Dia dos Pais chegando e em homenagem à data, eu compartilho nessa postagem uma história de quando o Cebolinha pensa que o seu pai, o Seu Cebola, assaltou um banco. Com 9 páginas no total, foi história de abertura de 'Cebolinha Nº 24' (Ed. Globo, 1988).
Nela, Cebolinha está brincando na sala da sua casa e o rádio que estava ligado dá a notícia que um bandido armado e disposto a tudo assaltou o Banco "Itatu", ameaçou funcionários e clientes e fugiu com uma mala preta cheia de dinheiro. A mãe do Cebolinha, Dona Cebola, fica preocupada porque o Seu Cebola iria àquele banco. Em seguida, ele chega irritado carregando uma mala preta.
Capa de 'Cebolinha Nº 24' (Ed. Globo, 1988) |
Nela, Cebolinha está brincando na sala da sua casa e o rádio que estava ligado dá a notícia que um bandido armado e disposto a tudo assaltou o Banco "Itatu", ameaçou funcionários e clientes e fugiu com uma mala preta cheia de dinheiro. A mãe do Cebolinha, Dona Cebola, fica preocupada porque o Seu Cebola iria àquele banco. Em seguida, ele chega irritado carregando uma mala preta.
Cebolinha estranha que o pai chegou cedo e o Seu Cebola diz que não foi nada e o manda brincar. Enquanto os pais conversam lá dentro, Cebolinha fica comentando consigo mesmo que ainda bem que o pai está em casa ainda mais com um bandido segurando uma mala preta por aí. Aí se ele se dá conta que o pai estava com uma mala preta que ele não tinha e estava com cara mal encarada quando chegou.
Encucado com isso, o Cebolinha vai para o lado de fora da casa e fica escondido em frente à janela do quarto onde os pais estão para ouvir o que estão conversando. Então, ele vê o pai mostrando notas de dinheiro, dizendo que precisou fazer aquilo para pagar as contas de casa e o médico do Cebolinha. E quando a polícia aparecer lá, ele saberia o que dizer. Cebolinha fica tonto e chocado porque o pai é o bandido perigoso que assaltou um banco e está sendo procurado pela polícia. Ele vai chorar diante do Floquinho, lamentando que a mãe dele é cúmplice do pai e se dá conta que, como ouviu a conversa, ele e o Floquinho também são cúmplices. Cebolinha diz que nunca, porque ele não vai errar como o pai e resolve entregá-lo para a polícia.
Cebolinha volta para casa e telefona para a polícia e diz que quer falar com o Elioti Nessi ou Máguinum, Calombo, ou a Rata e o Gato. Como, logicamente, não tinha ninguém lá, ele aceita falar com o delegado, falando que era sobre o bandido que assaltou o banco "Itatu". Nessa hora, o pai aparece de toalha, perguntando se ele estava ligando para um amiguinho, aí ele se arrepende e diz ao delegado que não faz a menor ideia de quem seja o bandido, desligando o telefone imediatamente.
Então, o Cebolinha resolve falar com o pai para saber se está arrependido pelo que fez e convencê-lo a devolver o dinheiro. Seu Cebola diz que não está arrependido. Cebolinha fala que se devolver o dinheiro, ele não pede mais mesada e não fica mais doente. Como o pai diz que é tolice, Cebolinha começa a chorar, falando que isso não é exemplo que se dê a um filho e pergunta se ele quer que fique igual ao pai. Seu Cebola diz que sim, já que, segundo o ditado, "filho de peixe, peixinho é".
Cebolinha vai chorar na rua e encontra o Cascão, que pergunta o motivo de tanto choro. Ele responde que é porque o pai assaltou o banco "Itatu" para pagar as contas de casa e quer que ele siga a vida criminosa do pai. Cascão fica surpreso e fala que não é para se preocupar que ele e a turma não vão deixar isso acontecer e manda o Cebolinha ir para casa.
No caminho, o Cebolinha vê a polícia indo para sua casa e ele corre para lá e encontra a casa cercada. Cebolinha entra desesperado em casa e tenta lutar com os policiais para defender o pai. O guarda não entende nada e termina a conversa com o Seu Cebola, falando que a ajuda do retrato falado foi muito importante para identificar o assaltante do banco e vão embora.
