Em julho de 1990 chegava nas bancas o gibi 'Magali Nº 29'. Nessa postagem faço uma resenha de como foi esse gibi.
A capa ficou muito bacana, com a Magali tomando várias bolas de sorvete. De curiosidade foi uma ilustração que já existia, tirada mais precisamente do álbum de figurinhas "Turma da Mônica" de 1979. Com muita produção de gibis, às vezes eles aproveitavam desenhos que já existiam para criarem as capas e aí faziam só algumas adaptações no cenário se fosse necessário. No caso, o desenho da Magali já existia e foi inserido uma árvore para ilustrar a capa.
O gibi teve 7 histórias no total, incluindo a tirinha final. Todas bem curtas, variando até 6 páginas, ou seja, bem objetivas e direto ao ponto. Nos gibis da Magali tinha a particularidade de histórias como secundários do Dudu e Mingau, às vezes com Quinzinho, com participação ou não da Magali. Ou seja, só personagens da turma da Magali que haviam sido criado com o lançamento da revista dela e esse gibi seguiu esse estilo.
A história de abertura foi "Gente fina é outra coisa", com 6 páginas. Nela, a Magali exibe a sua bermuda nova par ao cebolinha, que fala que a bermuda é legal, mas as pernas dela são finas demais. Magali fica uma fera e começa a xingá-lo de desaforado, trocador de letras e cabelo de espeto. Logo depois, encontra o Jeremias, que fala que as pernas dela pra ficarem finas têm que engordar bastante e a Magali o xinga de desaforado, bonezudo e chatonildo.
Trecho da HQ "Gente fina é outra coisa" |
Magali vê o Cascão, pergunta se as pernas dela são finas e ele diz que não, porque ela que é magrinha por inteiro. Logo depois, chove e a Magali não se molha de tão magra que é. Ela chega em casa chorando e telefona para Mônica contando a situação. Mônica dá conselho que o importante é a gente gostar do jeito que a gente é porque ninguém é perfeito. Diz ainda que não chora quando a chamam de dentuça, que o Cebolinha fala errado, o Jeremias tem pernas tortas e o Cascão não sabe como ele é de tão sujo que anda e nenhum deles ligam para isso. No final, Magali fica aliviada e as duas colocam as suas bermudas novas para sair na rua. Então, os meninos olham e começam a gritar que a Mônica tem perna grossa e ela fica com muita raiva.
Tem uma boa mensagem para as pessoas não ligarem para provocações, não mudar só por causa dos outros e se sentir bem do jeito que é. É curta para uma história de abertura e mesmo assim não deixou de mostrar o seu recado. Mostra também tipo de característica da Magali magrinha, que come e não engorda nem um grama. Até foi desenhada mais magra de costume para realçar isso. Hoje em dia evitam histórias assim por causa de bullying, por outro lado deixam de transmitir mensagens como essa. Eles até ainda colocam os meninos xingando a Mônica de vez em quando por ser essência da turminha, mas evitam o máximo e só deixam porque a Mônica reage dando coelhada nos meninos (ou só correndo atrás, sempre que possível, para evitar violência).
Em seguida vem Mingau com "Gato novo na casa", de 6 páginas. Nela, o Mingau encontra um gatinho dormindo na sua cestinha e chega até pensar que estava na casa errada. Ele vê que está na casa certa e tenta agredir o gatinho, quando Magali aparece e diz que o encontrou na rua que nem como achou o Mingau e o Pompom é o novo gato da casa. Mingau fica com ciúme e quer avançar nele e Magali diz que eles têm que ficar amigos.
Trecho da HQ "Gente fina é outra coisa" |
Em seguida vem Mingau com "Gato novo na casa", de 6 páginas. Nela, o Mingau encontra um gatinho dormindo na sua cestinha e chega até pensar que estava na casa errada. Ele vê que está na casa certa e tenta agredir o gatinho, quando Magali aparece e diz que o encontrou na rua que nem como achou o Mingau e o Pompom é o novo gato da casa. Mingau fica com ciúme e quer avançar nele e Magali diz que eles têm que ficar amigos.
Mingau passa a maltratar Pompom, mostrando regras que ele é o dono do pedaço e que na cesta só cabe um, que Pompom não pode tomar o leite dele, não pode brincar com os brinquedos e só o Mingau que pode ficar no colo da Magali. Pompom começa a chorar e Mingau com pena cede a sua bolinha para elebrincar. Os 2 acabam brincando juntos na casa toda, tomam leite juntos e dormem juntos na cestinha.No final, Magali aparece que vai doar o Pompom para Denise porque ela não tem nenhum gatinho e percebeu o ciúme dele com o Pompom. Aí, Mingau corre para frente pra cesta rosnando para impedir que a Denise leve o Pompom.
Trecho da HQ "Gato novo na casa" |
Mostra o Mingau ciumento por encontrar um outro gatinho dividindo o espaço dele. Sem contar que é o que acontece na realidade quando um dono arruma outro bichinho de estimação para casa, deixando o primeiro com ciúme. Deu pena do gatinho Pompom sendo maltratado pelo Mingau, mas pelo menos no final ficaram amigos. Engraçada a parte do Mingau olhando para o lado de fora da casa, olhando o número, para saber se entrou na casa certa. Como gato sabe ver número? São absurdos que faziam toda a diferença. Nessa história , a Magali mora na casa nº 766, mas isso não era padrão e sempre mudavam os números das casas dos personagens. E Denise apareceu como sempre desenhada diferente a cada história que aparecia.
