sexta-feira, 28 de março de 2025

Uma história do Horácio esperando seus amigos


Compartilho uma história em que o Horácio ficou esperando seus amigos que tinham marcado compromisso e nao aconteceu como ele queria. Foi publicada em 'Mônica Nº 180' (Ed. Abril, 1985).

Escrita por Mauricio de Sousa, Horácio marca encontros com Lucinda, Antão e Alfredo, cada um por vez, e ninguém aparece em seus respectivos compromissos.  No final, Horácio reflete se ele viveu aquele dia ou não. Afinal, os compromissos foram no mesmo dia e ficado horas esperando cada um acabou sem fazer nada o dia inteiro. 

Coitado do Horácio sofrer e ficar triste por causa de capricho dos outros, pelo menos aprendeu a lição de não marcar mais encontro com eles por não serem confiáveis.  Se bem que Horácio é tão bonzinho, não duvidamos que ele poderia voltar a marcar compromissos mesmo com o risco de fazerem tudo de novo.

Mauricio quis mostrar problema de pessoas que não cumprem palavras e não honram com seus compromissos quando marcam encontros e não comparecem deixando a pessoa que espera sem fazer nada e não vivendo o tempo perdido que esperou o outro. Já dá raiva uma pessoa se atrasar para o encontro e ela não comparecer é pior ainda, perde total confiança nelas.

Quem sabe o  Mauricio viveu isso na vida real e quis retratar em história do Horácio,  seu auto ego já declarado. É incorreta atualmente por ter viéis filosófico adulto e povo do politicamente correto achar que não é apropriado para crianças, e também por Horácio ter final triste e hoje só pode ter histórias com finais felizes para as personagens. 

Histórias do Horácio eram escritas pelo Mauricio e sempre foram marcadas pelo lado filosófico e de reflexão, principalmente as da fase de 1 página de tabloides de jornais que depois eram republicadas nos gibis convencionais como foi essa. Enquanto as dos anos 1970 eram mais longas com foco em aventuras (apesar de que normalmente tinham também finais filosoficos nessas longas) as dos anos 1980 de 1 página prevaleciam seu lado filosófico.

Essa teria que ser em 1 página, aí colocaram em 2 páginas e desenhos ampliados com 3 linhas de quadros em cada página, ao invés de 4, para ocupar mais espaço no gibi. Era comum fazerem isso nas histórias do Horácio, desmembrando um tabloide em 2 páginas. Traços ficaram bons, tudo indica que essa foi desenhada pelo Mauricio e não foi só o roteiro. Como era tabloide de jornal, não tinha título, com o detalhe que o logotipo era sempre adaptado com o assunto da história, era legal esse detalhe. A seguir, mostro a história completa.


terça-feira, 25 de março de 2025

HQ "A Supermagali"

Em março de 1995, há exatos 30 anos, era lançada a história "A Supermagali" em que a Magali vira super-heroína depois de comer a comida jogada fora pelo filho do Superomão. Com 16 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 150' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Magali Nº 150' (Ed. Globo, 1995)

Em uma casa secreta escondida no alto da montanha, o filho do Superomão, o Júnior, não quer comer e sua mãe reclama que ele tem que comer senão não vai ficar forte como o pai dele. Júnior joga a comida para fora da janela querendo batata frita e a mãe avisa que vai chamar o monstro de criptonita.

Momentos antes, Magali reclama que está vivendo horas terríveis entre o café da manhã e o almoço. A mãe não deixa beliscar nada de comida, já pegou as maçãs que alcançava da macieira e está sem dinheiro para comprar e acha que bem que podia cair comida do céu, quando a comida do Júnior cai em cima da cabeça dela. 

Magali acha que ouviram suas preces, come tudo, achando que era uma comida diferente, mais forte e logo depois passa a ter revertério. Ela se esconde atrás da árvore e quando volta já está com roupa de super-heroína. Estranha pensando que era roupa de ginástica e ter uma capa e nem estão no Carnaval. Segura o poste para raciocinar se está com amnésia e consegue derrubar o poste. 

