terça-feira, 21 de outubro de 2025

HQ "Cascão e a Tia Tânia"

Em outubro de 1995, há exatos 30 anos, era lançada a história "Cascão e a Tia Tânia", em que o Cascão foge da sua tia que também era criança de quase idade dele e queria mandar nele. Com 12 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 230' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Cascão Nº 230' (Ed. Globo, 1995)

Escrita por Rosana Munhoz, os meninos perguntam para o Cascão se quer jogar bola e ele aceita, mas bem longe dali porque estava fugindo da sua Tia Tânia, que é uma insuportável, chata e fica tratando como bebezinho. Ia contar algo importante, mas interrompe, deixando para lá. 

Quando começam a jogar, Tia Tânia aparece, Cascão se esconde dentro de um buraco de árvore. Veem uma menina da idade deles e falam que o Cascão pode sair. Ele diz que ela que é a sua Tia Tânia e que eles o entregaram. Cascão conta que é irmã mais nova da mãe dele, e, apesar de ter a mesma idade dele, a chata pensa que pode mandar nele.

Tia Tânia corrige, dizendo que ela tem oito anos e Cascão, sete, e que ela é tia dele e sobrinhos respeitam tias. Ela fala que Cascão saiu de camiseta com aquele vento e quer que coloque um agasalho. Cascão diz que não está com frio, Tia Tânia fala que sobrinhos tem que respeitar as tias e perguntam para os meninos se eles obedecem as tias e eles respondem que sim.

Cascão vai pôr o casaco, volta e diz que agora que o deixe jogar bola. Tia Tânia diz que futebol não é esporte para crianças pequenas. Ele responde não é criança pequena sem chamá-la de tia, ela manda chamar de tia e Cascão manda não encher. 

Titi, que estava paquerando a Tânia, fala que é para ter mais respeito com a tia. Cascão também manda Titi não encher. Titi fala que também é para ter respeito com ele, quem sabe se torne tio dele, e é para chamá-lo de "Tio Titi". Cascão acha interessante que a Tia Aninha vai gostar de saber disso e Titi acha então que é melhor não se meter em assuntos de família.

Tia Tânia volta a dizer que é tia dele e que ele não vai jogar bola e Cascão faz careta para ela. Tia Tânia manda parar de jogar bola e que Cebolinha e Xaveco também não devem jogar. Cascão diz que eles são amigos dele e vão estar sempre do lado dele. Tia Tânia fala que não deve jogar bola, e, sim, tomar um banho. Cascão pergunta para turma se a tia não manda nele e eles falam errado, os sobrinhos devem obedecer a tia e seguram o Cascão porque querem banho já.

Eles amarram o Cascão na árvore enquanto pegam tina d'água, sabonete e toalha. Cascão esperneia, chama de falsos amigos e quando estão prestes a dar banho nele, aparece a Dona Lurdinha mandando a Tânia parar, avisando que o Cascão só vai tomar banho quando ele quiser. Tânia diz que é tia dele e Lurdinha fala que é mãe dele, irmã mais velha dela, que ela é uma pirralha e que manda nos dois e vão embora dando bronca na sobrinha e Cebolinha lamenta que mais uma vez o banho ficou no "quase".

Dias depois, Cascão recusa jogar bola com os meninos, que perguntam se ainda está brabo com eles e pedem desculpa. Cascão diz que tem umas coisas mais interessante para fazer, de sair com a Tia Tânia, diz que não gostava dela, mas depois que a mãe explicou umas coisinhas para ela, descobriu que é vantagem de ter uma tia e termina com ele pedindo para levá-lo ao parquinho, comprar pipoca, revistinha e sorvete.

História engraçada em que o Cascão tem uma tia criança, um ano mais velha que ele e Tânia quer mandar nele, como se fosse um bebezinho que precisava ser protegido. Primeiro, manda Cascão colocar casaco por causa do vento, depois que não é para jogar bola com os meninos e com a insistência do Cascão em não obedecê-la, Tânia quer que ele tome banho, tendo ajuda dos amigos. Cascão é salvo pela mãe que só acha o filho deve tomar banho quando ele quiser e dá bronca na sobrinha Tânia. No final, Cascão aproveita a vantagem de ter tia para pedir tudo para ela enquanto passeiam juntos.

