sábado, 18 de outubro de 2025

Magali: HQ "Cadê a boca"

Mostro uma história em que a Magali amanhece sem boca e fica desesperada porque não consegue comer. Com 5 páginas, foi história de miolo publicada em 'Mônica Nº 27' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Mônica Nº 27' (Ed. Globo, 1989)

Magali acorda e descobre que a sua boca sumiu quando foi escovar os dentes e fica desesperada. A mãe, Dona Lili, acha que deve ter chupado muito limão e Magali diz que ela só comeu 3 bolos, 4 tortas e 2 pudins antes de dormir Ela tenta tomar café-da-manhã e não consegue, com leite e melancia caindo quando encosta na região da boca.

Magali sai para brincar com os amiguinhos para tentar esquecer esse problema. Mônica oferece sorvete, Magali chora e diz que como vai poder comer. Mônica se dá conta que a boca da amiga sumiu, Magali fala que o problema que está faminta e Mônica a leva para procurar a boca no "Achados e Perdidos", mas lá tinha de tudo, menos a boca.

Magali chora porque vai morrer de fome e Mônica leva o Mauricio de Sousa para ajudar. Mauricio fala que o desenhista deve estar com produção atrasada e esqueceu do detalhe de desenhar a boca da Magali. Mauricio desenha a boca e Magali comemora que voltou ao normal e no final ela pede mais um favor para o Mauricio, de desenhar sem parar várias comidas como frango, sorvete, tortas, coxinhas, para ela comer e matar a fome que estava sentindo.

História legal em que a Magali amanhece sem boca e fica desesperada porque consegue comer nada. Mauricio foi o salvador de desenhar a boca dela e não mais morrer de fome, só que Mauricio foi ajudar e ainda sobrou para ele largar seus afazeres no estúdio para desenhar comidas para Magali sem parar, afinal, com a fome que estava, tinha que comer bastante para compensar o tempo que ficou sem comer quando estava sem boca.

A justificativa da Magali sem boca foi por esquecimento do desenhista com pressa para entregar sua produção atrasada, muito bem bolado. Absurdo do início ao fim, principalmente de Magali sem boca, mas falava normalmente, como a Mônica frisou que só em histórias em quadrinhos para acontecer isso, podia acontecer de tudo. A Dona Lili agiu bem natural ao ver a Magali sem boca, sem grande preocupação, poderia ter levado a filha para o médico, pelo visto ela deve ter gostado porque economizaria na conta do supermercado.

Foi engraçado ver a Dona Lili dizer que a Magali estava sem boca por ter chupado muito limão, Magali dizer que comeu apenas 3 bolos, 4 tortas e 2 pudins antes de dormir, imagine se ela comesse muito, tudo que comia ou bebia caindo quando estava sem boca, as meninas procurarem a boca no "Achados e Perdidos" do bairro.

História é da época que a Magali tinha conseguido revista própria há pouco tempo e tinham histórias solo dela nos gibis da Mônica. Magali teve o lançamento de seu gibi em fevereiro de 1989, por toda a década de 1980 tinham histórias solo dela ocasionalmente, sendo que em 1988 passou a ser bem frequente como forma de divulgar a futura revista e depois continuou em 1989 para leitores terem uma ideia do que poderia encontrar nas revistas dela caso não tenham comprado ainda. Normalmente eram histórias com absurdos exagerados da gula da Magali, mostrando a real característica raiz dela.

A metalinguagem estava em alta nos gibis a partir dos anos 1980, principalmente no final da década, com maior presença do Mauricio e roteiristas participando, nem que fosse só no final. Poderia o Mauricio ou funcionários aparecerem direto na história ou personagens nos quadrinhos conversarem com eles no estúdio, não tinha padrão, variava de cada roteiro. Isso de Magali aparecer sem boca, risco de crianças rabiscarem, querendo desenhar a boca que faltava em cada quadro. 

