No Dia dos Pais, mostro uma história em que a Magali foi passear com o seu pai em um parque do bairro e pedia comida o tempo todo para ele. Com 6 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 82' (Ed. Globo, 1992).
Capa de 'Magali Nº 82' (Ed. Globo, 1992) |
Começa a Magali e Seu Carlito no parque do bairro e Magali reclama que o pai prometeu que eles iam passear. Seu Carlito pergunta o que estão fazendo e Magali responde que estão andando no parque, mas que preferia que o passeio fosse a uma lanchonete, sorveteria ou pizzaria. Seu Carlito diz que ela precisa pensar em outra coisa sem ser comida.
Em seguida, os ambulantes vendo a Magali passar, ficavam gritando o tempo todo o que estavam vendendo para dar tentação a ela. Era algodão-doce, pipoca, maçã do amor, pirulito, cocada, tudo gritando ao mesmo tempo. Magali não resiste e corre pelo parque atrás dos ambulantes.
Ao encontrar o sorveteiro, ela o vê falando que moça bonita não paga e Magali se entusiasma que o sorvete seria de graça para ela. O sorveteiro fala que é só para moça bonita e Magali começa a fazer escândalo, reclamando que o sorveteiro disse que ela é feia, o chama de mentiroso, quer o sorvete dela de graça e grita pelo pai. Seu Carlito aparece, ela conta a história e Seu Carlito se prepara para bater no sorveteiro, quando ele pergunta quantos sorvetes a Magali vai querer. Ela diz que de todos os sabores. Ela toma todos os sorvetes e quando outro cliente chega perguntando se tem sorvete, ele diz que não tem, mas se quiser pode comprar o carrinho de sorvete.
Seu Carlito comemora que economizou dessa vez, quando Magali diz que não aguenta. Ele dá bronca, pensando que ela estava com dor de barriga de tanto tomar sorvete , mas era de ver todos os ambulantes de comidas parados à espera da Magali comprar as guloseimas. Magali pergunta ao pai se pode e ele deixa.
Seu Carlito diz que tinha economizado, Magali come tudo que tinha dos ambulantes e o pai tem que pagar a todos eles, e ainda pergunta se tem banco 24 horas lá perto. Ele fala que a Magali precisa se controlar, não dá para comprar tudo que ela quer. Magali compreende e diz que não vai pedir mais nada para comer. No final, ela vê uma barraquinha de brinquedos e já começa a pedir para ele com voz doce, prestes a dar mais prejuízo para o Seu Carlito.
História muito legal mostrando a Magali comendo tudo que vê pelo parque para o desespero do seu pai, que chega a ficar sem dinheiro por causa das gulodices da filha. Definitivamente não é fácil sustentar uma filha tão comilona como a Magali. E pior que quando não pede comida, pede brinquedos. O final fica na imaginação de saber se ele comprou os não os brinquedos para Magali, ficando na imaginação de cada um. Eu gostava desses finais abertos, permitindo imaginar continuação.
Legal ver as cenas dos vendedores dando tentação para Magali comer, já sabendo da sua fama de comilona, e também ela tentando resistir, mas não conseguindo a sua compulsão pela comida e o pai desesperado com o dinheiro que vai pagar com a comilança dela. O escândalo que ela fez com o sorveteiro foi bem engraçado.
Além de divertir e ainda mostrar cotidiano de um simples passeio de pai e filha em um parque, a história mostra também esse lado da vida real de crianças pedirem tudo para os pais, dando prejuízo financeiro a eles. Alguns com pena de dizer não, aceitam as vontades dos filhos e acabam se endividando por causa disso. Se levar o caso da Magali para vida real, Seu Carlito tem que ser milionário para poder sustentar tudo que ela come. Já tiveram outras histórias com esse tema da Magali comer tanto a prejudicar as finanças da família, os pais precisando fazer contas para pagar as dívidas no final do mês, era bem bacana isso.
Hoje em dia impublicável histórias assim, justamente para não incentivar as crianças fazerem o mesmo, fora que a fome exagerada dela nem mostra mais nos gibis. Para se ter uma ideia, hoje não aparece a Magali comendo nada, nem comidas saudáveis, como uma maçã, por exemplo. As vezes até tem citação de comidas, mas aparecer ela comendo alguma coisa, não aparece, nunca mais vi Magali com algo na boca. Impressionante como mudaram a personagem.
Os traços muito bons, tem arte-final do Alvin Lacerda, que diferenciava muito dos outros estilos de desenhos da época. Vale destacar também a capa da edição excelente com uma paródia de Adão e Eva, com Magali como Eva comendo todas as maçãs do Paraíso e não só uma.
Os traços não são da Rosana?Mas parecem muito!
ResponderExcluirE eu tenho esse gibi,e se me lembro bem,a tirinha da última página também é do tema,Magali-Eva com a cobra e as maçãs.
Não sei se roteiro e desenhos são da Rosana, mas quando tinham uma arte-final do Alvin Lacerda destacava mais os traços que o desenhista fez, chamava mais atenção o trabalho do arte-finalista do que do desenhista.
ExcluirSim, a tirinha fez referência a essa capa. No caso, a tirinha até foi uma republicação de Magali 58 de 1991 e aí pelo visto aproveitaram a capa pra republicarem a tirinha.
Felizmente não puseram folhas de parreira nos seios inexistentes dela.
ExcluirHoje tem muita neura!
Sim, na época não ligavam pra isso, hoje a capa assim nem seria publicada e se fosse iam tapar os peitos dela
ExcluirQUE PEITOS?
