sábado, 31 de agosto de 2013

Uma história do Astronauta de 1994

A história que eu compartilho é do Astronauta e mostra o sufoco que ele passou ao visitar o planeta Estela, sua nova missão espacial. Ela tem 10 páginas e foi publicada em Cebolinha nº 90 (Ed. Globo, 1994).

Capa de Cebolinha nº 90 (Ed. Globo, 1994)

A história começa com o Astronauta jantando frango com milho verde, através de suas pílulas concentradas. Ele reclama que está emagrecendo muito só tomando aquelas pílulas e não vê a hora para voltar para o seu sítio para comer a comida da sua mãe, só que antes tem que cumprir missão de visitar o planeta Estela e verificar se há vida lá.


Chegando lá, ele começa a fazer seu relatório sobre o tal planeta. Descobre que é um rochoso, com atmosfera densa, presença de rios e corredeiras e ar irrespirável para os seres humanos. Ele pega uma mostra da água e do ar do planeta e coloca dentro do seu traje e comenta que a roupa está tão larga que poderia levar a metade do planeta dentro do traje.


Em seguida, Astronauta vê uma planta e quando vai pegar uma amostra, surge a surpresa: era um habitante do planeta e que trata logo de entrar dentro do traje dele. O plano do extraterrestre é que o Astronauta o levasse a outro planeta, já que toda sua fonte de alimentação, que era oxigênio, tinha acabado. 



Astronauta não aceita levá-lo para outro planeta e, com isso, eles começam a brigar dentro do traje do Astronauta mesmo, com direito a soco, chutes e rolamento. Astronauta sai perdendo e é obrigado a levar o ET para outro planeta. Quando estão indo em direção à nave, Astronauta pergunta o que ele respira, que responde que é gás carbônico. Então, foi a deixa para o Astronauta executar seu plano: ele prende a respiração e deixa o ET sufocado, que acaba saindo da sua roupa.


Astronauta explica que quando parou de respirar, o ET não tinha dentro do traje o gás carbônico que precisava para respirar e por isso ficou com falta de ar. O ET ainda tenta conversar com o Astronauta e enrolá-lo para entrar no traje de novo, mas ele não se deixa levar e vai embora, e o ET teve que se contentar a procurar outra fonte de alimentação.

No final, Astronauta termina o relatório sobre o planeta Estela e sai de férias indo direto ao seu sítio. Lá, come muito a comida da sua mãe para que seu traje não fique mais folgado e não passar aquele sufoco de novo. Só que ele acaba comendo demais e acaba engordando mais do que deveria.


Uma aventura muito boa do Astronauta, muito bem escrita e com traços bons também. Com começo, meio e fim bem elaborados, tudo na medida certa.  Eu gosto das histórias dele assim, enfrentando ETs, monstros espaciais e vários perigos.

Interessante mostrar o conhecimento que os astronautas se alimentam de pílulas e tirar graça com isso. Tem alguns absurdos que fazem parte de suas histórias e que são o encanto das histórias em quadrinhos. Curiosamente, a maioria das histórias dele não costumavam ter título, colocando apenas "Astronauta", nunca entendi por que isso. Na postagem, essa história está completa.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Tirinha nº 5: Cascão

As histórias do Cascão muitas vezes giravam em torno dos absurdos. Em situação de desespero para escapar do banho, ele era capaz de tudo, desde voar a pular da página e parar na história do Penadinho.

E um desses absurdos, se encontra nessa tirinha que compartilho. Mostra o Cascão imóvel para não cair na água. Curiosamente, ultimamente também é raro ter histórias dos meninos jogando futebol.

Essa tirinha foi publicada originalmente em Cascão nº 44 (Ed. Globo, 1988).


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Personagens Esquecidos 1: Rubão e Mariazinha

Como muitos sabem, alguns personagens do Maurício foram esquecidos ao longo dos anos. Ou para atender o politicamente correto, ou por não agradarem. Pensando nisso vou passar a falar sobre alguns deles que ficaram no limbo. Podem ser personagens que estão sumidos até hoje ou até que ficaram muito tempo sem aparecer e voltaram depois de muitos anos. Nessa postagem vou falar sobre Rubão & Mariazinha.



Rubão e Mariazinha foram criados nos anos 80. Suas histórias saiam muito nos gibis da Mônica e do Cebolinha da Editora Abril a partir de 1984 e continuaram em alguns dos primeiros números da Globo. Eles tinham histórias solo e às vezes faziam pontas nas histórias da Tina. E também a turma da Tina também participava das suas histórias, como uma vez que a Pipa contracenou com a Mariazinha. 

Eles eram um casal de namorados. Rubão era machista, extremamente ciumento, controlador, que não aceitava que a Mariazinha usasse minissaia, biquini, não queria que os caras na rua olhassem para ela, não aceitava ela trabalhar fora. Ele não permitia nem que ela pagasse conta no restaurante, já que na visão dele é o homem que tem que assumir as contas. 