Cebolinha não entende nada e pergunta o que aconteceu. Dona Cebola diz que o Seu Cebola foi ao banco e deu de cara com o assaltante saindo de lá e ele ligou para a polícia, que recomendou voltar para casa e ele pediu licença do trabalho. Cebolinha pergunta sobre a mala preta que ele estava carregando e Seu Cebola responde que era trabalho para fazer em casa e ficou com raiva de ter trabalho depois de tudo que havia passado. Dona Cebola complementa que recebeu uma recompensa da polícia por ter avisado sobre o assaltante e ficou feliz que nem precisava pedir empréstimo no banco, justificando, assim, o dinheiro que havia conseguido.
No final, Cebolinha vai para rua orgulhoso em saber que o pai dele era um herói. Cascão aparece aflito, preocupado com o Cebolinha, que diz o pai dele é o maior e quando crescer quer ser igual a ele. Como não explicou o que aconteceu, Cascão pensa que o Cebolinha quer se tornar bandido, chama a turma rapidamente e eles prendem o Cebolinha em uma jaula, com o Cascão falando que é para o bem dele e quando mudar de ideia eles o soltam, porque não querem um bandidão na turma.
Sem dúvida uma história muito legal com o Cebolinha fazendo de tudo para que o pai não seja preso depois de um suposto assalto a banco. Diante das coincidências, ele pensava realmente que o pai era o assaltante e com medo de se tornar um bandido também quando crescer, já que os filhos puxam os pais. Gosto de histórias com os personagens contracenando com os pais. Essa história, que coloquei completa na postagem, além de mostrar relações familiares, discute honestidade na vida real ao mostrar o dilema do Cebolinha de denunciar o pai ou não à polícia. Por um lado é dever do Cebolinha denunciar um bandido, mas por outro lado o bandido era o seu próprio pai e então ficou a dúvida qual a coisa certa para fazer. Prevalecer a razão ou o coração? Na história, foi provado que ele ficou com pena de entregar o próprio pai à polícia.
Muito interessante também as referências parodiando o Banco Itaú (Itatu) e detetives e seriados policiais e de ação antigos quando o Cebolinha pergunta no telefonema pelo Elioti Nessi (paródia de Eliot Ness), Máguinum (seriado "Magnum P.I."), Calombo (detetive Calumbo) e A Rata e O Gato ("A Gata e o Rato"). Muito legal. Curiosamente, dessa vez colocaram o Cebolinha pensando sem trocar as letras na última página. Na época, normalmente ele pensava trocando o "R pelo "L", mas nessa colocaram ele falando certo. Apesar da bonita mensagem, hoje em dia história assim é incorreta e impublicável por causa de assalto a banco, criança envolvida com trama policial, e ainda mais um personagem principal, no caso, o Seu Cebola, ser o bandido, mesmo que supostamente.
Os traços maravilhosos e encantadores, chama atenção de serem fofinhos. Sensacional. Até a arte do título ficou ótima. Detalhe também na colorização, colocando tudo roxo no lugar do rosa, inclusive nos balões. Na Editora Globo, os gibis viviam trocando as cores. Era questão de meses para mudar alguma coisa. Então, tinha época que tudo que era rosa, colocavam roxo no lugar (ou em determinadas histórias de cada gibi ou até mesmo no gibi inteiro). A cortina e o sofá roxos naquele tom, por exemplo, ficaram excelentes. Infelizmente na Editora Panini, quando republicam histórias daquela época, eles mudam as cores, colocando rosa no lugar do roxo, inclusive na Coleção Histórica,e, com isso, tirando a magia da época.
Acho q não, Fabiano. Eles tem antecedência com os gibis, mas não com mais de 2 anos, visto q esse gibi é de dezembro de 1988. Pode até ser q o roteiro tenha sido feito antes, mas os desenhos, arte-final e tudo mais só uns 3 a 4 meses antes.
ResponderExcluirNos gibis da Globo dos anos 80 e 90 eram comum traços assim. Traços espetaculares, sem dúvida, uma delicadeza sem tamanho. Eu tbm gostava dos personagens com narigão, como o Seu Cebola, o Zecão e o Chico Bento.E o roteiro dessa hq também excelente, muito bem bolada. Adoro essa hq.
