O Monicão comemora 30 anos de criação agora em 2024 e em homenagem conto tudo sobre o cachorro da Mônica e mostro algumas histórias dele ao longo dos anos.
Monicão foi criado em março de 1994 para ser o cachorro oficial da Mônica. Antes, todos os personagens principais tinham um bichinho de estimação, menos ela. Apesar do Sansão ter essa função, mas é apenas um coelhinho de pelúcia e ela não tinha um bicho de verdade como o Cebolinha, Cascão e Magali e muitos perguntavam por que só a Mônica não tinha um bichinho de estimação, como aconteceu na história de 'Mônica Nº 190' (Ed. Abril, 1986).
A Mônica até já chegou a ter um cachorro, o Napoleão, publicada em 'Mônica Nº 49' (Ed. Abril, 1974), só que não vingou e sumiram com ele, e também chegou adotar cachorros de rua, como o Dick na história "Filosofia canina" ('Mônica Nº 13' - Ed. Globo, 1988) e um de rua sem nome da história "Perseguição implacável" ('Mônica Nº 49' - Ed. Globo, 1991), mas faltava ter um cachorro fixo só dela. Até que foi resolvido em março de 1994 quando ela ganhou o Monicão do Cebolinha e do Cascão como presente de aniversário para ela.
O Monicão é um cachorro com a cara da Mônica, dentuço, gordinho e cabelo de banana como ela, por isso seu nome com junção de "Mônica" e "cão". Inicialmente, seus traços tinham orelhas de abano voltadas para baixo e uma personalidade como a da dona de um cachorro brabo, atacava as pessoas que estavam incomodando a Mônica ou os meninos que se aproximavam dela para namorar ou quem xingava ou maltratava o próprio Monicão. Nessa fase, tinham balões de pensamentos e ele falava quando conversava com outros bichos. Tinham vezes que ele só participava como um cãozinho da Mônica, fazendo figuração dentro de casa, por exemplo, sem ter importância nas tramas.
Monicão nos anos 1990 |
A partir dos anos 2000, mudaram a personalidade do Monicão, deixou de ser um cachorro brabo e passou a ser mansinho, bagunceiro, eufórico, hiperativo e atacar apenas objetos, não mais meninos, pessoas em geral ou outros bichos e a Mônica irritada e sem paciência com ele. Se Monicão visse um objeto no chão, como bola, boneca, chinelo, lençol, etc, queria morder para brincar, sem intenção maldosa. Algumas vezes, Mônica tentava o cãozinho a comer ração devagar e não comer tudo de uma vez como fazia. Ele não mais pensa ou fala com outros bichos, só late ou faz grunidos. E atualmente os latidos não aparecem mais dentro de balões, são dispostos como onomatopeias coloridas e soltas de tão alto que ele late.
Pelo visto, não acharam certo ser um cachorro brabo atacando os outros e estimulando violência, e ainda não ter o agrado e simpatia das crianças e influenciavam a elas terem medo de cachorros na vida real, acharam melhor um cachorro amigável, então. Além da personalidade diferente, também mudaram os traços dele, colocando orelhas voltadas para cima com uma leva curva pra baixo nas pontas e não teve mais orelhas de abano, cabelo de banana menor e menos gordinho, um pouco mais caricato para se adequar à sua nova personalidade.
Monicão a partir dos anos 2000 |
Mônica esquece que não estava com o Sansão e arremessa o Monicão nos meninos como faz com o coelhinho. Monicão providencia de voltar para casa, pega o Sansão, colocando no carrinho e ainda acena com lenço para a Mônica para irem com Deus, reconhecendo que é mais seguro ficar em casa do que sair com a Mônica.
Em "Bons modos, Monicão" ('Mônica Nº 80' - Ed. Panini, 2013), Mônica quer educar o Monicão a comer devagar, uma ração por vez, mas não consegue porque ele só comia de forma expansiva. Magali tenta ajudar em vão e no final a Magali lembra que faltava sobremesa, fazendo Monicão ficar agitado de novo querendo sobremesa.
Em "Meu estilista pessoal" ('Mônica Nº 18' - Ed. Panini, 2016), Mônica quer mostrar para a Dorinha que o Monicão é quem escolhe a roupa dela, mas acaba o cachorro mordendo e estragando todas as roupas da Mônica. Depois, uma fada dá roupa nova pra todos irem a uma festa, estilo Cinderela. Nessa, o Monicão teve medo do Radar, cachorro da Dorinha, apesar de ele ser mansinho tamb, se fosse nas antigas, Monicão ia encará-lo, no mínimo rosnar.
Monicão ainda entrou na Liga dos Pets a partir da história homônima de 'Turma da Mônica Nº 40' (Ed. Panini, 2018). Os bichinhos da turma, Bidu, Mingau, Floquinho, Chovinista e Ximbuca, formaram uma liga de heróis e se reuniam para salvarem seus donos em perigo. Nessa liga, pelo menos deu uma diferenciada no estilo de histórias com o Monicão, embora ele não aparece muito, os destaques maiores ficam com Bidu e Mingau. Bom que teve nteração do Monicão com outros bichos e não só com a Mônica.
Um fato curioso, é que recentemente repetiram a história "Cachorro doidinho" no gibi 'Mônica Nº 32' - Ed. Panini, 2023. Trata-se da mesma história, mesmos diálogos, mudando uma ou outra coisa nos textos com sinônimos e redesenharam com os traços atuais. Tudo indica que estavam com falta de roteiros pra fechar a edição recente, pelo certo teria que republicar e não redesenhar em um gibi novo. Comparando as imagens, dá pra ver a nítida diferença na decadência dos traços atuais e reforça de que os latidos do Monicão agora tratam como onomatopeias.
Comparação da história "Cachorro doidinho" (2004/ 2023) |
Como pode ver, não foi ruim a ideia de ter um cachorro fixo, problema foi mudar a personalidade e traços do Monicão, deixando de ser cachorro brabo igual à dona e ser só um cachorro bagunceiro e eufórico destruindo coisas e co tracenando só com a Mônica. Ficou tudo muito repetitivo, como cachorro brabo o era bem melhor. Em todas as fases, também acho que faltou Monicão contracenar com outros bichos, ter a sua própria turma, iria diferenciar suas histórias e não ficar na mesmice. Personagem merecia ser mais aproveitado.