Mariazinha sempre se vestia com saia longa e era submissa a ele. Ela queria ser mais liberal, fazer tudo que as outras mulheres faziam, mas Rubão não aceitava, já que mulher dele é sua propriedade e tinha que andar sempre na linha. Por isso, eles só viviam brigando. Tiveram histórias até que eles se separavam, mas ela sempre voltava para o Rubão no final porque sentia saudades dele. Na verdade, no fundo, ela gostava do supercontrole dele.

HQ "Garota Provocante" - Mônica nº 5 (1987)

Para se defender, Rubão falava que não tinha ciúme da Mariazinha, só queria protegê-la dos aproveitadores. Essa história "Garota provocante" de destaque, publicada em Mônica nº 5 (Ed. Globo, 1987) mostra isso. Nela, Rubão vê Mariazinha conversando com o pai dela e sem saber quem era, já começa com grosseria querendo saber quem era aquele homem com quem ela estava conversando. Em seguida, briga com cara q olhou pra ela e ainda manda trocar de roupa porque tem uma pintinha provocante à mostra. 

Mariazinha fica cansada do controle dele e terminam o namoro. Ela passa a usar minissaia e vai procurar outro namorado. Quando os caras dão em cima dela, ela se arrepende e volta para o Rubão. E no final, Rubão a deixa em casa e vai paquerar outra garota. 

HQ "Garota Provocante" - Mônica nº 5 (1987)

Há duas hipóteses por não terem sido mais criadas histórias novas. Uma por causa do movimento feminista cada vez mais forte pela luta da igualdade da mulher e as histórias iam de encontro a isso. Até porque normalmente era o Rubão que se dava bem no final das histórias. Então, para não mudar as características deles, foram deixados de lado. Outra hipótese, que bem ou mal, as histórias eram sempre a mesma coisa. o Rubão com ciúme a controlava, ela se separava, se engraçava com outros caras e se arrependia e volta para o Rubão.

A última história deles foi "Praia Quente", publicada na revista Mônica nº 36 da Globo em 1989. Nessa história, muito divertida, eles resolvem ir à praia, e Mariazinha aparece de biquíni fio dental. Rubão fica irritado e exige que ela vai trocar de roupa imediatamente. 

HQ "Praia Quente" - Mônica nº 36 (1989)

Ela até fala se é para trocar bem na frente dos leitores, aí ele fala que é ir no quarto trocar. Ela coloca, então um maiô, que ele também não aceitou porque as pernas ficam de fora. Com isso, Rubão a manda colocar uma roupa de praia que foi da sua avó do início do século, que não dava para ver nada.

HQ "Praia Quente" - Mônica nº 36 (1989)

Só que ele não contava, que todos os homens da praia ficavam olhando para ela assim mesmo com aquela roupa que não mostrava nada. Afinal, chamava mais atenção e viam que ela era gostosa e que nada à mostra aumentavam ainda mais as fantasias deles. Então, Rubão passou a enfrentar os caras, e a solução foi a Mariazinha colocar o biquíni de novo. A partir daí, ninguém mais olhou para ela, já que estava igual a todas as outras mulheres da praia. Mesmo assim Rubão não estava satisfeito em ver a sua namorada de biquini, e resolveu enterrá-la na areia, terminando assim as suas participações nos gibis em grande estilo.

HQ "Praia Quente" - Mônica nº 36 (1989)

A partir daí nunca mais foram vistos nos gibis e ficando de vez no limbo do esquecimento. Quando precisavam criar histórias envolvendo ciúmes, outros casais de personagens passaram a assumir isso, como Zecão e Pipa, Titi e Aninha, Chico Bento e Rosinha. Se bem que no caso do Zecão e Pipa era o contrário: a Pipa que tinha ciúme dele. Porém, em qualquer um desses casais, as histórias nunca foram retratadas com o ciúme doentio igual ao do Rubão.

Algumas histórias do Rubão e Mariazinha foram republicadas em "Coleção Um Tema Só nº 25 - 'Mônica - Amigos da Turma' " (Ed. Globo, 2000). Aparentemente, apenas nesse almanaque.

As histórias que ilustram a postagem não estão completas. Termino com as capas que têm essas histórias.

Capa de Mônica nº 5 (Ed. Globo, 1987)
Capa de Mônica nº 36 (Ed. Globo, 1989)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Chico Bento 50 Anos


Lançado em 2012, "Chico Bento 50 Anos" foi o terceiro livro da MSP em comemoração aos 50 anos dos personagens. Foi lançado com 1 ano de atraso, já que, na verdade, o Chico Bento foi criado em 1961.

