terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Penadinho: HQ "O Bug da Morte"

No Dia de Réveillon, mostro uma história em que na virada de ano a Dona Morte mandou almas para reencarnação para o passado por causa de um erro do seu computador. Com 13 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 159' (Ed. Globo, 1999).

Capa de 'Mônica Nº 159' (Ed. Globo, 1999)

Dona Morte chama as almas para a reencarnação, conta para o Penadinho que agora está informatizada, com um computador, pega os dados das almas, joga no programa e vai direto para o setor de reencarnação. João Euclésio e Maria Creozodete foram os últimos a reencarnarem no século XX e a partir de agora serão os do ano 2000, o ano novo que ia chegar.

Um fantasma pega a ficha e que será o primeiro do século a nascer, dia 01º de janeiro de 2000, meia noite e cinco, e mais dois também vão reencarnar no mesmo dia. Dona Morte se despede deles e depois comenta com o Penadinho que o trabalho cansa, pelo menos ela tem a máquina para ajudá-la e Penadinho fala que depois do Frank, é o parafuso que ele mais gosta.

Dona Morte resolve tirar uma folga até o final do dia, quando surge a Dona Cegonha. Dona Morte pergunta se está de folga também e Dona Cegonha responde que deveria, mas ela fica pedindo para fazer cada coisa absurda, mandando almas para reencarnar no passado, aí teve que pedir autorização para São Jorge, São João e São Pedro. Dona Morte acha errado Dona Cegonha mandar alguém de ré, se ela mandou para frente e Dona Cegonha diz que errado é o seu serviço depender da Dona Morte.

Dona Morte confere os dados da alma, tudo certo em nomes, time de futebol, data que bateu as botas e de reencarnação em janeiro de 00. Penadinho fala que o computador está com o Bug do Milênio, Dona Morte diz que o computador é um bandido miserável, ela lhe deu cama, carinho, roupa lavada e a trocou por esse Bug-do-Sei-Lá. 

Penadinho diz que Bug do Milênio não é gente nem doença, é falha de programação dos computadores antigos, na hora de passar os dados para o ano 2000, toma os zeros e como se fosse o ano 1900 e pode acontecer também com videocassetes, relógios, micro-ondas. Dona Morte, então, se dá conta que as almas reencarnaram em janeiro de 1900 e vai ao passado com o Penadinho para resgatar as almas que reencarnaram em data errada.

Já em 1900, vão a uma casa que estava uma alma enviada, o casal estranha o bebê ter aparecido lá de repente. Dona Morte se apresenta como a besta das bestas, que não toca campainha, chega sem avisar e que leva o que não pede. A mulher pensa que é avó dela e Dona Morte fala que ela é a Morte. O casal quebra a parede e saem correndo de casa e Dona Morte leva o bebê. 

O próximo bebê irá nascer na maternidade Mamãe Feliz, só que a maternidade ainda estava em construção. Dona Morte encontra o bebê em um andaime, que sobe com ele na construção. Ela sobe até lá para buscar e os construtores se jogam dos andaimes com medo da morte. Já o outro bebê estava no carro de leite, consegue buscá-lo e todos voltam ao cemitério em 1999.

Dona Morte manda os bebês marcharem até à Dona Cegonha, entrega as fichas a mão para enviá-los para o ano 2000 e Dona Cegonha diz para ela não complicar na próxima vez. Dona Morte pergunta para o Penadinho o que fazer com o computador que lhe custou uma grana. Penadinho diz que Doutor Frankestóin pode dar um jeito. Dona Morte queria desligar, aperta um botão errado de apagar tudo e acaba apagando cemitério todo e Dona Morte comenta que em 1900 ninguém tinha esse tipo de problema e Penadinho fala para ficar fria, que um dia ela aprende.