Cascão tinha razão de achar a tia chata e insuportável, ninguém merece ser tratado como ela queria, ainda mais por ter quase idade dele. Com vergonha, ele até tentou esconder que a tia era criança, mas não pôde esconder quando ela chegou lá. Situação piorou quando quiseram dar banho nele, teve sorte da mãe dele aparecer e salvá-lo. Não tinha um padrão de comportamento da Lurdinha em relação a banho no filho, a maioria até que ela queria que o filho tomasse banho, mas tinham vezes que achava errado forçar, que tinha que ser quando ele desejasse.

Os meninos ficaram do lado do Cascão o tempo todo, mas o jogo virou quando a Tia Tânia queria dar banho no Cascão e passaram a ficar do lado dela, afinal, não podam perder oportunidade do Cascão tomar banho e se livrarem do mau cheiro dele. Nesse ponto, foram falsos amigos, tinham que continuar do lado dele por tudo que vier. Cascão foi às forras depois pedindo tudo para a tia, como se fosse a função dos tios de comprar tudo que os sobrinhos queriam, foi legal também.

Titi garanhão dando em cima da tia foi legal, saiu fora quando Cascão ameaçou contar para a Aninha, não queria problema com a verdadeira namorada. Aninha corna mais uma vez e sem saber da atitude do namorado, bom para ela que não descobriu, evitou mais decepção, apesar de sempre voltarem à boa depois das traições do Titi. Tia Tânia até gostou das investidas dele e ficaria se ele não tivesse namorada e nem gostou quando ele deu desculpa que achava melhor não meter em assuntos de família, desistindo de ficar com ela.

Foi engraçado o esconderijo do Cascão dentro do buraco da árvore para fugir da Tia Tânia, suor saindo da árvore ao perceber que ela se aproximou do local, as discussões dos dois, as investidas do Titi na Tia Tânia, Titi querendo ser chamado de "tio" pelo Cascão, ameaça do Cascão contar para a Aninha, meninos ajudarem no banho do Cascão, a Dona Lurdinha estragando o plano deles e dando bronca na Tia Tânia, falando que é pirralha e é ela quem manda nos dois e Tia Tânia se dar mal no final em pagar tudo que o Cascão queria. Tia Tânia voltou a aparecer depois em 'Cascão Nº 67 (3ª série - Ed. Panini, 2024) em uma história de abertura reunindo vários parentes do Cascão em sua festa de aniversário.

História mostrou situação de pessoas que podem ter tios da mesma idade na vida real, quando avó engravida junto com filha, normalmente os filhos se tratam mais como primos ou irmãos, situação de cotidiano que pode acontecer e ficou legal com duas crianças como Cascão e Tânia. Rosana gostava de criar histórias criando parentes para os personagens com aparições únicas, deixando mais próximos aos leitores que podiam ter mesma situação. Não duvido também que ela possa ter tido ou ter presenciado tio (a) com mesma idade de sobrinho (a) na própria família e se inspirou para criar a história. 

É incorreta atualmente por Cascão desobedecer tia, mãe dele incentivar a sujeira do filho, meninos amarrarem Cascão na árvore agindo como vilões forçando a tomar banho e Tia Tânia com calcinha à mostra no primeiro quadro da página 10 do gibi.

Traços ficaram bons, do estilo de língua ocupando maior parte da boca, característicos dos anos 1990. Dona Lurdinha sem lábios com batom, que era até mais normal as mães desse jeito quando os traços eram assim para dar mais humor a elas. As cores seguiram com degradê em todos os quadros, inclusive em gramas, arbustos, muros, árvores, etc, o padrão que era na época. 

