quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Chico Bento: HQ "Rocimpíadas"

Em homenagem às Olimpíadas, mostro uma história em que o primo Zeca resolveu treinar esportes olímpicos na roça, se dando muito mal por causa do Chico Bento. Com 11 páginas, foi história de abertura de 'Chico Bento Nº 195' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Chico Bento Nº 195' (Ed. Globo, 1994)

Nela, o primo Zeca chega no sítio do Chico Bento para passar o final de semana porque precisa de concentração para participar das Olimpíadas da escola. Chico diz que conhece uma piada do papagaio muito boa e Zeca diz que é "Olimpíadas" e pergunta se ele não usa acento. Chico diz que sim e busca 2 bancos como assento para eles.

Zeca explica que Olimpíadas é um grande competição que reúne vários tipos de esportes. Chico lembra que a professora já tinha falado disso e pergunta ao primo o que ele vai competir. Zeca diz que não sabe, é bom em várias coisas e pede ajuda ao Chico para treinar e poder decidir.

Depois, Zeca tenta treinar salto com vara, vê uma árvore que pode servir de barra e pede para o Chico trazer a vara. Ele volta, porém com uma vara de porcos, sem saber como o primo vai fazer os porcos saltarem. Zeca se irrita e fala que é vara de madeira, não de porco. Chico se desculpa porque está aprendendo coletivos na escola e pega a vara de madeira. Zeca faz o salto, mas ao chegar no topo da árvore, Chico lembra que lá tinha uma colmeia de abelhas e Zeca é picado todo por elas.

Em seguida, Zeca tenta lançamento de disco. Chico diz que não sabia que o primo ia virar cantor e Zeca diz que é arremessar discos bem longe. Chico entrega discos de vinil do Zeca que estavam na mala dele, Zeca arremessa sem ver e quando descobre, corre desesperado para buscá-los e lamenta seus discos do "Legião Suburbana", "Tantãs" e "Bon Chovi" destruídos e reclama com o Chico que não é aquele tipo de disco que se joga.

Zeca resolve, então, fazer marcha, ele faz o movimento com bunda empinada e Chico avisa que é para correr até a casinha do lado de lá, pensando que tinha cagado. Zeca fica bem irritado, que não está com vontade de ir ao banheiro, e Chico diz que então a coisa é pior que pensava, olhando para a bunda do primo. Zeca chama Chico de tonto e fala que a marcha é assim mesmo, mas perdeu o pique de fazer depois dessa e vai treinar outra coisa.

Na corrida de obstáculos, Zeca pula a cerca, e vai pulando as pedras no caminho. Chico avisa que não devia ter pulado a cerca porque o touro que fica lá não gosta de vermelho. O touro dá uma chifrada no Zeca que vai parar longe, bem no riacho. Zeca aproveita para fazer natação, mas não sabia que tinha um jacaré lá. Chico ainda tenta tirar o primo de lá, mas não deu tempo, o jacaré morde a bunda dele, tem perseguição e Zeca foge correndo para a cidade, de volta a sua casa a pé, com Chico lembrando que o primo não levou a bagagem dele e acha o pessoal da cidade sempre apressado.

Depois de uns dias, Chico recebe uma carta do Zeca, que diz o treinamento na roça foi bom, venceu a maratona das Olimpíadas da escola, ganhou medalha e convida o Chico ir à casa dele pra ver. Chico responde a carta do primo, falando que por enquanto não dá pra ir, eles estão fazendo Olimpíadas na roça também com vários atletas. 

O Zé Lelé está treinado corrida de obstáculos roubando goiabas do Nhô Lau, que fica tiririca atrás dele dando tiros de sal; o Hiro faz arremesso de discos do filho do Coronel, Rosinha faz marcha com os meninos adorando e assobiando para ela, tem salto à distância com ajuda do touro. Zé Lelé chama o Chico pra treinar e Chico faz salto com vara, com  porcos de verdade também saltando com ele, terminando assim.