História bem bolada e divertida que a Dona Morte sem querer encaminha as almas para serem reencarnadas 100 anos atrás porque o computador interpretou que o final 00 se referia ao ano 1900 e não ao ano 2000. Dona Morte e Penadinho voltam para o passado pra buscar os bebês que estavam em 1900 e, com isso, consegue desfazer a confusão e no final entra em outra confusão ao apagar todo o cemitério ao clicar na tecla do computador que apaga tudo. Já que o bug deu pane no computador, passou a apagar todo ambiente externo em volta ao clicar a tecla DELETE.

Começava informatização de empresas na época e com a Dona Morte chegou a informatização de cadastro de almas que chegavam e que iriam ser reencarnadas no banco de dados do cemitério. Se não tivesse comprado um computador tão antigo e se fosse mais esperta digitalmente, nada disso tinha acontecido. Aliás, um computador de 15 anos naquela época era jurássico, pelo visto Dona Morte não queria gastar muito já que computadores eram caros. 

Era legal também rivalidade entre Dona Morte e Dona Cegonha nas histórias, sempre eram divertidas. Vimos que Dona Morte tinha capacidade de viajar no tempo se precisasse, sem precisar de uma máquina do tempo para isso. A viagem ao passado foi boa, as pessoas de 1900 fugiam da morte exatamente como seria atualmente, isso não mudou através dos séculos, teve construção de maternidade Mamãe Feliz lá que seria muito famosa durante o século XX e ainda vemos coisas datadas como carro do leite da Leitaria do Brás que entregava para as casas.

Destaques para várias cenas e tiradas engraçadas como Dona Morte dizer "terrível Ano-Novo", fantasma dizer que o limbo não era um lugar sério, ter time de futebol no banco de dados da reencarnação, Dona Morte tirar folga, como se a Morte descansasse por um momento, tratar computador como uma pessoa e pensar que Bug era outra pessoa por qual o computador a trocou, a forma da Dona Morte se apresentar para o casal em 1900, os bebês marchando, Dona Morte dizer para os bebês irem com Deus e sem demorar para morrerem para voltarem logo para o cemitério.

Tiveram algumas paródias como "Fontasma" (herói Fantasma), "Ispilbergue" (Steven Spielberg), "Charlie Chapis" (Charlie Chaplin). O nome da fantasma Maria Creozedete depois foi aproveitado com a criação da vidente Madame Creuzodete, que se tornou a vidente fixa nas histórias a partir de 2001.

Foi última história da Globo com tema de Réveillon e Ano Novo, depois pararam de fazer histórias com esse tema, deixando só histórias de Natal nos gibis. Na época, histórias da Turma do Penadinho eram mais curtas nos gibis quinzenais do Cascão e mais desenvolvidas nos gibis da Mônica, Cebolinha e Parque da Mônica.

Teve informação errada de que o século XXI iria começar no ano 2000, na verdade foi em 2001, o que poderia ter falado só que seria o primeiro bebê nascido no ano 2000 ou da década de 2000. Ainda assim, matematicamente o correto é uma década começar em anos terminados em 1 e acabar em anos terminados e 0, assim como século e milênio, pelo menos na década fica algo mais popular como até a mídia posta assim.

Foi boa sacada retratar o Bug do Milênio que era um assunto muito comentado pelo pessoal na época com o avanço da tecnologia, que não prestaram atenção na programação de computadores com datas abreviadas em dois dígitos que não conseguiam interpretar anos do segundo milênio e podiam dar pane na virada do milênio. 

A expectativa do povo para entrada do ano 2000, também era grande desde pelo menos 20 anos antes, sempre falavam de ano 2000, faziam contagem regressiva para presenciar novos século e milênio, até para citar que algo era ultrapassado e que estavam progredindo, diziam algo como "estamos há x anos para ano 2000 e você ainda com esse pensamento antiquado". Aí, a MSP que sempre gostava de abordar assuntos do momento tinha que fazer história assim de Réveillon para entrada de 2000 e o Bug do Milênio.

