quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Livro L&PM: As Melhores Histórias do Penadinho


Nessa postagem mostro como foi o livro "As Melhores Histórias do Penadinho", da coleção da Editora L&PM lançado em 1991.

Seguindo o formato dos outros livros da coleção, esse tem formato de 21 X 28 cm, 52 páginas e papel de miolo off-set, tanto na versão capa cartonada quanto capa dura. Na capa, sempre com o personagem em uma situação ou com um objeto que tem a ver com sua personalidade, a gente vê o Penadinho no cemitério e a Alminha se aproximando ao fundo, representando o seu cotidiano.

O livro abre com o frontispício com o título "Alma do outro mundo, eu?!", ilustrado com imagem do Penadinho e Alminha namorando, que fala que é o pessoal para ter medo é dos vivos e não dos mortos, que nem sabemos se fantasmas existem mesmo e que Penadinho foi criado com base nisso, para fazer piadas com fantasmas e apresenta os principais personagens, só não falou do Cranicola. Na página de evolução, mostra 2 imagens do Penadinho, com uma de quando ele foi criado em 1963 e outra atual até então.

Evolução do Penadinho

Em seguida vêm as histórias republicadas, sendo 11 no total entre 1972 a 1985. A maioria são historias do Penadinho, mas algumas com ele só faz participação e não aparece em 2 delas. Tiveram histórias com a turma toda, menos com a Alminha, ou colocando os personagens como protagonistas ou fazendo participação. Mostram o cotidiano dos personagens no cemitério, mostrando suas características, ou fazendo críticas ao mundo dos mortos, podendo refletir sobre alguma coisa.

A relação de histórias republicadas (todas da Editora Abril), com número da edição e ano foram essas:
  1. A faxina (MN # 41, de 1973)
  2. Penadinho (MN # 33, de 1973)
  3. Penadinho (MN # 23, de 1972)
  4. Encontro com a cegonha (CC # 48, de 1984)
  5. Almas penadas (CB # 147, de 1984)
  6. O Herói (MN # 184, de 1985)
  7. Um caso de morte (CC # 55, de 1984)
  8. Quem vai, quem fica (CC # 66, de 1985)
  9. Ser ou não ser (CC # 61, de 1984)
  10. Fazendo corpo mole (CC # 57, de 1984)
  11. Penadinho (MN # 125, de 1980)

Prevaleceram histórias dos anos 80 e não teve nenhuma com os traços superfofinhos do final dos anos 70 e a gente conferiu mais os diversos estilos de traços dos anos 80. Nas histórias dos anos 70 desse livro aparece o Penadinho contracenando com outros fantasmas, que era o que prevalecia na época. Os monstros da turma foram criados ao longo dos anos 70 e apareciam raramente nos gibis e nas tiras de jornais, sem características muito definidas e só passaram a ter mais destaque quando lançaram o gibi do Cascão em 1982.

A primeira história do livro foi "A faxina", bem simples de 4 páginas, em que o Penadinho tenta organizar sua cova tirando todo o lixo que não serve mais, mostrando um lado lerdo e atrapalhado do Penadinho. Nessa o Zé Finado contracena com ele no início.

Em seguida, vem uma história curta de 2 páginas, sem título, apenas chamando "Penadinho", em que o Penadinho, Zé Finado e outros fantasmas se juntam para ouvir irradiação de futebol no rádio. Essa aproveitada de tabloide de jornais para o gibi da Mônica, incluindo, inclusive, número das páginas no rodapé, preservando igual como saiu no gibi original. Uma coisa legal nessas primeiras histórias do Penadinho é mostrar no primeiro quadrinho apenas o nome dele e uma imagem dele embaixo para reforçar quem ele era, porque pelo visto ele não era muito conhecido, afinal quase não tinha história dele nos gibis.

Trecho da HQ "Penadinho" (1973)

Depois vem "Penadinho", outra sem título, curta de 3 páginas, com o Pixuquinha aflito porque soube que pode ressuscitar em forma de um jerico (burro). Muminho foi citado na história, mas não apareceu. Essa devia abrir o livro por ser a mais velha do livro e de curiosidade foi a estreia do Penadinho nos gibis. Ou seja, clássica.

Trecho da HQ "Penadinho" (1972)

Em seguida começam as histórias dos anos 80. Em "Encontro com a cegonha", com o Penadinho inconformado porque foi convocado para reencarnar. Para os fantasmas reencarnar era como se fosse a morte para os humanos. A partir dessa história mostra os códigos exatamente como sairam nos gibis originais.

Logo depois vem 2 histórias sem presença do Penadinho. Em "Almas penadas", Diabão vende almas no mundo dos vivos por causa da superlotação de almas no inferno. Já em "O herói", Pixuquinha considera o Zé Vampir um herói, mas para sua decepção, descobre que o Zé Vampir tem medo de muita coisa. Curiosidade do Lobisomem sendo chamado de Lupe, em vez de Lobi ou Lobisomem. Essa história devia encerrar o livro, já que é a mais nova presente.

Trecho da HQ "O Herói" (1985)

Em "Um caso de morte" - Dona Morte quebra o pé e não pode trabalhar e pede ao Penadinho buscar o velhinho Ataulfo, causando muita confusão. Dona Morte só participa no início e no final, afinal é o Penadinho quem está substituindo no serviço.