História bem divertida e em clima de Olimpíadas com o Zeca treinando esportes olímpicos para a escola para decidir o que fazer. Habilidoso em vários esportes, mas não deu certo por imprevistos, sendo a maioria por causa do Chico ou por não ter avisado sobre os perigos da roça antes do primo fazer ou por atrapalhar mesmo que na inocência e sem querer. Zeca acabou optando por maratona visto que correu desesperadamente da roça até a sua casa na cidade com medo do jacaré e também para se livrar do Chico.

Foi engraçado o Zeca sofrer picado por abelhas, perder seus discos de vinil no arremesso, levar chifrada de touro, ser perseguido por jacaré e correr desesperado até a sua casa por puro medo. Engraçado o Chico pensar que ele tinha cagado ao fazer marcha atlética. Muito boas também as piadas gramaticais no início da história, com Chico pensando que Olimpíadas era concurso de piadas, confundir acento com assento e vara de madeira com vara de porco. Pelo menos coletivo de porco ele sabia e que "assento" é coisa para sentar. Como era bom ver o Chico burro e lerdo com o primo, sem saber as coisas da cidade, agindo como um retardado. O Zeca também se irritava fácil com ele, não tinha paciência.

Boa ideia também do pessoal da roça  treinando para as Olimpíadas lá em vila Abobrinha no final, foram bem criativos, com direito a chico fazer com que porcos também façam salto com vara. Histórias do Chico na cidade eram melhores que o primo na roça, mas essa até que ficou legal e do mesmo nível. É que apesar da história se passar na roça, seguiu o estilo do Chico lerdo na cidade porque se tratava de uma competição que é comum só na cidade. 

Muito legal também as paródias das bandas dos discos do Zeca como "Legião Suburbana" (Legião Urbana), "Tantãs" (Titãs) e "Bon Chovi" (Bon Jovi). Sempre eram criativos com paródias de nomes de bandas e artistas famosos. Discos de vinil acabam sendo datados hoje. Incorreta por mostrar sofrimentos do Zeca picado por abelhas, levando chifrada de touro, mordido por jacaré, atualmente não mostram personagens contracenando com bichos silvestres e muito menos sendo atacados violentamente por eles, fora não mostrarem mais Chico lerdo assim e o Nhô Lau com espingarda e dando tiros de sal, tudo coisas proibidas também hoje em dia.

Traços excelentes, era muito bom desenhos assim, e ainda com curvas nos olhos em alguns momentos quando eles estavam bem brabos. O Genesinho apareceu de cabelo preto por não ter traços definitivos ainda na época, só ficou definitivo a partir de 1996. Podiam até ter deixada essa história reservada para 1996 já que foi ano de Olimpíadas mais próximo, mesmo assim valeu, muito boa.

domingo, 1 de agosto de 2021

HQ "Magali, a terrível"

Mostro uma história em que a Magali se tornou uma excelente jogadora de futebol após ser proibida de comer muito pela sua mãe por conta de um plano infalível do Cebolinha. Com 17 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 159' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Magali Nº 159' (Ed. Globo, 1995)

Começa com Cebolinha, Cascão e Franjinha bem cedo na casa da Magali contando para a mãe da Magali que ela comeu o lanche, pirulito e bebeu a fórmula do laboratório do Franjinha. Dona Lili acha que o apetite da filha está descontrolado e os meninos falam que é bom resolver porque ela pode ser presa ao assaltar um supermercado.

Eles vão embora e Cebolinha fica animado com seu novo plano infalível para derrotar o apetite da Magali. A Mônica estava viajando e resolveu fazer plano contra a Magali. Cascão diz que iam levar coelhadas da Mônica se não tivesse viajando e Cebolinha desconversa que eles têm que treinar para o jogo de futebol contra o Zecão e bolar um plano para derrotá-los.

Magali acorda e tem a surpresa que no café-da-manhã só tem sanduíche, maçã e leite. Ela pergunta para a mãe onde estão cereal, geleia, pudim, bolo, entre outros, e a Dona Lili diz que  não é mais para ter exageros, tem que se alimentar como uma menina normal. Magali diz que ela não é normal e Dona Lili diz que é sim e muito mal-acostumada e a partir de agora vai ter que educar o apetite dela.