Tudo indica que a história foi escrita pelo Paulo Back, é incorreta atualmente por envolver reencarnação, citar nome de Deus e santos, e também não fazem mais histórias sobre Réveillon e Ano Novo há muitos anos, palavra "bandido" é proibida assim como expressões populares e com duplo sentido como "peraí", "bater as botas", "fica fria", etc, computador de mesa com monitor tubo e videocassete são datados e mudariam isso hoje. Os traços ficaram muito bem desenhados assim.

FELIZ ANO NOVO PRA TODOS!!!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Uma história do Humberto incompreendido por ser mudo

Mostro uma história em que o Humberto fica deprimido porque tenta falar e não consegue. Com 3 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 30' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Cebolinha Nº 30' (Ed. Globo, 1989)

Humberto tenta falar com o Cascão e se dá conta que o amigo não ouviu e fica triste. Depois cai um vaso na cabeça do Humberto, que tenta reclamar com palavrões, não sai som e fica triste de novo. Em seguida, uma menina tem interesse por ele, que tenta declarar poema e a menina o chama de maluco por não ouvir voz. Fica triste de novo até que ele encontra um poço dos desejos e faz pedido para falar. Consegue e sai correndo em disparada para casa bem animado para contar a novidade para a mãe, que manda calar a boca porque está vendo novela. 

História legal, curtinha típica de miolo e bem divertida. Humberto foi incompreendido a história toda porque não fala, inclusive sendo chamado de maluco e quando finalmente consegue falar, a mãe manda ficar quieto para ver novela, como se a novela fosse mais importante que a felicidade do filho. Só uma frase conseguiu estragar com a felicidade dele. Que mãe é essa?

Deu pena do Humberto tentar falar e ficar deprimido porque não conseguia, nem palavrão dava para falar. É certo que o ele voltou a ficar mudo de novo, a sequência após a história ficou a imaginação dos leitores se o efeito do poço dos desejos era temporário ou o trauma do Humberto com a mãe foi tão grande que voltou ao poço e pediu para voltar a ficar mudo. E ficou uma reflexão dos problemas que os mudos podem passar na vida real e alertar que não se deve fazer e crítica de mães que não dão atenção aos filhos.

O Humberto passava vários constrangimentos por ser mudo, maioria das vezes o coitado se dava mal, muitas vezes ele era chamado de louco por quem não o conhecia, isso foi só nesta história. O normal era o Humberto emitir "Hum! Hum! Hum!", mas tinham histórias que era mudo por completo como nessa, variava de acordo com o roteiro. Quando falava em histórias, era por um momento por causa de poço de desejos, fadas, cientista , etc. Às vezes, enganava os outros que falava através de gravador ou por ventríloquo.

Histórias com poço dos desejos sempre eram divertidas, sempre realizando desejos impossíveis dos personagens e em cima das suas características principais. Essw poço teve capacidade de ler pensamentos já que o Humberto não falava. Atualmente é impublicável por fazerem chacota com deficiente, não ter final feliz para o Humberto. Hoje pode acontecer nada de mal com os deficientes e histórias com eles são só didáticas, ensinando como devem ser tratados. Também é errado absurdos como poço dos desejos, além de cair vaso na cabeça do Humberto, a tentativa de falar palavrão e o possível namoro do Humberto e a menina, mãe não dar importância para o filho e a televisão tubo mudariam pra TV LED para não ter coisas datadas nos gibis.

Os traços ficaram bem caprichados, típico de histórias de miolo da segunda metade dos anos 1980. Foi história quase toda muda, mas teve algumas falas durante, aí não foi muda por completo. O título foi bem criativo representado com forma de balão sem palavras, não pode considerar que é uma história sem título de fato. Teve erro de Humberto tentar falar algo de boca fechada no terceiro quadro da primeira página.

