quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Capa da Semana: Mônica Nº 83

Uma capa mostrando uma Mônica autoritária, obrigando o Cebolinha a trocar roda do carrinho do seu coelhinho de pelúcia senão ele levava coelhada. 

Da fase da Mônica valentona e de poucas ideias que queria sempre do jeito dela mesmo se não a provocassem. Até pode o Cebolinha ter aprontado com a Mônica e ela lhe deu esse castigo, mas pela cena parece que não aprontou, dá de entender que a Mônica deve ter o visto na rua e achar que menina não troca pneu e cismou que ele tinha que trocar. Ou então estavam brincando de casinha, a roda soltou e ela o obrigou por não ser coisa de menina. Aí, fica na imaginação de cada um o motivo de fato que levou o Cebolinha a trocar o pneu do carrinho. 

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 83' (Ed. Abril, Março/ 1977).

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Cascão: HQ "É dia de festa, é dia de banho!"

Dia 25 de novembro é o aniversário do Cascão e em homenagem mostro uma história em que o Seu Antenor e o Cebolinha se juntam para criarem plano infalível para dar banho no Cascão, mas as coisas não aconteciam como desejavam. Com 18 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 466' (Ed. Globo, 2006).

Capa de 'Cascão Nº 466' (Ed. Globo, 2006)

Escrita por Paulo Back, começa com Cascão voltando para casa animado com a sua festa de aniversário e comenta com a mãe que ela havia preparado tudo na festa enquanto estava na rua. Dona Lurdinha diz que agora falta o Cascão se limpar e ele diz que não porque é aniversário dele. Dona Lurdinha fala que por isso mesmo que o aniversariante deve se arrumar, se enfeitar e se perfumar para receber saltitante os seus amigos convidados e manda ir para o banho.

Cascão implora para não tomar banho, que pode se limpar a seco. Seu Antenor pega o filho distraído e o carrega até a banheira. Cascão se apoia nas bordas da banheira, Seu Antenor promete abrir o chuveiro, Cascão foge e Seu Antenor é quem toma banho caindo na banheira. Dona Lurdinha diz que todo ano é a mesma coisa e Seu Antenor diz que este ano vai ser diferente porque ele vai criar um plano infalível de aniversário. 

Dona Lurdinha duvida que o marido consiga porque não sabe nem pregar quadro na parede e ele monta o plano no papel, que consiste em um amiguinho do Cascão distraí-lo enquanto Seu Antenor pega o filho por trás e joga na banheira. Dona Lurdinha conta que ele sempre usa essa tática e é o marido quem termina na banheira e Seu Antenor relembra outros momentos que o Cascão fugiu do banho, inclusive quando era bebê.

Seu Antenor acha que a esposa é a maior pé-frio e vai para a rua pedir ajuda com especialistas. Encontra com Cebolinha criando plano infalível contra a Mônica e pede ajuda para dar banho no Cascão. Cebolinha pensa em torturar o Cascão preso na parede enquanto ele e Seu Antenor joga água da mangueira mascarados, mas vê que não era para o Cebolinha criar o plano, e, sim, ajudar no plano que Seu Antenor criou e não gosta e faz ajustes no plano do Seu Antenor.

Mais tarde, a festa está pronta, Seu Antenor de banho tomado, casa com aroma de lavanda e Dona Lurdinha comenta que a mulher pé-frio sabe organizar festinhas. Seu Antenor sente falta do Cascão, resolve chamá-lo na rua, abre a porta e cai um balde d'água na sua cabeça. Cascão chega e se assusta, Seu Antenor pergunta se foi o filho quem colocou balde aí, Cascão não quer saber de tanta água e Seu Antenor acha que foi a esposa quem esqueceu.

Seu Antenor fala que o filho tem que se arrumar. Cascão fala que já está com a roupa do aniversário, igual as outras que tem, e colocou perfume e usou cotonete. Seu Antenor diz que não é para esquecer do banho, ri e diz para o filho que fica emocionado com as festas dele. Em seguida, o pai vê um vaso de flores em frente à porta e pensa que foi a namorada que deu de presente para o Cascão. Ao segurar, esguicha água na cara dele.

