu no segundo semestre ela vai aos 7 como é caso das crianças que nasceram no segundo semestre como o Cascão e o Cebolinha

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