Abraços
HQ muito boa e bem bolada, mas pena que é incorreta atualmente. Traços íncriveis. Os gibis atuais podiam ser assim, já que eles tem tanta técnologia, não seria muito difícil fazer um ótimo gibi.
ResponderExcluirVerdade, os traços ainda podiam ser assim até hj, seria muito melhor. Nunca deviam ter mudado.
ExcluirBem por aí Fabiano... mesmo se fossem traços digitais, mas q não dessem pra perceber q são assim, seria mais válido. Mas de cara a gente sabe q são de PC, q inserem imagens prontas. Pode ser q mudem um dia...
ExcluirOi Marcos, li essa história no volume 14 da Coleção Um Tema Só - Filhos e Pais. Ela é muito bem escrita, qualquer criança podia se identificar com a angústia do Cebolinha, imagina pensar que seu pai roubou e ouvir sua mãe dizer que agora sim poderiam pagar seu médico - ou seja, meu pai roubou por minha causa, que horror! XD Também gostava muito de ver a Turma interagindo com seus pais, geralmente rendiam histórias excelentes. Excelente postagem, abraços.
ResponderExcluirSim, podia acontecer com qualquer um na vida real e isso que é legal. Um bom tema de hq. Eu tbm gostava dos personagens interagindo com os pais, principalmente perturbando os pais. Eram muito bem feitas e não era difícil identificação na vida real.
ExcluirSempre reparei que os pais do Cebolinha sempre são os que mais aparecem e tem mais destaque, mais até do que os da Mônica. Porque será?
ResponderExcluirAcho q eles queriam colocar uma família fixa para mostrar relações familiares e a família do Cebolinha, com certeza, se encaixava melhor nisso.
ExcluirEle tem uma mãe dona de casa gordinha, um pai que trabalha em escritório, tem uma irmã pequena e um cachorro. Perfeito pra retratar situações cotidianas de uma família normal. Os pais do Cascão também tinha uma frequência boa, mas os do Cebolinha apareciam mais, sem dúvida.
Eu tbm adoro a família do Cebolinha. Sempre rendiam ótimas hqs. O pai do Cascão acho uma cópia do filho, só q tem um bigode. Quando tinha sujeirinha q nem o filho mais igual ainda rs.
ExcluirOutros que também acho legais sãos os pais da Magali, principalmente o seu Carlito, pois ele é pra mim o mais engraçado, pois sofre com a gula da Filha e os pelos do Mingas. Os pais da Mônica são os mais sem graça, se bem o eu acho o pai dela engraçado.
ExcluirOs pais da Mônica tbm acho os menos engraçados, parecem q são mais certinhos, principalmente a mãe da Mônica. De qualquer forma gosto de todos os pais, Os do Chico tbm são muito legais.
ExcluirO Pai do Rolo mudou de traços, ele era mais gordo e seu cabelo era marrom, agora ele é magro, tem cabelos azuis e usa óculos. Não gostei, preferia ele como era antes, principalmente reclamando das vezes em que o Rolo saia com o carro dele sem reclamar.
ExcluirSe bem q essa mudança no pai do Rolo não é de agora, já tem uns 10 anos q mudaram. Tbm não gostei disso, preferia antes, como era nos anos 90.
ExcluirPior tem uma propaganda do cartão mesada da monica q tem a ilustração da familia do cebolinha
Excluir:D
ExcluirÓtima historia roteiro, traços, tudo. Eu gostei desse roxo, ate porque não gosto muito de rosa, acho uma cor sem graça. Histórias em que aparecem os pais dos personagens são sempre muito boas, eles são muito carismáticos, seja o pai do Cebolinha, do Cascão ou do Xaveco, sempre rendem ótimas historias. Achei muito engraçado esse final da história, com o Cascão gritando pra turma do plano 2, kkk, já tinham pensado ate nisso, rs.
ResponderExcluirMuito legal mesmo... esse final ficou ótimo rs. A cor roxa no lugar do rosa ficava muito bacana. Achava q dava um destaque melhor. Pena q a Globo sempre vivia mudando as cores. Podiam ter mantido assim.