Depois do café, Magali vai à rua dizendo que não vai adiantar nada o que a mãe fez porque tem crédito ilimitado nas barraquinhas de guloseimas. Só que para a sua surpresa, vendedores de sorvete, cocadas e cachorros-quentes não queriam vender para ela porque a mãe tinha avisado para não venderem mais fiado para ela. E até o Quinzinho recusa que ela coma as coisas da padaria, alegando que não deve comer tanto para o bem dela. Magali sai da padaria chorando e Quinzinho lamenta ter concordado com o plano do Cebolinha.

Magali lamenta que está sozinha, faminta e até a Mônica viajando e se pergunta se não pode comer, o que fará da vida, quando surge uma bola. Cebolinha manda Magali devolver a bola para eles e comenta ironicamente com ela que está fraquinha e se não está se alimentando bem ultimamente. Magali manda não falar em comida e com raiva dá um chutão na bola em direção ao Gol. Cascão e Franjinha ficam impressionados e Cebolinha diz que foi puro acidente e manda Magali ir para fora do campo porque eles iam jogar bola.

Enquanto jogam, Cebolinha torce o pé e precisa ficar de fora do treino. Para não ficarem com um jogador a menos, os meninos chamam a Magali no lugar. Cebolinha não gosta de justo ela e Magali aceita. No jogo, Xaveco rouba a bola fácil dela e Cascão comenta que é para ela imaginar que a bola é uma coisa muito importante para ela. Magali, então, imagina que a bola é melancia e parte pra cima, rouba bola, dribla e na frente do gol, imagina que a trave seria ela mesma querendo devorar a melancia e consegue fazer um belo Gol.

Ao fazer o Gol, Magali se sente satisfeita e quer repetir a dose. Com dribles fantásticos, ela consegue fazer mais 3 Gols sempre imaginando alguma comida no lugar da bola e ela no lugar da trave comendo o que imaginava no lugar da bola. Cascão pergunta como ela consegue fazer aquilo e ela diz que não sabe, só que o jogo a acalma.  Cebolinha a expulsa, dizendo que o treino acabou e amanhã o titular está de volta, que é ele.

Em casa, Magali come um prato normal no almoço, sem extravagâncias e vai assistir televisão triste. O telefone toca e eram os meninos convidando para jogar futebol amanhã e ela fica muito animada. No dia seguinte, Cebolinha chega para o jogo e tem a surpresa que eles convocaram a Magali no lugar e era Cebolinha ficar no banco de reservas por ser o maior perna-de-pau do time e com a Magali o jogo está no papo. Cebolinha fica uma fera e os meninos do time do Zecão acham uma piada que tem uma menina no time da turminha, achando que o jogo vai ser canja.

Durante o jogo, Magali brilha com altos dribles e faz 2 gols no primeiro tempo. No intervalo, Magali é ovacionada, o time do Zecão achando um vexame serem derrotados por uma menina e Cebolinha desolado que daquele jeito nunca mais será titular e Cascão comenta que o mérito era dele, se não tivesse criado o plano contra a Magali, ela não teria "fome de bola".

Cebolinha, então, oferece um pirulito para Magali, mas só vai dar se ela sair do time e ele ficar no lugar. Cascão intervém falando que não pode e Cebolinha diz, na frente da Magali, que se ele quem criou o plano infalível, ele também tem direito de acabar com isso, e, assim, entregando o plano. Ela se espanta que era um plano igual aos que ele faz com a Mônica. Zecão aparece e diz que, segundo as regras de futebol do bairro, menina não pode jogar para ver se ela saía do jogo, mas Magali se convida para jogar no time do Zecão.

Cebolinha volta ao time da turminha e Magali vai para o do Zecão. O time do Zecão ganha de 5 a 2, todos os gols feitos pela Magali. Zecão e seus amigos falam que com ela o time é imbatível e a convida para fazer parte do time deles para sempre e treinam no terreno baldio. 