Magali acha que estão bichados e foge porque ninguém acreditaria se ela fosse explicar. Corre tão rápido que passa a voar e estranha como foi parar no céu. Com os fatos lembrados, Magali deduz que virou Super e que a comidinha devia ser especial. Fica feliz que pode comer as maçãs que não alcançavam, as ameixas da árvore da Dona Clotilde e os abacates do Seu Nicolau. 

Magali comenta que vida de super é moleza, quando vê Mônica correndo atrás do Cebolinha e do Cascão e resolve ajudar. A turma estranha como Magali surgiu ali, se saltou de paraquedas. Magali diz que veio voando, a turma dar gargalhadas e perguntam como arranjou aquela fantasia. Magali diz que virou Super e prova pulando do precipício e voa em seguida para voltar onde estava. Depois segura uma pedrona com a ponta dos dedos e a turma fica boquiaberta.

Cebolinha aproveita a situação, fala para Magali que ela tem que defender os fracos e oprimidos e tem que o defender e o Cascão da Mônica opressora. Magali fala que eles que a provocam. Os meninos falam que ela tem que proteger os fracos. Magali diz que a Mônica é amiga dela, os meninos  dizem que é amiga de vilã, o Sindicato dos Super-Heróis vão gostar de saber disso. Mônica fala que se Magali brigar com ela, vai ter que se defender e, assim, as duas partem para briga.

Enquanto isso, momentos antes, Superomão chega a casa depois de um dia de serviço e descobre que seu filho jogou comida fora pela janela. Superomão conta que aquela comida não pode cair nas mãos de um mortal e leva o filho para recuperar o prato e consertar o estrago que ele fez. Na briga, a coelhada da Mônica faz nem cosquinhas na Magali, que se prepara para bater na amiga, quando o Superomão impede segurando a mão da Magali.

Superomão diz que chegou antes que alguém virasse paçoca. Os meninos mandam não interromper a Supermagali defender os fracos e oprimidos. Superomão os chama de crianças inconsequentes e diz que quem viraria paçoca seria a Magali, o efeito da comida ia passar no meio da briga, único jeito de um mortal continuar super, seria comer a super comida todos os dias. Magali lembra do revertério que teve e dispensa.

Superomão se prepara a ir embora com o filho, Cebolinha e Cascão pergunta quem vai defendê-los da "tirana dentuça", Superomão fala que é para evitarem violência e resolverem de outra forma e vai embora prometendo ao filho comprar batata frita para  o lanche se ele comer a super comida.

Mônica quer bater nos meninos por terem chamado de tirana dentuça, os meninos lembram que o Sueromão falou que tem que evitar violência e Mônica deixa passar dessa vez e volta a ser amiga da Magali. No final, Cebolinha e cascão fazem plantão em frente a montanha na esperança do Júnior jogar a super comida pela janela e assim eles comerem e virarem super-heróis para derrotarem a Mônica.

História engraçada que a Magali come a super comida do filho do Superomão e também vira Super. Até que gostou pra poder comer as frutas das árvores que não alcançava só que precisou enfrentar a Mônica como pedido do Cebolinha que por ser uma super-heroína tem que defender os fracos e oprimidos. Foi salva pelo Superomão chegando a tempo na hora do efeito da comida acabar e não virar paçoca da Mônica.

Magali conseguiu ficar mais forte que a Mônica, um corpo de aço que nem a coelhada a derrubava, só que era efeito temporário, para o azar dos meninos que perderam a chance de ver a Mônica derrotada. Agora ficam de plantão em frente á casa do Superomão, quem sabe um dia o Júnior não volta a jogar comida fora e consigam comer e derrotarem a Mônica. 

Para Magali o que importava era comer, se interessou porque podia comer o que não podia antes e até aceitaria continuar comendo a super comida se não fosse o revertério que passava antes de dar efeito. Interessante ter pomares no bairro do Limoeiro e que os donos não deixavam os outros pegarem, assim como Nhô Lau do Chico Bento. Inclusive o Seu Nicolau deve ter se inspirado no Nhô Lau. 

Descobrimos que o Superomão depois de  tinha casa, esposa e filho que não gosta de comer que nem o Dudu e que só gostava de batata frita, comida dos mortais. Os super-heróis só comem comidas especiais para a nutrição deles e ficarem fortes e seria perigo de ser humano comesse. E combater crimes e salvar pessoas em perigo era trabalho do Superomão e que depois ia para casa curtir a família.