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Seu Cebola: HQ "Um papai maior que o Natal"

Mostro uma história em que o Seu Cebola fica com dilema de dar ou não para crianças pobres os presentes de Natal que tinha comprado para os filhos. Com 6 páginas, foi história de encerramento de 'Cebolinha Nº 156' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Cebolinha Nº 156' (Ed. Abril, 1985)

Seu Cebola se prepara para se fantasiar de Papai Noel para fazer surpresa para seus filhos. Enquanto Dona Cebola coloca as crianças para dormirem, Seu Cebola vai à loja do Seu Afonso para comprar a fantasia e os presentes deles. Seu Afonso já deixou roupas e saco de presentes separados, Seu Cebola põe a fantasia e Seu Afonso acha que é um Papai Noel magro e que fez plástica para tirar as rugas.

Seu Cebola lhe deseja um feliz Natal e no caminho de casa encontra duas crianças pobres, que pensam que ele era o verdadeiro papai Noel e perguntam o que trouxe de presente para elas. Seu Cebola diz que já distribuiu todos os presentes e no saco tinha roupa suja. Os irmãos choram e ficam muito tristes com mais um Natal sem presentes e vão embora com o menino dizendo que pensava que o Papai Noel era um velhinho bacana, mas nunca lembra deles.

Seu Cebola fica com pena, mas não pode dar os presentes dos filhos para eles. Vai até a casa dos irmãos, vê as crianças comentando que os vizinhos que podem comprar presentes, ganham do Papai Noel todo ano e eles, nada. Seu Cebola se comove, acha que se explicar para os filhos vão entender e resolve dar os presentes deles para os irmãos pobres.

A menina fica muito feliz com a boneca que ganhou e o menino, com a bola de capotão, agradecem e falam que ele é o velhinho mais legal do mundo. Seu Cebola volta para casa, tira a fantasia e espera que os filhos entendam que ele fez. Quando entra em casa, surpreende que Cebolinha e Maria Cebolinha tinham ganho bola e boneca. Dona Cebola diz que ele foi perfeito, quase acreditou que era o verdadeiro Papai Noel. No final, Seu Cebola avista pela janela o Papai Noel no trenó após ter dado os presentes para os filhos dele.

História legal, bem emocionante, em que o Seu Cebola queria dar presentes de Natal para os filhos vestido de Papai Noel e duas crianças pensavam que ele era o verdadeiro bom velhinho e achavam que ele não queria dar presentes. Seu Cebola fica com pena e dá os presentes que daria para os filhos e pensa que ficariam desapontados por não ganharem nada, mas o verdadeiro Papai Noel dá os brinquedos que queriam.

Deu pena das crianças que nunca ganhavam presentes de Natal e tinha esperança que naquele ano o Papai Noel ia dar os presentes e ficaram na mão. Ainda bem que Seu Cebola mudou de ideia e foi recompensado pelo Papai Noel pela sua atitude e boa ação. O Papai Noel poderia ter dado os presentes para as crianças pobres e não precisaria do Seu Cebola ter dado, ficou como se realmente Papai Noel dava presente apenas para quem tinha condições, só que aí não teria história. Acredito que se Cebolinha e Maria Cebolinha ficassem sem os presentes de fato, para essa causa eles não iam achar ruim e era só comprar um presente no dia 26.


História deu mensagem de ajudar quem precisa, quando se faz o bem, ganha o dobro, refletir sobre crianças que não tem condições de ganhar presentes no Natal e ficam desapontadas e ter solidariedade de quem pode, ajudá-las a ficarem felizes no Natal. Além de ter histórias de Natal de comédia, tinham também emocionantes, de reflexão e retratando o nascimento do menino Jesus, sendo que eram bem exploradas essas de crianças carentes que não tinham como ganhar presentes e não ter o que comer, sempre eram emocionantes.

O humor ficou com o papo do Seu Cebola com Seu Afonso de Seu Cebola ser Papai Noel magro depois do regime e sem rugas depois de ter feito plástica ficou e a música Jingo Béu parodiada. Legal também a Lua humanizada feliz com a boa ação do Seu Cebola. Apesar da ideia de que Papai Noel não existe com Seu Cebola se passando por um, teve o verdadeiro Papai Noel na história para não tirar por completo a fantasia das crianças que ele não existe. 

