sábado, 6 de dezembro de 2025

Mônica: HQ "As coisas dele!"

Mostro uma história em que a Mônica arruma a chave do clubinho dos meninos e resolve abrir o armário do Ronaldinho por quem era apaixonada e ver o que ele guardava lá. Com 12 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 91' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Mônica Nº 91' (Ed. Globo, 1994)

Mônica conta animada que conseguiu as chaves do clubinho dos meninos quando o Cebolinha deixou cair depois da última coelhada que deu nele e em vez de devolver quer entrar no clubinho com a Magali, cada menino tem um armário com as coisas deles e ela quer abrir o armário do Ronaldinho da Rua de Cima para descobrir os segredos dele.

Magali deseja boa sorte e dar a maior força e Mônica quer que elas vão juntas. Magali pergunta se os meninos aparecerem na hora e Mônica diz que às segundas-feiras eles não fazem reunião e para Magali não ter medo, é um momento histórico de duas meninas entrarem no clubinho dos meninos e quando entram vê tudo bagunçado e tem uma caricatura da Mônica no quadro negro. 

Mônica acha um desaforo e quer apagar, mas Magali não deixa porque senão vão perceber que elas estiveram lá. Mônica diz que de qualquer jeito, tem certeza que o Ronaldinho tem nada a ver com isso. Em seguida, encontram o armário dele. Magali, com medo, acha que não deviam fazer isso, e Mônica acha que devem, a gente conhece muito as pessoas vendo as coisas delas.

Mônica encontra a chave e abre o armário do Ronaldinho e adora sentir o perfume dele de dentro e Magali diz que só se ele usa extrato de mofo. Mônica acha tudo organizado, vê que gosta dos mesmos gibis que ela gosta, curte os mesmos super-heróis que ela. Encontra o livro "Cabritinho perdido" e isso prova que ele é intelectual e especial.

Depois encontra os discos de Legião Suburbana, Daniela Bércuri e Bon Chovi e coloca no toca discos o da Legião Suburbana, tocando a música "Pais e filhos". Magali pergunta se será que não vão ouvir e Mônica manda desencanar e só sentir o clima. Depois, ela vê os álbuns de figurinhas, vê que ele é palmeirense, gosta de animais, passa o desodorante dele, vê as roupas, meias limpas, camisetas e cueca, que aí fica com vergonha, mas que tem bom gosto para cor.

Até que encontra a descoberta mais importante de todas, um caderno com todos os segredos, e vai ler tudo. Abre o caderno com uma poesia do Palmeiras e acha que tem alma sensível. Depois, lê o nome dela e se emociona achando que ele a ama. Embaixo está escrito "Planos contra a Mônica", para preparar uma armadilha e ela  se decepciona que Ronaldinho também bola planos contra ela e começa a chorar.

Cebolinha chega e encontra as invasoras no clubinho, diz que ouviu música, descobriu que estava sem chave e foi buscar cópia da chave e as encontra lá. Vê Mônica chorando e Magali conta que ela abriu armário do Ronaldinho e descobriu que bola planos contra ela. Cebolinha se espanta que abriram o armário dele e deixaram tudo espalhado. Fala que tem nome do Ronaldinho porque trocaram de armário ontem e não deu tempo de trocar as etiquetas.

Mônica fica feliz que o Ronaldinho não bola planos contra ela, Cebolinha quer que devolvam o caderno e irem embora. Mônica ameaça bater nele pelo plano Nº 57 do caderno, Cebolinha fala para ficarem mais um pouco, tomarem um cafezinho e mostra a chave do armário do Ronaldinho e Mônica aceita e vai ver as coisas dele e os pequenos tesouros de um garoto especial.

Quando abre o armário, já solta um fedor do tênis sujo que guarda ali. Vê figurinhas coladas com chiclete, pôsteres de luta de boxe, desenhos de caveira que ele faz, coleção de grilos guardada em uma caixa e uma foto autografada da Lulu Matraca da Rua de Cima. Mônica se decepciona, não achava que o Ronaldinho era assim e Magali diz que tinha falado que era melhor não abrir.

Mônica acha que foi bom porque sabendo como o Ronaldinho é, que se desencantou de uma vez. Ela procura um garoto sensível, inteligente, que curta poesia, livros, música, que goste de animais, seja criativo. Cebolinha diz que não quer interromper, mas não acham melhor irem embora. Mônica faz cara de apaixonada e corre atrás dele na rua gritando que precisam se conhecer melhor e Cebolinha foge de medo.

