Em abril de 1995, há exatos 30 anos, estava nas bancas o gibi com a história "Cascão, o bandidão" em que Mônica, Cebolinha e Xaveco pensam que o Cascão é assaltante de banco depois de ter visto um retrato falado do bandido na televisão. Com 12 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 215' (Ed. Globo, 1995).
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Capa de 'Cascão Nº 215' (Ed. Globo, 1995) |
Cascão pergunta para Mônica, Cebolinha e Xaveco se pode brincar de vôlei com eles, que não aceitam, só se parar de ventar ou tomar banho. Cascão os chama de bobões e egoístas, eles falam que é instinto de sobrevivência. Cascão derruba a rede de vôlei deles e vai embora e Mônica fala que não tem culpa de Cascão ser um porquinho.
A turma segue o jogo de vôlei, Mônica ganha, Xaveco acha covardia dois contra a Mônica e vão tomar suco na casa da Mônica. Lá, veem noticiário na TV que ocorreu um assalto no banco do bairro do Limoeiro, bandido violento, dominou guardas, ameaçou clientes, uma diz que ele tinha revólver e estava com coceira no dedo e era feioso, baixinho e muito sujo.
Quando veem retrato falado do bandido, a turma pensa que era o Cascão e se desesperam, acham que o deixaram muito nervoso, se revoltou e partiu para carreira do crime e ficam tristes pelo amiguinho. Até que aparece o Cascão e eles se escondem assustados atrás de uma pedrona. Eles com medo procuram não contrariar o Cascão, que acha que estão arrependidos e pergunta se querem brincar com ele de mocinho e bandido e mostra segurando uma arma.
A turma volta para a pedrona, Cascão manda para virem perto dele, a turma diz que vai, mas não é para atirar. Cebolinha pergunta para o Cascão se eles sempre foram amigos. Cascão responde que mais ou menos, sempre foi forçado a participar de planos infalíveis contra a Mônica e sempre apanharam. Cebolinha diz que então o problema é com a Mônica e pode atirar nela. Cascão fala que atira em quem ele quiser porque ele é o Kid Cascão, o Justiceiro, o gatilho mais rápido, o mais temido e eles são uns ratos.
A turma concorda com tudo, Cascão fala que têm desafiá-lo senão, não tem graça. A turma não concorda, Cascão diz que está com coceira nos dedos e os três fogem para a pedrona. Aparece a Maria Cebolinha, eles acham que Cascão quer deixá-la como refém, imploram para ter dó, é só uma criancinha indefesa. Cebolinha corre até lá e leva a irmãzinha para a pedrona.
Para saírem da situação, o trio vai junto ao Cascão, se fazem de camaradas, enchem de elogios, conseguem prendê-lo e o leva para o guarda, dizendo que prenderam o assaltante do banco e que estão com a arma do crime. O guarda diz que estão ocupados, capturando o verdadeiro assaltante Cara-Suja.
A turma vê que é diferente do retrato falado e que a arma era de brinquedo e pedem desculpas ao Cascão que confundiram com bandido, que foi uma bobagem pensarem isso logo dele e convidam para brincar. Bate um vento forte, o cheiro do Cascão vai em direção a eles, derrubando todos e Cascão comenta que às vezes pode ser também muito perigoso.
História legal em que Mônica, Cebolinha e Xaveco acham que o Cascão era assaltante de banco ao verem um retrato falado na televisão. Ficam com medo do amigo bandido e com arma na mão e depois de um tempo conseguem prendê-lo e levá-lo para o guarda, quando descobrem que o verdadeiro assaltante era outro só um pouco parecido com o Cascão. No final, eles são derrubados pelo mal cheiro do Cascão, mostrando que ele pode tão perigoso quanto bandido de conseguir derrubar alguém.
Foram precipitados em achar que o Cascão era o assaltante só de ter visto o retrato falado, não era nem uma foto real. Se investigassem mais, veria que tinha nada a ver. Tinham consciência pesada que não deixaram o Cascão brincar por causa do mal cheiro e imaginaram que foi para o mundo do crime como revolta por causa deles. Como se Cascão ia fazer isso, estava pouco se lixando, já estava acostumado a ser rejeitado por ser sujinho. Engraçado que coincidiu com ele com arma e querendo brincar de mocinho e bandido, aí a turma ficou desesperada, principalmente da coincidência do Cascão dizer que está com coceira no dedo como também falou o bandido quando estava prestes a atirar.
Podiam ter perguntado ao Cascão por que assaltou banco, ele ia negar e ver que ele não era o bandido. O medo era tão grande que ne conseguiam pensar. Sem dúvida o fedor do Cascão derruba qualquer um, não foi à toa que ele disse que consegue ser muito perigoso que nem um bandido. Foi legal a presença da Maria Cebolinha, como Dona Cebola deixa Maria Cebolinha engatinhar sozinha na rua. Até que foi bonito gesto do Cebolinha salvar a irmã, mesmo achando que ela torra a paciência dele.
Foi engraçado "pensando na morte da bezerra", Cebolinha mandar atirar na Mônica por causa de bater neles nos planos infalíveis fracassados. Interessante que dessa vez não colocou a Magali, deixando o Xaveco no lugar, foi bom que diferenciou. "Sandra Canarinho" foi paródia da jornalista Sandra Passarinho. Considerando horário que estavam assistindo, provavelmente era o "Jornal Hoje" da TV Globo e, assim, o apresentador seria o William Bonner, que apresentava o jornal na época.
Cascão foi o personagem que mais teve tramas policiais, tiveram muitas com ele lidando com gangue de bandidos, tiroteios, assaltos a banco a mão armada, sendo sequestrado, era quase uma característica fixa de histórias com ele. Os outros personagens podiam ter, mas com Cascão costumavam deixar tramas mais pesadas que o normal.
É impublicável hoje em dia, sem chance de ter bandido nas histórias e muito menos personagem principal ser o bandido, além de Cascão aparecer de arma na mão, mesmo de brinquedo não pode mais e até envolver um bebê como Maria Cebolinha. Tanto que nunca foi republicada até hoje, deveria ter sido a partir de 2008, quando estavam republicando histórias de abertura do Cascão de 1995, mas como já estava na Panini e o politicamente correto consolidado, acabaram não republicando. Também mudariam TV de tubo para uma TV LED por povo do politicamente correto não gostarem de coisas datadas e expressões populares como "pensando na morte da bezerra".
Traços ficaram bons, típicos de histórias dos anos 1990. Esse gibi do 'Cascão Nº 215' teve data de expediente como março de 1995, sendo o terceiro gibi dele lançado naquele mês, mas saiu atrasado nas bancas, sendo lançado só em abril. Curioso que fiquei sabendo que assinantes da Globo não recebiam o terceiro gibi quinzenal de Cascão, Chico Bento e Magali, sempre recebiam dois no mês, aí em vez de 26 gibis de cada por ano recebiam 24. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.