Os traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1980. Incorreta hoje em dia por mostrar emoção, deixar as crianças comovidas e tristes por um momento, apesar de ter tido final feliz para todo mundo, tudo que acham que vai traumatizá-las não pode mais, além da ideia de que são os pais que dão presentes de Natal e não o Papai Noel e a Dona Cebola aparecer de avental. Teve erro de não desenharem as crianças com os pés na grama no primeiro quadro da 4ª página da história, dando impressão que estavam flutuando no ar. Foi republicada depois em alguns almanaques especiais de Natal, um deles foi em 'Mônica Especial de Natal Nº 2' (Ed. Globo, 1996).

Capa de 'Mônica Especial de Natal Nº 2' (Ed. Globo, 1996)

FELIZ NATAL PARA TODOS!!!

sábado, 21 de dezembro de 2024

Mônica: HQ "O nó na barba"

Compartilho uma história em que Mônica e Cebolinha tentam ajudar o Papai Noel a desatar nó da barba dele. Com 6 páginas, foi publicada em 'Almanaque da Mônica Nº 11' (Ed. Abril, 1981).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 11' (Ed. Abril, 1981)

Surge uma ventania forte e embaraça o cabelo do Cebolinha. Mônica ajuda a tirar os nós no cabelo, falando que se ela consegue soltar os nós que ele dá na orelha do coelhinho, não vai ser problema desembaraçar o cabelo. Um satélite observando os dois, Cebolinha fica assustado, e lá dentro alguém manda ligar o teletransportador e abduz a Mônica. Falam que o Cebolinha não interessam para eles e o satélite rastreador segue seu rumo e Cebolinha se assusta, saindo correndo.

No local, preparam a recepção da Mônica, que quando chega dá um soco em um duende, completando o soco que ia dar no Cebolinha quando disse que o satélite era um bicho esquisito e a Mônica pensava que estava falando dela. Mônica fica com medo pensando que está no inferno e que o duende era um capetinha e se assusta mais ao ver os outros duendes. Mônica tenta fugir, os duendes vão atrás, ela entra em um local com porta aberta e surge uma voz perguntando se ela estava fugindo de alguma coisa.

Enquanto isso, Cebolinha  fala desesperado com os meninos que apareceu uma bola com olho que fazia "Bip! Bip! Bip!" e "Zaap!" que fez a Mônica desaparecer e que precisam acreditar nele. O satélite surge de novo e abduz o Cebolinha. Mônica faz a recepção dando boas vindas ao Pólo Norte. A esposa do Papai Noel estava fazendo cafuné na barba dele quando deu nó por ter esquecido de tirar os anéis e não consegue entregar os presentes se não conseguirem se separar. Mônica chamou Cebolinha porque lembrou que dá nós no coelhinho dela.

Cebolinha fala que barba é diferente, só é bom com orelha de coelho. Mônica tem ideia e manda arrumarem uma tesoura. Papai Noel diz que não quer ficar sem barba, as crianças não vão reconhecê-lo. Mônica diz que não é para tirar toda, só uns fios aqui e ali. Depois, Mônica e Cebolinha são teletransportados de volta para casa, Mônica acha que o Papai Noel não gostou do jeito que ela deu na barba, Cebolinha acha que ele gostou e no final mostra o Papai Noel entregando presentes no trenó com uma parte da barba em forma de coelho.

História legal que o Papai Noel fica com nó na barba após o cafuné da esposa e pede ajuda para a Mônica e o Cebolinha para desembaraçarem os nós. Como Cebolinha diz que só sabe com orelha de coelho, Mônica deixa a barba do Papai Noel em forma de coelho bem em cima onde estava o nó para o Cebolinha desatar os nós. No caso, ela formou o coelho com as orelhas sendo onde estava o nó permitindo que Cebolinha soltasse o nó. 

