Nessa tirinha, Seu Cebola se incomoda com Cebolinha tocando tambor alto dentro de casa e reclama que se o filho continuar com esse brinquedo, vai acabar ficando surdo. Então, Cebolinha resolve colocar fone de ouvido para tapar o barulho que escutava e por não ouvir direito, toca mais alto ainda e fica o som mais ensurdecedor para o Seu Cebola.
Cebolinha não entendeu a mensagem que o barulho estava incomodando, só se preocupou em continuar tocando o tambor sem ficar surdo. Seu Cebola quis ser educado com o filho e se deu mal, deveria ser enérgico com ele mandando parar de tocar o tambor ou, no mínimo, que fosse tocar na rua. Se foi ele quem deu presente para o Cebolinha, com certeza se arrependeu muito de ficar surdo com isso. Foi legal também tamanho da onomatopeia para indicar intensidade do barulho de antes e depois do fone de ouvido, deu para mostrar para as crianças que quanto maior a onomatopeia, maior o barulho que personagens ouviam.
Tirinha publicada em 'Cebolinha Nº 103' (Ed. Globo, 1995).
É... Cebolinha "obedece" os mais velhos...
ResponderExcluirEu devia ter uns seis anos de idade quando vi esta tira pela primeira vez, lembro que entendi bulhufas...
Sim, obedece ao seu modo pra tirar proveito. A tira pelo visto saiu em jornal e depois em livro "Melhores Piadas", aí por você ter visto quando criança aprendendo a ler. Eu acho que entenderia se tivesse visto muito pequeno.
ExcluirFoi por jornal que a conheci, ainda não sabia ler, quem leu pra mim foi uma tia, tia da minha mãe. Ela não tinha expediente com HQs, mas gostava de crianças, curtia muito ficar comigo e com meus irmãos. Lembro que lia sem exprimir emoções, era robótica ao ler para crianças, porém, gostava duma leitura, volta e meia aparecia com jornais, livros, revistas, o que era do interesse dela, lia e interpretava muitíssimo bem. Lembro que leu e me explicou, ainda assim não entendi, mas fingi que entendi pelo receio de desapontá-la - claro que não ficaria desapontada se eu falasse a verdade, mas, na minha pueril ingenuidade, contava com tal possibilidade. Quando já era alfabetizado foi que comecei a perceber que ela não sacava o conceito de piadas em tiras, pensava que eram histórias, cujas continuações e conclusões se encontravam nas próximas edições dos jornais, e HQs publicadas em tiras também eram frequentes nos jornais, principalmente de figuras como Conan, Homem-Aranha, Fantasma, Tex, Spirit entre tantos outros da categoria.
ExcluirPor isso que não entendi a piada na época, porque ela a entendeu errado, no entanto, não fui capaz nem de absorver a explicação errônea e, por não saber ler, nem fazia ideia de que essa minha tia-avó não sacava, não pescava as tirinhas de piadas.
Entendi, podia ter pedido para ela ter repetido, ler mais devagar pra ver se entendia. Tem algumas piadas que até adulto não entende e quando é lida sem expressão, aí que a criança não entende mesmo.
ExcluirFiquei sem jeito de insistir e preferi falar que entendi, entretanto, foi melhor assim, pois ela interpretou a tira erroneamente, só fui perceber isso quando já estava alfabetizado e a li em algum pocket, compreendi corretamente e foi a partir disso que fui aos poucos notando que minha tia-avó não percebia que tiras também são piadas, para ela, tiras, eram histórias seriadas, e só. Foram ao menos umas seis passagens que tive com ela envolvendo tiras de jornais para ter certeza de que não fazia distinção entre uma coisa e outra, e, nesses tempos, tiras de piadas publicadas em jornais não tinham a palavra "fim" nos quadros de encerramento(s), certamente que a ausência deste elemento tem a ver com que não fizesse a devida distinção e, como citei acima, ela não tinha expediente com quadrinhos, não via graça, não foi atraída pela (N)nona (A)arte, só dava um pouco de atenção para o tema quando estava conosco, nós, as crianças de outrora, eu, meus primos e meus irmãos.
ExcluirAliás, esta palavra impressa em tiras de piadas é de uma esquisitice, não pode ser considerada(o) como recurso, porque a disfuncionalidade é gritante, vício que só aparece em gibis convencionais, nos jornais e nos gibis de piadas (os de bolso, os pockets) felizmente não têm tal anomalia.
Tem adultos que não conseguem interpretar piadas de tiras, aí fica difícil ler para criança que aí é até pior. também acho que não deviam colocar "fim" em tiras, já foram criadas assim, já sabe que aera só aquilo e terminava ali. Só se fossem tiras como histórias seriadas, que tinha muito nos anos 1960, aí poderiam colocar um "continua".
ExcluirPerdoe importuná-lo com estes comentários sobre minha tia-avó. Daria para ser lacônico, isto é, sucinto, não obstante, memórias afetivas acabaram falando mais alto e me estendi além do necessário.
ExcluirPor questão de lógica, tiras contendo piadas dispensam a palavra "fim", isto só serve para quebrar a fluência de como o segmento naturalmente funciona, é uma espécie de corpo estranho, não precisam de sinalizações gráficas indicando aonde terminam. Gostaria de saber quem foi o intelijegue que deduziu que seria funcional tal indicação, brasileiro provavelmente não foi.
