sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Quinzinho: HQ "Gorducho, eu?"



Nessa postagem eu mostro uma história em que o Quinzinho sofreu bullying por ser gordo. Com 7 páginas no total, foi história de encerramento de 'Magali Nº 106' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Magali Nº 106' (Ed. Globo, 1993)

Nela, o pai do Quinzinho, seu Quinzão, manda o filho levar a encomenda da padaria para Dona Amélia. No caminho, Quinzinho sente calor e quando chega na casa da Dona Amélia quem atende é o filho dela.


O menino o chama de bolo fofo. Quinzinho diz que não era bolo, e, sim uma rosca de frutas. Então, o menino diz que bolo fofo era ele. Quinzinho não gosta e comenta que é inveja por ser mais forte que ele. No caminho de volta para a padaria, um homem pergunta onde fica a Rua Laranja Lima. Depois de responder que fica em frente, o homem agradece, o chamando de gordinho. Quinzinho fica passado e diz que o pessoal está com problema de vista.


Logo depois, ele fica em frente a um espelho e diz que gordinho é o moleque do espelho. Aí se dá conta que era ele mesmo e vê como estava gordo e chora querendo saber como foi que aconteceu isso com ele. Magali aparece na hora chupando pirulito e oferece para ele. Quinzinho diz que não pode porque está gordo e Magali diz que está gordinho, mas gosta dele assim mesmo, gosta de meninos recheadinhos.


Quando estão prestes a se beijar, aparece um menino com seu gato ao lado e Magali o cham de gato na frente do Quinzinho. Ela, sem graça, diz que é o de 4 patas. Quinzinho fica brabo e diz que vai começar um regime. Magali diz que vai ajudar e imediatamente pede 5 picolés ao sorveteiro e 3 pastéis ao pasteleiro, come tudo de uma vez na frente do Quinzinho, dando tentação a ele, mas falando que isso são coisas que ele não deve fazer. Quinzinho diz que se ficar perto dela não vai emagrecer nunca e termina o namoro.


Na padaria, Seu Quinzão pergunta o que houve par ao filho estar tão triste. Quinzinho diz que terminou relação com a Magali porque ela come muito e o influencia e por isso que ele é gordinho. A mãe pergunta se tem certeza, mostrando a sua barriga, junto com o pai.

Quinzinho corre atrás da Magali e fala que cometeu um terrível engano, que descobriu que é gordo porque puxou os pais dele. Mesmo assim ele pensa em fazer exercícios para queimar as gordurinhas e pede opinião da Magali. Então, ela se deita na barriga dele, falando que enquanto é assim gordinho, deixa aproveita para deitar nele, terminando assim.


Uma história muito legal, que discute bullying, preconceitos com os gordinhos sofrem na vida real e com lição de mostrar que devem gostar de si mesmo, independente dos que os outros falam. Legal ver que o Quinzinho não se sentia gordo até os outros perceberem e falar mal dele. E engraçado a Magali dando tentação a ele comendo tudo na frente dele, do modo exagerado que ela fazia colocando tudo na boca ao mesmo tempo. Adorava quando ela fazia isso.


Hoje em dia essa história é impublicável por Quinzinho trabalhar em padaria do pai por ser criança e por esse fato dos personagens estarem sofrendo bullying e preconceito e os gordos na vida real podiam não gostar, o que é bobagem, já que deu para mostrar que tem uma boa lição de moral. Na verdade, os personagens vêm sendo desenhados ultimamente mais magros como era, tudo por causa do padrão de beleza de ser magro. Personagens como o próprio Quinzinho, além de Pipa, Dona Cebola, Nhô Lau, Thuga e tanto outros estão bem mais esbeltos do que eram antes. E isso que acho mais preconceito do que criar uma história assim.

Os traços dessa história, a propósito, muito bem desenhados, mostrando como era o Quinzinho gordo, como era desenhado nas histórias da época. Teve um erro de colorização, com o Quinzinho aparecendo de camisa verde na penúltima página. Erros assim eram comuns e eu gostava quando tinha. Hoje em dia são corrigidos esses erros em republicações de almanaques.