ExcluirEu gosto tbm de todos os pais dos personagens, todos rendiam ótimas hqs... mas os do Cebolinha tinham destaque maior. Tinham hqs q eles eram protagonistas, sem o Cebolinha aparecer, mostrando cotidiano do casal, brigas e tudo mais. Muito bom.
O Calombo referido é o detetive Columbo. Abraços, Marcos!
ResponderExcluirLegal Marco, bem lembrado. Essas paródias eram ótimas, muito criativos com os nomes e dessa vez eles pegaram seriados do fundo do baú. Mudei o texto. Valeu. Abraços
ExcluirHistória genial mesmo!
ResponderExcluirMarcos, esses dias assisti a Princesa e o Robô e gostaria de saber se já teve algum gibi que o Lorde Coelhão apareceu, gostei da forma do personagem mas nunca vi em quadrinhos. Aliás deixo a sugestão para falar desses filmes da Turma um dia, aquela época os filmes deles eram fantásticos, assim como essas histórias!
Ele apareceu sim em gibis, William, como nas hqs de abertura de Mônica nº 200 de 1986, Parque da Mônica nº 102, de 2001 e Parque da Mônica nº 117 de 2002.
ExcluirBoa sugestão. Quando der falo de filmes da Turma da Mônica. Sem dúvida eram bem feitos.
Ah, que bom que você falar dos filmes da Turma da Mônica, Marcos! Eu também queria que você falasse dos filmes, pois são excelentes!
ExcluirAlém dos filmes, quem sabe você pode falar da HQ Um Natal Empacotado de Mônica nº 200, de 1986, já que você não deve conhecer essas outras duas HQs que foram publicadas no gibi do parque.
Falando nisso, todas essas três histórias eram disponíveis online no antigo portal da turma, mas que infelizmente não são mais disponíveis no novo site.
Abraços!!!
Pois é, Daniel, acabei não lendo a hq do Parque nº 117 quando tinha no antigo site. Eu tenho as hqs da Mônica nº 200 e a do Parque da Mônica nº 12 Quando der, falo aqui. Abraços
ExcluirMeus parabéns, Marcos! Tá aí uma ótima HQ pra fazer homenagem ao dia dos pais! E com o Seu Cebola (o pai do Cebolinha) ainda por cima. Então, parabéns pela homenagem!
ResponderExcluirEu também te agradeço por ter falado dessa HQ, só porque eu não a conhecia, mas mesmo assim, gostei muito!
Sobre a republicação da história, você me disse que ela foi republicada no Um Tema Só # 14 - Cebolinha: Filhos e Pais, de 1996. É verdade mesmo? Porque como não tenho essa edição, não dá pra confirmar.
E como essa história foi incorreta! Ela é tão incorreta, mas tão incorreta mesmo, que se o pessoal do politicamente correto visse essa história, provavelmente eles iriam ter pesadelos com esse trama policial do Seu Cebola bandido por toda a vida. O que eu quis dizer é que eles iriam ficar traumatizados com essa história.
Os traços também estão de parabéns! É desse tipo de traço que as HQs deveriam ser assim! Mas agora eu te pergunto: Você acha que esses tracos fofinhos não parecem aqueles traços fofinhos de HQs do final dos anos 70, entre 1977 e 1979?
Outra pergunta que eu pergunto é que eu gostaria de saber se essa HQ foi feita pela Rosana Munhoz, mas se não foi feita por ela, então seja quem for a pessoa do estúdio que fez a história, ela está de parabéns!
Pra terminar, espero que, em breve, você fale de mais HQs com os pais da turma, principalmente HQs do Seu Cebola, que são uma das melhores.
Então, um obrigado do fundo do coração, um feliz dia dos pais para você e muito obrigado! Abraços!!!
Daniel, ela foi republicada sim nesse Um Tema Só # 14... é muito legal e sem dúvida o pessoal do politicamente correto iam implicar com essa hq.
ExcluirOs traços são fofinhos, muito bonitos, mas são diferentes da época do período de 1977 a 1979. Não sei quem escreveu, aí não sei se foi a Rosana, mas acho q foi desenhada por ela, já q a Rosana era roteirista e desenhista.
Legal q vc gostou. De nada. Quando der, mostro mais hqs com os pais da turma. Um feliz Dia dos Pais tbm. Abraços