Foi engraçado ver o revertério da Magali, derrubar poste só encostando a mão, o susto da turma com ela caindo do precipício, Magali nem sentir cosquinhas com coelhada da Mônica, tirada de que Sindicato dos Super-heróis não ia gostar de saber que a Supermagali era amiga de vilã. 

Paródia de Super-Homem sempre foi "Superomão" e muitas vezes aparecia com cores de roupa iguais ao original como nessa vez. As falas do Superomão chegando em casa cantando teve referência à música dos sete anões da Branca de Neve e o "Querida, cheguei!", ao Dino da Família Dinossauros.

Tiveram erros como Magali aparecer de vestido amarelo após a transformação para Super no 4º quadro da página 6 do gibi, Magali com olhos sem fundo branco no 3º quadro da página 7 do gibi, pintar calça do Superomão com cor de pele parecendo que estava com pernas para fora nos dois primeiros quadros da página 15 do gibi.


Traços ficaram bons seguindo o estilo que prevaleceu nos anos 1990 com personagens com língua ocupando mais espaço dentro da boca. Incorreta atualmente  por conta de absurdos mostrados, ter estímulo de violência com briga entre amigas estimuladas pelos meninos, menino jogar comida fora, Magali se jogar do precipício dando ideia para turma que era depressão e palavras expressões de duplo sentido proibidas como "Bolas!", "estou dura", "focinho de porco não é tomada".  Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

sexta-feira, 21 de março de 2025

Mônica: HQ "Deixe-me ler o seu pensamento?"

Mostro uma história em que a Mônica passa a ler pensamentos dos outros por causa de uma fada, causando muitas confusões para ela. Com 15 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 32' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Mônica Nº 32' (Ed. Globo, 1989)

A fada Fiona consegue ser fada-madrinha diplomada pela Fadona após passar nos testes e agora recebe varinha de condão e pode realizar desejos das pessoas, só que tem que ser desejos sinceros, razoáveis, inofensivos e que tragam felicidade para a pessoa que pediu e Fiona sai animada para estrear a varinha.

Enquanto isso na Terra, Mônica vê o menino fofo Marquinhos e não tem coragem de perguntar para ele se gosta dela porque é tímida também. Mônica tenta puxar assunto com ele, que sai fora logo correndo com sua timidez. Magali  diz que não deu tempo de saber se Marquinhos era um amor e se gosta da Mônica, que pergunta se ela não notou o olhar, a forma de dizer "oi" não foi de quem está apaixonado.

Magali acha que foi normal, Mônica pensa que ela está com inveja, vai ver que gosta do Marquinhos e quer que ela desista e a chama de falsa amiga. Magali diz que não está nem aí para ele e que ela pode ficar com aquele boboca. Mônica diz que boboca é ela e as duas vão embora.

Mônica lamenta que brigou com a Magali, se pergunta como vai saber se o Marquinhos gosta dela por ser tão tímido e diz que queria tanto ler os pensamentos. Fada Fiona atende o desejo da Mônica. 

Em seguida, aparecem Cebolinha e Cascão, Mônica diz que acha que viu uma alucinação. Cebolinha pensa que além de baixinha, dentuça e gorducha, está ficando pirada. Mônica lê o pensamento e quer bater nele. Cascão pensa que imagine se ela soubesse que estão armando plano infalível de se vestirem de coelho de pelúcia para buscar o filho Sansão. Mônica diz que a fantasia de coelho não vai dar certo e bate neles.

Depois, Mônica encontra Humberto cantando "Vou de Táxi" da Angélica. Mônica acha que ele falou e Humberto diz que ela está ouvindo coisas porque ele é mudinho. Mônica diz que ele fala sem abrir a boca, assim como o homem e a mulher que passaram na rua. Humberto comenta que ela está lendo pensamentos. 