Quanto ao instrumento musical, seria um surdo? Se for, é humor em dose dupla, pois... que absurdo*! Ao tocar surdo, filho deixa o pai temporariamente surdo...
*Acho que cabe aí uma dose tripla, e para suportar tamanha barulheira, tem que virar tudo numa talagada só.
Tranquilo, sem problema. Sobre as tiras, quem sabe alguém reclamou que não colocavam o "fim" e resolveram colocar por isso. Pelo menos nos jornais mantinham sem o "fim", isso era só nos gibis. O instrumento é um tambor, teve altura pequena, o surdo tem altura grande. Se fosse o surdo, daria um ótimo trocadilho assim de surdo de surdez.
ExcluirConsiderando o posicionamento do instrumento ajustado ao corpo e a possibilidade de ser tocado por ambos os lados simultaneamente, está mais para um bumbo, ou zabumba - dizem que zabumba é um tipo de bumbo.
Excluir"Considerando A POSIÇÃO do instrumento(...)"
ExcluirNão tem vontades, não toma decisões, daí, por ser um objeto, não tem "posicionamento".
Talvez eu esteja sendo radical quanto à colocação deste termo, vai que até cabe como empreguei acima, mas, como achei que ficou estranho(a), não custa acrescentar uma pretensa errata.
Bumbo pode ser assim como zabumba, tudo parecido, tudo indica ser mesmo um tamborzinho simples de brinquedo, mas que faz barulho de qualquer forma. "A posição" fica melhor gramaticalmente neste caso.
ExcluirPelo traço, nem parece que é de 1995. Provavelmente é reaproveitada dos jornais.
ResponderExcluirPelos traços, caro Rodrigo, posso afirmar que a primeira publicação ocorreu em meados da década de 1980.
ExcluirNão repare, não é minha intenção caso eu soe meio entrão, é que minha infância foi oitentista, enquanto guri curti às pampas os gibis da MSP publicados nessa década.
Pelos traços leva a crer que é entre 1983 e 1984. É que eram comuns os gibis da Globo reaproveitarem tiras de jornais em vez de colocarem uma inédita exclusiva para os gibis. Muitas tiras haviam saído nas compilações dos livros "As Melhores Piadas" e "Grandes Piadas" e era até possível ver tiras da segunda metade anos dos anos 1970 nos gibis dos anos 1980 e 1990. Fora quando não tinham repeteco das mesmas tiras que tinham saído antes nos próprios gibis.
ExcluirForam alguns repetecos que fizeram com que eu percebesse que parte das tiras não têm cores fixas. A que temos aqui, por exemplo, em quaisquer outras possíveis republicações ao lado das tradicionais faixas verticais que abrigam os tais expedientes, podem estar com as exatas mesmas cores desta reedição de 1995 como podem variar em um ou outro detalhe, tipo, camisa do Seu Cebola em outra cor ou, sofá com outra cor, instrumento musical, balões do quadro aberto, fundo, piso, tudo isto pode(m) não ter cores fixas. Prefiro acreditar que esta faça parte das padronizadas e, para ter ou não padrão no tocante em questão tem que possuir ao menos duas publicações em cores, porque, as que contam com somente uma publicação colorida, estão padronizadas, pois, a priori, as cores são fixas, óbvio.
ExcluirZózimo, quando republicavam tiras nos gibis, eram recoloridas, colocavam outras cores diferentes do que tinham saído antes. Como nos jornais eram em preto e branco, aí tinham total liberdade pra colorir nos gibis da forma que achavam melhor. Essa tira eu não vi republicada em outro gibi, nem ter saído em outro antes desse gibi de 1995, mas se republicassem, teria outras cores do que essa.
Excluirkkkkkkkkkkkkkk. Cara, Cebolinha foi um verdadeiro artista e entendeu a reivindicação do Pai ao "pé da letra". kkkkkkkkkk. Boa essa!!!!
ResponderExcluirFoi muito esperto, não podia parar de tocar o tambor. Quem sabe até entendeu o que o pai falou e se fez de desentendido. Muito boa.
ExcluirCebolinha sacana, hein? Acho que ele entendeu muito bem, e só deu um jeito de contornar mesmo, deu uma de desentendido. Guri é muito do espertinho.
ResponderExcluirPara o pai do Cebolinha, foi o famoso ''Os incomodados que se mudem''.
Sacana mesmo, também acho que ele entendeu e sacou essa para o pai. Seu Cebola também podia ser mais duro, não deixar filho fazer o que quiser, dar limites a ele.
ExcluirTeve um tempo que os gibis tinham quadros grandes e a maioria tinha fundo rosa. Justamente essa fase de 94 95.
ResponderExcluir..nos gibis fininhos
Quadros grandes quando as histórias tinham 6 quadros por página em vez de 8, e podia ser em qualquer gibi, não reparei se tinham só fundos rosa. Poderia até prevalecer o rosa, principalmente se estiverem dentro de casa ou local fechado, mas sempre um ou outro quadro mudavam a cor pra dar melhor harmonia visual nas páginas.
ExcluirEm 95 também prevalecia o degradê em tudo quanto é quadrinho.
ExcluirSim, Rodrigo, todos quadrinhos tinham degradê, sendo que começou um pouquinho depois dessa revista a partir de agosto de 1995, no primeiro semestre ainda era colorização tradicional e nos últimos meses antes de agosto as colorizações estavam com tons bem escuros, aí com o degradê deixarem cores mais alegres e bonitas.
Excluir