Em 1995, sobretudo no segundo semestre, também estava bem frequente histórias de abertura da Rosana com quadros divididos em 3 linhas por página ou até 6 quadros por página ao invés do tradicional 4 linhas por páginas ou até 8 quadros. Desde 1989 já se podia ver enquadramentos assim algumas vezes, porém em 1995 já estava bem maior a frequência. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

sábado, 18 de outubro de 2025

Magali: HQ "Cadê a boca"

Mostro uma história em que a Magali amanhece sem boca e fica desesperada porque não consegue comer. Com 5 páginas, foi história de miolo publicada em 'Mônica Nº 27' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Mônica Nº 27' (Ed. Globo, 1989)

Magali acorda e descobre que a sua boca sumiu quando foi escovar os dentes e fica desesperada. A mãe, Dona Lili, acha que deve ter chupado muito limão e Magali diz que ela só comeu 3 bolos, 4 tortas e 2 pudins antes de dormir Ela tenta tomar café-da-manhã e não consegue, com leite e melancia caindo quando encosta na região da boca.

Magali sai para brincar com os amiguinhos para tentar esquecer esse problema. Mônica oferece sorvete, Magali chora e diz que como vai poder comer. Mônica se dá conta que a boca da amiga sumiu, Magali fala que o problema que está faminta e Mônica a leva para procurar a boca no "Achados e Perdidos", mas lá tinha de tudo, menos a boca.

Magali chora porque vai morrer de fome e Mônica leva o Mauricio de Sousa para ajudar. Mauricio fala que o desenhista deve estar com produção atrasada e esqueceu do detalhe de desenhar a boca da Magali. Mauricio desenha a boca e Magali comemora que voltou ao normal e no final ela pede mais um favor para o Mauricio, de desenhar sem parar várias comidas como frango, sorvete, tortas, coxinhas, para ela comer e matar a fome que estava sentindo.

História legal em que a Magali amanhece sem boca e fica desesperada porque consegue comer nada. Mauricio foi o salvador de desenhar a boca dela e não mais morrer de fome, só que Mauricio foi ajudar e ainda sobrou para ele largar seus afazeres no estúdio para desenhar comidas para Magali sem parar, afinal, com a fome que estava, tinha que comer bastante para compensar o tempo que ficou sem comer quando estava sem boca.

A justificativa da Magali sem boca foi por esquecimento do desenhista com pressa para entregar sua produção atrasada, muito bem bolado. Absurdo do início ao fim, principalmente de Magali sem boca, mas falava normalmente, como a Mônica frisou que só em histórias em quadrinhos para acontecer isso, podia acontecer de tudo. A Dona Lili agiu bem natural ao ver a Magali sem boca, sem grande preocupação, poderia ter levado a filha para o médico, pelo visto ela deve ter gostado porque economizaria na conta do supermercado.

Foi engraçado ver a Dona Lili dizer que a Magali estava sem boca por ter chupado muito limão, Magali dizer que comeu apenas 3 bolos, 4 tortas e 2 pudins antes de dormir, imagine se ela comesse muito, tudo que comia ou bebia caindo quando estava sem boca, as meninas procurarem a boca no "Achados e Perdidos" do bairro.

História é da época que a Magali tinha conseguido revista própria há pouco tempo e tinham histórias solo dela nos gibis da Mônica. Magali teve o lançamento de seu gibi em fevereiro de 1989, por toda a década de 1980 tinham histórias solo dela ocasionalmente, sendo que em 1988 passou a ser bem frequente como forma de divulgar a futura revista e depois continuou em 1989 para leitores terem uma ideia do que poderia encontrar nas revistas dela caso não tenham comprado ainda. Normalmente eram histórias com absurdos exagerados da gula da Magali, mostrando a real característica raiz dela.