Mônica fica feliz que a fada era de verdade e que realizou seu desejo e acha que vai ser divertido. Ela lê o pensamento do homem que a acha dentuça e ela grita que dentuça é a vovozinha. Depois, Mônica. encontra Franjinha, Jeremias e Titi, que à princípio a cumprimentam normalmente e ao mesmo tempo pensam que ela é gorducha, dentuça e baixinha e ela bate neles comentando que se continuar a ler pensamentos, vai bater neles o tempo todo. E percebe também falsidades das pessoas nas conversas, pensando o contrário que falam em voz alta.

Em seguida, Mônica vê um bandido pensando no assalto ao banco que iria fazer e chama um guarda, contando que ele tem uma arma. O bandido fala para o guarda que é precaução devido aos assaltos. O guarda fica com a arma e avisa para ele ficar longe dos bancos. O bandido pensa que a Mônica é enxerida e até parece que lê pensamentos. Mônica diz que lê mesmo e que é melhor ser enxerida do que roubar. O bandido acha espantoso e sequestra a Mônica, a colocando em um saco e a leva para o seu esconderijo para que ela o ajude a faturar mais que assaltar bancos descobrindo segredos de Estado e cobrar uma nota para revelar nada.

O bandido prende a Mônica no quarto do esconderijo com porta de aço revestida de madeira após ela dizer que não vai ajudá-lo e pensa que vai deixar a chave na mesa que não tem perigo e vai dormir. Mônica diz que leu o que ele pensou e pode fazer nada e chora. Nisso, Magali está no lado de fora, pensando que é chato brincar sem a Mônica, não devia ter discutido e vai pedir desculpas quando encontrá-la. 

Mônica lê o pensamento dela e grita para Magali ajudá-la, para entrar no barracão e pegar a chave em cima da mesa. Magali pega a chave e elas fogem. Mônica conta que agora ela lê pensamentos e vão direto falar com o Marquinhos. No caminho, tem uma multidão passando e Mônica fica com dor de cabeça de tantos pensamentos ao mesmo tempo.


Nessa hora, a Fadona descobre que a Fada Fiona permitiu um mortal ler pensamentos e vão direto lá desfazer o pedido. Fiona desfaz o encanto bem na hora quando Mônica está de frente ao Marquinhos. Ela não consegue ler o pensamento dele e Magali acha que ele é um cabeça-oca. 

Marquinhos vai embora, Mônica conta que também não consegue mais ler os pensamentos da Magali, acha que foi bom ter voltado ao normal, é chato saber o que todo mundo pensa e se o Marquinhos gosta dela, um dia vai descobrir. No final, Marquinhos escondido atrás da árvore e pensa que um dia criar coragem para se declarar para Mônica, se pergunta se ela não gostar dele e queria que pudesse ler pensamentos.

História legal cheia de reviravoltas em que a Mônica passa a ler pensamentos dos outros após ter seu pedido realizado por uma fada. Ela queria ler pensamentos pra saber se o Marquinhos gostava dela e passou vários sufocos até conseguir ficar de frente com o Marquinhos,  só que quando vai ler pensamento dele a fada desfaz o encanto e ela fica sem saber, porém nem desconfia que o Marquinhos gosta dela de fato e tem timidez e medo de levar fora.

Fada Fiona não tinha noção do que podia ou não ser realizado, tem coisas que poderiam ser perigosas, se soubesse, não teria realizado pedido de ler pensamentos. Mônica descobriu vantagens e desvantagens de ler pensamentos das pessoas, pior foi descobrir que as pessoas adoravam xingá-las nos pensamentos. 

Quando não era poço dos desejos era fada que conseguia realizar desejos dos personagens. O Marquinhos com sua timidez também queria ler pensamentos, talvez teria mais sorte se a Fada Fiona tivesse o visto primeiro.  Como uma fada não vai realizar desejos assim, quem sabe ele encontre um poço de desejos para ter seu desejo atendido.

Mônica forte poderia usar a força e arrombar a porta e bater no bandido. Talvez não quiseram esse artifício para Magali ter que entrar no esconderijo  salvar a Mônica e conversarem depois. Tiveram sorte que ele deixou a porta de fora aberta e, assim Magali pôde salvar a Mônica. O bandido não teve punição depois, continuou solto e até poderia voltar a encontrar a Mônica já que estavam no mesmo bairro. Pode ser que não queria prolongar a história mostrando desfecho para ele. Bandido era participação especial, gostavam de histórias de participação rápida dos bandidos que nem influenciaria na trama se não colocassem.

