Mostro uma história em que o Cascão consegue semear e fazer chuva de vários tipos sem ser de água para se vingar dos seus amigos. Com 18 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 90' (Ed. Globo, 1990).
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| Capa de 'Cascão Nº 90' (Ed. Globo, 1990) |
Começa narrador-observador falando que para tudo nesta vida tem duas explicações, e motivo de por que chove tem a explicação científica e a mágica. Assim, mostra o Semeador de Chuva acordando no céu e vê no computador os lugares para onde ele deve ir. Pega o cavalo Prateado e percorre o Céu soltando pó de água nas nuvens que forma a chuva na Terra.
Em casa, Cascão reclama com o pai da porcaria da chuva e por que chove. Seu Antenor diz que já falou que a chuva é necessária para as plantações, os animais e à vida. Cascão fala que não se incomoda com a chuva, mas não tinha que chover somente água, podia chover outra coisa como bala, brinquedos e Seu Antenor, complementa, dinheiro, dizendo que é bom sonhar. E Cascão ainda reclama que tem gente que gosta desse aguaceiro vendo Franjinha e Jeremias dando risadas nas poças d'água da chuva na volta da escola.
Depois que passa a chuva, Cascão sai de casa, vê Cebolinha, Mônica e Magali todos molhados. Cebolinha conta que pegaram chuva na saída do cinema. Cascão pergunta por que não o convidaram e que também queria ver o filme. Cebolinha responde que começou a chover e ele não sai de casa na chuva. Cascão reclama que podiam esperar a chuva passar para irem e fica furioso com a turma, falando que odeia chuva e quem gosta de chuva.
Em seguida, vê Cascuda com outro menino e pergunta quem é esse sirigaito. Cascuda fala que é o Durvalzinho que conheceu agora há pouco e que deu carona na hora da chuva, pois ao contrário de "certas" pessoas, não tem medo de água. Cascão dá pulos de raiva e ameaça que se ouvir alguém mais falando de chuva, e não termina a fala, pois ouve o Semeador de Chuva falando com o cavalo Prateado que a chuva é maravilhosa.
O Semeador comenta que graças a chuva cresce as plantas, mata a sede que prateado pode comer capim viscoso e fresquinho e por isso gosta do trabalho dele de ser semeador de chuva, se não semeasse água em pó nas nuvens não teria chuva e vai para mais uma rodada de chuva em outro local. Cascão entra na carroça sem ser visto e vê ele formando chuvas com o pó nas nuvens.
Chegam no Céu, o Semeador vai dormir e Cascão descobre que ele faz chover e vai atrás para descobrir uma forma de como acabar com as chuvas de vez. Descobre o local que os saquinhos de pó estão guardados, vê que não era só água, rouba os saquinhos e vai com o cavalo Prateado para semear umas chuvinhas e se vingar dos seus amigos.
Na segunda parte da história com o título "Chuva para todos os gostos", Cascuda e Durvalzinho estão conversando em frente a casa dela e Cascão faz chover pedras em cima deles, precisando se esconderem embaixo de uma árvore. Depois, Mônica, Cebolinha e Magali estão fazendo piquenique, Mônica comenta que é uma pena que não encontraram o Cascão e Magali diz que come o lanche dele, quando começa chover ovos em cima deles e se escondem em uma caverna.
Em seguida, Franjinha está brincando de damas com o Jeremias, Franjinha percebe que vai chover e resolvem brincar de pular nas poças e quando vão para a rua, ganham chuva de melado. E em toda parte chove algo diferente como cântaros, sapatos, boias, pianos, cães, gatos, jogadores de futebol e até dinheiro, deixando pessoas eufóricas para pegar e Seu Antenor acha que é um milagre.
Cascão assiste tudo se divertindo muito. Já na casa do Semeador, o computador solta alarme acusando chuva em todas as regiões, uma verdadeira catástrofe, descobre que alguém roubou o Prateado e os saquinhos de chuva e vai atrás com o burrinho aéreo, o Calunga.