Essa história é incorreta atualmente por todos absurdos e exagero de comilança da Magali, além da Dona Lili aparecer de avental e proibida a palavra "Minha nossa!". Os traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo, destaque para o cabelo da mãe da Magali bem diferente, sendo que ás vezes ela aparecia assim nos anos 1980 antes da Magali ter revista, ou por estilo de desenhista ou como forma de experiência para encontrar traços definitivos para a Dona Lili. E a postagem serve como comemoração do mês de aniversário do Mauricio de Sousa, 90 anos de muito sucesso, tudo de bom.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Chico Bento: HQ "Letra Feia"

Dia 15 de outubro é Dia dos professores e, em homenagem, mostro uma história em que a Professora Marocas manda o Chico melhorar caligrafia porque estava com letra tão feia que não conseguia entender o que ele escreveu na prova. Com 4 páginas, foi história de miolo publicada em 'Chico Bento Nº 6' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Chico Bento Nº 6' (Ed. Globo, 1987)

Professora Marocas entrega as provas dos alunos, chega a vez do Chico Bento, que está animado para saber a nota que tirou e a Marocas diz que não sabe, não conseguiu ler a prova, com garranchos que não dá para entender e não sabe se está escrito em português ou em grego. Chico acha que é exagero da Marocas, que fala que ele tem letra horrorosa e manda melhorar a caligrafia.

Chico sai da escola triste, encontra a Rosinha, que diz que recebeu a cartinha que mandou para ela e manda traduzir porque entendeu nada do que escreveu e é pior que letra de médico. Chico diz que depois escreve outra carta para ela. Chegando em casa, Dona Cotinha pergunta se o filho entregou a lista de venda do Nhô Tonico do jeito que ela pediu, Chico afirma e Seu Tonico fala que entendeu nada da letra e Chico diz que foi ele quem escreveu. Nhô Tonico vai trocar mercadoria e Dona Cotinha manda melhorar letra.

Chico fica um tempão fazendo caligrafia. Depois com a letra melhorada, entrega lista de compra para o Nhô Tonico, que entendeu tudo e a Rosinha gostou da cartinha nova, diz que nunca recebeu uma carta tão bonita e com letra caprichada. No final, na escola, em dia de prova, Professora Marocas comenta que a letra está bonita e agora consegue avaliar a prova dele e que ele tirou nota zero, errou tudo, tem que estudar mais História, Geografia, Gramática, Aritmética.

História legal em que o Chico Bento é chamado atenção pela professora Marocas dizendo que tem letra feia e também pela Rosinha e pela mãe . O jeito foi fazer caligrafia até melhorar a letra e consegue no final, só que continua tirando nota zero na escola porque ele não sabe as matérias. Ou seja, antes tirava zero porque a professora não entendia a letra, depois zero porque não acertava as questões.

Chico sempre burro, mas dessa vez se esforçou para ter letra bonita. Se soubesse que ia tirar zero da mesma forma, nem precisaria de tanto esforço, poderia ter continuado com a letra feia, melhor nota zero por letra feia do que por ser burro, mas também tinha intenção de agradar a Rosinha e a mãe, não foi só por causa da escola o desejo de ter letra bonita, por isso também o seu esforço, que foi em vão para a escola. 

Engraçado ver discussão da professora com o Chico, Rosinha dizer que ele tem letra pior que de médico, o Nhô Tonico dizer que ele tem letra disgramada, nem Chico entender a própria letra e a cara que fez no final ao descobrir que tirou zero por errar tudo na prova. Rosinha estudou com Chico dessa vez sendo que isso não tinha um padrão, variava confirme melhor atender roteiros, só que o mais comum era não estudarem juntos, com Chico estudando de manhã e ela, de tarde.

História típica de miolo, mais simples e objetiva, porém com muita qualidade. Mostrou importância de ter letra bonita pra ter elogios e melhores oportunidades, tudo era inspiração para criar histórias, hoje pessoal nem liga pra ter letra bonita já que é tudo informatizado, digitar o que quer e nem precisa escrever, daqui a pouco até em escolas vão abandonar provas escritas a mão. Incorreta atualmente por ter Chico burro, professora dizer na cara que ele tem prova horrorosa rebaixando aluno, Nhô Tonico de avental, além de palavras proibidas "disgramada" (por lembrar "desgraçada") e "Diacho!" (por associar a "Diabo"). 

Traços muito bons, até com ângulos diferentes do Chico dando um charme a mais. O quadro negro teve recurso de pontinhos pretos juntos formando o cinza. As cores foram do estilo dos primeiros meses da Globo de 1987 com personagens com pele mais rosadas, porém já perdendo o tom de azul aquarela e tons começando a desbotar comparando com os primeiros números daquele ano. Na prática, até março de 1987 com cores mais fortes e nesse gibi de abril já começando a desbotar, ficando mais apagadas ainda no segundo semestre daquele ano. 