História engraçada em que a Mônica pega a chave do clubinho dos meninos para ver o que o Ronaldinho guarda no armário dele e saber como são seus gostos e preferências. Encontra várias coisas e fica fascinada como ele era sensível, romântico e inteligente, mas vê também que bola planos infalíveis contra ela. Quando o Cebolinha aparece, descobre que trocaram nomes dos armários, Mônica vê o armário real do Ronaldinho e descobre que os gostos dele nada se encaixava com os dela, deixando se ficar apaixonada por ele e passou a se interessar pelo Cebolinha reparando com os gostos que ele tinha.

Mônica foi fuxicar armários dos outros, acabou encontrando o que não queria, acabou tendo decepção de ver que o Ronaldinho era nada aquilo que imaginava, a beleza era só por fora. O que deixou a Mônica mais indignada e desiludida foi ver a fotografia da Lulu Catraca, foi a gota d'água para deixar de ser apaixonada pelo Ronaldinho. Daria para ela ter desconfiado que não era o armário do Ronaldinho por causa do Palmeiras e de ele criar planos infalíveis contra ela. Depois escolheu o Cebolinha, quem melhor se encaixou nas preferências dela, apesar do porém de bolar planos infalíveis para ela. Cebolinha que não gostou, sem dúvida preferia surra do que namorar a Mônica.

O Cebolinha tem a chave dos armários de todos os meninos e a Mônica não contava com isso, pelo menos ajudou a descobrir o armário certo do Ronaldinho, tirou a decepção que ele bola planos infalíveis contra ela, mas descobriu que os gostos e preferências gerais dele eram de péssimo gosto senão continuaria apaixonada por ele. 

Foi engraçado ver caricatura e desaforos da Mônica no quadro e ela ficar furiosa querendo apagar, Magali dizer que armário do Ronaldinho tinha extrato de mofo, todas as coisas que ela via no armário do Cebolinha e do Ronaldinho, em especial usar desodorante dele, ver cueca verde com bolinhas, que aí ela fica com vergonha, mas diz que tem bom gosto para cor, os grilos saltando na caixa e a fotografia da Lulu Matraca.

Paródias de heróis como "Surfista Dourado" (Surfista Prateado), "Príncipe Nabor" (Príncipe Namor), "Superomão" (Super-Homem), bandas e cantores "Legião Suburbana" (Legião Urbana), "Daniela Bércuri" (Daniela Mercury) e "Bon Chovi" (Bon Jovi), foram um show à parte, eram sempre criativos nessas paródias de famosos. Já a letra da música "Pais e filhos" não foi parodiada. Uma curiosidade que nos anos 1990 as personagens curtiam bastante artistas do Axé Music, já que estava bem em alta no Brasil na época, tiveram muitas histórias com eles citando artistas ou cantarolando músicas do Axé.

Tinha sempre um menino "inho" por quem as meninas eram apaixonadas e de aparições únicas, dessa vez o Ronaldinho, só que dessa foi só citado sem ter uma presença física nem mostrado em fotografia, ficando na imaginação dos leitores como ele era, provavelmente devia ser loiro. Depois, por causa do Ronaldinho Gaúcho, não colocaram mais nome de Ronaldinho para esses meninos fofos, podendo ser qualquer outro nome.

O clubinho dos meninos onde meninas não entram começou nos anos 1970 e forte inspiração com Luluzinha e Bolinha. O Cebolinha passou a torcer pelo Palmeiras de forma fixa em 1994, antes, poderia torcer por qualquer time de futebol. A Turma mora na Rua do Limoeiro, mesmo nome do bairro, e citavam ruas próximas como Rua de Cima e Rua de Baixo, aí por isso Ronaldinho e Lulu Matraca morarem na Rua de Cima, não era mesma rua da Turma.

Incorreta atualmente por ter Mônica fofoqueira, abrir armários dos outros sem permissão e tirar privacidade do Cebolinha e depois do Ronaldinho, namoro entre crianças, aparecer calcinha da Mônica no 4º quadro da 10ª página da história e 2º quadro da 11ª página e calcinha da Magali no 3º quadro da 11ª página da história por acharem que é indecente, deixarem grilos vivos presos em caixas, não gostam de coisas datadas como discos de vinil e vitrola e artistas poderiam mudar para os da atualidade mais conhecidos pelas crianças de hoje, Cebolinha oferecer café para as meninas (crianças não devem tomar café), além de palavras e expressões populares proibidas como "irem andando".