A capa é uma releitura de Chico Bento # 1 (Ed. Abril, 1982), com a Rosinha no lugar do Zé da Roça e Zé Lelé. Assim como os outros livros "50 Anos", esse tem capa dura, 160 páginas, mostra página de apresentação, algumas capas "Nº 1", evolução dos traços, curiosidades, republicações de histórias e uma inédita no final em estilo mangá.

As capas clássicas só colocaram das mensais e dos almanaques "nº 1" de cada editora, dos livrinhos de tiras e dos "Classicos do Cinema". Não colocaram nem capa do "Gibizinho do Chico Bento" # 4 e nem Coleção Um Tema só" # 2 (que foram o primeiro do Chico desses títulos). 

Em relação às curiosidades, foi a edição que teve mais coisas relevantes até agora. Mostrou algumas tirinhas clássicas dos anos 60, a primeira página semanal do Chico de 1964 no jornal Folha de São Paulo e a primeira aparição do Zé Lelé que foi em Mônica # 52 (Ed. Abril, 1974). Porém, colocaram isso tudo em uma página só, tudo em tamanho pequeno que não dá pra ler nada.

Curiosidades: apenas 1 página

Isso tudo ocuparam 7 páginas do livro. Pelo certo, tinham que colocar, no mínimo, uma página inteira só com tirinhas e as imagens mostradas nas curiosidades deviam ser em tamanho natural e também cada curiosidade em uma página inteira. As tirinhas, inclusive, deviam fazer um livro "As Tiras clássicas do Chico Bento", no mesmo molde dos livros "As Tiras Clássicas" da Panini com a Turma da Mônica e com o Pelezinho, mostrando todas as tiras do Chico em ordem cronológica desde 1961.

A relação das histórias republicadas nele, com o número da edição e ano de cada foram essas:

  1. Os defensores da mata (CHB # 5, Ed. Abril, 1982)
  2. Era uma vez... (CHB # 11, Ed. Abril, 1983) 
  3. Chuva na roça (CHB # 10, Ed. Abril, 1982) 
  4. Eu faço melhor! (CHB # 44, Ed. Abril, 1984) 
  5. Amor verde (CHB # 81, Ed. Globo, 1990)
  6. Nas últimas (CHB # 82, Ed. Globo, 1990) 
  7. Será que valeu a pena? (CHB # 89, Ed. Globo, 1990) 
  8. Na roça é diferente (CHB # 184, Ed. Globo, 1994) 
  9. Canta, passarinho!  
  10. E o sol não apareceu (CHB # 361, Ed. Globo, 2000) 
  11. Sarve a roça (CHB # 362, Ed. Globo, 2000) 
  12. O bicho homem (CHB # 437, Ed. Globo, 2004)
  13. Os meus, os seus, os nossos amigos! (CHB # 38, Ed. Panini, 2010) 
  14. O gênio da lamparina (CHB # 40, Ed. Panini, 2010)
  15. A chuva de todos nós (CHB # 41, Ed. Panini, 2010)
  16. Cuidado com os filhotes (CHB # 46, Ed. Panini, 2010)
  17. Chico 50 anos (inédita, com o Chico Bento "Moço")

Ficou muito a desejar essa seleção de histórias. Como deu para perceber, só tiveram histórias a partir de 1982, quando o Chico ganhou revista própria. Prevaleceram histórias de finais de década, dos anos de 1990, 2000 e 2010. Nenhuma história dos anos 70 que saiam nas revistas da Mônica e do Cebolinha para gente comparar a evolução dos traços a partir daquela época. Essa história de estreia do Zé Lelé que foi citada nas curiosidades tinha que estar completa no livro e não só esse trecho da primeira página em miniatura que nem dá pra ler. 

Em livros desse porte, a gente sempre procura histórias que mostrem todas as características dos personagens e presença de todos que contracenam com eles, além de histórias que mostrem a evolução dos traços. Não precisa necessariamente histórias clássicas, já que sempre vai faltar alguma que marcou a gente, mas que elas tenham as características e mudanças dos traços ao longo dos anos são fundamentais. E infelizmente não foi o que aconteceu nesse livro. 

Contracapa

A gente sabe que o Chico tem várias características marcantes. Temos o Chico preocupado com a natureza, o preguiçoso, atrapalhado, lerdo, avoado, inocente, e tantas outras, além de contracenar com vários outros personagens. Porém, boa parte desses universos ficou de fora, ficando restrito mesmo a temas de Ecologia. Ficou tudo muito repetitivo e didático.

Faltaram histórias do Chico contracenando exclusivamente com os pais, com o Hiro, com o Nhô Lau (só aparece no quadrinho final da história "Sarve a Roça"), com a Vó Dita e vários outros núcleos. Não tivemos histórias do Chico com ciúme da Rosinha com o Genezinho, alguma dele aprontando na escola, etc. Achei absurdo o Hiro não aparecer nesse especial. E todas com traços bem parecidos uma das outras.