FELIZ DIA DOS PROFESSORES!!!

domingo, 12 de outubro de 2025

Franjinha: HQ "Feliz Dia Da Criança"

Dia 12 de outubro comemoramos  o "Dia das Crianças" e em homenagem mostro uma história em que o Franjinha não queria ser criança e desejava namorar uma vizinha mais velha que ele que o ajudava nas lições da escola. Com 5 páginas, foi publicada em 'Almanaque da Mônica Nº 14' (Ed. Abril, 1982).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 14' (Ed. Abril, 1982)

Os pais do Franjinha fazem surpresa para ele pelo "Dia da Criança", Seu Carlos comprou dois ingressos para irem ao circo, Dona Elza fez seu bolo predileto e até Bidu quis parabenizá-lo. Franjinha despreza tudo, os pais perguntam se ele quer ir ao parque de diversões e um outro sabor de bolo e Franjinha diz que está bem crescidinho,  acham que ele tem idade do Cebolinha e vai para o quarto, deixando os pais tristes.

Franjinha coloca um terno e avisa aos pais que vai dar uma saidinha e se voltar um pouco tarde não é para se preocuparem. Eles observam Franjinha pegando flores do quintal e fecham a porta. Franjinha vê sua vizinha, uma garota mais velha por quem tinha interesse, lendo um livro e vai falar com ela. Franjinha fala que queria pedir uma garota ser namorada dele. A vizinha acha que ele é novo para namorar. Franjinha diz que tem 15 anos, ela fala que jurava que ele tinha 9 anos e ele diz que faltam só 6 anos para os 15.

Aparece o Godofredo, namorado da vizinha, que apresenta o Franjinha ao namorado e diz para ele que é vizinho dela e que ajuda nas lições da escola. Franjinha fica sem graça, diz que era coisa sem importância o que ia falar e vai embora. Depois, uma menina da idade dele vê o Franjinha chorando, pergunta se esqueceram dele no "Dia da Criança" e lhe dá um beijo no rosto. Franjinha fica animado, volta para casa e pergunta para os pais se vão ao circo e pelo bolo gostoso, ficando os pais felizes.

História legal em que o Franjinha acha que não é mais criança, não aceita a comemoração do "Dia das Crianças" pelos pais e resolve pedir em namoro a vizinha mais velha que ajudava nas lições da escola. Franjinha se ilude ao saber que a vizinha tem namorado e ao ser consolado e beijado por uma menina da idade dele, volta a se interessar em ser criança e aceita as comemorações dos pais.

Como se apaixonou pela vizinha mais velha, Franjinha pensava que já era rapazinho. De fato não era uma criança pequena como o Cebolinha, mas ainda era criança com 9 anos, no auge da infância. Enrolou um pouco em se declarar para ela, disse que estava apaixonado por uma garota, mas sem dizer que era por ela, aí fica a dúvida se a vizinha percebeu ou não desde o início que o Franjinha estava apaixonado por ela. Com a desilusão amorosa e a menina dar um beijo, Franjinha tem interesse em ser criança e comemorar o dia com os pais só por causa de ela ser criança. 

Franjinha não agiu bem com os pais, interessante que os pais não deram uma dura nele, quererem satisfação da atitude dele de não querer ser mais criança, deixando o filho mandar e fazer o que quiser, até fecharem porta quando estavam observando escondidos no quintal depois que perceberam que ele viu que estava sendo observado e ter feito cara feia para eles. Bidu foi fofo querendo parabenizar o dono, pena Franjinha também não ter dado confiança nem para ele. Foi engraçado o Franjinha colocar terno para se mostrar que era rapazinho, dizer para vizinha que tem 15 anos, enrolar para se declarar para vizinha e a surpresa dele que ela tinha namorado.

História do Franjinha solo sem a ver com suas invenções e experiências no laboratório, era normal na época Franjinha ter histórias solo nos gibis e eram boas. Bidu dessa vez agindo só como cachorro normal junto com a família do Franjinha. Nome da vizinha não foi revelado nem da menina que deu beijo no Franjinha, todos os figurantes apareceram só nessa história. E descobrimos que a real idade do Franjinha é de 9 anos enquanto os outros da turminha tinham 6 anos.