Traços ficaram bons  do estilo consagrado das personagens. Cores ficaram mais fortes como era característico no primeiro semestre de 1994, o que eu não gostava muito. Tiveram erros de Magali com nariz em formato "c" em vez do tradicional formato "^" no 4º quadro da 2ª página da história, o tom do vestido amarelo da Magali mais escuro, com um tom mais voltado para o laranja no 1º quadro da 3ª página da história e Mônica com fundo de olho amarelo no 3º quadro da 3ª página da história. 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

HQ "Magali e a melancia"

Mostro uma história em que a Magali ficou com presa em uma melancia de cera após ter tentado comer por engano. Com 5 páginas, foi história de miolo publicada em 'Mônica Nº 125' (Ed. Abril, 1980).

Capa de 'Mônica Nº 125' (Ed. Abril, 1980)

Mônica leva Magali ao médico depois de ela ter ficado com boca presa em uma melancia de cera por mordido sem nem dar tempo da Mônica avisar que era de cera. Quando saem do médico, Mônica reclama que vê se ela agora aprende a não morder tudo logo de cara.

Depois que Mônica vai embora, Magali grita por que coloca uma imitação de melancia no meio da sala, tinha que comprar uma verdadeira e comenta que essa Mônica só sabe exagerar, ela não é assim de morder logo que ver e fez só porque estava com fome quando viu aquela melancia. Em seguida, vê de longe uma melancia e avança para morder e fica de novo com a boca presa. Era a melancia de cera que a Mônica tinha jogado fora no lixo. 

Enquanto isso, Dona Luísa quer que Mônica busque a melancia de cera do lixo e Mônica fala para mãe que só jogou fora porque estava estragada, a mordida da Magali arrancou um pedação. Dona Luísa não quer saber e quer que a filha mande consertar a melancia que tem há anos. Mônica tira a melancia do lixo sem ver a Magali e se pergunta onde vai arrumar um consertador de melancia de cera. Cebolinha dá oi para Mônica e Magali e como Mônica não sabia que a amiga estava ali, acha que está batendo muito no Cebolinha, que já está vendo coisas.

Mônica encontra um bazar e vai lá, dizendo que sabe como vai consertar a melancia. Magali aproveita para fugir, mas Mônica volta logo perguntando cadê a melancia e encontra logo depois da pedra e acha que deve ter rolado. Mônica comprou vela, era só pingar a cera no buraco e tampar a mordida. Ao acender o fósforo, Magali assopra para apagar.

Mônica tenta acender de novo, e Magali apaga outra vez. Mônica percebe e na outra tentativa finge que acendeu o fósforo, Magali assopra e Mônica descobre que ela estava ali com a boca na melancia. Consegue tirar da boca da Magali e reclama que ela não desiste e pergunta que gosto tem morder essa melancia. Magali vai embora e Mônica comenta para si como se fosse gostosa mesmo, que nunca experimentou uma dessa e pergunta como ser´. No final, Mônica aparece na frente da Dona Luísa com a melancia de cera presa na boca que nem a Magali.

História engraçada em que a Magali  tenta comer por engano uma melancia de cera da sala da casa da Mônica e fica com a boca presa e mesmo depois de tirada a melancia da boca, comete o mesmo erro ao vê-la jogada fora no lixo. Mônica é obrigada pela mãe a mandar consertar a melancia e não vê a Magali ali, compra vela para tapar o buraco, mas Magali assopra a chama do fósforo e fazendo Mônica descobrir e no final é a Mônica que fica com boca presa na melancia de cera porque tinha curiosidade de saber que gosto tinha aquilo.

Magali era capaz de comer até melancia de cera, primeiro come depois que vê o que comeu se dando mal. Como era boa essa personalidade dela. De fato, de longe a melancia de cera era bem parecida com uma de verdade, mas tinha que tocar e não colocar direto na boca assim que viu. Tem absurdo de como ela conseguiu morder sem quebrar os dentes, apenas ficou com a boca presa sem conseguir soltar precisando ir ao médico para tirar. Pelo menos na segunda tentativa a mordida não foi tão forte já que a Mônica conseguiu tirar da boca sozinha com a sua força.