Pela cara do Papai Noel não gostou do jeito que a Mônica deu, mas melhor que não ficou sem barba e principalmente que as crianças não ficaram sem os presentes porque ele colado com a esposa não teria chance de fazer as entregas. De fato, Cebolinha é ótimo em dar nós e Mônica é excelente desatadora de nós visto o que Cebolinha e os meninos faziam com as orelhas do coelhinho de pelúcia dela. O nó na barba do Papai Noel foi bem forte para Mônica não ter sido capaz de desatar.

Legal o mistério inicial de quem abduziu a Mônica, até revelar que era o Papai Noel e seus duendes que vigiavam em um satélite procurando alguém que desembaraçava nós. À princípio dava para imaginar que seriam extraterrestres no satélite, que representaria disco voador. Foi engraçado o nó no cabelo do Cebolinha depois da ventania, Mônica pensar que o Cebolinha estava a chamando de bicho estranho quando avistou o satélite e que duendes eram capetinhas, Cebolinha dizer "mui amiga", o mesmo que amiga-da-onça", falsa amiga, por ter levado para o Polo Norte.

Vimos que nessa história o Papai Noel teve uma esposa, muito carinhosa, por sinal, mas nem sempre era retratado isso, normalmente ele era solteiro e era solitário ou morava só com os duendes, variava de cada roteiro. O Jeremias era pintado de preto de forma padrão nas historias de 1981 a início de 1982, por isso ele apareceu assim. O Sansão ainda não tinha nome e aí sempre chamavam de coelhinho na época, só passou a ter nome a partir da história "Sansão! É o nome do meu coelhinho!" de 'Mônica Nº 161', de 1983. 

Incorreta hoje em  dia por conta dos absurdos mostrados, Mônica dar soco nos duendes fazendo parar longe, pensar que estava no inferno e que eles eram diabinhos, aparecer calcinha da Mônica principalmente naquelas posições que ela apareceu no 5º quadrinho da página 4 da história, Jeremias preto e com lábios com círculo rosa em volta da boca que implicariam que era chacota com negros ou racismo, a esposa do Papai Noel aparecer de avental, além das palavras "inferno", "capetinhas" e expressões populares com duplo sentido como "É a vovozinha!", "vade retro", "mui amiga", etc.

Traços ficaram bem caprichados, estilo do início dos anos 1980 com personagens com curva nas bochechas começando pelo topo da cabeça. Essa história nunca foi republicada até hoje como todas as histórias desse 'Almanaque da Mônica Nº 11' e outros almanaques com histórias inéditas da Editora Abril, o que a torna muito rara. Perderam chance de republicarem essas histórias inéditas de almanaques na Editora Globo.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Capa da Semana: Cascão Nº 312

Uma capa natalina bonita com o Cascão carregando na rua uma Mini Árvore de Natal em forma de guarda-chuva e suporte de lata de lixo, ao lado do Chovinista. Uma Árvore bem a cara dele, era comum capas com Árvores de Natal personalizadas de acordo com a característica deles e ficavam criativas. 

Apesar da ideia de Árvore guarda-chuva já ter sido usada em 'Cascão Nº 102' de 1990, essa deixou na imaginação se ele estava levando a Mini Árvore para casa dele ou para uma festa ou como se fosse presentear algum amigo ou os leitores. E curiosidade que nessa edição "Nº 312", teve nenhuma história de Natal, só a capa que foi referência à data.

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 312' (Ed. Globo, Dezembro/ 1998).

domingo, 15 de dezembro de 2024

Magali: HQ "A terra do eterno Natal"

Em dezembro de 1994, há exatos 30 anos, era lançada a história "A terra do eterno Natal" em que a Magali vai parar em um país que se comemora Natal todos os dias se metendo em confusão. Com 17 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 143' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Magali Nº 143' (Ed. Globo, 1994)

Magali comemora o Natal com a família nos dias 24 e 25 de dezembro com muita comilança, até que no dia 26 ela se dá conta que acabou o Natal e reclama com a Mônica que fica sem comer as coisas gostosas. Mônica diz que ano que vem tem mais e Magali acha que está muito longe e pergunta para a boneca Palomina por que se tem Natal só uma vez por ano.