Foram apenas 4 histórias da Editora Abril e todas ecológicas. "Era uma vez" e "Chuva na Roça" são clássicas e mereciam estar sim, mas "Os defensores da mata" não acho. Tem melhores seguindo esse nível ecológico ou mesmo filosófico e bem mais clássicas do que essa que ficaram de fora, como "Chico, 7 Anos" (CHB # 2, de 1982), "Uma casa para o Chico" (CHB # 17, de 1983), "Parece outro" (CHB # 65, de 1985), "O Rezador" (CHB # 67, de 1985) e "Canto de Liberdade - O Azulão" (CHB # 80, de 1985), entre outras.

Trecho da HQ "Era Uma vez" (1983)

Nas histórias da Globo, colocam 3 histórias de 1990 e não colocam a história da irmãzinha do Chico que morreu, "Uma estrelinha chamada Mariana" (CHB # 87, de 1990), e nem "Pôu In  Roça" (CHB # 95, de 1990) que mereceriam estar. Um absurdo não colocarem a história de 1990 da Mariana, já que é um clássico que não tinha que ficar de fora de jeito nenhum. Dessas 3 de 1990, foram 2 ecológicas, sendo que em "Amor verde", o Chico quase não aparece. 

Só 2 histórias do livro todo que fogem do tema ecológico e tem humor. "Nas últimas", em que o Chico fica doente e o Zé Lelé tem que buscar o exame médico e se confunde com o exame da escola e pensa que o Chico vai morrer (sem dúvidas essa de 1990 é a melhor do livro), e "Na roça é diferente". Mesmo o enredo desta sendo o Chico mostrando para o primo como se vive na roça que à princípio seria chato, mas diferente das outras histórias desse livro, é engraçada e boas tiradas; engraçado, por exemplo, ver o Zeca tirando leite da vaca e dando tapa na galinha para colher os ovos. Essas são as únicas que dão pra rir um pouco nesse livro.   

Trecho da HQ "Nas últimas" (1990)

Falando no primo da cidade, ele aparece em 4 histórias e 3 são voltadas para o lado ecológico. Não tiveram histórias do Chico na cidade do nível de humor que a gente gosta, de um caipira que conhece a cidade pela primeira vez. Podiam colocar: "Disque Chico pra pirar" (CHB # 5, de 1987), "No elevador" (CHB # 45, de 1988) , "No restaurante" (CHB # 51, de 1988), no zoológico - "Chicológico" (CHB # 129, de 1991), "Semana na praia" (CHB # 181 - Ed. Globo, 1993), "No shopping" (CHB # 215, de 1995), etc. Todas muito engraçadas. Qualquer uma dessas iria ser ótimo.

Colocaram também umas 3 histórias do ano 2000, uma mais chata que a outra. Não gostei, principalmente de "Sarve a Roça", também ecológica com o primo. As piores histórias desse especial foram a da escola ("O bicho homem"), porque sempre é triste ver o Chico como bom aluno lendo redação ecológica; "Canta, passarinho", que na verdade é uma história do Zé Lelé, e não do Chico; e, principalmente, a do "Gênio da lamparina".

Inclusive, "Gênio da lamparina" é uma história de 2010! E tem mais outras 3 também de 2010, e a última para piorar é muda! Como o livro é de 2012, foram só 2 anos para serem republicadas. No lugar, tinham que colocar histórias mais antigas, no máximo até 2007, o limite que era permitido republicações em 2012. Aproveitaria para explorar outras características do Chico que faltaram, outros personagens que não apareceram. No lugar de tantas histórias de 2010, podiam ter colocado: "Doutor Chico" (CHB # 54, de 1989), "Ai! Robaro minha oveia" (CHB # 115, de 1991), "Leitinho incrementado" (CHB # 122, de 1991), "Reunião de pais e mestres" (CHB # 175, de 1993), "Aluno-problema" (CHB # 188, de 1994), "Pé-de-valsa" (CHB # 228, de 1995) e "Disque Roça" (CHB # 297, de 1998), entre tantas outras.

Trecho da HQ "Será que valeu a pena?" (1990)

O livro termina com a terrível história em mangá que insistem em colocar nesses livros. Na época fizeram tanta divulgação que seria estreia do Chico Bento Moço, além de ser longa, ela  protagonizada pelo pai, Seu Bento, com 50 anos de idade, que relembra os momentos que o Chico passou quando criança, e o Chico Moço só aparece em 3 quadrinhos no final. Se já acho desnecessário histórias em mangá desses livros, imagine sem o Chico aparecer. Outro ponto ruim é que nem o pai fala em caipirês na história. Colocaram no início que foi traduzido para o português porque o caipirês é uma língua que ninguém entende. Um absurdo.