Cascão espanta que o pai está todo molhado, fala para sentar na cadeira e Seu Antenor se molha porque colocaram balão com água em cima do assento. Cascão acha que tem treta por ali, Seu Antenor disfarça e brinca com o filho de colocar rabo no burro sem olhar e esguicha água no quadro do burro no Seu Antenor. Em seguida, aparece um carteiro entregar presente para o Cascão, Seu Antenor abre a caixa e esguicha água de mangueira na cara dele.

Cascão acha que o pai está abusando de banho, afetou a cuca e manda esfriar a cabeça encostado na parede embaixo dos balões, aí os balões estouram e cai água no Seu Antenor, se molhando todo. Ele vai tomar outro banho enquanto Cascão recebe seus convidados da festa. Após o banho, Seu Antenor desiste de dar banho no filho. Ele cumprimenta os amigos do Cascão e Cebolinha quer tirar uma foto do Cascão com Seu Antenor, que se aproxima do Cebolinha avisando que mudou de planos e não vai mais pegar o Cascão e Cebolinha joga jato d'água nele ao disparar a câmera.

Cebolinha reclama que Seu Antenor fica na frente e não conseguem dar banho no Cascão e mostra o plano fajuto dele no início e deu mexida criando os seus próprios planos infalíveis e viu a cara quando abriu o presente, sentou na cadeira, cheirou a flor e tudo mais. Seu Antenor se espanta que foi o Cebolinha quem armou toda a enxurrada e Cascão fica revoltado que o próprio pai se juntou com o Cebolinha para dar banho nele e se crescer traumatizado a culpa não vai ser dele.

Cebolinha quer aproveitar que o Cascão está tendo xilique para dar o golpe de misericórdia, joga um bolo cheio d'água que cai no Seu Antenor. Cebolinha e Cascão zoam da cara do Seu Antenor, maior comédia e lástima e que precisa tomar outro banho e bem gelado para esfriar a cabeça. No final, Seu Antenor corre atrás dos meninos pela rua par abater neles e Dona Lurdinha comenta que todo aniversário é assim e depois ela que é pé-frio.

Uma boa história em que o pai do Cascão e o Cebolinha se juntam para dar banho no Cascão bem no aniversário dele. Cebolinha não gosta do plano infalível que Seu Antenor tinha criado e cria os seus próprios planos, só que em vez do Cascão se molhar era sempre o Seu Antenor que se molhava no lugar. No final, Cebolinha e Cascão zombam do Seu Antenor, que sai correndo atrás deles para bater.

Foram vários planos seguidos, uma tentativa fracassada atrás da outra por causa das trapalhadas do Seu Antenor. Erro foi dele que ficava sempre na frente onde tinha as armadilhas para dar banho no Cascão. Pelo menos o presente não devia abrir, era o aniversariante que tinha que abrir. Seu Antenor também não imaginava que Cebolinha era capaz de criar planos infalíveis mirabolantes, pelo visto nunca teve interesse de saber por que o filho apanhava tanto da Mônica e aparecia surrado em casa.

Vimos o Seu Antenor parecendo crianção, bem atrapalhado, não à toa se molhou 8 vezes durante o plano, isso sem contar a vez na banheira antes da festa. Pareceu "Chaves" em episódio que queriam dar banho nele. Seu Antenor até culpava Dona Lurdinha que não conseguia dar banho no filho por causa dela, mas foi comprovado que era tudo por causa dele. Curioso a festa só com 4 convidados e sem meninas dessa vez.

Cebolinha fazia muitos planos infalíveis para derrotar a Mônica, dar banho no Cascão e tirar a fome da Magali, mas sem dúvida de todos esses, a missão impossível seria dar banho no Cascão. Com a Mônica ainda quase conseguia derrotá-la se não fosse os outros entregarem os planos, assim como era com a Magali, mas com Cascão escapava assim que percebia algum movimento de água, diferente das meninas que tinha alguém para estragar.