Enquanto isso, Cascão está adorando isso, pergunta ao Prateado o que acha e ele pensa que só cumpre ordens e Cascão diz que se depender dele, nunca mais vai chover água. O Semeador aparece e quer saber que ideia é essa de chover tranqueiras. Cascão responde que queria quebrar a monotonia e dar uma lição nos amigos que gostam de água.
O Semeador mostra que o mundo está uma bagunça e Cascão acha que é gozado. O Semeador diz que ele poderia ter ferido as pessoas, destruído plantações inteiras, há muito tempo ficou decidido que a substância ideal para chover era água, queira ou não, o mundo precisa de água e nada mudará isso, nem mesmo o egoísmo de um moleque travesso.
O Semeador quer fazer o maior toró e manda Cascão semear chuva de água. Ele diz que não pode tocar em água, é contra seus princípios, mas não teve jeito precisou tocar na água em pó pra chover. Cai o temporal e a enxurrada leva toda a bagunça provocada pelo Cascão. Depois que passa, o Semeador o leva de volta para casa, esperando que aprendeu a lição de que não devemos mudar a ordem natural das coisas. Cascão diz que aprendeu e tem que se conformar a fugir sempre da chuva.
Cascuda volta, pedindo desculpa que não devia ter tratado daquele jeito, gostando ou não sempre será o gatinho dela e o convida para tomar sorvete. Forma nuvem de chuva e eles correm, mas não conseguem fugir. Só que em vez de água, a chuva que caiu neles foi de flores como homenagem do Semeador para o Cascão.
História legal em que Cascão queria vingança dos vacilos que os amigos e sua namorada fizeram com ele por gostarem de água e ele não, assim, ao encontrar o Semeador de Chuva responsável por fazer chover na Terra, Cascão pega os saquinhos com pó de vários tipos e semeia chuvas diversas sem ser de água para se vingar de todo mundo. passa a chover pedras, ovos, melados, dinheiro e qualquer outra coisa, causando confusão na Terra. O Semeador consegue contornar depois, fazendo uma tempestade para limpar toda a bagunça que o Cascão aprontou.
Sempre gostavam de criar uma fantasia diferente de dizer por que chove. Dessa vez não teve ideia de que São Pedro que faz chover, roteirista quis dar um toque de magia de um Semeador jogar pó nas nuvens para formar a chuva e que podia ter pó de qualquer coisa, não só água. Ainda assim, deixaram a explicação real e científica de por chove no prólogo da história para não dar uma visão errada e depois ficar só focado na magia e fantasia para as crianças. Eram boas essas fantasias nas histórias, absurdos para fugir da realidade e sempre divertido quando tinha. O Semeador de Chuva apareceu só nessa história assim como essa a ideia de chuva de pó em saquinhos de como chove.
Foi engraçado, dentre outras coisas, ver Cascão vermelho e pulando de raiva cada vez que aprontavam com ele, chamar o Durvalzinho de sirigaito, quando ele estava no Céu, saltando nuvens para não cair na Terra, a turma sofrendo com pedras, ovos, melados caindo do Céu, Semeador desesperado com chuva de estrogonofe no Norte, elefantes no Oeste, presidenciáveis no Leste e discos da Dita Lee no Sul. Todas as chuvas que o Cascão criou foram ótimas, mas chover dinheiro foi hilário, isso bem que poderia existir na vida real. Ainda tiveram paródias do filme "Quem censurou Roger Habbit" como "Quem beliscou o Roger Rabite" e da cantora Rita Lee como "Dita Lee". Sempre eram criativos nessas paródias de nomes famosos.
A história foi divida em dois capítulos, onde no primeiro mostra o Cascão com raiva da chuva, ódio dos amigos e namorada aprontando com ele e descobrindo sobre o Semeador de Chuva enquanto que no segundo, mostra a vingança com os amigos e namorada e fazer tudo voltar ao normal da Terra. Curiosamente, a segunda parte saiu nas páginas finais da revista, por isso o aviso no final da primeira parte que a continuação seria nesta mesma revista. Aconteceu algumas vezes isso de histórias dividas em capítulos não seguirem seguindo a sequência da revista, sendo interrompida na primeira parte por outras histórias e voltar a segunda ou outras partes ao longo da revista ou como história de encerramento para dar mistério de como seria o final. Quando acontecia, o leitor decidia se lia a revista na sequência até chegar no próximo capítulo ou pularia direto para a continuação.