Mônica também foi burra de não perceber que a Magali estava agarrada com a melancia, nem para notar que estava mais pesada ou carregar pela frente e não carregar melancia atrás dela sem olhar. E que ideia de Mônica fazer o mesmo que a Magali de morder melancia de cera só porque deu curiosidade de saber como era o gosto, reclamava tanto da Magali e se deu mal da mesma forma.

Magali após sair do médico só dar resposta quando a Mônica vai embora e, assim, sem ela ouvir o que falou, pelo visto com medo de apanhar. Na época a Mônica podia bater em meninas e inclusive na Magali se fosse necessário. Foi engraçado a Magali avançando para comer a melancia de cera que estava no lixo, Mônica levar bronca da mãe por ter jogado fora a melancia sem permissão dela e dizer que o Cebolinha anda vendo coisas depois de tanto apanhar dela, Magali assoprando o fósforo quando Mônica acendia para não ser queimada e a Mônica com a boca presa na melancia no final por curiosidade de saber como era o gosto dela. 

Traços bons, característicos de histórias de miolo de 1980. Incorreta atualmente por Magali tentar comer melancia de cera e precisar ir a médico pra tirar, ideia de ser comilona que devora tudo que encontra pela frente, crianças com autonomia de irem a médico sozinhas, os absurdos mostrados, Mônica acender fósforo e Dona Luísa de avental dando ideia que é dona-de-casa. Tiveram erros de Mônica falar de boca fechada no 1º quadro da 3ª página da história e no 4º quadro da última página e ela com pele branca embaixo dos olhos até área acima de boca. Foi republicada depois em 'Almanaque da Magali Nº 1' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Almanaque da Magali Nº 1' (Ed. Globo, 1989)

sábado, 29 de novembro de 2025

A turma: HQ "O plano roxo"

Em novembro de 1995, há exatos 30 anos, era lançada a história "O plano roxo" em que Cebolinha e Cascão passam sombra de olho roxa em volta dos olhos para Mônica pensar que estão machucados desde a última surra e e não apanharem dela. Com 16 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 107' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Cebolinha Nº 107' (Ed. Globo, 1995)

Escrita por Rosana Munhoz, Cebolinha chama o Cascão para mais um plano infalível contra a Mônica e estranha que Cascão ainda está de olho roxo desde a última vez que apanharam dela e que o olho dele já sarou. Cascão diz que talvez seja mais sensível e reforça que não vai fugir do plano como prometera, apesar de Cebolinha ter forçado.

Cebolinha explica o plano de que é pegar o Sansão laçando com corda e depois dizer para a Mônica que só devolve se ela parar de bater neles. Cebolinha laça a corda e pega a Mônica sem querer. Ela bate no Cebolinha, mas ao ver o Cascão com olho roxo, estranha. Ele diz que ainda não sarou da última surra, ainda dói e que pode bater em cima, quem sabe muda de cor e, assim, Mônica desiste de bater nele e estima melhoras.

Cascão comemora que não apanhou e logo disfarça que tem que ir embora ao ver Cebolinha olhando para ele. Cebolinha dá uma olhadinha nos olhos do Cascão, descobre que estava pintado e reclama que ele bolou plano infalível para não apanhar da Mônica. Cascão pergunta se é proibido e Cebolinha responde que sem avisar é falso amigo.

Cascão diz que tinha medo de entregar o ouro. Cebolinha fala que todo mundo sabe que língua de trapo é o Cascão e ameaça contar para a Mônica, mas que pode não contar se deixar que ele use o mesmo truque, mesmo que já tenho um lado com olho roxo, ainda tem o outro lado limpo para preservar.

Os dois vão à casa do Cascão, que passa a sombra de olho roxa da mãe no Cebolinha e nem nota diferença. Eles vão à rua e Cebolinha xinga a Mônica de bobona, dentuça e gorducha. Quando ela vai bater, não lembra que tinha dado dois socos no Cebolinha, que fala que para ver como ela anda violenta e a xinga mais.  

Mônica diz que não bater nele porque pode fazer mal, mas quando sarar, vai ter surra. Cascão acha que Cebolinha está abusando e ele diz qual a graça de bolar plano se não pode aproveitar ao máximo e que amanhã eles se encontram de novo para aproveitarem mais.