A metalinguagem estava em alta nos gibis a partir dos anos 1980, principalmente no final da década, com maior presença do Mauricio e roteiristas participando, nem que fosse só no final. Poderia o Mauricio ou funcionários aparecerem direto na história ou personagens nos quadrinhos conversarem com eles no estúdio, não tinha padrão, variava de cada roteiro. Isso de Magali aparecer sem boca, risco de crianças rabiscarem, querendo desenhar a boca que faltava em cada quadro. 

Essa história é incorreta atualmente por todos absurdos e exagero de comilança da Magali, além da Dona Lili aparecer de avental e proibida a palavra "Minha nossa!". Os traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo, destaque para o cabelo da mãe da Magali bem diferente, sendo que ás vezes ela aparecia assim nos anos 1980 antes da Magali ter revista, ou por estilo de desenhista ou como forma de experiência para encontrar traços definitivos para a Dona Lili. E a postagem serve como comemoração do mês de aniversário do Mauricio de Sousa, 90 anos de muito sucesso, tudo de bom.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Chico Bento: HQ "Letra Feia"

Dia 15 de outubro é Dia dos professores e, em homenagem, mostro uma história em que a Professora Marocas manda o Chico melhorar caligrafia porque estava com letra tão feia que não conseguia entender o que ele escreveu na prova. Com 4 páginas, foi história de miolo publicada em 'Chico Bento Nº 6' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Chico Bento Nº 6' (Ed. Globo, 1987)

Professora Marocas entrega as provas dos alunos, chega a vez do Chico Bento, que está animado para saber a nota que tirou e a Marocas diz que não sabe, não conseguiu ler a prova, com garranchos que não dá para entender e não sabe se está escrito em português ou em grego. Chico acha que é exagero da Marocas, que fala que ele tem letra horrorosa e manda melhorar a caligrafia.

Chico sai da escola triste, encontra a Rosinha, que diz que recebeu a cartinha que mandou para ela e manda traduzir porque entendeu nada do que escreveu e é pior que letra de médico. Chico diz que depois escreve outra carta para ela. Chegando em casa, Dona Cotinha pergunta se o filho entregou a lista de venda do Nhô Tonico do jeito que ela pediu, Chico afirma e Seu Tonico fala que entendeu nada da letra e Chico diz que foi ele quem escreveu. Nhô Tonico vai trocar mercadoria e Dona Cotinha manda melhorar letra.

Chico fica um tempão fazendo caligrafia. Depois com a letra melhorada, entrega lista de compra para o Nhô Tonico, que entendeu tudo e a Rosinha gostou da cartinha nova, diz que nunca recebeu uma carta tão bonita e com letra caprichada. No final, na escola, em dia de prova, Professora Marocas comenta que a letra está bonita e agora consegue avaliar a prova dele e que ele tirou nota zero, errou tudo, tem que estudar mais História, Geografia, Gramática, Aritmética.

História legal em que o Chico Bento é chamado atenção pela professora Marocas dizendo que tem letra feia e também pela Rosinha e pela mãe . O jeito foi fazer caligrafia até melhorar a letra e consegue no final, só que continua tirando nota zero na escola porque ele não sabe as matérias. Ou seja, antes tirava zero porque a professora não entendia a letra, depois zero porque não acertava as questões.

Chico sempre burro, mas dessa vez se esforçou para ter letra bonita. Se soubesse que ia tirar zero da mesma forma, nem precisaria de tanto esforço, poderia ter continuado com a letra feia, melhor nota zero por letra feia do que por ser burro, mas também tinha intenção de agradar a Rosinha e a mãe, não foi só por causa da escola o desejo de ter letra bonita, por isso também o seu esforço, que foi em vão para a escola. 

Engraçado ver discussão da professora com o Chico, Rosinha dizer que ele tem letra pior que de médico, o Nhô Tonico dizer que ele tem letra disgramada, nem Chico entender a própria letra e a cara que fez no final ao descobrir que tirou zero por errar tudo na prova. Rosinha estudou com Chico dessa vez sendo que isso não tinha um padrão, variava confirme melhor atender roteiros, só que o mais comum era não estudarem juntos, com Chico estudando de manhã e ela, de tarde.