Incorreta atualmente por mostrar Cascão como vilão, querer vingança e ser egoísta de prejudicar os outros sem ter chuva só porque ele não gosta, envolver namoro entre crianças e traição, absurdos de fantasia de chuva ser formada em pó de saquinhos jogado nas nuvens e poder chover qualquer coisa sem ser só água, além de palavras proibidas "louco" e "gozado".
Traços excelentes, ficava muito bonito com personagens com contornos grossos assim. Tiveram erros de Cascuda sem sujeirinhas no último quadro da 10ª página da história e no 4º quadro da última página e erro do letrista na fala da Magali, no piquenique: "Não fal mal!", o correto seria "Não faz mal!".
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Muito massa! O adorável Cascão se revelou como uma baita ameaça pública e tudo por detestar chuvas convencionais.
ResponderExcluirA parte do "sirigaito" foi maneira. E é verdade, como galanteador, nunca será pleno, pois seu pavor por água faz com que, de vez em quando, interrompa suas investidas, interrompa seus cortejos românticos. Cavalheirismo, xavecar, namorar, vão bem desde que não seja surpreendido pelas chuvas e por outras situações que envolvam água. E, que represália, hein?!... E é neste trecho que Maria Cascuda substitui a polêmica "Geni". Quando era pequeno volta e meia meus parentes colocavam uma música do Chico Buarque cuja primeira frase do refrão era "Joga pedra na Geni!" e acho que a Dona Lurdinha e Seu Antenor gostavam dessa canção e o filho deve ter ouvido de tabela diversas vezes, porque, diante da oportunidade, tudo indica que acabou sendo inspirado por aquela parte da letra, pois despejou pedra sobre pedra na nossa enxovalhadinha favorita(!!!)... "Quem nunca pecou que atire a primeira pedra", não é, Cascão? Seu pecador!! Bom, enfim, não teve conversa, segundo o protagonista: "ᐟᐟLex Talionisᐠᐠ neles!!"...
Cascão estava terrível nessa, seu medo de água era capaz até de abalar o mundo. Eu ri nessa parte de sirigaito, o contrário de quando o namorado está com outra. Cascão pode namorar, mas se ver um sinal de chuva ou ameaça de banho, é capaz de largar a Cascuda onde está pra fugir, aí uma hora ela cansa disso. Ele jogar pedra neles, se encaixou bem com essa música da Geni, bem lembrado. Sem dúvida, um grande pecador.
ExcluirO Cascão da hora era assim. Aprontava bastante e terminava aprendendo alguma lição pelos erros cometidos. Claro que nem sempre que pisava na bola obrigatoriamente tinha de aprender lições e justamente pela flexibilidade ter sido a tônica da bagaça que os gibis antigos do sujão são tão bons, pois equilibrava e o mantinha na dose certa, e o mesmo se aplicava aos outros quatro titulares e a tantos outros sob o guarda-chuva da Turma da Mônica.
ExcluirPosso estar redondamente enganado, mas, sobre quem teria desenhado esta historinha, meu palpite é que Julinho elaborou a primeira parte e Olga ficou encarregada da segunda. Já a arte-final, se ficou por conta de um profissional ou, se foram dois e quem seria, quais seriam, não arrisco nenhum nome, não faço a mínima ideia de quem teria arte-finalizado.
Isso aí, e até Cascão aprender lição apontava demais e a gente se divertia muito. O bom era isso de personagens aprenderem algo através dos próprios erros, é assim que aprende mais, uma pena que mudaram essa visão agora. Não tenho ideia também de quem desenhou e arte finalizou, era um estilo de traços frequente na época e que mereceria ter continuado até hoje. Ponto maior para a arte-final que era o que deixava os contornos grossos e bonitos assim.
ExcluirCascão sempre arranjando um jeito de evitar chuva. Vai ter um painel dedicado ao Mauricio de Sousa na CCXP 25. Só vai ter presença de Marcos Saraiva, Marina Sousa e Mauro Sousa já que o Mauricio não participa mais de eventos por conta da mobilidade reduzida devido à idade avançada.
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