Chega o dia seguinte e Cebolinha quer que o Cascão pinte o olho dele de novo com a sombra porque ele toma banho. Depois vão à rua e xingam a Mônica de novo e ela diz que se aproveitam que estão machucados, mas quando sararem, vai ter surra. E assim continuam esse processo de xingamentos, rabiscar caricaturas no muro, dar nós nas orelhas do Sansão, mostrar língua para Mônica por mais 4 dias, até que no outro dia acaba a sombra roxa e Cascão resolve colocar a verde no lugar no Cebolinha.

Eles saem para xingar a Mônica, que percebe que os olhos do Cebolinha não estão mais roxos, estão verdes. Cascão fala que foi porque piorou, estão apodrecendo. Cebolinha pergunta se a Mônica não se sente culpada e a xinga pra valer. Ameaça chuva, Cascão avisa e Cebolinha diz que não tem medo de chuva. 

Cascão sai e Cebolinha continua xingando Mônica com chuva caindo. A sombra verde molha, escorre e Mônica nota que os olhos dele sararam. Cebolinha disfarça que é milagre, Mônica o segura, vão até onde estava o Cascão. Mônica limpa olhos dele com pano e descobre que era maquiagem. Cascão disfarça que não sabia e pergunta quem será que fez isso.

Mônica fala que não faz ideia, mas sabe o que vai fazer com eles e promete que não vai deixá-los com olhos roxos. Bate neles, em todas as partes do corpo, menos soco nos olhos e no final Cascão diz que pelo menos ela cumpriu a promessa.

História legal em que Cebolinha e Cascão usam sombra de olho de cor roxa da mãe do Cascão para poderem xingar a Mônica sem apanhar porque ela disse que não bate em quem está com olho machucado para não piorar. Conseguem enganá-la por alguns dias até quando acaba a sombra roxa e colocam a verde e Cebolinha fica na chuva  com a sombra no olho e escorre no rosto, fazendo a Mônica descobrir o plano infalível deles.

Um plano criado pelo Cascão que o Cebolinha aproveitou. Ficaram vários dias aprontando com a Mônica sem apanhar e ela boba de acreditar, não ficariam tantos dias olho roxo não curar se não bateu mais neles. Já daria para desconfiar quando viu que tinha dado soco no Cebolinha só em um olho e depois ele ficou com os dois roxos com a sombra. Mônica foi burra até de acreditar que olho verde foi por causa que estava apodrecendo, só ela para acreditar em qualquer bobagem dos meninos.

Ao menos não foi o Cascão quem estragou o plano dessa vez, foi mais inteligente que o Cebolinha dessa vez. Culpa da chuva inesperada e do Cebolinha. A obsessão de xingar a Mônica sem apanhar era tão grande e nem se tocou que a sombra ia sair quando estava na chuva, se seguisse  a dica do Cascão de ir embora antes da chuva cair, poderiam ter enganado a Mônica por mais um tempo.

Cebolinha ficou irado que o Cascão criou plano e ainda ameaçou de contar para a Mônica se não participasse, bem típico dele isso. A pressa para xingar a Mônica era tão grande que Cebolinha nem esperou hora do Cascão acordar, bem cedo estava na casa dele e Cascão nem tomou café-da-manhã, já que mostrou terminando de colocar roupa na rua mesmo.

Foi engraçado Cascão dizer que tem olho sensível, que Cebolinha teria que economizar ficando sem tomar banho como ele e que é mania besta tomar banho, os xingamentos diferentes para a Mônica como "sebosa", "gordurosa", "balofa da perna torta", "bobonilda", "chatonta", "dentugorda", Cascão resumir xingamentos ao dizer "idem em dobro", dizer para Mônica que olhos verdes do Cebolinha porque estavam apodrecendo e ela acreditar.

Normalmente os machucados das surras da Mônica duravam pouco tempo, em questões de minutos já estavam curados, sem machucados e olhos roxos, prontos para outro plano infalível, isso quando não tinha erro de aparecerem surrados em um quadro e no outro seguinte sem nenhum arranhão e depois voltarem a aparecer surrados. Dessa vez a Mônica não batia em quem já estava com olho roxo, até teve ideia de ela dar um soco em um só olho que se aprontarem de novo, dá soco no outro olho, mas isso não tinha um padrão visto que já tiveram vezes que ela dava uma surra atrás da outra nos meninos, em uma mesma história ela podia bater várias vezes no Cebolinha, por exemplo, mesmo ainda machucado. 