Alguém observa atrás da moita e diz que concorda plenamente. Magali acha que a boneca quem falou e ele se apresenta que é o Jingobéu e vem de uma terra que é sempre Natal, 365 dias Natais por ano, uma festa só, muitas alegrias, presentes e comes-e-bebes e a convida para conhecer o país dele. Magali diz que não está arrumada para viajar e não avisou a mãe. Jingobéu diz que é rápido, só ajustar seu relógio dimensional e eles chegam a um bosque cheio de Árvores de Natal. 

Chegam ao país Latan, que é Natal ao contrário e vão até o palácio de cristal, que tem forma de bola de Natal. Pessoal comemora que Jingobéu voltou e fazem recepção para a chegada da Magali, quando chega em seu trenó, o Rei Iapap Leon, que explica que um dia foi visitar a dimensão dela atrás de comida, sendo que chegou bem no dia de Natal e achou a ideia tão boa que resolveu imitar e foi além de decretar Natal todos os dias no país dele, proibindo que arrancassem a próxima folha de todos os calendários. Um súdito fala que seria bom que eles trabalhassem para não precisarem ir a outras dimensões e Iapap Leon joga saco na cabeça dele para não concluir a fala.

Todos vão comemorar o Natal de hoje, na hora dos presentes, o único que ganha presente é o Iapap Leon, todos têm que dar algo para o rei. Magali não aceita dar a boneca para ele, mas não a pega de volta por ser a hora da ceia. Jingobéu fala que não é pra ela entrar por aquela porta, convidados especiais entram pelo outro lado e é levada pelos cozinheiros, que a mandam sentar em uma mesa especial.

Um cozinheiro tampa onde ela estava e a leva para a ceia de Natal. Iapap Leon pergunta se os súditos estão satisfeitos com o mingau, que é tudo que sobrou do estoque deles enquanto que ele vai ser o único que vai provar o prato principal: menina magrela mal passada. Magali diz que ela é a convidada especial e ele diz que foi tolinha de acreditar que iam levá-la lá de graça.

Quando está prestes a virar ceia de Natal, tudo muito rápido, Magali pega o relógio dimensional que estava com o Jingobéu, se rola na mesa, corre até os calendários e arranca as folhas virando dia 26 de dezembro, pega a sua boneca e foge para fora do palácio. Iapap Leon manda irem atrás dela, os súditos lembram que não é mais Natal e têm que trabalhar, podem produzir seus próprios alimentos sem ter que roubar de outras dimensões.

Iapap Leon fala que o rei é ele e que o bom é Natal o ano todo. Os súditos falam que só se for para ele e que já está na hora de escolherem um novo rei e expulsam Iapap Leon do reino, se livrando dele. Já a Magali parou em várias dimensões antes de aprender a mexer no relógio dimensional, até que chega em casa e joga fora o relógio e diz para a boneca Palomina que depois dessa aventura quer dar um tempo de Natal.

Dona Lili pergunta para a filha onde estava, procurava para ajudar a terminar de preparar a ceia de Natal. Magali estranha e a mãe diz que é dia 24 de dezembro. Magali descobre que sem querer antecipou a data da chegada no relógio em dois dias, diz que queria dar um tempo no Natal, mas uma vezinha a mais ela aguenta.

História legal em que a Magali é convidada a ir a um país que se comemora Natal todos os dias do jeito que ela queria para comer sempre as iguarias natalinas. Tudo ia muito bem até que descobre que ela era a comida do rei para a ceia de Natal dele. Com o desespero, Magali consegue contornar a situação pegando o relógio dimensional e fugindo. No final, o rei é expulso do país pelo povo  e a Magali volta para casa, só que dois dias antes, voltando a comemorar o Natal.