Teve mensagem de alertar crianças que querem crescer logo, que deve aproveitar a infância que passa rápido e depois vai sentir saudade, e mostrou também crianças que se apaixonam por professores ou alguém mais velho do seu convívio diário, também bem recorrente na vida real. É incorreta atualmente por isso de Franjinha não querer ser criança, fazer desfeita para os pais e mandar mais que eles, se apaixonar uma mulher mais velha e depois pela menina da idade dele por envolver namoro entre crianças. 

Os traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo da primeira metade dos anos 1980, com destaque do recurso de pontinhos juntos em fundo branco para formar o cinza do vestido da Dona Elza e da toalha de mesa. Tiveram erros de Dona Elza sem lábios com batom no último quadro da primeira página e terceiro quadro da segunda página e Bidu com olho azul no último quadro. O terno do Franjinha e calça do Seu Carlos tiveram uma junção de calça com sapato em um só, um estilo muito usado na época para agilizar desenhos que nem pode considerar como erro.

Foi uma história inédita em almanaque e nessa edição ainda teve mais 2 histórias inéditas e a tirinha final e o resto foram republicações de histórias dos gibis da Mônica de 1975, mais focadas com brincadeiras ente eles para dar ideia de tema de "Dia das Crianças". Essa história nunca foi republicada até hoje assim como as de outros almanaques da Editora Abril que tiveram histórias inéditas já que procuravam escolher só as que saíam nos gibis convencionais e as inéditas de almanaques ficaram esquecidas. Então, poderia ter sido republicada na Globo a partir de 1987 e como não foi, é rara e só quem tem esse 'Almanaque da Mônica Nº 14' da Abril que a conhece.

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Capa da Semana: Cascão Nº 45

Nessa capa, enquanto Cebolinha olha o boizinho formado pelas nuvens, Cascão prefere admirar o porquinho formado pela fumaça que soltava da fábrica. Por não ser nuvem, que lembra água e chuva para o Cascão, a poluição da fábrica foi melhor por remeter à sujeira e a formar um porquinho, sem dúvida foi tudo a ver com o Cascão. De nuvem ele quer distância, mesmo que não esteja ameaçando chuva. 

Era comum personagens olhando imagens formadas por nuvens em capas, histórias e tirinhas, normalmente nuvens formando coisas de acordo com características deles, eram legal quando tinha isso. Essa capa ficou muito bem desenhada e se torna incorreta hoje por Cascão fazer apologia à poluição.

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 45' (Ed. Globo, Setembro/ 1988).

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Chico Bento: HQ "Beleza interior"

Em outubro de 1995, há exatos 30 anos, era publicada a história "Beleza interior" em que o Chico resolve fazer cirurgia plástica e mudar de rosto depois de achar que a Rosinha não gosta dele por ser feio demais. Com 16 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 227' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Chico Bento Nº 227' (Ed. Globo, 1995)

Escrita por Rosana Munhoz, começa com Rosinha admirando pôsteres dos atores Tom Cruiz e Mel Guibisom na entrada  do cinema na frente do Chico Bento e comenta como eles são lindos. Chico pergunta sobre ele e Rosinha lhe dá um beijo e responde que ele é lindo por dentro.

Chico vai à clínica do Doutor Tonico, querendo passar na máquina de tirar fotografia por dentro do corpo. Sai de lá com a radiografia, mostra para a Rosinha, que estava conversando com a Glorinha, dizendo que se já que acha que é lindo por dentro, resolveu dar uma lembrança para ela. Rosinha fala que mesmo ele não sendo bonito por fora, é bom, fiel, generoso. Glorinha complementa que concluindo o Chico é feio. 

Rosinha diz que beleza não é importante, porque tem muitos bonitões que abre a boca e não tem nada por dentro e Chico acha que eles são banguelas. Rosinha explica que abrem a boca e sai nada de interessante e Chico pergunta se são mudos. Rosinha grita que são burros e Glorinha complementa que nem o Chico, que além de feio é tonto e que em compensação tem outros que nem precisa abrir a boca, olhando para um menino loiro bonito que passava na hora.

Chico vai embora, Rosinha fala que gosta dele, que fala que por enquanto, só aparecer lá o Tom Cruiz Credo que ela vai se apaixonar e termina namoro com a Rosinha. Depois, Chico chora, diz para o Zé da Roça porque é feio e Zé diz que isso ele sempre foi e Chico fala que foi só agora que a Rosinha passou a preferir os atores bonitões a ele.