Foi uma autêntica história de anos 2000, com traços feios e estranhos característicos da época, muitas caretas, biquinhos, personagens passando mão na cabeça, roteiro com enrolações e com linguajar diferente como "uia", "bocoió" e várias gírias. A ideia da história é boa, mas o desenvolvimento com as enrolações e linguajar assim fica menos atraente, poderia ficar melhor se pelo menos não tivessem as caretas desnecessárias como cabelo dos personagens saírem da cabeça quando se assustavam.

Teve tiradas engraçadas como Lurdinha dizer que marido não consegue pregar quadro na parede, quanto mais um plano infalível, Seu Antenor relembrando outros momentos que o Cascão fugiu do banho, inclusive quando era bebê, dizer para o Cebolinha "meu amigo de filho preferido", Cebolinha pensando em torturar o Cascão preso na parede enquanto ele e Seu Antenor jogam água da mangueira mascarados, Cascão dizer "isso é água", Seu Antenor responder que "Suco de goiaba que não é", Seu Antenor não saber o nome do Xaveco e chamá-lo de "menino que nunca sei o nome" entre outras. Nessas histórias dos anos 2000, costumavam as tiradas que deixavam engraçadas e não a situação e enredo da história em si.


Jeremias e Titi apareceram com calça para representar a "Turma do Bermudão", que foi criada também nos anos 2000, formado por Titi, Franjinha, Jeremias e Manezinho e apareciam de calça para representar que eram pré-adolescentes que estavam começando a sair da infância e terem outros interesses, eu achava uma bobagem essa "Turma do Bermudão", atualmente não tem mais.

História é incorreta atualmente por pais e Cebolinha quererem dar banho no Cascão á força, como se fossem vilões e hoje em dia apenas os vilões como Doutor Olimpo, Cremilda e Clotilde e Cúmulus ou todos os vilões reunidos na S.U.J.O.C.A. que tentam dar banho nele. Ainda assim muito raramente agora histórias nesse estilo de darem banho no Cascão. Também é errado hoje Dona Lurdinha a aparecer de avental e hoje também personagens não falam mais gírias assim e nem expressões populares, deixam linguagem mais formal e menos textos.


FELIZ ANIVERSÁRIO, CASCÃO!!!

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Mônica: HQ "Tá tudo nas cartas"

Mostro uma história em que Cebolinha e Cascão fazem um plano infalível contra a Mônica de que Cascão seria um tarólogo para conseguirem ser os novos da rua. Com 14 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 124' (Ed. Globo, 1997).

Capa de 'Mônica Nº 124' (Ed. Globo, 1997)

Mônica tem vontade de ver a sorte dela nas cartas de tarô, mas tem medo. Magali diz que sua tia tira as cartas e Mônica fala que a tentação é grande, mas ela tem medo e só teria coragem de fazer isso se acontecesse por acaso uma cartomante surgir, se fosse coisa do destino. Cebolinha ouve a conversa das meninas atrás do muro e chama o Cascão para um plano infalível, dizendo que precisam dar uma mãozinha para o destino e que a mãe dele tem tarôs em casa.

Na casa do Cebolinha, Cascão fica aliviado que tarô é um baralho com figuras diferentes e pensava que era alguma coisa horrível guardada. Cebolinha põe um lencinho na cabeça do Cascão, fala que ele será a cartomante que vai tirar tarôs para a Mônica, que é sugestionável, vão influenciar todas as decisões dela e conseguirem o que quiser. Cebolinha pergunta se Cascão consegue ler as cartas, ele diz que uma está escrito "mago", na outra "papisa" e na outra "estrelas". Cebolinha fala que é para interpretar, da maneira deles. 

Depois, Mônica pergunta para Magali se ela sabe vê cartas, ela diz que um pouco porque já viu sua tia tirando, quando veem o Cebolinha feliz que encontrou por acaso uma pessoa especial que disse que seu futuro será lindo. As meninas acham que é o Cascão com lencinho na cabeça e Cebolinha diz que parece e tem cheiro do Cascão, mas não é ele, é o tarólogo Cascarón, primo do Cascão da Argentina. Mônica dá socos na cabeça do Cascão confundindo tarólogo com tarado.