História típica de miolo, mais simples e objetiva, porém com muita qualidade. Mostrou importância de ter letra bonita pra ter elogios e melhores oportunidades, tudo era inspiração para criar histórias, hoje pessoal nem liga pra ter letra bonita já que é tudo informatizado, digitar o que quer e nem precisa escrever, daqui a pouco até em escolas vão abandonar provas escritas a mão. Incorreta atualmente por ter Chico burro, professora dizer na cara que ele tem prova horrorosa rebaixando aluno, Nhô Tonico de avental, além de palavras proibidas "disgramada" (por lembrar "desgraçada") e "Diacho!" (por associar a "Diabo"). 

Traços muito bons, até com ângulos diferentes do Chico dando um charme a mais. O quadro negro teve recurso de pontinhos pretos juntos formando o cinza. As cores foram do estilo dos primeiros meses da Globo de 1987 com personagens com pele mais rosadas, porém já perdendo o tom de azul aquarela e tons começando a desbotar comparando com os primeiros números daquele ano. Na prática, até março de 1987 com cores mais fortes e nesse gibi de abril já começando a desbotar, ficando mais apagadas ainda no segundo semestre daquele ano. 

FELIZ DIA DOS PROFESSORES!!!

domingo, 12 de outubro de 2025

Franjinha: HQ "Feliz Dia Da Criança"

Dia 12 de outubro comemoramos  o "Dia das Crianças" e em homenagem mostro uma história em que o Franjinha não queria ser criança e desejava namorar uma vizinha mais velha que ele que o ajudava nas lições da escola. Com 5 páginas, foi publicada em 'Almanaque da Mônica Nº 14' (Ed. Abril, 1982).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 14' (Ed. Abril, 1982)

Os pais do Franjinha fazem surpresa para ele pelo "Dia da Criança", Seu Carlos comprou dois ingressos para irem ao circo, Dona Elza fez seu bolo predileto e até Bidu quis parabenizá-lo. Franjinha despreza tudo, os pais perguntam se ele quer ir ao parque de diversões e um outro sabor de bolo e Franjinha diz que está bem crescidinho,  acham que ele tem idade do Cebolinha e vai para o quarto, deixando os pais tristes.

Franjinha coloca um terno e avisa aos pais que vai dar uma saidinha e se voltar um pouco tarde não é para se preocuparem. Eles observam Franjinha pegando flores do quintal e fecham a porta. Franjinha vê sua vizinha, uma garota mais velha por quem tinha interesse, lendo um livro e vai falar com ela. Franjinha fala que queria pedir uma garota ser namorada dele. A vizinha acha que ele é novo para namorar. Franjinha diz que tem 15 anos, ela fala que jurava que ele tinha 9 anos e ele diz que faltam só 6 anos para os 15.

Aparece o Godofredo, namorado da vizinha, que apresenta o Franjinha ao namorado e diz para ele que é vizinho dela e que ajuda nas lições da escola. Franjinha fica sem graça, diz que era coisa sem importância o que ia falar e vai embora. Depois, uma menina da idade dele vê o Franjinha chorando, pergunta se esqueceram dele no "Dia da Criança" e lhe dá um beijo no rosto. Franjinha fica animado, volta para casa e pergunta para os pais se vão ao circo e pelo bolo gostoso, ficando os pais felizes.

História legal em que o Franjinha acha que não é mais criança, não aceita a comemoração do "Dia das Crianças" pelos pais e resolve pedir em namoro a vizinha mais velha que ajudava nas lições da escola. Franjinha se ilude ao saber que a vizinha tem namorado e ao ser consolado e beijado por uma menina da idade dele, volta a se interessar em ser criança e aceita as comemorações dos pais.