Zé da Roça conta que o Uvo Pitangão está na cidade. Chico acha que é um ator bonitão, Zé fala que é cirurgião plástico e Chico não quer saber de plástico. Zé explica que Uvo Pitangão é médico, está de férias lá e sabe mudar o rosto das pessoas, que foi ele quem fez o nariz da Tuxa, queixo da Vera Fixa e orelha da Xero Istone.  

Eles chegam lá e tem uma fila enorme em frente a casa onde Uvo Pitangão estava hospedado, querendo que opere nariz, diminuir queixo, orelhas de abano, etc, mas quando veem o Chico deixam ele passar na frente porque o caso dele é mais grave do que deles. Um repórter, que estava na árvore, segura o Chico e joga na chaminé  e caindo na casa do Pitangão.

Chico pede para Pitangão fazer ele ficar bonito, Ivo fala que está de férias e vai operar ninguém e depois vê que é uma criança. Chico fala que a namorada não gosta dele porque é feio e Pitangão leva Chico para o quarto e muda o rosto dele, ficando bonito, sem anestesia e nem cobra nada. Chico comenta que está com calor, Pitangão conta que é normal e depois passa. O povo lá fora se impressionam como o Chico ficou, um verdadeiro milagre, e ficam desesperados para fazerem plástica também.

Chico vai fazer surpresa para Rosinha, que está triste que ele está magoado com ela e Glorinha acha que é melhor porque ela está livre para namorar alguém que preste como o bonitão ali. Ele se apresenta que se chama Chico, Rosinha fala que é mesmo nome do namorado dela e mesma roupa. Chico diz que é mais bonito que ele, lindo olhos, cabelos e quando abre boca tem lindos dentes. 

Pergunta se a lindeza quer namorá-lo, que também é uma lindeza. Rosinha recusa, acha que é um metidão como os outros, nem se compara com o Chico. Ele pergunta se prefere aquele feioso do que ele., Rosinha diz que mil vezes e vai embora. Glorinha diz para não ligar, que prefere ele e Chico sai correndo dela.

Depois, conta para o Zé da Roça que deu mancada, que a Rosinha prefere como ele era e não quer ser mais lindo. Uvo Pitangão aparece disfarçado, fugindo para viajar para o exterior, que férias lá estava adiantando nada. Chico implora que antes poderia fazer voltar como era antes. Pitangão fala que é fácil, Zé estranha que sem anestesia e sem nada, e descobrem que era só uma máscara que o Pitangão colocou no rosto do Chico. Diz que jamais ia operar uma criança assim e quando crescer, se ainda estiver insatisfeito com o rosto, aí sim, o procure.

Chico fica feliz com o seu rosto antigo de novo, se encontra com a Rosinha, fazem as pazes, comemorando que ela gosta do jeito que ele é e nunca mude nada nele. Em seguida, Rosinha volta a admirar pôsteres do Tom Cruiz e Mel Guibisom no cinema e Chico diz  que quem sabe daqui alguns anos dê uma podada na orelha, um toquinho no nariz e uma ajeitada nos dentes.

História legal em que o Chico resolve fazer cirurgia plástica depois de ver Rosinha admirando pôsteres de atores internacionais e ele achar que a namorada preferia os atores bonitões a ele. O cirurgião Uvo Pitangão faz Chico ficar belo bem rápido e ele tenta se aproximar da Rosinha e descobre que ela prefere como ele era antes da cirurgia. Pitangão faz  Chico voltar ao normal apenas tirando a máscara que havia colocado e Chico faz as pazes com a Rosinha, sendo que como continua com ciúmes da Rosinha admirando os atores, pretende dar uma ajeitadinha no nariz, orelha e dentes quando crescer.

Vimos que essa vez foi o Chico quem terminou namoro com a Rosinha, não o contrário, tudo por ciúmes dos atores bonitões do cinema e pensava que por ele ser feio a Rosinha não gostava dele. Depois de ficar belo, através do Uvo Pitangão Chico não revelou para a Rosinha que era ele após a plástica para ver se ela namorava um bonitão qualquer e só aí descobriu que ela gostava do jeito que ele era, pela sua beleza interior. Na verdade, era o que ela querendo dizer desde o início só que ele não entendia.

Apesar de tudo que passou, Chico não aprendeu lição no final, continuou com ciúmes da Rosinha com os atores e quando crescer queria fazer plástica para ver se melhorava a aparência e Rosinha poder admirá-lo também pela beleza de fora. Rosinha nem para desconfiar vendo que o bonitão usava a mesma roupa do namorado. Se Chico tivesse revelado que era ele, podia ter outro caminho,  a Rosinha aceitá-lo e nem preele se arrepender depois.