ExcluirNo caso região do tórax, embora não mostram o peito em si, considera peito e não seios.
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ExcluirEntendi,mas a nomenclatura atual e correta é mamas,para ambos os sexos(ou "gêneros",se preferir).
ExcluirEssa história reflete de certa forma as crianças em geral, que realmente tem a tendência de pedir tudo que vêem. A questão são os pais, que devem ensinar a elas que não devem agir desta forma,que precisam ter limites. Impubicavel esta história atualmente, tanto pelo comportamento da Magali em pedir tudo , como pelo apetite incontrolável. A Magali de hoje não come e quase nem fala de comida mesmo. Podaram todos os personagens, a história que a Magali participa hoje pode ser substituída pela Mônica ou por qualquer outra, tanto faz. Perdeu a graça que tinha.
ResponderExcluirSem chance mesmo de criarem histórias assim hoje, uma pena, pois ensina tanto as crianças a não pedirem tudo quanto os pais aprenderem a dar limite pra não acontecer igual à história. Sem dúvida tá um saco os gibis da Magali, perdeu a identidade, sem graça, como sempre.
ExcluirO trabalho de arte final realmente é maravilho oso.
ResponderExcluirVerdade, Ismael, o Alvin Lacerda era um ótimo artista e suas artes-finais eram muito bem caprichadas. Pena que ele saiu da MSP lá nos anos 2000, mas ele fez muita história por lá.
ExcluirPois é, eu adorava arte assim, era sensacional.
ExcluirQue história incrível! Muito obrigado por postá-la e parabéns pela homenagem, Marcos. É mais uma história que eu nunca tinha lido antes e que só conheci aqui no blog.
ResponderExcluirRealmente, você tem razão. Tem criança que faz de tudo pra convencer os pais a comprar tudo que vê pela frente, até encher o saco deles. Eu, por exemplo, já fui uma criança assim e tão pidão como a Magali, mas além de comida como ela, eu também pedia pra comprar brinquedos, exatamente como aconteceu no final dessa história. Mas isso foram outros tempos, agora já não sou mais tão pidão quanto antigamente, e isso é muito bom.
E tá aí mais uma história que representa a fase de ouro da Magali. Também acho impressionante e desagradável ao mesmo tempo como mudaram tanto a personagem, nem parece mais a mesma Magali que conhecíamos. Quando eu lia as edições do gibi dela dos anos 2000 (lá quando os gibis estavam começando de vez a atender o politicamente correto), ela ainda tinha sua gula exagerada, mas não tão pesada como antigamente. Mesmo assim, ainda valia a pena ler as histórias dela dessa época, isso pra quem comprava os gibis, como eu.
Pra terminar, gostaria de contar uma lembrança minha quando eu vi a capa dessa edição: No antigo portal da turma, tinha uma páginas de downloads, desde papéis de parede até os jogos em Flash do site. Uma dessas seções era de temas para desktop, com configurações que personalizavam a área de trabalho do seu computador. Entre os temas disponíveis por lá, um deles era sobre a Magali no Paraíso, que por coincidência, a capa de Magali nº 82 serviu de base como o papel de parede do tema. Prova (muito interessante, por sinal) de que a MSP não só recicla capas de gibis pra virarem ilustrações pra colorir.
Enfim, espero que tenha gostado do meu comentário e da minha lembrança. É muito bom relembrar lembranças da vida envolvendo a Turma da Mônica, especialmente os fãs.
Um feliz dia dos pais pra você, Marcos, e um grande abraço!!
Essa história é muito legal, mesmo com as coisas erradas dá pra refletir e aprender. Com certeza era a fase de ouro da Magali, hoje ela tá sem graça, não dá pra acompanhar. No início dos anos 2000 ela ainda tinha fome exagerada, aos poucos foi diminuindo até não comer mais nada nos gibis.
ExcluirMuitas capas foram aproveitadas no portal antigo deles, em produtos comerciais e até em passatempos de Almanacões e revistas de colorir. Valeu pelo comentário. Feliz Dia dos pais. Abraço.
Adorei a história. Lamentável que os personagens mudaram muito atualmente, perde muita essência.
ResponderExcluirSim, todos os personagens estão descaracterizados, o que tá menos um pouco, que pode ainda salvar é o Cebolinha, mas mesmo assim tem suas mudanças.
ExcluirA Magali até que tenta mas é muita tentação,onde ela vai tem gente vendendo coisa pra ela comer.
ResponderExcluirMesma ela não querendo, os outros acabam incentivando a comer rsrs
ExcluirSim dá pra ver que os vendedores já a conhecem e ficam tentando ela.
ExcluirForam poucas histórias só com ele e Magali juntos, foi até difícil eu lembrar de uma. A característica dele era implicar com o Mingau, ter alergia a gatos, ficar espirrando, tiveram mais histórias dele assim fazendo de tudo para o Mingau sair de casa, ele era muito mal e perverso com o Mingau. Só que hoje histórias assim não fazem mais porque seria maltrato e crueldade aos animais e assim o Seu Carlito ficou sem função nos gibis atuais.
ResponderExcluirSaudades de histórias assim envolvendo comida. Gostava muito quando o pai dela aparecia, pena que era raro.
ResponderExcluirFaz muita falta mesmo histórias dela com comida e principalmente comendo daquele jeito, bem gulosa. O pai fazia mais figuração, mas tiveram histórias boas dentre as que tiveram.
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