Pelo menos foi interessante ver referências a histórias antigas como: "Chico, 7 anos" (CHB # 2, de 1982), "O Salvamento" (CHB # 32, de 1983), "O Monstro da lagoa" (CHB # 74, de 1985), "O Ovocausto" (CHB # 64, de 1989), "Estrelinha Mariana" (CHB # 87, de 1990), "Fundo do Poço" (CHB # 133, de 1992) e várias outras. Mas, sinceramente, preferia ver a maioria dessas histórias completas do que uma simples referência e ainda redesenhados em estilo mangá. Essa história em mangá foi republicada agora emm 2013 em "Chico Bento Moço zero".

Trecho da HQ "Na Roça é diferente" (1994)

Sobre alteração de histórias em relação às originais, tiveram em todas as histórias da Editora Abril onde os gerúndios eram terminados em "-ano" e nessa reedição colocaram da forma correta ("-ando"). Principalmente na história "Chuva na Roça" porque o Chico falou muito no gerúndio nela. "Oiano", "assuntano", "lavano" e tantas outras, tudo foi alterado. Interessante até a palavra "quando" dessa história foi alterada. Na original o caipirês era "quano" e mudaram para "quando", e várias outras palavras que foram adaptadas para ficar igual ao caipirês dos gibis atuais, como, por exemplo, na história "Amor Verde", que mudaram arve" para "arvre".

Abaixo, mostro algumas dessas comparações. Reparem na história "Os defensores da mata" que "árvore" mudaram para "arvre" e "fazeno" mudaram para "fazendo".

Trecho original da HQ "Os defensores da mata" (1982) 

Trecho alterado da HQ "Os defensores da mata", tirado de "Chico Bento 50 Anos"

Já na comparação de "Chuva na Roça", só nessa página dá para notar que "bonita" virou "bunita" e "oiano" virou "oiando". Tiveram várias outras alterações nessa história.

Trecho original da HQ "Chuva na Roça" (1982) 

Trecho alterado da HQ "Chuva na Roça", tirado de "Chico Bento 50 Anos"

Enfim, foi uma péssima edição, que praticamente só tem histórias ecológicas ou que transmitem alguma mensagem bonita e bons costumes. Tudo para prevalecer o atual politicamente correto dos gibis. Ficou parecendo um Almanaque Temático sobre Ecologia de luxo. Não foi uma edição do nível que o Chico merece. Só 5 que se  salvam desse livro: "Era Uma vez""Chuva na Roça", "Eu faço melhor", "Nas Últimas" e "Na Roça é diferente"

Na minha opinião, podiam deixar as ecológicas e filosóficas para as histórias da Ed.Abril, as de comédias com as histórias da Globo e colocar só uma da Panini de 2007, se fizessem tanta questão de ter alguma da Panini. Desses especiais "50 Anos", por enquanto só valeu o do Bidu

terça-feira, 20 de agosto de 2013

As Melhores Histórias do Pelezinho nº 6


Já à venda nas bancas "As Melhores Histórias do Pelezinho" nº 6. Com essa onda de politicamente correto predominando atualmente, esse gibi está longe disso e está repleto de situações incorretas e absurdos.

Essa edição tem 16 histórias, incluindo a tirinha final. Continua sendo todas dos anos 80, tiradas dos últimos números de Pelezinho da Editora Abril. Todas as histórias bem curtas, prevalecendo de 3 a 4 páginas, bem objetivas e sem encheção de linguiça. Nada de paranoia dos bons costumes, só tem diversão.

O gibi abre com a história "A lua caiu?!", em que o Pelezinho joga forte a bola para o alto enquanto estava jogando futebol com o Cana Braba e o Frangão à noite  e cai algo na cabeça do Frangão, que pensa que foi a Lua que caiu em cima dele. Só o fato de eles estarem na rua jogando bola altas horas da noite já não seria publicada atualmente. Nos gibis atuais, as tramas raramente se passam durante a noite, já que criança não tem que estar sozinha na rua à noite porque é perigoso.

Em "Emburacado", Pelezinho cai num buraco ao tentar pegar uma bola que caiu lá dentro e seus amigos fazem de tudo para tirá-lo de lá, com muitas atrapalhadas. Hoje, personagens não caem em buracos e nessa história tem presença de um capeta que é a piada do final da história, que também é impublicável atualmente.

Agora algo terrível para os padrões atuais é na história "Na panela". Na trama, uma mulher tenta bater no marido com panela e é o Pelezinho que leva a panelada e passa sufoco para tirá-la da cabeça. É muito engraçada e tem os absurdos ao longo da história. Só que é inadmissível isso nos gibis de hoje. Não usam mais esses métodos violentos em suas histórias.