História escrita por Rosana Munhoz, foi inspirada em desejos de pessoas de saber o que os outros pensam, sempre um assunto do imaginário popular. Os conflitos com os pensamentos foram engraçados como diálogo com Cebolinha e Cascão que acabaram apanhando por pensarem demais. Cascão sem querer estragou o plano infalível sem falar nada, só através do seu pensamento a Mônica descobriu tudo. O homem que pensa criticando que a Mônica era uma menina dentuça foi hilário e Titi realmentenãopodia xingar Mônicade dentuça,  acabou cargo ficando com o Franjinha. 

Foi engraçado também o Humberto cantar "Vou de Táxi" em pensamento, a letra da música não teve paródia, nem sempre parodiavam coisas famosas na época. O papo dos homens com letras foi pra representar algo genérico de uma conversa qualquer que falavam alguma coisa e a letra do pensamento não era a verdadeira opinião deles. Em vez de criar diálogos, deixaram genérico para poder agilizar e qualquer um imagina a conversa real que tiveram. As fadas apareceram só nesta história como de costume de personagens secundários de aparições únicas. 

Dava para notar de cara que o Marquinhos era tímido e gostava da Mônica,  só Magali tapada para não perceber isso. Mônica e Marquinhos se gostavam, mas não tiveram coragem de se declararem, de tomarem uma iniciativa. O Marquinhos foi mais foi mais um menino fofo "inho" por quem as meninas eram apaixonadas, cada história era um "inho" diferente. Marquinhos voltou a aparecer depois no final da história "O pixador apaixonado", de Mônica Nº 42', de 1990, como descoberta do mistério de quem pichava o muro fazendo declaração que ama a Mônica. Não teve nome revelado do menino naquela história, mas os traços eram o mesmo dessa. Davam para terefetivado o Marquinhos o menino como admirador secreto da Mônica que nunca consegue se declarar para ela.

Incorreta atualmente por interesse de crianças de namorar um ao outro, ter bandido querendo assaltar banco a mão armada, sequestrar Mônica, colocá-la dentro do saco e mantê-la em cativeiro e ainda sem ser punido no final, meninos apanharem e aparecerem surrados, Cebolinha pensar errado em pensamentos (hoje ele obrigatoriamente pensa sem trocar o "R" pelo "L"), além de palavras e expressões proibidas como "Droga!", "Credo!", "É a vovozinha!", "louca".

Traços ficaram excelentes típicos de histórias de abertura do final dos anos 1980. Já tinha olhos com curvas sem fundo branco para demonstrar excesso de raiva, tristeza, etc, adorava olhos assim. Era bonita a colorização onde o roxo ficava no lugar do rosa, bom também para diferenciar, mas em algumas páginas mantiveram o rosa. Tiveram erros ortografia "Chi!" do Cebolinha que devia ser "Xi!" e também no nariz do Humberto quando a Mônica diz que ele falou no 4º quadro da 6ª página da história (página 8 do gibi) e esqueceram de pintar de azul parte de trás do paletó do bandido no 2º quadro da 12ª página da história (página 12 do gibi).

segunda-feira, 17 de março de 2025

Tirinha Nº 113: Cascão


Nessa tirinha Cascão fica com medo de ver uma nuvem carregada e logo vê que era só poluição e acha que não tinha perigo. Puro engano, a poluição pesada cai em cima dele. 

Mesmo ficando debaixo da poluição, para o Cascão foi melhor do que se molhar se fosse uma nuvem de chuva de verdade. E também deve ter gostado que se sujou mais com a poluição,  não foi de todo ruim para ele, só se machucou um pouco. E também ficou uma crítica de alertar sobre poluição e que pode ter danos, não exatamente absurdo dessa forma,  mas mostra que é algo nocivo para as pessoas e o Planeta Terra.