Em "Missão divina", de 4 páginas, Noé recebe uma missão de construir uma arca e reunir um casal de cada espécie de animais. mas, Magali, como sua filha na história, acaba reunindo pares de frutas, verduras e legumes, sempre aproveitando pra comer as outras que restaram das plantações, com noé informando isso no final. Histórias com temas bíblicos eram bem explorados nos gibis, sempre adaptados na versão da Turma da Mônica.
"O gato comeu?" foi uma história de 2 páginas em que a vizinha comenta com a mãe da Magali que o filho arrumou um gato, mas que sempre rouba e come toda a comida que deixa na mesa quando ela se destrai. Dona Lili diz que o Mingau até tenta, mas a Magali sempre é que chega antes dele. Essa vizinha não apareceu mais nas histórias. Abaixo, a história completa:
HQ "O gato comeu?" |
Dudu aparece em "O Chorão", com 5 páginas. Nela, o Dudu chora por qualquer coisa. Primeiro porque Franjinha não quis jogar ludo com ele, depois que Magali aceita jogar, chora porque queria ficar com as pedras vermelhas e porque perdeu o jogo. Chegando em casa, faz birra para a mãe, Dona Cecília, porque não quer tomar banho. Já na banheira chora porque a água está fria, depois porque está gelada e faz escândalo na hora do banho tão alto que o pessoal na rua pensa que ele está sendo torturado. Chora também na hora de sair do banho, reclamando de frio e na hora de colocar a roupa. Aí, na hora da janta, chora que não quer comer e a Dona Cecília aproveita que está com boca aberta e taca comida na boca dele e ele para de chorar com medo da mãe fazer isso de novo.
Foi criada para fugir um pouco da característica do Dudu não querendo comer e estavam querendo inserir característica do personagem como um pestinha, apesar que a piada final foi envolvendo comida. Não era muito comum o Dudu como pestinha, só de vez em quando.
Trecho da HQ "O chorão" |
Termina com "Cinema a dois", de 5 páginas, com Quinzinho levando a Magali para o cinema, mas sempre sai da sessão para comer algo. Na porta de entrada, ela come pipoca, depois sai da sala pra comprar chocolate, depois refrigerante e por fim no banheiro. Como o Quinzinho sempre saia atrás para saber onde a namorada foi, acabou perdendo o filme. No final, eles resolvem alugar um filme para assistir na casa da Magali, mas quando o filme começa ela sai do lado dele para jantar.
O Quinzinho ainda não era visto como namorado oficial porque nas primeiras edições da Magali apareciam outros namorados para ela ou garotos que ela ficava a fim de ficar fora o Quinzinho. Isso só normalizou em meados de 1991.
A Tirinha final com Magali pintando restos de frutas enquanto Mônica e Cebolinha pintam frutas inteiras. Quando não tinha a Marina, qualquer personagem podia ser pintor.
Trecho da HQ "Cinema a dois" |
A Tirinha final com Magali pintando restos de frutas enquanto Mônica e Cebolinha pintam frutas inteiras. Quando não tinha a Marina, qualquer personagem podia ser pintor.
Tirinha da edição |
Então muito legal esse gibi. Interessante que a Magali apareceu em todas as histórias, até as dos secundários, fazendo participação. Traços excelentes em todas as histórias e dá para notar que foi bem explorado o universo da Magali. Sem dúvida vale a pena ter na coleção.
De nada, Fabiano. Verdade, tanto a Magali quanto o Chico têm universos muito bons. Bom dia!
ResponderExcluirFalando em ilustração reaproveitada em capas de gibi,teve uma capa do Cascão de 1992 em que ele e Cebolinha estão vestidos como rappers,com aparelho de som no ombro(moda da época)e um fundo colorido à noite,cheio de imagens abstratas.
ResponderExcluirUma linha de cadernos da TM teve essa ilustração antes.
Pois é, tiveram muitas capas assim. Por exemplo as capas da Mônica do nº 29 ao nº 32, todas de 1989, também foram tiradas de cadernos com temas de viagens da Mônica e Cebolinha pelo mundo. Normalmente capas com desenhos bonitos sem piada costumavam ser assim reaproveitadas.
ExcluirEssa revista da Magali foi lançada dois meses antes de eu nascer. Eu consegui um Fac Smile do Cebolinha número 1, que veio com a Edição 120 da editora Abril. Muito bom o gibi. Consegui a 10 Reais. Quantos Fac Smiles das números 1 você tem Marcos?
ResponderExcluirLegal, quase foi no mês que vc nasceu. Mas já falei aqui da história de abertura da Magali Nº 33 que foi de setembro/90.
ExcluirDe fac smile eu tenho essa nº 1 relançada no Cebolinha 120 da Abril, a edição nº 1 da Mônica Abril lançada pela Editora Globo de 2002, as Coleção Histórica nº 1 de 2007 e o Bidu nº 1 da Editora Continental relançada em Bidu nº 1 e no livro Coleção Histórica Mauricio.
Além de ambos seres Gulosos. kkkkkk
ResponderExcluirTem uma história do Cebolinha que eu acho engraçado, se chama "A Nova Língua", onde o Cebolinha foi comprar um picolé, e o vendedor achou engraçado ele trocar as letras.
ResponderExcluirEntão apareceu um menino falando várias palavras e a mãe com orgulho dele aprendendo a falar e que até os erres ele falava direito.
Então o Cebolinha resolveu invertar uma língua sem R nem L, confundindo todo mundo que ouvia. As "palavras" eram tipo assim: "wghip", "spaiddp"... uma junção qualquer de letras. E quando era de noite, o Cebolinha comemorava porque conseguiu criar sua própria língua, mas ficou chateado porque não tinha com quem conversar nessa língua porque ele era o único que conhecia ela.
Eu lembro dessa história do Cebolinha, muito legal mesmo. :D
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