Antes da Magali dar resposta, Dona Lili aparece e diz que o Quinzinho contou que ela não comeu os lanches dos meninos e fórmula do Franjinha e Quinzinho diz que não podia mais vê-la sofrendo. Dona Lili a chama a filha para almoçar e Magali diz ao time do Zecão que vai pendurar as chuteira por enquanto. No final, Magali fica saciada com o almoço, Mônica volta da viagem e convida Magali para jogar vôlei e ela dá sugestão de elas formarem  um time invencível de futebol feminino.

Uma história legal com a Magali sendo uma grande jogadora de futebol após ficar sem comer por culpa do plano infalível do Cebolinha contra a Magali. Ele queria tirar o apetite dela, envolvendo até a mãe dela para proibi-la de comer tanto, mas não contava que o feitiço foi contra o feiticeiro, que a fome dela serviu para jogar tão bem, que o fez tirar do time de futebol dos meninos.

Magali só jogava bem porque estava com fome e imaginava que a bola era comida e coisa muito importante pra ela. E interessante que a cada Gol que fazia, era como se tivesse comendo alguma coisa inteira que imaginava, como melancia, frango assado, bolo, etc. Só não seguiu carreira, pois como ia voltar a comer bem, ia ficar saciada e não teria a fome de bola igual como quando jogava com os meninos.

Personagens como esportistas sempre rendiam boas histórias. Foi divertido ver os meninos contando para a mãe que ela comeu tudo, os ambulantes tudo negando fiado pra ela, a cara dela de ver só uma refeição normal igual a todo mundo em vez do banquete que estava acostumada, o Cebolinha com inveja da Magali jogar bem e ele ficar no banco de reservas, mas o ponto alto mesmo foi ver ela jogando muito bem enquanto imaginava a bola como comida e se imaginar com boca aberta e comendo a bola no lugar da trave. Quando estava com fome, ela era capaz de tudo. Jogando nesse nível, dava para ir às Olimpíadas no futebol feminino tranquilo. Podia também ser no vôlei como a Mônica propôs no final da história, qualquer esporte com bola ela seria imbatível, só seguir a lógica de bola ser comida e traves e cestas ser ela comendo.

O Cebolinha gostava de fazer planos contra a Magali e o Cascão, não ficava só contra a Mônica. Com qualquer plano ele era criativo, na vantagem de que com planos sem ser contra a Mônica não apanhava, mas se dava mal da mesma forma. Na época, os meninos não jogavam futebol com as meninas, só quando um roteiro pedia isso. Se jogavam normal, eram sempre só os meninos como futebol masculino. Hoje em dia misturam meninos com meninas para não dá ideia de que futebol é só coisas para meninos e mostrar que as brincadeiras tem que ser com meninos e meninas juntos e não separados. Aí diálogo do Zecão falando que a Magali não podia jogar com eles porque é menina não ia acontecer nas revistas atuais.

Podiam ter colocado outro nome para o Zecão pra não confundir com o Zecão, namorado da Pipa. Se fosse criada a partir dos anos 2000, colocariam o Tonhão da Rua de Baixo, que passou a ser o menino encrenqueiro e mais velho fixo que implicava com os meninos da turma. A Magali ao trocar palavras perguntando sobre o café-da-manhã para a sua mãe, lembrou o Seu Madruga do seriado Chaves conversando com Seu Barriga, trocando barriga dele por outra palavra. Talvez roteirista quis prestigiar homenagem ao seriado nessa parte.

Os traços bons, típicos dos anos 1990 com personagens com língua ocupando maior parte da boca, com uma certa lembrança aos anos 1970. Normalmente traços assim eram em histórias que exigiam mais humor e mais frequentes entre 1993 a 1996. Só não gostei da mãe da Magali sem lábios e batom, coisa que também acontecia  com as mães dos personagens nos anos 1990 em histórias mais com humor ou as mães ficavam severas demais com os filhos. Eu preferia as mães com batom, ficavam mais bonitas. Porém, teve erro com alguns quadrinhos a Dona Lili aparecendo do nada com lábios, provavelmente porque desenhista já estavam acostumado com lábios e acabou faltando atenção nessas partes. Percebe-se que quando ela apareceu normal com lábios, ficou melhor.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Capa da Semana: Cascão Nº 40


Em clima das Olimpíadas, uma capa com o Cascão atleta habilidoso em vários esportes, todo animado e fazendo tudo de forma bem sorridente, mas chegando a vez da natação se recusa a fazer, de jeito nenhum faria aquele esporte. Muito boa e criativa.