Curioso de que muitas histórias do Cebolinha nessa fase colocarem titulo como crédito com "A Turma" sem ser direcionado a ele mesmo sendo publicada em gibi dele. Pode ser que seja que inicialmente tinha dúvida em qual gibi poderia sair enquanto roteirizava e colocavam "A Turma" para decidirem depois qual gibi que daria pra encaixar.

Incorreta atualmente por violência, meninos com olhos roxos e depois surrados no final, os xingamentos, já que hoje raramente xingam a Mônica, principalmente de balofa, rabiscarem muros sem ser com cartazes, não tem histórias de planos infalíveis com Mônica se passando por boba, além de palavras e expressões populares de duplo sentido proibidas como "entregar o ouro", "língua de trapo", "tá louco", "gozado", etc.

Traços ficaram bons com personagens com bochechas mais arredondas, típicos dos anos 1990. Cores em degradê em todos os quadros como de costume na época. Em 1995, sobretudo no segundo semestre, também estava bem frequente histórias de abertura da Rosana com quadros divididos em faixas de quadros de 3 linhas e 3 colunas por página ao invés do tradicional 4 linhas e 4 quadros por páginas Desde 1989 já se podia ver enquadramentos assim algumas vezes, porém em 1995 já estava bem maior a frequência. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos. erros*

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Cascão: HQ "O semeador de chuva"

Mostro uma história em que o Cascão consegue semear e fazer chuva de vários tipos sem ser de água para se vingar dos seus amigos. Com 18 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 90' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Cascão Nº 90' (Ed. Globo, 1990)

Começa narrador-observador falando que para tudo nesta vida tem duas explicações, e motivo de por que chove tem a explicação científica e a mágica. Assim, mostra o Semeador de Chuva acordando no céu e vê no computador os lugares para onde ele deve ir. Pega o cavalo Prateado e percorre o Céu soltando pó de água nas nuvens que forma a chuva na Terra.

Em casa, Cascão reclama com o pai da porcaria da chuva e por que chove. Seu Antenor diz que já falou que a chuva é necessária para as plantações, os animais e à vida. Cascão fala que não se incomoda com a chuva, mas não tinha que chover somente água, podia chover outra coisa como bala, brinquedos e Seu Antenor, complementa, dinheiro, dizendo que é bom sonhar. E Cascão ainda reclama que tem gente que gosta desse aguaceiro vendo Franjinha e Jeremias dando risadas nas poças d'água da chuva na volta da escola.

Depois que passa a chuva, Cascão sai de casa, vê Cebolinha, Mônica e Magali todos molhados. Cebolinha conta que pegaram chuva na saída do cinema. Cascão pergunta por que não o convidaram e que também queria ver o filme. Cebolinha responde que começou a chover e ele não sai de casa na chuva. Cascão reclama que podiam esperar a chuva passar para irem e fica furioso com a turma, falando que odeia chuva e quem gosta de chuva. 

Em seguida, vê Cascuda com outro menino e pergunta quem é esse sirigaito. Cascuda fala que é o Durvalzinho que conheceu agora há pouco e que deu carona na hora da chuva, pois ao contrário de "certas" pessoas, não tem medo de água. Cascão dá pulos de raiva e ameaça que se ouvir alguém mais falando de chuva, e não termina a fala, pois ouve o Semeador de Chuva falando com o cavalo Prateado que a chuva é maravilhosa.

O Semeador comenta que graças a chuva cresce as plantas, mata a sede que prateado pode comer capim viscoso e fresquinho e por isso gosta do trabalho dele de ser semeador de chuva, se não semeasse água em pó nas nuvens não teria chuva e vai para mais uma rodada de chuva em outro local. Cascão entra na carroça sem ser visto e vê ele formando chuvas com o pó nas nuvens.

Chegam no Céu, o Semeador vai dormir e Cascão descobre que ele faz chover e vai atrás para descobrir uma forma de como acabar com as chuvas de vez. Descobre o local que os saquinhos de pó estão guardados, vê que não era só água, rouba os saquinhos e vai com o cavalo Prateado para semear umas chuvinhas e se vingar dos seus amigos.