Cebolinha diz que nem ele sabe se Cascarón vai querer ler as cartas pra ela depois disso. Mônica diz que tudo bem, só queria se fosse o destino. Cascão fala em castelhano que foi o destino que os reuniu e quer que ele leia as cartas. Cebolinha estranha que ele falo "conjigo" e Cascão fala que não quer que ele saiba falar castelhano.

Cascão pergunta para Mônica se está pronta, ela diz que tem medo e ele fala que vai doer nada. Cascão lê a primeira carta, que diz que ela é uma menina tímida e Magali pergunta se a Mônica não tem que embaralhar primeiro. Cascão diz que estava só testando e Cebolinha cochicha para ele que é para ir com calma. Mônica embaralha nervosa e depois Cascão lê nas cartas que ela é uma menina forte, decidida e dona da rua. Mônica fica feliz que ele está acertando tudo e Magali acha que todo mundo sabe disso.


Cascão conta que Mônica é romântica, meiga e muito dentuça. Ela acha ruim, Cascão diz que é verdade, saiu a carta da gorducha, baixinha e dentuça com caricatura dela. Magali fala que nunca viu essa carta na vida. Cascão diz que o tarô dele é bem completo e Cebolinha pensa que foi ótima a ideia de ter colocado aquela carta extra. Cascão lê que ela não gosta que digam a verdade e que por isso bate nos meninos inocentes com coelhinho encardido e que o reinado dela está perto de acabar, os meninos inteligentes, Cebolinha e Cascão, vão ser os novos donos da rua, sendo o Cascão, o mais inteligente.

Mônica pergunta se ela tem sido injusta com os meninos esse tempo todo. Cascão diz que muito injusta, saiu a carta da injustiça. Mônica diz que está escrito "justiça" e Cascão mostra que de cabeça para baixo fica "injustiça". Mônica acha que está tudo ruim e quer que ele veja como está no amor, se um certo garoto gosta dela. Cascão pergunta quem é, senão as cartas não falam. Mônica fala que é o Rodolfinho e Cascão rir dizendo que já sabia que era ele, Mônica pergunta como assim e Cascão emenda que ele tudo sabe e tudo vê. 

Mônica embaralha as cartas, Cascão vê e acha que é tudo muito interessante e depois diz que Rodolfinho a detesta e que ela vai ficar encalhada e solteirona a vida toda. Mônica se desespera e quer saber se tem algum jeito de ela mudar o futuro. Cascão lê as cartas e o jeito é ela parar de bater nos amiguinhos e depois dar o Sansão para o Cebolinha e o Cascão e nomeá-los donos da rua. Mônica diz que o coelhinho não, Cascão sente muito, mas é o que diz as cartas.


Mônica resolve dar o Sansão para o Cebolinha. Cascão diz que ela ainda tem que ir para casa com a língua de fora e pulando num pé só e não sair de lá por 3 meses. Magali acha que essa previsão está muito esquisita e quer que ele lê as cartas para ela também. Cascão diz que as cartas estão cansadas de falar, por hoje é só. Mônica fala que é para ela deixar para lá, melhor não saber nada já que viu no deu a curiosidade dela e vai embora para casa de língua de fora pulando num pé.

Cebolinha comemora que esse é o melhor plano que ele bolou e Cascão, a melhor interpretação que fez. Dona Cebola pergunta para Mônica e Magali se viram o Cebolinha, que bagunçou todo o quarto dela. Dona Cebola pergunta para o filho o que seu lenço de seda está fazendo na cabeça do Cascão, Cebolinha diz que aquele é o Cascarón, Dona Cebola diz seja quem for e toma o lenço de volta e se espanta que eles estavam também com o tarô dela e dá bronca nos moleques, que não devem mexer nas coisas dos outros e muito mais e quando chegar em casa vai ter uma conversinha com o Cebolinha.

Mônica viu tudo e faz cara de furiosa, Cebolinha corre falando para a mãe que não tem que esperar, que podem ter a conversinha agora e Cascão também quer conversar. Mônica bate neles e no final os meninos veem cartas de estrelas em vez de só estrelinhas após a surra e Mônica sugere para um dia a Magali apresentá-la à tia.