Essa dava tranquilamente uma história de miolo de 1 a 2 páginas dentro do gibi, mas resolveram colocar a piada como uma capa. Não se enquadra à galeria de capas de 2 quadros formando uma tirinha como já mostrei AQUI no Blog, se encaixa mais a uma historinha completa por ter vários Cascões, cada um representando um quadrinho. E sempre era bom ver os personagens como esportistas, sempre rendiam boas histórias e piadas de capas e tiras.

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 40' (Ed, Globo, Julho/ 1988).

domingo, 25 de julho de 2021

Mônica "HQ "Algo verde, mole e pegajoso"


Em julho de 1991, há exatos 30 anos, era lançada a divertida história "Algo verde, mole e pegajoso" em que a Mônica passa sufoco em descobrir em quê ela sentou que estava em uma pedra que era tão mole e pegajoso e sendo tão nojento para ela. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 55' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Mônica Nº 55' (Ed. Globo, 1991)

Escrita por Rosana Munhoz, Magali encontra a Mônica sentada em uma pedra, a chama para brincar e Mônica recusa, falando que não pode, sem dizer o motivo. Magali vê que a cara da Mônica está péssima e convida para tomar sorvete e contar o que aconteceu. Mônica não aceita e não sai da pedra.

Magali pergunta se ela não pode tomar sorvete e Mônica responde que não pode é sair de lá. Ela explica que estava vindo cansada, senta na pedra para descansar e de repente ouve um "Blosh!", de alguma coisa mole e pegajosa, sentou em cima sem ver antes, e está sem coragem de levantar e ver o que é. Conta ainda que está há 2 horas lá com medo de se levantar e se ver coisa nojenta, vai desmaiar.

Mônica pede para Magali ir atrás para ver se consegue descobrir o que é e Magali vê uma coisa verde aparecendo. Mônica se desespera, se perguntando o que pode ser verde, mole e pegajoso e pensa que esmagou uma lagartona ou besouro. Magali diz que pode ser um sorvete de abacate, mas Mônica diz que não estava gelado na hora, e, então, Magali acha que pode ser um pudim ou maria-mole.

Nisso, surgem Cebolinha e Cascão, com Cebolinha perguntando como o Cascão conseguiu perder um sapo. Cascão diz que deixou naquele local em cima de uma pedra e pergunta para ela se não viu algum sapo quando sentou lá. Mônica desmaia, Cascão se espanta de ela ter desmaiado sentada e Magali diz que é fraqueza. Cebolinha tenta levar a Mônica para casa dela e Magali impede, falando que ficar lá é melhor, palavra de melhor amiga.

Cebolinha e Cascão vão embora para procurar o sapo, Mônica acorda e lamenta que foi esmagar logo um sapo e Magali diz que morte horrível ele teve. Mônica diz que agora não sai mais de lá mesmo. Os meninos voltam e Cebolinha pergunta ao Cascão como o sapo era. Ele diz que era bem gordinho, verde, com bolinhas amarelas e olhos vermelhos. O verde igual como a Mônica estava com nojo enquanto ele falava do sapo.

Cebolinha fala que nunca vão achar naquela grama e Magali fala que a Mônica tem que contar para o Cascão. Mônica recusa porque o Cebolinha ia gozá-la o resto da vida e Magali diz que o Cascão ia sofrer menos. Cebolinha escuta as meninas falando nomes deles e Mônica disfarça que elas estavam falando como eles estavam elegantes. Cebolinha acha estranho Mônica sentada naquela pedra com aquele solzão e acha que está escondendo alguma coisa.