Trecho da HQ "Na Panela"

Outra história de destaque e também impublicável é "A vontade". Nela, o Cana Braba passa sufoco para poder ir ao banheiro. Mostra o Cana cagando na privada, além de levar bolsada e ser chutado. Muito boa. Outras situações incorretas aparecem como Pelezinho contracenando com bandido que esconde em uma moita dinheiro roubado em "A moita", Pelezinho ensinando o Rex a ser um cão de guarda em "O cão de guarda" e Pelezinho vendendo amendoim na rua na história "Vai amendoim?". Afinal, trabalho infantil não pode.

Legal ver uma vitrola na história "A serenata", em que o Pelezinho e o Teófilo disputam uma serenata para a Bonga, e ver muitos absurdos ao longo de todo o gibi. A história que encerra o gibi "" eu já conhecia. O Jão Balão coloca um gravador à noite debaixo do travesseiro do Pelezinho enquanto ele dormia e, com isso, a frase "É com o Jão Balão" fica no subconsciente do Pelezinho para o Jão tirar proveito.

O melhor que nessa edição mantiveram o material original como um todo e não tem modificações toscas em relação aos gibis originais, pelo menos aparentemente. Com exceção da história "Vai amendoim?" em que colocaram "dois reais" em vez de cruzeiros. Nada de muito sério e que comprometa o sentido da história. Até compreensível, embora eu preferisse que mantivesse o texto original.

Texto alterado da HQ "Vai amendoim?"

Pelo menos no gibi que eu comprei, dessa vez tiveram alguns erros na impressão nas cores. Em algumas páginas as cores ficaram fora de lugar, com pontos brancos aparecendo. Algo raro acontecer isso na era Panini com tudo digital. Não sei se aconteceu isso em todos os gibis ou se foi só no meu, porém gostei disso: fica parecendo com os gibis da Editora Abril e Globo que tinham vários erros de colorização. Abaixo, uma página da história "De Arquibancada" com as cores fora de lugar. Bem que podia acontecer essas falhas na impressão mais vezes.

Trecho da HQ "De Arquibancada"

Então, fica a dica de comprar esse "As Melhores Histórias do Pelezinho" nº 6. Um gibi ótimo, com muitas situações incorretas que a gente sente falta em ver nos gibis novos. Vale a pena. É diversão garantida.

sábado, 17 de agosto de 2013

Seções dos gibis da Editora Abril

Não foram só de histórias que eram feitos os gibis da Turma da Mônica. Na Editora Abril, muitas páginas eram preenchidas com seções diversas que agradavam em cheio os leitores da época. Muitas serviam para interagir com o estúdio e até mesmo com outros leitores. Nessa postagem vou mostrar como eram essas seções.

As seções de cartas dos leitores, foram criadas a partir de 1974. Na revista do Cebolinha se chamava "Coleio do Cebolinha", na revista da Mônica, "Vamos bater um papo?" e em Pelezinho, "Bate-bola com Pelé".  Em todas, os leitores mandavam suas cartas com elogios, sugestões de histórias a serem publicadas, venda e troca de gibis antigos, além de ter a partir dos anos 80 um espaço denominado "Amizade selada" em que deixavam nome e endereço para troca de correspondências e procurar novas amizades. Os designs das páginas foram sempre mudando ao longo dos anos. Abaixo, destaco uma da Mônica dos anos 70 e uma do Cebolinha dos anos 80. 

Imagem tirada de 'Mônica nº 57' (1975)

Imagem tirada de 'Cebolinha nº 121' (1983)

Dá para perceber que só colocavam endereço quando envolvia trocas de correspondências. Só não gostava é que nem sempre mostravam a idade das crianças, com exceção de "Amizade selada". Interessante que, muitas vezes tinha gente de 14, 15 anos ou mais que ainda liam gibis. Em relação a "Bate-papo com Pelé" a diferença era que o próprio Pelé respondia as cartas.

Imagem tirada de 'Pelezinho nº 23' (1979)

Os passatempos, inicialmente, eram chamados de "Joguinhos divertidos", depois "Passatempo" e nos anos 80 o logotipo e a estrutura da página foram mudados, que são os mesmos até hoje. Na revista do Pelezinho se chamava "A paradinha". Nos primeiros números eram 1 passatempo por página e e não colocavam as respostas deles; depois passaram a ter vários por página e colocavam as respostas (que é mais sensato). Abaixo, uma comparação de páginas de passatempos nos anos 70 e 80.

Imagens tiradas, respectivamente, de 'Mônica nº 45' (1974) e de 'Mônica nº 157' (1983)

Imagem tirada de 'Pelezinho nº 23' (1979)

Em 1981, começaram a colocar, além dessas duas, a seção "Conheça os artistas da Lojinha da Mônica". Consistia de desenhos das crianças que visitavam a "Lojinha da Mônica". Tinha um miniestúdio montado nas lojas e, com isso, as crianças faziam seus desenhos para serem publicados nas revistas. Em 1986, o nome mudou para "Conheça os artistas da Pracinha da Mônica". Tinha a mesma proposta, mas os desenhos eram feitos no ateliê que montavam dentro da Pracinha da Mônica (um parquinho com brinquedos da Turma da Mônica que se deslocava de cidades periodicamente, um embrião do Parque da Mônica que seria inaugurado só em 1993).