Chico foi injustiçado que todos achavam que ele era extremamente horroroso, até pior de quem estava na fila na casa do Uvo Pitangão, que deram a vez para ele entrar lá primeiro porque era um caso perdido e só milagre para embelezar. A máscara que o Pitangão colocou foi perfeita de todos convencerem do milagre de deixar Chico bonitão, engraçado que mesmo com calor, Chico não percebeu que estava de máscara o tempo todo.

 A Glorinha, amiga da Rosinha, também não se enxergava, falava que Chico é feio, jogava para baixo mas ela também era muita feia, tanto que ele correu quando ela despertou interesse quando estava bonitão. Glorinha apareceu só nessa história, com ode costume de personagens criados para uma história, mas, com essa personalidade retratada aí, bem que poderia ter sido efetivada como uma menina para causar intriga, uma espécie de Denise da roça.

Chico foi bem lerdo nessa, não intendeu que lindo por dentro era beleza interior de bondade e fazer Raio-X para agradar a Rosinha, ao dizerem que abrir boca e não tem nada por dentro e ele achar que não tem dentes, dizerem abrir a boca e tem nada de interessante e Chico pergunta se são mudos, confundir cirurgião plástico com plástico comum. Eram muito divertido quando ele agia assim na inocência e se passando por burro e retardado na visão dos outros.

Engraçado também o porteiro dormindo porque ninguém na roça ia para cinema, Chico dizer que Raio-X era tirar fotografia por dentro, as paródias dos atores e artistas e ainda Chico complementar Tom Cruiz Credo, Glorinha esculachar que Chico era feio e burro, Zé da Roça dizer que feio o Chico sempre foi, a fila enorme para tentar fazer plástica com o Uvo Pitangão, geral achar Chico extremamente feio, mesmo os outros serem bem mais feios que ele, pessoal na fila dizendo o que eles têm de feio, inclusive a mulher gata achando que tinha que mudar tudo nela, a surpresa do povo do milagre que o Pitangão fez com o Chico e a descoberta depois que era só uma máscara.

As paródias foram um show a parte, foram várias nessa. Tiveram: "Tom Cruiz" (Tom Cruise), "Mel Guibisom" (Mel Gibson), "Uvo Pitangão" (Ivo Pitanguy), "Tuxa" (Xuxa), "Vera Fixa" (Vera Fisher), "Xero Istone" (Sheron Stone). Seja com presença física ou só com trocadilho nos nomes, uma paródia mais criativa que a outra. E hilário Zé da Roça citar que foi o Pitangão que fez cirurgia plástica na Tuxa, Vera Fixa e Xero Istone. Em relação a pessoal da fila, curioso uma mulher com charuto na boca igual à Dona Catifunda da "Escolinha do Professor Raimundo", também não deixa de ser paródia.

Além de divertir, história teve mensagem positiva de não se preocupar com beleza exterior, tem que gostar como você é e não seguir padrão de beleza que os outros acham que é mais bonito e muito menos recorrer a cirurgia plástica para agradar o padrão e que o mais importante é a beleza por dentro, de se ruma pessoa boa, generosa e fiel. Apesar da mensagem, incorreta de bullying de Chico ser feio e burro, criança recorrer a cirurgia plástica, namoro entre crianças, além de certas palavras do caipirês diferentes do que colocam atualmente como "mió" que agora colocam "mior".

Traços ficaram bons, típicos dos anos 1990. As cores seguiram com degradê em todos os quadros, inclusive em gramas, muros, portas, etc, e balões coloridos em degradê quando o fundo era branco. Em 1995, sobretudo no segundo semestre, também estava bem frequente histórias de abertura da Rosana com quadros divididos em 3 linhas por página ou até 6 quadros por página ao invés do tradicional 4 linhas por página sou até 8 quadros. Desde 1989 já se podia ver enquadramentos assim algumas vezes, porém em 1995 já estava bem maior. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Cebolinha e a Turma: HQ "A pracinha da Mônica"

Há 40 anos, era inaugurada a "Pracinha da Mônica" e fizeram uma história especial em que a turma se transforma em brinquedos por causa de um mecânico de brinquedos que se revolta com crianças e Cebolinha precisa fazer seus amigos voltarem ao normal. Com 15 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 154' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Cebolinha Nº 154' (Ed. Abril, 1985)

João, o mecânico do parque de diversões do bairro reclama que odeia crianças, ficam destruindo os brinquedos deles, não ficaria lá se não precisasse tanto do emprego, conta que deixam tênis nas engrenagens da roda gigante, entope espingardas de rolha com chiclete. 