As meninas falam que não e Cebolinha pergunta se está ali por que quer e logo em seguida pega o Sansão que estava no bolso do vestido dela. Ele pega, dá nós nas orelhas e diz se a Mônica quiser de volta que ela se levante e vá tirar dele. Cebolinha acha que a calcinha dela rasgou, chama o Cascão e eles provocam a chamando de bobona, baixinha e dentuça enquanto dão nós no Sansão. Mônica não aguenta, sai da pedra com raiva e Cebolinha pergunta o que é aquilo verde, mole e pegajoso.

Cascão manda a Mônica confessar que sentou no sapinho dele. Mônica diz que não tinha visto, Cascão começa a chorar, Mônica tenta consolar e ele diz que teve tanto trabalho de fazer o sapo com a massa de modelar. Mônica fica furiosa de ter passado o sufoco a toa e também pelos xingamentos, aí bate nos meninos e joga massa de modelar neles. No final, os meninos vão parar no hospital para enfermeira fazer curativos neles, mas ela a enfermeira está com nojo falando com o doutor que eles estão com algo verde, mole e pegajoso na cara.

É engraçada demais essa história com a Mônica de novo às voltas com bichos nojentos e o seu pavor com eles. A Mônica senta em uma pedra sem saber que tinha alguma coisa lá e fica com medo em saber o que era e se recusava a levantar da pedra. Quando descobriu que foi em um sapo, aí se desespera por ter nojo de bichos assim e tem a reviravolta quando descobre que era apenas um sapo feito de massa de modelar.

Primeiro a gente fica envolvido com o mistério de tentar descobrir em quê ela sentou que era verde, mole e pegajoso, depois de descobrir que era um sapo foi hilário ver a Mônica desmaiar, e mais ainda a cara dela quando descobriu tudo e dar surra nos meninos a ponto de irem para o hospital e enfermeira com nojo da cara deles verdes, moles e pegajosas. Interessante eles não sabiam que era o sapo do Cascão e aproveitaram a situação para aprontar com a Mônica sabendo que ela não podia sair de lá, não deixa de ser um plano saído sem querer, acontecia de planos infalíveis surgirem do nada, com aproveito de uma situação no momento. Mônica além de bater neles, também gostava de ampliar o castigo com algo a mais para ficar mais engraçado, dessa vez foi jogar a massa de modelar na cara deles.

Realmente seria bem estranho se a Mônica esmagasse um sapo de verdade. Pelo menos foi um de mentira, mas que deixou Cascão bem chateado da mesma forma. Essa ideia de ter sentado em um sapo de verdade e Mônica sofrer por isso e os meninos aproveitarem fraqueza da Mônica para aprontar com ela,  seria incorreta nos dias atuais, fora Mônica surrar os meninos no final, que evitam ao máximo hoje em dia. Curiosamente, foi a segunda história quase que em seguida com Mônica  com nojo de bichos, ela também ficou apavorada com uma lagartixa de brinquedo na história "Péssimo negócio", de 'Mônica Nº 53', de maio de 1991. Estavam investindo mais, então, nessa característica da Mônica na época.

Essa história "Algo verde, mole e pegajoso" depois virou desenho animado no VHS "Quadro a Quadro", de 1996, mostrando da mesma forma só que com animação. Essa fita VHS em especial foi só com desenhos com adaptações de histórias originais de gibis escritas pela Rosana, que havia falecido no início daquele ano e foi como uma homenagem da MSP a ela. E esse VHS "Quadro a Quadro" inspirou depois a coleção de VHS de "Video Gibi Turma da Mônica", em 4 volumes entre 1997 a 1999.

Os traços muito bonitos e encantadores, com direito a curva nos olhos mostrando intensidade de sentimentos de raiva, de tristeza, etc, sem serem pintados com fundos brancos que estavam em alta na época e deixavam os personagens mais fofinhos ainda. Muito bom relembrar essa história marcante há exatos 30 anos.