Como se apaixonou pela vizinha mais velha, Franjinha pensava que já era rapazinho. De fato não era uma criança pequena como o Cebolinha, mas ainda era criança com 9 anos, no auge da infância. Enrolou um pouco em se declarar para ela, disse que estava apaixonado por uma garota, mas sem dizer que era por ela, aí fica a dúvida se a vizinha percebeu ou não desde o início que o Franjinha estava apaixonado por ela. Com a desilusão amorosa e a menina dar um beijo, Franjinha tem interesse em ser criança e comemorar o dia com os pais só por causa de ela ser criança. 

Franjinha não agiu bem com os pais, interessante que os pais não deram uma dura nele, quererem satisfação da atitude dele de não querer ser mais criança, deixando o filho mandar e fazer o que quiser, até fecharem porta quando estavam observando escondidos no quintal depois que perceberam que ele viu que estava sendo observado e ter feito cara feia para eles. Bidu foi fofo querendo parabenizar o dono, pena Franjinha também não ter dado confiança nem para ele. Foi engraçado o Franjinha colocar terno para se mostrar que era rapazinho, dizer para vizinha que tem 15 anos, enrolar para se declarar para vizinha e a surpresa dele que ela tinha namorado.

História do Franjinha solo sem a ver com suas invenções e experiências no laboratório, era normal na época Franjinha ter histórias solo nos gibis e eram boas. Bidu dessa vez agindo só como cachorro normal junto com a família do Franjinha. Nome da vizinha não foi revelado nem da menina que deu beijo no Franjinha, todos os figurantes apareceram só nessa história. E descobrimos que a real idade do Franjinha é de 9 anos enquanto os outros da turminha tinham 6 anos.

Teve mensagem de alertar crianças que querem crescer logo, que deve aproveitar a infância que passa rápido e depois vai sentir saudade, e mostrou também crianças que se apaixonam por professores ou alguém mais velho do seu convívio diário, também bem recorrente na vida real. É incorreta atualmente por isso de Franjinha não querer ser criança, fazer desfeita para os pais e mandar mais que eles, se apaixonar uma mulher mais velha e depois pela menina da idade dele por envolver namoro entre crianças. 

Os traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo da primeira metade dos anos 1980, com destaque do recurso de pontinhos juntos em fundo branco para formar o cinza do vestido da Dona Elza e da toalha de mesa. Tiveram erros de Dona Elza sem lábios com batom no último quadro da primeira página e terceiro quadro da segunda página e Bidu com olho azul no último quadro. O terno do Franjinha e calça do Seu Carlos tiveram uma junção de calça com sapato em um só, um estilo muito usado na época para agilizar desenhos que nem pode considerar como erro.

Foi uma história inédita em almanaque e nessa edição ainda teve mais 2 histórias inéditas e a tirinha final e o resto foram republicações de histórias dos gibis da Mônica de 1975, mais focadas com brincadeiras ente eles para dar ideia de tema de "Dia das Crianças". Essa história nunca foi republicada até hoje assim como as de outros almanaques da Editora Abril que tiveram histórias inéditas já que procuravam escolher só as que saíam nos gibis convencionais e as inéditas de almanaques ficaram esquecidas. Então, poderia ter sido republicada na Globo a partir de 1987 e como não foi, é rara e só quem tem esse 'Almanaque da Mônica Nº 14' da Abril que a conhece.

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS!!!

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Capa da Semana: Cascão Nº 45

Nessa capa, enquanto Cebolinha olha o boizinho formado pelas nuvens, Cascão prefere admirar o porquinho formado pela fumaça que soltava da fábrica. Por não ser nuvem, que lembra água e chuva para o Cascão, a poluição da fábrica foi melhor por remeter à sujeira e a formar um porquinho, sem dúvida foi tudo a ver com o Cascão. De nuvem ele quer distância, mesmo que não esteja ameaçando chuva. 

Era comum personagens olhando imagens formadas por nuvens em capas, histórias e tirinhas, normalmente nuvens formando coisas de acordo com características deles, eram legal quando tinha isso. Essa capa ficou muito bem desenhada e se torna incorreta hoje por Cascão fazer apologia à poluição.

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 45' (Ed. Globo, Setembro/ 1988).