História muito engraçada em que Cebolinha e Cascão fazem um plano infalível com Cascão como tarólogo para enganar a Mônica e conseguirem ser dono da rua. Cascão faz previsões furadas e ainda aproveita para azucriná-la e eles conseguem seu objetivo até quando a mãe do Cebolinha, Dona Cebola, vai tomar satisfações que seu lenço de seda e cartas de tarô sumiram e Mônica descobre que era tudo um plano dos meninos e bate neles no final. Daria tudo certo se não fosse a Dona Cebola, dessa vez não foi o Cascão quem estragou o plano.

Foi mais uma história de plano infalível que aconteceu por acaso após o Cebolinha fofocar escondido a conversa da Mônica com a Magali. Como a Mônica tinha medo de saber do futuro,poderia ter recusado "Cascarón" ler cartas pra ela, evitaria tanto constrangimento que teve. 

Mônica muito boba de acreditar que aquele não era o Cascão e, sim, um primo tarólogo argentino dele, até porque ele nem mudou de roupa, e acreditar nas coisas que ele falava, ainda mais com as condições que são sempre impostas nos outros planos. Em alguns momentos o Cascão falou em português e Mônica nem  percebeu, fora outras mancadas dele, era muito bom ver a Mônica sendo enganada em planos em coisas óbvias que qualquer um saberia e, sem dúvida, os meninos eram muito perversos com ela aproveitando que era ingênua e influenciável.

Cascão podia ter se disfarçado de mulher como foi na história "O plano vidente" ('Cebolinha Nº 22' - Ed. Globo, 1988), pelo menos um ponto melhor para Mônica ser menos boba para não reconhecê-lo. Mesmo assim, Cascão foi um ótimo ator, os meninos interpretam bem nessas histórias de planos. Foram engraçadas cenas e tiradas como Cebolinha dizer que o tarólogo parece e tem cheiro do Cascão, mas não era ele e Mônica ainda acreditar, a Mônica achar que tarólogo era um tipo de tarado, fala de Cascão de que o plano nem começou e ele já apanhou, a carta extra com caricatura da Mônica, Cascão descobrir que a Mônica gostava do Rodolfinho, meninos fazerem a Mônica ficar de língua de fora e pular num pé só, Cascão não tirar cartas para Magali porque as cartas estão cansadas de falar, Cebolinha querer a conversinha com a mãe para não apanhar da Mônica e o Cascão também querer a conversa com a mãe do amigo. 


Vimos que Dona Cebola vê cartas e Magali tem tia cartomante e são coisas que não foram mais abordadas depois. Cebolinha falou certo em pensamento dessa vez, na época já começaram a padronizar com ele não trocando as letras em pensamentos. Ficou na imaginação como era o Rodolfinho de quem a Mônica gostava, afinal ele não apareceu, toda história era um menino "inho" mais fofo diferente por quem as meninas eram apaixonadas Teve homenagem aos desenhos da Turma do Pernalonga e de Tiny Toon quando o Cascão falou "por hoje é só".

Tudo indica que essa foi uma história póstuma roteirizada pela Rosana Munhoz, que faleceu em janeiro de 1996, mas ainda publicavam histórias arquivadas escritas por ela com frequência até o final dos anos 1990 e ainda podiam ser vistas às vezes até em 2006. Era bom que ainda víamos trabalhos da Rosana nos gibis mesmo após sua morte.

Incorreta atualmente por Mônica se interessar em leitura de cartas de tarô, previsão do futuro, querer saber de amor, dizer que está apaixonada pelo Rodolfinho, Cascão ser tarólogo e enganá-la fazendo de boba, o soco da Mônica espancando o Cascão e os meninos apanharem e aparecerem surrados no final, envolver tarado, Dona Cebola de avental na rua e a palavra "gozado" que é proibida hoje em dia nos gibis. Aliás, ultimamente nem tem mais histórias de planos infalíveis, bem raro e quando tem não é desse nível de rebaixando a Mônica fazendo de boba e sem os meninos apanharem no final.

