Dia 20 de março é "Dia Internacional da Felicidade". Em homenagem, mostro uma história com a Turma do Penadinho em que um homem tinha propósito de vida de encontrar a felicidade. Com 6 páginas no total, foi publicada em 'Mônica Nº 76' (Ed. Globo, 1993).
Capa de 'Mônica Nº 76' (Ed. Globo, 1993) |
Toda contada por um narrador-observador, mostra a história do Filismino que desde que nasceu tinha a preocupação de encontrar a felicidade. Desde a infância, deixava de brincar com seus amigos para tentar descobrir o que era a felicidade e chegou a conclusão que para ser feliz era a teoria de "ter e ser o máximo", nunca se contentar com pouco, sempre querer mais para chegar ao topo e resolveu a se dedicar aos estudos, deixando de brincar com os amigos e outras coisas por conta disso.
Filismino se forma na universidade, recebe o diploma, mas não estava feliz por isso e então acha que a felicidade estaria no amor e passa namorar. Nunca estava satisfeito porque sempre encontrava uma mulher mais bonita com a que estava namorando, chegando até levar tapa na cara da namorada ao olhar as outras garotas na frente dela.
Então, Filismino passa a procurar a felicidade no sucesso e prestígio profissional e passa a trabalhar intensamente, deixando de ir pescar com seus amigos e outras atividades. Trabalhou como um louco, conseguiu a chegar a ser presidente de empresa e mesmo com sua realização profissional, com muito dinheiro, sucesso e prestígio ele não era feliz e estava muito triste. Ele se casou com a mulher mais bonita que achou e não estava feliz ainda e achou então que a felicidade estaria com um filho, mas como deixava de curtir e brincar com o filho para trabalhar, não teve felicidade com isso.
Foi passando os anos e Filismino não encontrava a felicidade e ficava mais frustado e mais deprimido por conta disso, afinal, como as pessoas podiam viver sem encontrar a felicidade plena, enquanto via as pessoas se divertindo. Até que, já com Filismino idoso, aparece a Dona Morte para ele, que até pensa que era a Felicidade e ela diz que é a Morte e que chegou a hora dele, matando o Filismino.
No final, já no cemitério, Filismino não se conforma de ter morrido sem encontrar a felicidade e pergunta ao Penadinho, que estava junto com outros fantasmas se encontraram a felicidade quando estavam vivos. Penadinho diz que felicidade não, mas tiveram momentos felizes durante a vida como as brincadeiras de crianças, namoros, passeios com os amigos, família, curtir os filhos. Filismino entende que então era feliz e não aproveitou na vida e senta em uma pedra com esperança que na próxima será diferente, ou seja, quando reencarnar, na próxima vida fará tudo diferente.
Essa história é muito linda, transmite uma mensagem positiva explicando o que é felicidade e o que é preciso para ser feliz. A mensagem é de aproveitar os momentos simples da vida de ficar com a companhia da família, amigos, filhos, não ficar focado só com estudos e trabalho e não deixar a vida passar sem ter curtido os momentos mais simples. Não existe ter felicidade o tempo todo, mas enquanto está curtindo os momentos bons com sua família e amigos, você está sendo feliz nessas horas.
Tem momentos que dá pena de ver o Filismino só ocupado com as suas obrigações e não ter curtido mais as brincadeiras de criança, saídas com os amigos, brincar com o filho. Ele foi um pouco feliz quando namorou e teve filho, mas não soube aproveitar esses momentos bons. Se ele tivesse aproveitado cada coisa boa estaria feliz. O final foi triste, porém importante para refletir sobre o tema abordado e mudar se for preciso. Era comum histórias filosóficas como essa pra quebrar um pouco só histórias engraçadas e os leitores poderem refletir e aprender. Tinham histórias para todos os gostos nos gibis antigos.
Hoje em dia costumam não colocar histórias assim com finais tristes, eles colocam finais alegres e que deram certo para não traumatizar, e também temas de reencarnação e religião também não são mais explorados. Os traços muito bem caprichados, teve um erro de colorização no cabelo da namorada do Filismino, que trocava de cor toda hora, foi laranja, marrom, amarelo, mas pode também ser considerado também ser datas diferentes e mulher gosta de mudar de cor de cabelo.
Outra coisa comum nos gibis antigos era ter historias sem os personagens principais, serem protagonizadas por figurantes e os personagens só aparecerem no final, ou nem aparecer. A Turma do Penadinho era repleto de histórias assim, mas acontecia com outros núcleos, inclusive com a Turma da Mônica. Gostava de histórias assim estreladas por figurantes, saía da mesmice. Normalmente eles apareciam só em uma história e nunca mais eram vistos. Enfim, uma história muito boa e emocionante que vale a pena relembrar há exatos 25 anos.
Adorava essas histórias com figurantes da Turma da Mônica, principalmente as que envolviam a Dona Morte. Tinha cada história épica.
ResponderExcluirTambém gostava bastante de histórias assim, eram bem caprichadas.
ExcluirExcelente história. Hoje mesmo falei sobre felicidade com meus amigos, e encontro esse post. Muito bom.