Na segunda parte da história com o título "Chuva para todos os gostos", Cascuda e Durvalzinho estão conversando em frente a casa dela e Cascão faz chover pedras em cima deles, precisando se esconderem embaixo de uma árvore. Depois, Mônica, Cebolinha e Magali estão fazendo piquenique, Mônica comenta que é uma pena que não encontraram o Cascão e Magali diz que come o lanche dele, quando começa chover ovos em cima deles e se escondem em uma caverna.

Em seguida, Franjinha está brincando de damas com o Jeremias, Franjinha percebe que vai chover e resolvem brincar de pular nas poças e quando vão para a rua, ganham chuva de melado. E em toda parte chove algo diferente como cântaros, sapatos, boias, pianos, cães, gatos, jogadores de futebol e até dinheiro, deixando pessoas eufóricas para pegar e Seu Antenor acha que é um milagre.

Cascão assiste tudo se divertindo muito. Já na casa do Semeador, o computador solta alarme acusando chuva em todas as regiões, uma verdadeira catástrofe, descobre que alguém roubou o Prateado e os saquinhos de chuva e vai atrás com o burrinho aéreo, o Calunga.

Enquanto isso, Cascão está adorando isso, pergunta ao Prateado o que acha e ele pensa que só cumpre ordens e Cascão diz que se depender dele, nunca mais vai chover água. O Semeador aparece e quer saber que ideia é essa de chover tranqueiras. Cascão responde que queria quebrar a monotonia e dar uma lição nos amigos que gostam de água. 

O Semeador mostra que o mundo está uma bagunça e Cascão acha que é gozado. O Semeador diz que ele poderia ter ferido as pessoas, destruído plantações inteiras, há muito tempo ficou decidido que a substância ideal para chover era água, queira ou não, o mundo precisa de água e nada mudará isso, nem mesmo o egoísmo de um moleque travesso.

O Semeador quer fazer o maior toró e manda Cascão semear chuva de água. Ele diz que não pode tocar em água, é contra seus princípios, mas não teve jeito precisou tocar na água em pó pra chover. Cai o temporal e a enxurrada leva toda a bagunça provocada pelo Cascão. Depois que passa, o Semeador o leva de volta para casa, esperando que aprendeu a lição de que não devemos mudar a ordem natural das coisas. Cascão diz que aprendeu e tem que se conformar a fugir sempre da chuva.

Cascuda volta, pedindo desculpa que não devia ter tratado daquele jeito, gostando ou não sempre será o gatinho dela e o convida para tomar sorvete. Forma nuvem de chuva e eles correm, mas não conseguem fugir. Só que em vez de água, a chuva que caiu neles foi de flores como homenagem do Semeador para o Cascão.

História legal em que Cascão queria vingança dos vacilos que os amigos e sua namorada fizeram com ele por gostarem de água e ele não, assim, ao encontrar o Semeador de Chuva responsável por fazer chover na Terra, Cascão pega os saquinhos com pó de vários tipos e semeia chuvas diversas sem ser de água para se vingar de todo mundo. passa a chover pedras, ovos, melados, dinheiro e qualquer outra coisa, causando confusão na Terra. O Semeador consegue contornar depois, fazendo uma tempestade para limpar toda a bagunça que o Cascão aprontou.


Depois de Cascão ter se vingado dos amigos, poderia parar, mas curtiu tanto fazer chover coisas que não eram água que continuou, virou brincadeira para ele. Castigo do Cascão foi fazer chover água, contra seus princípios. Pelo menos era só pó de água que ele tocou e ficou acima das nuvens, então não se molhou. No final Cascão aprende a lição que a chuva é necessária, mas não se arrepende do que fez, apenas se conforma que tem que lidar com chuva, se pudesse, faria tudo de novo. Já o Semeador não sofreu punição de São Pedro ou de Deus por displicência de dormir no trabalho, bom pra ele. A pegadinha no final foi legal, dando de pensar que finalmente o Cascão tomou banho de chuva de água, mas foi só chuva de flores.