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Papa-Capim: HQ "O inimigo"


Mostro uma história em que o Papa-Capim teve que conviver com um índio da tribo inimiga. Com 6 páginas foi publicada em 'Chico Bento Nº 21' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Chico Bento Nº 21' (Ed. Globo, 1987)

Começa com o Pajé da aldeia do Papa-Capim contando para ele que tem que tomar cuidado com os índios Cotoxós, seus inimigos, porque são cruéis e malvados, nunca deve confiar neles, são mentirosos e traiçoeiros e precisam expulsar os Cotoxós da região. Ao mesmo tempo, o menino da tribo Cotoxó ouve o Pajé e seu avó contar que os índios da aldeia do Papa-Capim aprende a odiá-los antes de falar, são cheios de artimanhas, de truques, nunca venceriam a limpo e eles tem que travar muitas batalhas e só haverá paz quando não existirem mais.

Os indiozinhos saem e acabam se cruzando no meio de uma ponte. Como foram orientados para não virar as costas para o inimigo, eles brigam. A ponte se quebra e eles caem no buraco. O tronco da árvore que caiu ajuda o menino Cotoxó a apoiar para subir, mas ainda era alto e Papa-Capim pula em cima do Cotoxó e consegue sair.

O Cotoxó fica uma fera, pensando que o Papa-Capim era sujo e tinha que ter ouvido o avô que não podia confiar na tribo rival. Só que se surpreende que o Papa-Capim não o abandonou, levando um cipó para tirá-lo do buraco. Logo depois, Papa-Capim sente sede o Cotoxó sente fome e cada um vai buscar água e frutas para o outro.

Anoitece, eles fazem fogueira com a pedra que cada um tinha e enquanto um dorme um tempo, o outro fica vigiando contra os predadores da mata. De manhã, os índios de cada tribo aparecem lá, veem os indiozinhos dormindo e pensam que um raptou o outro. Os índios brigam violentamente, os indiozinhos acordam, veem os índios se guerreando e enquanto eles brigam, Papa-Capim e Cotoxó vão pescar, com esperança que quando eles cansarem de brigar, eles vão lá pescar juntos com eles.

História legal com o Papa-Capim convivendo com o indiozinho da tribo inimiga para sobreviverem. Eles tinham visão equivocada dos índios por conta das histórias dos líderes das tribos deles, mas ao cruzarem o caminho, viram que não era nada disso e podiam conviver muito bem. Falavam mal uma da tribo da outra, mas sem saber a verdade, sem nunca terem se visto, só por causa de boatos e lendas.

Foi bom ver os indiozinhos se encontrando, brigando a princípio, mas na hora do sufoco foram solidários um ao outro, cada um protegendo o outro como levar comida e água e um ficar acordado enquanto outro dormia. 

Mostrou uma bonita mensagem de paz, amizade e contra brigas e guerras e que brigas e ódio não levam a nada. Apesar das tribos serem inimigas historicamente, com direito a quererem que a outra fosse expulsa e até exterminada, na visão das crianças eles podiam ser amigos e foram pescar enquanto os outros brigavam entre si.

Era comum histórias do Papa-Capim enfrentando tribos rivais e que apareciam só em uma história, algumas tinham reconciliação no final, outras, não. Nunca foi revelado um nome para a tribo do Papa-Capim, nem nessa história teve nome, que só ficou sendo chamada de tribo inimiga enquanto as outras tribos tinham nomes bem criativos até. Também acontecia bastante na época de ter um prólogo de 1 ou 2 páginas, antes de aparecer o título inicial da história em vez de aparecer antes do primeiro quadrinho da primeira página, isso em qualquer núcleo de personagens. Falando nisso, foi legal o prólogo mostrando a comparação dos Pajés de cada tribo falando mal da outra tribo ao mesmo tempo, pode ler na vertical ou na horizontal tradicional conforme o leitor achar melhor.

Impublicável por mostrar brigas e violências entre os índios, mesmo com a mensagem boa têm implicância do povo do politicamente correto. Os traços ficaram muito bonitos, era muito bom ver desenhos assim, só não era boas as cores que eram bem desbotadas nas revistas do segundo semestre de 1987 e que ficaram assim até início de 1988.