Imagens tiradas de 'Mônica nº 157' (1983) e 'Mônica nº 196' (1986)

Em setembro de 1982, a revista da Mônica nº 149 passou a ter 84 páginas com lombada e, pra suprir esse número maior de páginas, a partir dessa edição, as seções de passatempos e "Vamos bater um papo?" passaram a ocupar 2 páginas em vez de 1 e "Conheça os artistas da Lojinha da Mônica" permaneceu com 1 página mesmo.

Imagem tirada de 'Mônica nº 157' (1983)

E foram criadas várias outras seções para ocupar esses números de páginas a mais. A partir daí surgiram "Horóscopo da Mônica", artigos "O mundo encantado dos animais" e "É fácil desenhar". Todas só saía nos gibis da Mônica porque tinha mais páginas.  

O "Horóscopo da Mônica" ocupavam 2 páginas e consistia de um horóscopo completo para cada signo, sempre seguindo as datas e, com ênfase maior ao mês do signo vigente. Cada signo era ilustrado com um personagem fazendo uma piadinha com o signo. Assim, no signo de touro, a Mônica era perseguida por um touro, no signo de Câncer, Bidu era mordido por um caranguejo e no de Leão, Rei Leonino recebia do Luís Caxeiro uma revista da Mônica, entre outros. Essas imagens eram fixas em todas as edições.

Imagem tirada de 'Mônica nº 157' (1983)

O artigo "Maurício Apresenta: O Mundo Encantado dos Animais" ocupavam 2 páginas dos gibis da Mônica e se tratava de uma história em texto corrido que envolvia animais, contada por Jennifer Lagerlöf. Algumas engraçadas, outras emocionantes, muitas contavam presença de animais na cidade.

Imagem tirada de 'Mônica nº 157' (1983)

Em "É fácil desenhar", era ensinado como se desenhava os personagens. Em cada edição, um personagem diferente ilustrava a seção. Diferente das outras, essa não durou até os últimos números da Editora Abril, foi a que menos durou. Nesse que destaquei na imagem abaixo, mostra como se desenha o Jotalhão.

Imagem tirada de 'Mônica nº 157' (1983)

A partir de 1985, passaram a sair seções com aulas ensinado a trocar instrumentos musicais. Passaram a ter, então, aulas ensinando a tocar flauta doce, violão e piano nos gibis, nessa ordem, todas elaboradas pelo "Grupo Ama". E informavam no final da aula em qual edição iria sair a sequência da aula. Na verdade, elas vinham acompanhadas de uma promoção que, depois das aulas, o leitor tinha que pintar uma ilustração e enviar para ganhar prêmios como instrumentos musicais. 

Até os gibis do Chico Bento e Cascão entraram nessa. É que os gibis deles não vinham nenhuma seção, pois tinham só 36 páginas e preferiam prevalecer as histórias, só que abriram exceção para essas aulas de flauta, violão e de piano. No "Superalmanaque do Maurício" nº 1, de 1986, também tinha aulas de violão. A seguir uma dessas aulas de piano, publicada em Mônica nº 196 (1986):

Imagem tirada de 'Mônica nº 196' (1986)

Se tudo isso foi bom ou não, depende muito do ponto de vista. Tem gente que acha tudo bobagem e acha que revistas em quadrinhos, só deviam ter histórias. Afinal, muitas revistas da Mônica com todas essas seções reunidas, chegavam a ocupar 10 páginas no total, só com isso, fora as propagandas que também passaram a ocupar mais páginas em relação quando tinha 68 páginas. Tinham edições que aproximadamente 20 páginas de um gibi de 84 páginas não tinham histórias. No final, os gibis dela de 84 páginas tinham praticamente as mesmas 68 páginas de como era antes.  

Já outras pessoas gostam dessas seções, até pela interatividade dos leitores com a MSP e até mesmo com outros leitores. Eu, particularmente, fico no meio termo. Acho legal, só podiam ter menos páginas. As seções de cartas e passatempos, por exemplo, podiam ocupar uma página e já ajudaria bastante. As primeiras edições do Pelezinho, por exemplo, tinham muitas páginas de passatempos (11 páginas no total) e isso não gostava. De resto, acho essas seções legais.

Infelizmente a Coleção Histórica não mostra as cartas e ficam restritos aos passatempos. Provavelmente, muitas dessas seções não serão mostradas quando chegar a época, isso se CHTM chegar até lá.