Cascão já não gostava de água e ainda juntou com as coisas que os amigos fizeram com ele, não titubeou para se vingar deles assim que viu o Semeador e de quebra não chover mais água na Terra. Se vingou da Mônica, Cebolinha e Magali por terem ido ao cinema em dia de chuva sem convidá-lo, da Cascuda por ter sido trocado por outro menino e por raiva do Franjinha e Jeremias pularem nas poças d'água na chuva por achar inaceitável alguém gostar de chuva. Sempre era divertidas histórias envolvendo vinganças dos personagens e querer dar a volta por cima, ficavam maquiavélicos. Atitude do Cascão também mostrou que era egoísta, já que não gostava de chuva, ninguém mais poderia presenciar chuva, era boa essa característica egoísta dele.


Cascuda trocou de namorado com o primeiro que viu na rua, porque o Durvalzinho foi capaz de ceder carona com guarda-chuva para andar na chuva enquanto Cascão não sai de casa em dia de chuva. Dessa vez o Cascão que foi corno, visto que normalmente ele que traía a Cascuda com outras meninas. Para ela voltar para o Cascão, deve ter brigado com Durvalzinho, só não mostrou o motivo real da separação deles para ela poder voltar com o Cascão. Teve mais um menino "inho" por quem as meninas se apaixonam, cada um desses meninos era de aparição única, então  Durvalzinho apareceu só nesta história. Cascuda foi chamada de Maria Cascuda, nome real dela, mas que normalmente a chama só de Cascuda mesmo.

Sempre gostavam de criar uma fantasia diferente de dizer por que chove. Dessa vez não teve ideia de que São Pedro que faz chover, roteirista quis dar um toque de magia de um Semeador jogar pó nas nuvens para formar a chuva e que podia ter pó de qualquer coisa, não só água. Ainda assim, deixaram a explicação real e científica de por chove no prólogo da história para não dar uma visão errada e depois ficar só focado na magia e fantasia para as crianças. Eram boas essas fantasias nas histórias, absurdos para fugir da realidade e sempre divertido quando tinha. O Semeador de Chuva apareceu só nessa história assim como essa a ideia de chuva de pó em saquinhos de como chove.

Foi engraçado, dentre outras coisas, ver Cascão vermelho e pulando de raiva cada vez que aprontavam com ele, chamar o Durvalzinho de sirigaito, quando ele estava no Céu, saltando nuvens para não cair na Terra, a turma sofrendo com pedras, ovos, melados caindo do Céu, Semeador desesperado com chuva de estrogonofe no Norte, elefantes no Oeste, presidenciáveis no Leste e discos da Dita Lee no Sul. Todas as chuvas que o Cascão criou foram ótimas, mas chover dinheiro foi hilário, isso bem que poderia existir na vida real. Ainda tiveram paródias do filme "Quem censurou Roger Habbit" como  "Quem beliscou o Roger Rabite" e da cantora Rita Lee como "Dita Lee". Sempre eram criativos nessas paródias de nomes famosos.

A história foi divida em dois capítulos, onde no primeiro mostra o Cascão com raiva da chuva, ódio dos amigos e namorada aprontando com ele e descobrindo sobre o Semeador de Chuva enquanto que no segundo, mostra a vingança com os amigos e namorada e fazer tudo voltar ao normal da Terra. Curiosamente, a segunda parte saiu nas páginas finais da revista, por isso o aviso no final da primeira parte que a continuação seria nesta mesma revista. Aconteceu algumas vezes isso de  histórias dividas em capítulos não seguirem seguindo a sequência da revista, sendo interrompida na primeira parte por outras histórias e voltar a segunda ou outras partes ao longo da revista ou como história de encerramento para dar mistério de como seria o final. Quando acontecia, o leitor decidia se lia a revista na sequência até chegar no próximo capítulo ou pularia direto para a continuação.

Incorreta atualmente por mostrar Cascão como vilão, querer vingança e ser egoísta de prejudicar os outros sem ter chuva só porque ele não gosta, envolver namoro entre crianças e traição, absurdos de fantasia de chuva ser formada em pó de saquinhos jogado nas nuvens e poder chover qualquer coisa sem ser só água, além de palavras proibidas "louco" e "gozado".

Traços excelentes, ficava muito bonito com personagens com contornos grossos assim. Tiveram erros de Cascuda sem sujeirinhas no último quadro da 10ª página da história e no 4º quadro da última página e erro do letrista na fala da Magali, no piquenique: "Não fal mal!", o correto seria "Não faz mal!".