O dono do parque avisa que grudou um pirulito na montanha-russa e aí João se cansa das crianças estragarem os brinquedos deles, o dono fala que os brinquedos não são dele, são do parquinho e que não devia ficar cinco anos sem tirar férias, os nervos estão à flor da pele. João vai desligar a chave geral do parque inteiro para todos os brinquedos pararem. 

O dono tenta impedir, não consegue e João  dá um curto-circuito em todos os brinquedos do parque. O corpo do João fica todo eletrificado e vai me direção a uma criança chorando. O dono impede martelando forte a máquina de prêmios onde o João estava em cima jogando para cima, o corpo eletrificado passa por cima de nuvens carregadas de poluição e elementos químicos de uma fábrica, parando onde a Turma da Mônica estava brincando, abrindo uma cratera.

A turma se assusta com o raio e com a cratera e quando olham veem o João transformado em João Transformão. Cebolinha reclama que ele quebrou os brinquedos deles e exige que conserte senão vai falar com o pai dele. João Transformão chama de crianças imbecis e que vai fazer melhor que isso. Mônica quer dar coelhada nele por ter chamado de imbecis e João Transformão e faz a Mônica virar um jogo de amarelinha.

João Transformão avisa que vai transformar todas as crianças do mundo em brinquedo porque vai ser a vez de brincar com eles e se quebrar, não vai precisar consertar. A turma acha que João Transformão é doido, tentam fugir e consegue transformar Magali e Cascão, mas Cebolinha consegue fugir. Magali vira cubos gigantes para montar, o gibi dela com o Jotalhão vira escorregador e o Cascão virou piscina de pescaria.

Cebolinha tenta ajudar os amigos, pega a varinha de pescar do Cascão e pesca a chave do poder do João Transformão e sem ela, pode transformar nem destransformar nada. João Transformão corre para recuperá-la e escorrega na casca de banana que estava no jogo de amarelinha da Mônica e cai na piscina de pesca do Cascão, que dá uma mordida nele, dizendo que ele tem um gosto horrível. João Transformão cai no escorregador do Jotalhão e fica preso nos cubos da Magali.

Quando Cebolinha ia fazer os amigos voltarem ao normal, aparecem crianças tristes que vai demorar uma semana para o parquinho voltar a funcionar e não sabem onde vão brincar agora. Assim, no final, Cebolinha deixa seus amigos transformados em brinquedos por mais uma semana e avisa que eles estão fazendo a alegria da criançada brincando neles.

História de aventura legal em que o mecânico do parquinho do bairro se revolta com as crianças destruindo brinquedos que ele conserta e resolve se vingar desligando a chave de energia do parque, mas leva um curto circuito e vira o vilão João Transformão, que quer transformar todas as crianças do mundo em brinquedos. Começa com a Turma da Mônica, só o Cebolinha foge e consegue que seus amigos voltem ao normal. No final, Cebolinha permanece os amigos como brinquedos para ajudar as crianças que ficaram sem brinquedo até o parquinho voltar a funcionar.

Mesmo transformados em brinquedos, a turma falava e reclamava de serem brinquedos e ainda ajudaram o Cebolinha a capturar o João Transformão, foi legal, já que podiam ficarem inanimados com as transformações. Foram bem ágeis em capturar o vilão, se desse algum erro e o João Transformão transformasse o Cebolinha em brinquedos, nenhuma escaparia também. Cebolinha fez boa ação deixando amigos como brinquedos, não podia deixar as crianças tristes sem brincar. João Transformão também se transformou em brinquedos no final como castigo, um pula-pula transformado pelo Cebolinha.

João foi muito perverso só para se vingar das crianças que destruíam os brinquedos do parque. Teve a justificativa de que estava cinco anos sem tirar férias, e o acúmulo de serviço passou a irritá-lo e descontar o estresse com as crianças. Interessante que o João mudou de aparência depois de se transformar em João Transformão, de um senhor comum com boné e roupa de mecânico passou a ter camiseta estampada com letra "T" e calça vermelha, capa preta nas costas, bigode com formato de chave inglesa e cabelo maior e penteado para cima, dando um visual mais jovial. E uma chave inglesa servia para transformar as crianças em brinquedos.