Trecho da HQ "Um caso de morte" (1984)

Em "Quem vai, quem fica", um fantasma inconformado que havia morrido visita a sua família e amigos no mundo dos vivos e descobre que não fez falta quando morreu já que trataram logo de arrumar substitutos assim que ele morreu. Dona Morte aparece só no início. Não teve uma história protagonizada por ela, mas pelo menos teve presença no livro. Apesar de fazer referência a 1984 no código, ela é uma história publicada em 1985, já que nos gibis de janeiro a março colocavam o ano anterior nesses códigos. 

Já na história "Ser ou não ser...", Lobisomem resolve contar para a sua esposa que é um lobisomem depois de 10 anos de casados. Nessa Penadinho só faz participação no início, sendo protagonizada mesmo pelo Lobisomem.

Trecho da HQ "Ser ou não ser..." (1984)

Em "Fazendo corpo mole", um esqueleto sem cabeça procura a sua cabeça no cemitério e Penadinho chama Cranicola para ocupar a cabeça. Representa história com Cranicola e o seu desejo de ter um corpo. Teve boa presença do Penadinho, mas o Cranicola que é o verdadeiro protagonista.

Na última história do livro, volta para o final dos anos 70, de 1 pagina sem título, apenas "Penadinho", em que um fantasma surge no cemitério e reclama que morreu sem ter feito nada na sua vida, só pensando no que fazer da vida sem decidir nada. 

Enfim, esse livro do Penadinho é muito bom e vale a pena. Quase todos os personagens apareceram, nem que seja por participação, só faltou a Alminha, mas que foi lembrada pelo menos na capa e na imagem do frontispício. E podia ter alguma história do final dos anos 70 para mostrar os traços superfofinhos. Como só tem 52 páginas, sempre falta alguma coisa. Mesmo assim é muito divertido e recomendo esse livro.

24 comentários:

  1. Foram poucas hqs com eles na fase fofinha pq eram raras hqs do Penadinho nos anos 70. Mas tiveram algumas, sim. Aqueles traços eram sensacionais.

    Esse livro é muito bom. legal q vc tem algumas hqs dele. A do Pixuquinha é sim fazendo referência a jumento, com o Penadinho no final falando q ele é um jumento.

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    1. O que tinha muito do Penadinho nos anos 1970 era tira, com José Márcio Nicolosi arrasando no traço (Renato Félix)

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    2. Sem dúvida era um arraso de traços, de ficar horas admirando.

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  2. Seu Marcos, criei um blog sobre o mundo de Chespirito.
    Ver quer? - http://chespiritocolorado.blogspot.com.br/

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  3. Essa história saiu em Mônica nº 23, consequentemente na Coleção Histórica 23. Foi a estreia do Penadinho nos gibis.

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  4. Sempre tive medo que o politicamente correto acabe com a turma do pendinho, mas é coisa da minha cabeça

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    1. Acabar não acaba até pq o pessoal gosta desse núcleo. Mas mudaram muito o estilo das hqs deles a favor do politicamente correto. Não tem mais hqs protagonizadas por secundários humanos no mundo real até morrerem no final, não mostra reencarnação ou então situações q possam refletir. Hj so mais hqs da turma do Penadinho no cemitério contracenando entre eles.

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    2. É mwsmo!
      Hoje em dia é difícil ver HQs mostrando a vida de alguém até a sua morte...
      Tinham muitas nos anos 90

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    3. Pois é, só mostram os fantasmas e monstros no cemitério, sempre a mesma coisa.

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  5. Você vai fazer uma postagem falando das mudanças de traços da turma do Penadinho, assim como fez da Tina? Alguns personagens deste núcleo mudaram tanto, como o Loisomem. A propósito: adorei os traços da história "Ser ou não ser". Adorei o céu branco no primeiro quadrinho e as árvores. Sensacional.

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    1. Quem sabe eu faça, mas por enquanto não. Na turma do Penadinho quem mudou mais foram o Lobisomem e o Frank.

      Os traços dessa história são fantásticos mesmo, eles caprichavam demais nos desenhos na época.

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    2. O Pixuquinha e o Zé Finado são personagens esquecidos? vejo poucas HQs com eles mais recentes, quando os vejo, geralmente são em histórias da editora Abril.

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    3. Nunca reparei, já q não acompanho gibis novos. Acho q o Zé Finado aparece menos q o Pixuquinha

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    4. Na verdade, recentemente teve uma HQ em que o Pixuquinha (ou o Quixupinha, sempre confundo) reencarna, talvez seja por isso.

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    5. Eles aparecem bem raramente, mas ainda aparecem. E o correto é Pixuquinha.

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    6. Dependendo do artista, o Lobi, o Frank, o Zé Coveiro e o dr. Frankestoin (é esse o nome? Não me lembro) ainda mudam drasticamente até hoje

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    7. O Frank até q muda bem pouco, os outros, sim.

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  6. Excelente. Aliás, é verdade que a Rosana foi a responsável por padronizar o Lobi?

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    1. Não sei dizer se foi ela quem padronizou, mas pode ser, visto que ele padronizou no início dos anos 90.

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  7. penadinho - 1963

    cranicola, frank, muminho e zé vampir - 1965

    pixuquinha - 1963/64

    dona morte - anos 70

    lobi - anos 80

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  8. Amigo, você se confundiu com o nome de uma história. É "Almas perdidas", não "Almas penadas". Seu trabalho é sensacional, parabéns! (Renato Félix)

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    1. Obrigado por ter gostado e valeu por avisar do erro do título da história.

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