Magali mais uma vez precisou comemorar o Natal como queria antes da aventura, foi bom para ela até porque não comeu enquanto estava no país de Latan. O que interessava para ela era a comilança, aí a oportunidade de comemorar o Natal de novo fez matar a saudade das comidas. Magali escapou de ser devorada pelo rei Iapap Leon graças à sua astúcia, se soubesse da má intenção do Jingobéu desde o início, nem aceitaria apesar da comida. Pelo menos aprendeu a lição de que não se deve confiar em quem ela não conhece.

Vimos que os habitantes do planeta eram porcos humanizados canibais, o rei mandava chamar humanos para a dimensão deles para comê-los vivos. Como o Natal era todo dia lá, imagine quantas pessoas, quantas crianças foram sequestradas para serem devoradas. Magali conseguiu acabar com a festa do rei e ajudando a evitar que novas pessoas possam ser sequestradas depois e ainda na revolução do povo de Latan que expulsaram o Iapap Leon.

Em Latan, tudo era o contrário do planeta Terra, além de porcos comerem humanos, o país se chamava Natal ao contrário, o nome do rei era Papai Noel ao contrário, o palácio tinha forma de enfeite de Natal, tinha adaptações contrárias aos costumes de Natal, como na letra da música "Bate o sino" e inclusive só os convidados que tinham que dar presentes para o rei e não o compartilhamento de presentes, ou seja, cada um ganhar presente de todo mundo. Foi bem interessante.

Ficou o absurdo de como conseguiam sustentar festas todos os dias, com qual dinheiro conseguiam se não trabalhavam. As comidas foi justificado que o rei mandava roubar de outras dimensões, mas os presentes para o rei, os súditos tinham que comprar. Absurdo também de um país de outra dimensão ter mesmo calendário terrestre e só mudava de dia se alguém arrancasse as folhas. Do jeito que estava qualquer um ali poderia arrancar folha em alguma distração do rei, nem tinha vigilância no local. 

O relógio dimensional jogado no lixo, a Magali podia ter quebrado, qualquer um podia encontrar, principalmente o Cascão, daria até para ter uma continuação depois com o Cascão ou outro personagem com esse relógio dimensional se quisessem. Porém, atualmente personagens irem a outras dimensões deixaram  fixo só com lápis mágico da Marina, deixando tudo repetitivo.

Foi bom ver Tia Nena e Tio Pepo na ceia, além do Mingau, representando a família da Magali e foi engraçado ver essas adaptações contrárias do Natal, Magali enumerando para a Mônica vantagens do Natal, revezando com "coisas gostosas", Magali sentar em cima do prato e ser trancada pelo cozinheiro para ser refeição do rei, o quadrinho da cara do Iapap Leon querendo devorar a Magali e a cara dela sabendo que ia ser devorada, absurdo da boneca mudar de expressão em cada quadrinho.

É incorreta atualmente por essa ideia de porco canibal sequestrar crianças todos os dias por vários anos para serem devoradas na ceia de Natal,  absurdo de eterno Natal, Iapap Leon dá chicotadas nas renas, Magali ser pisoteada na hora da ceia, além das palavras proibidas "gozado", "credo", "roubar" e expressões populares e de duplo sentido como "não vou perder essa boquinha", "xaropão", etc. 

Os traços ficaram bons, do estilo dos anos 1990 com língua dos personagens ocupando mais espaço na boca. A capa da edição foi uma das raras da Magali na Editora Globo com alusão à história de abertura e sem relação com comida (pelo menos visualmente), a ilustração acabou sendo uma cena da história redesenhada para um estilo de capa, sendo que a colorização da roupa do Jingobéu não seguiu fiel à história,  tudo indica foi para dar mais harmonia de cores na capa. Muito bom relembrar essa história marcante há exatos 30 anos.