Lembrando que na Editora Globo, deixaram de publicar todas essas seções nas revistas da Mônica e só continuaram os passatempos e as seções de cartas, e na Revista Parque da Mônica tinha a seção "Notícias do Parque". Para ver as seções das Editoras Globo e Panini, entre aqui:

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Cebolinha: HQ "O Lei da Voz"

Você sabia que o Cebolinha já foi um cantor de rock de sucesso com direito á turnê nacional? Isso aconteceu na história "O Lei da Voz" , que foi publicada em 'Cebolinha Nº 35' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Cebolinha Nº 35 (Ed. Globo, 1989)

Com 14 páginas no total, começa apresentando a rádio "Já tem Pão" e o locutor Todi Marciano anunciando o "Big Hit" da rádio. Enquanto toca a sequência de músicas, começando pela música "Puxa Vida" dos Tantãs, ele resolve dormir. Nisso, Cebolinha correndo da Mônica depois de ter aprontado das suas, se esconde dentro da rádio. 


Ele não se toca que entrou em uma rádio, vê as aparelhagens e começa a falar no microfone, sem saber que estava no ar. Se apresenta como "o malavilhoso, o incompalável Cebolinha" e começa a cantar a sua música chamada "Joguei uma balata na Mônica". 

A letra é assim: "Joguei uma balata na Mônica..." / Uau! como ela ficou blava!/ Aí eu disse golducha, não adianta me bater!/ Dentuça, não tenho medo de você!/ Mônica caleta você está por fola/ Acho bom desistir agola!".


Enquanto o Cebolinha estava cantando, todo mundo que estava sintonizado na rádio ouvia e gostaram da música dele. O locutor Todi Marciano acorda, fica furioso com ele e o expulsa a chute. O locutor volta a comandar o programa e pede aos ouvintes a pedir as suas músicas pelo telefone da rádio.


Para surpresa dele, todos ligavam pedindo a música "Joguei uma balata na Mônica" e ao mesmo tempo chegaram milhares de cartas pedindo a música. A solução, foi ele sair às pressas para procurar o Cebolinha. Acaba encontrando quando a Mônica ia dar uma coelhada no Cebolinha e acaba acertando o locutor. Ela foi impedida de bater no Cebolinha, que vai até a rádio para cantar o seu sucesso.


Depois, Mônica vai para casa e ouve a mãe ouvindo rádio. Quando Mônica descobre que a música é sobre ela, fica furiosa e vai até á rádio para tentar bater no Cebolinha. No caminho Mônica vê todo mundo ouvindo a música nas rádios e até bate no Franjinha que a xingou com a letra da música. Quando chega na rádio,  ela está proibida de se aproximar do novo astro da música. Todi Marciano se torna o empresário dele e informa que só terá espaço na agenda daqui 2 meses. Ela vai atrás dele em um show, que estava lotado.


Começa a apresentação e ele canta. Quando a Mônica vai bater nele, os fãs impedem e a avisam que se encostar no Cebolinha, ia ter que se ver com eles. Então, ela não pode fazer nada para acabar com o sucesso do Cebolinha, que cada vez mais uma legião de fãs o adoram. Cebolinha "Lei da Voz" sai em turnê, vira assunto nos principais jornais e na televisão dá entrevistas para todos os canais, e "Mônica" ainda vira gíria que quer dizer que é uma pessoa chata e mandona.


Tudo ia muito bem na carreira do Cebolinha, até que, de repente, ninguém mais queria saber dele e da sua música. O novo ídolo da galera seria o Dudu Tatibitante com sua música "Eu dão sei". Com isso, acaba o estrelato do Cebolinha e Todi Marciano deixa de ser seu empresário. 


No final, Cebolinha é mandado embora e, enquanto ele enumera as coisas boas que ocorreram durante a sua carreira, surge a Mônica falando "3587". Esse é o número de vezes que a música dele tocou nas rádios, e, com isso, como castigo o Cebolinha leva 3587 coelhadas da Mônica, que dá um desconto a ele e só lhe dá 3 mil.


Uma história espetacular, tudo é legal nela. Em uma época que as bandas de pop-rock estavam no topo das paradas nacionais, a MSP entra na onda e faz essa história sensacional. Muito bom o tema central mostrando os bastidores de uma rádio e a trajetória da fama, desde como começou a carreira, passando pelo auge até chegar a decadência, culminando com o fracasso e esquecimento.


Os traços são ótimos também, o Todi marciano até lembra os traços do Louco, mas não era ele. Coloquei completa na postagem. Legal ver o Cebolinha xingando a Mônica nacionalmente e fazendo sucesso com isso. E, claro, sempre se dando mal no final quando apronta com a Mônica. Adoro a parte que o radialista chuta o Cebolinha para fora da rádio, cena que não teria nos gibis atuais.  Engraçada a referência a Titãs, parodiando como Tantãs.