Boa sacada de um gibi com o Jotalhão que a Magali estava segurando virar o escorregador do Jotalhão, sinal que se os outros estivessem também segurando objetos também se transformariam em brinquedos, não eram apenas as crianças. Para o desespero do Cascão, foi justo se transformar em uma piscina, sorte dele que não tinha água nessa piscina, só lembra mesmo objeto de água. Procuraram colocar alguns brinquedos que foram marcas registradas da verdadeira "Pracinha da Mônica" como escorregador de Jotalhão, o pula-pula e a pescaria. Sendo que na Pracinha, o pula-pula era do Jotalhão e a pescaria era do Chico Bento.

Foi engraçado ver crianças que jogaram tênis nas engrenagens da roda-gigante, chiclete na espingarda de rolha e pirulito na montanha-russa. De certo ponto o João tinha razão de reclamar. Legal também o curto-circuito do João e sua transformação em João Transformão,  a transformação lenta da Mônica de jogo de amarelinha, agilidade da turma em capturar o vilão, o Cascão como piscina morder o vilão e ainda dizer que tem gosto horrível e a cara deles de permanecerem como brinquedos para agradar as crianças do bairro.

Ficou em aberto o destino do João Transformão após uma semana do parquinho do bairro voltar a funcionar. Se deixaram eternamente como brinquedo, ou se continuou como João Transformão e ser preso pelas vilanias, ou se voltou a ser o mecânico João, sem se lembrar que tinha virado João Transformão e se precisaria pagar pelo que fez ou não, ou se ele se arrependeu de odiar as crianças. Várias possibilidades após a história acabar, ficando tudo na imaginação do leitor de dar a conclusão que achar mais conveniente.

João Transformão voltou aparecer depois em 'Clássicos do cinema Nº 29 - Tô na História' (Ed. Panini, 2011) como o responsável de transformar os personagens em brinquedos na paródia do filme "Toy Story", também foi lembrado depois no gibi comemorativo de 'Cebolinha Nº 500' (Cebolinha Nº 86 - Ed. Panini, 2014) junto com outros vilões e elementos de outras histórias que marcaram época nas revistas do Cebolinha até então e depois teve uma participação em um quadrinho na história de abertura de 'Mônica Nº 14' (Ed. Panini, 2016). 

Traços ficaram bons, típicos dos anos 1980, já com estilo consagrado dos personagens. Teve erro  do mecânico João com bigode branco em alguns quadros. Incorreta atualmente por João odiar crianças, levar curto circuito, ter espingarda de brinquedo, além de palavras e expressões populares de duplo sentido ou de cunho religioso como "nervos estão à flor da pele", "Meu Deus!", "Maldição!" e Cebolinha pensar com dislalia, trocando "R" pelo "L", hoje ele pensa sem trocar letras.

A Pracinha da Mônica, que serviu de inspiração e divulgação para essa história, foi um parque itinerante que durou entre 1985 a 1991 com brinquedos temáticos da Turma da Mônica. Ficava em uma cidade por cerca de 2 semanas e depois viajava para outro local do Brasil, todos os estados receberam a Pracinha da Mônica ao longo dos anos. Tinham brinquedos variados com destaque ao "Escorregador do Jotalhão", "Atelier da Mônica", "Pescaria do Chico Bento", "Labirinto do Astronauta", entre outros. A partir de 1993 o Parque da Mônica ficou no lugar da Pracinha, como parque fixo em São Paulo, o que tirou o lado itinerante de todos poderem ir e não precisar viajar para ir ao Parque da Mônica de São Paulo. Aqui uma das propagandas da Pracinha da Mônica que saíam nos gibis da época e mostravam as cidades onde estariam nos próximos meses. 

Propaganda tirada de 'Cebolinha Nº 46' (Ed. Globo, 1990)

Foi bom relembrar essa história clássica há exatos 40 anos, que ainda ajudou a divulgar a "Pracinha da Mônica" e homenagear o "Dia das Crianças", de 12 de outubro. Essa história foi republicada depois em 'Coleção Um Tema Só Nº 16 - Mônica Passeios' (Ed. Globo, 1997). Termino mostrando a capa dessa edição.

Capa de 'Coleção Um Tema Só Nº 16 - Mônica Passeios' (Ed. Globo, 1997)