ResponderExcluirUma grande coincidência tanto de ter falado de felicidade no Dia da Felicidade e por ter encontrado aqui esse post.Que bom que gostou.
ExcluirEram muitos boas as histórias com personagens inventados especialmente para elas,quase sem a participação dos fixos!
ResponderExcluirVerdade, eu gostava também de histórias assim.
ExcluirVerdade, histórias filosóficas não eram ruim, dava pra quebrar um pouco o clima de humor dos gibis, variar um pouco. Vários personagens tinham histórias de reflexão. Nem sabia que hoje é Dia do Blogueiro rs. Valeu por gostar do Blog. Feliz Dia do Blogueiro. Abraço
ResponderExcluirMarcos, não considero erro essa mudança de cor do cabelo da namorada do Filismino de um quadrinho para o outro, porque no mesmo ritmo a roupa do Filismino também foi trocada, transmitindo a ideia de passagem de tempo não muito longo - afinal, todos nós tomamos banho e trocamos de roupa todos os dias. Se eu tivesse lido essa história na infância, não me passaria isso pela cabeça, e nem me importaria se as mudanças de cor e de roupa foram erros ou não... Mas agora, com a visão de um adulto, posso deduzir que essa garota em destaque foi a que o Filismino namorou por mais tempo, cerca de cinco anos, e teve casos mais breves com outras garotas, nunca ficando satisfeito justamente por sempre encontrar na rua mulheres mais bonitas do que aquela com quem ele estava saindo em cada momento.
ResponderExcluirPor isso botei a ressalva que tanto pode ser erro de cores quanto de datas diferentes, visto que mulheres gostam de mudar de cor de cabelo. Eu nem ligo pra erro de cores, até gostava quando acontecia.
ExcluirFilismino não sabia, mas tinha depressão...ou no mínimo distimia.
ResponderExcluirMas ótima história. Pena que hoje o roteirista acham que as crianças sejam retardadas
Também acho que tinha depressão. Hoje em dia não colocam histórias desse jeito mesmo. Sendo que é mais por conta do Mauricio que não quer histórias assim.
ExcluirOlá, Marcos. Lembro de ter pedido essa história neste blog um bom tempo atrás e foi uma grata surpresa vê-la aqui, já que não consegui encontrar o gibi nos sebos da minha região. Sempre lembrei dessa história, por ter me marcado muito na minha infância, foi mesmo uma lição de vida. Muito obrigado por tê-la postado aqui.
ResponderExcluirAbraços
Eu lembro que alguém tinha pedido, mas não vc. Aí acabei postando, é muito boa mesmo. De nada. :D
ExcluirEssa HQ é ótima e traz uma reflexão muito boa. Adoro as edições dessa época pois foi quando comecei a comprar. Abraço
ResponderExcluirBem filosófica, é muito legal. Os primeiros gibis que a gente teve e leu sempre mais nostálgicos, sem dúvida. :D
ExcluirMarcos, você sabe quem desenhou a revista "Os 12 trabalhos da Mônica". Foi uma edição especial que saiu nos anos 90 (foi republicada anos atrás).
ResponderExcluirSe não me falha a memória foi a única revista da minha infância/adolescência que veio com os créditos dos autores da história.
Eu não sei, eu teria que ver no gibi. Eu cheguei a falar dessa edição aqui no blog, não sei se cheguei a falar dos créditos. Confere aí.
Excluirhttp://arquivosturmadamonica.blogspot.com.br/2013/06/os-doze-trabalhos-da-monica.html
Sempre gostei das histórias da turma do Penadinho,mas estas q vc relembrou é uma reliquia,tenho ela num almanacao de férias da Globo e essas histórias eram muito boas,pois possuíam um lado filosofico e também um lado cômico
ResponderExcluirSim, eram muito boas histórias assim, porque mesmo sendo filosóficas não deixavam tão didático.
ExcluirEu tinha essa revistinha, tinha 7 anos mas nunca esqueci dessa história! Que linda recordação!
ResponderExcluirMuito linda essa história. Pena que não tem mais o gibi, pelo menos fica a lembrança aqui.
ExcluirEssa foi a melhor história filosófica em quadrinhos que já vi
ResponderExcluirverdade, a Turma da Mônica tinham histórias filosóficas muito boas, essa foi bem caprichada.
ExcluirProcurei esta historinha por muitos anos, havia perdido este gibi quando criança. Muito bom relê-la hoje pra entender que já se é feliz. Agradeço pela postagem. Mauricio - Porto Alegre
ResponderExcluirMuito obrigada por digitalizar essa história, gosto muito dela e perdi o gibi. É uma linda lição.
ResponderExcluir"Hoje em dia costumam não colocar histórias assim com finais tristes, eles colocam finais alegres e que deram certo para não traumatizar..."
ResponderExcluirEu me pergunto o que será das crianças de hoje no futuro. Não pode botar comercial de brinquedo na TV pra elas não passarem vontade, não podem botar historinha triste no gibi pra não "traumatizar", imagina quando a redoma de cristal delas estourarem quando elas crescerem (e elas perceberem que o mundo não e um conto de fadas).
Pois é, nada pode traumautizá-las. No futuro vão tudo pra psicólogo, não aguentarem o mundo lá fora.
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