Nos gibis quinzenais da Magali eram comuns histórias de secundários considerados da turma dela, com participação dela ou não. Normalmente eram histórias solo com Mingau e Dudu, mas as vezes tinham histórias com o Quinzinho, Tia Nena, Tio Pepo. Nessa edição, foi com Quinzinho. E as ruas da Turma da Mônica têm nomes de frutas ou árvores frutíferas. Dessa vez descobrimos que além da Rua do Limoeiro, tem também a Rua Laranja Lima. Bem criativos.

12 comentários:

  1. E enquanto isso,Mônica já era chamada de gorducha pelos meninos.

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    1. Sim, era normal ela ser chamada de gorducha. Hoje em dia até tem, mas evitam o máximo que dá.

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  2. Não conhecia essa história. E, agora que li, vejo que é excelente.
    "Hoje em dia essa história é impublicável por Quinzinho trabalhar em padaria do pai por ser criança e por esse fato dos personagens estarem sofrendo bullying e preconceito e os gordos na vida real podiam não gostar, o que é bobagem, já que deu para mostrar que tem uma boa lição de moral."
    Sério? Ser impublicável por o Quinzinho ajuda os pais na padaria? E também porque ele sofre bullying? Tudo bobagem da MSP.
    "Na verdade, os personagens vêm sendo desenhados ultimamente mais magros como era, tudo por causa do padrão de beleza de ser magro. Personagens como o próprio Quinzinho, além de Pipa, Dona Cebola, Nhô Lau, Thuga e tanto outros estão bem mais esbeltos do que eram antes."
    Assim, com os personagens ficando mais magros, só deixa os personagens mais parecidos com os outros, o que é algo que não gosto, pois eu conheci esses personagens gordos, e não quero vê-los magros. Vou dá um exemplo - Seria a mesma coisa que se transformasse o Mickey(que é um rato irreal) num rato realista. Bom, era isso que eu queria dizer. Postagem excelente como sempre, Marcos!

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    1. Impublicável principalmente pelo bullying. Talvez ainda tenha histórias com ele trabalhando na padaria. personagens desenhados magros acho absurdo, perdem a essência deles. Que bom que gostou do post. Valeu.

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  3. adorei essa história autor,deu dó do quinzinho......também notei que o quinzinho,a pipa, o nho lau estão mais magros....também vou trabalhar vendendo perfumes com a minha mãe(eu tenho 15 anos) a gente também fará vendas na internet,por enquanto tem que esperar....mas esse fato do quinzinho trabalhar,po,é a essencia dele...eu gostaria que voce fizesse postagem das histórias:

    -diga o que eu digo,faça o que eu faço
    -o sumiço de todas as mães
    -o jogo de volei
    -babá!bolas
    -o poderoso cascão(na íntegra)

    beijos e que deus te abençoe autor<3

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    1. ah e mais um detalhe...eu ja li uma história na panini mesmo,que a monica e a magali trabalham como vendedoras de doces no bairro,que engraçado né autor!

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    2. Parece que vez ou outra aparecem eles trabalhando, mas pouca frequência. Quem não vi mais trabalhando pesado na roça é o Chico Bento. Se tiram isso do Quinzinho perde a essência mesmo. Histórias muito boas que vc sugeriu, se der eu faço posts. Obrigado. Deus te abencoe também. Bjs

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  4. Pra mim também acho preconceito mudar personagens de gordo pra magro, tirar lábios de personagens negros, essas coisas. Tiram as características deles.

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  5. Boa noite. Minhan esposa fazia tirinhas para a turma da Mônica. Vomo posso fazer para ver as historinhas nas quais ela contribuiu?

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    1. Difícil saber porque nas histórias e tirinhas a MSP não colocavam créditos. Aí só reconhecendo pelo roteiro, não sei se mostrei alguma. Qual período ela trabalhou na MSP?

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  6. "Hoje em dia essa história é impublicável por Quinzinho trabalhar em padaria do pai por ser criança e por esse fato dos personagens estarem sofrendo bullying e preconceito e os gordos na vida real podiam não gostar, o que é bobagem..." por que acabei de comprar uma revista (de 2013) para a minha sobrinha e ta o Quinzinho ta la na padaria, com o desing de sempre.

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    1. Ele até aparece de vez em quando trabalhando em padaria, se bem que cada ano que passa eles estão mais chatos com o politicamente correto e isso já tem 4 anos. Mesmo assim ele ainda aparece trabalhando na padaria, só evitam ao máximo. já o bullying seria mais difícil fazerem histórias assim.

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