Tirinha publicada em 'Cascão Nº 149' (Ed. Globo, 1992).

sexta-feira, 14 de março de 2025

Piteco: HQ "Um grito de socorro"

Mostro uma história em que o Piteco salva uma mulher em perigo e por causa disso ela quer se casar com o Piteco. Com 5 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 125' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Cebolinha Nº 125' (Ed. Abril, 1983)

Piteco salva a mulher do ataque de um tiranossauro. Serafina diz que estava amarrada porque foi raptada por um bando de terríveis gorilas selvagens e deixaram lá pra servir de almoço dos tiranossauros. Piteco fala que ainda bem que ele chegou a tempo, Serafina lhe dá um beijo por ter salvo a vida dela.

Piteco quer ir embora, Serafina diz que ela vai ficar sozinha e desprotegida, os gorilas podem voltar. Piteco sugere deixar a clava com ela, que diz que não adiantaria porque não saberia manejá-la. Piteco insiste que tem que ir embora, Serafina chora por ficar sozinha e que deve ser devorada por tigre-dente-de-sabre. Piteco pergunta o que pode fazer para ajudá-la e Serafina responde que se casando com ela porque salvou a vida dela e agora tem obrigações de cuidar dela.

Piteco diz que nem sabe nome dela, Serafina se apresenta e diz que agora eles têm que combinar o casório, comunhão de bens, sem festa, só um jantar para os padrinhos. Nisso, aparece a Thuga perguntando quem é a sirigaita. Serafina responde que é a noiva do Piteco e Thuga diz que ela quem é a noiva dele. Serafina fala que é ex-noiva porque está comprometido com ela e Thuga diz que não passou o tempo todo certo correndo atrás dele para se casar com outra.

Piteco intervém, fala para Serafina que não é porque salvou a vida dela que significa que tem compromisso com ela e para a Thuga diz que não  gosta dela, não é isso o que quis dizer, não está preparado para se casar e vai embora. Thuga corre atrás dele e Serafina reclama que tanto trabalho para arranjar um pretendente e uma fulana estragar tudo. Ela acorda o tiranossauro, se amarra de novo e simula que está sendo atacada pelo tiranossauro quando o novo pretendente está prestes a chegar.

História legal em que a Serafina arma arma um plano infalível de fingir que estava prestes a ser devorada por um tiranossauro para o Piteco salvá-la e se casar com ele. Até poderia dar certo se não fosse a Thuga aparecer dizendo que era noiva dele e as duas discutirem. Serafina tenta de novo seu plano no final, pelo visto tentaria quantas vezes necessárias até conseguir se casar com alguém.

Serafina queria se casar a qualquer custo, fazendo questão de comunhão de bens por interesse, teve azar de encontrar justo o Piteco que não quer se casar com ninguém, negócio dele é viver solteiro para sempre. Mesmo se a Thuga não aparecesse, ele não ia ceder casamento com a Serafina. Thuga já chegou dizendo que era noiva do Piteco, só faltou consultá-lo primeiro se ele tinha concedido casamento com ela. 

O plano foi descoberto apenas pelos leitores e no final Piteco não descobriu e nem desconfiou enquanto estava com ela nem depois que a Thuga apareceu. Porém, pela insistência da Serafina dava para saber que era um plano dela, Piteco foi muito inocente. O final ficou na imaginação dos leitores de se a Serafina conseguiu se casar com esse novo pretendente. 

Engraçado Serafina ter um tiranossauro de estimação que faz tudo que ela manda e ajuda nos seus planos. Ela apareceu só nessa história como de costume com personagens secundários de aparições únicas. Eu gostava de absurdos nas histórias do Piteco como clava com prego e coisas do mundo atual que não existiam na Pré-História como casamento de comunhão de bens, ficavam engraçados.

Os traços ficaram excelentes, bastante detalhes de fundo da selva, ficou bem caprichado. Incorreta hoje em dia por tentativa de casamento à força e na mentira do plano, clava com prego, tiranossauro apanhar na cabeça com a clava, Thuga não corre mais atrás do Piteco para se casar com ele. Palavras e expressões populares como  "Bolas!" (variação de "Droga!"), "dá uma dura nela" são proibidas nos gibis de hoje, tudo que tem duplo sentido proíbem. Foi republicada depois em 'Almanaque do Chico Bento Nº 12' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Almanaque do Chico bento Nº 12' (Ed. Globo, 1990)