Traços ficaram bons, característicos do estilo começado em 1997 com personagens com bochechas mais redondas e mais fofos que marcaram a segunda metade dos anos 1990, substituindo os traços com personagens com língua ocupando mais espaço na boca, adotados entre 1993 a 1996, também marcantes dos anos 1990, e que foram extintos desde que surgiram esses novos traços. Tiveram erros de Mônica falar com boca fechada no 6º quadro da página 9 do gibi, Cascão sem sujeirinha no lado direito no 6º quadro da página 11 do gibi e o pior de todos de desenhar o Cascão no lugar da Magali no 3º quadro da página 6. Se ele apareceu para as meninas só no quadro seguinte, não podia estar naquela cena.

domingo, 17 de novembro de 2024

Papa-Capim: HQ "Os deuses devem estar loucos!"


Mostro uma história em que um casal foi morar na selva e jogam suas coisas para os índios para se acalmarem e eles devolvem pensando que eram os deuses  que enviavam. Com 6 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 78' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Chico Bento Nº 78' (Ed. Abril, 1985)

A esposa do Olegário, carregando geladeira e outros objetos, reclama que foi ideia imbecil de irem morar no mato. Olegário diz que foi porque ela queria respirar ar puro e ali era muito melhor que a cidade. A mulher fala que o problema que tem muito bicho, quando vê uma cobra e sacode o marido segurando pelos pés gritando por socorro e que era para ele protegê-la. Olegário pergunta quem vai protegê-lo dela e que ela fez derrubar as coisas.

A mulher vê a jarra que a mãe lhe deu caindo no precipício e reclama que a culpa foi do Olegário se não a levasse para aquele fim de mundo. A jarra cai na cabeça do Papa-Capim, que desmaia. Os índios comentam que nunca viram nada igual àquele objeto, era transparente como água e dura como uma pedra, Pajé acha que só os deuses mandariam aquilo para lá e chama o índio mais forte da tribo para devolver para os deuses com seu arco e flecha, achando que se mandarem de volta, o Papa-Capim acordaria.

A jarra volta para o casal enquanto a mulher sacodia o marido e ela diz que os índios enviaram, que já ouviu histórias que são canibais que fritam pessoas em panelões e manda Olegário enviar outras coisas como presentes para ver se acalmam. Olegário arremessa outros objetos, que caem na cabeça do Pajé, que desmaia, e ao mesmo tempo Papa-Capim acorda. Os índios resolvem mandar os objetos de volta para o Pajé acordar.

A mulher reclama que Olegário mandou o jogo de panelas dela, quando volta tudo enviado pelos índios e a mulher levanta o marido e joga de cabeça no chão para não ser atingido pelos objetos. Ela acha que os índios ficaram mais nervosos e que foi pouco o que mandaram e Olegário resolve jogar tudo que eles tinham, inclusive a geladeira e ainda grita para os índios que não precisam devolver o que jogou, só quer ficar em paz.

A mulher encara Olegário, segurando pela camisa e reclamando que era inútil e imbecil e que jogou todas as coisas que tinham para eles, não sabe como casou com inseto como ele, com tanta gente querendo casar com ela, foi se casar com um traste e Olegário a segura. No final, os índios obedeceram aos deuses e ficaram com as coisas vindas do céu, só que usando da maneira deles, só não entenderam terem enviado a mulher reclamona e concluíram que os deuses devem estar loucos enquanto ela reclama que Olegário era cretino, que como pode tratar assim uma mulher frágil e que um dia ele vai pagar.

História engraçada em que um casal que foi morar no mato jogavam coisas para os índios pensando que eram canibais e ver se acalmavam enquanto que os índios devolviam pensando que eram os deuses que enviaram e se devolvessem ia sarar quem foi atingido pelos objetos. Ficou grande confusão até o marido se revoltar com a mulher que reclama de tudo e o ofendia e resolve jogá-la para os índios ficarem com ela também assim como seus objetos. 

Os índios continuaram na fantasia que eram coisas dos deuses, sem saber que era o casal que enviava. Como eram primitivos, não sabiam o que elas eram aquelas coisas que os deuses enviavam por nunca terem visto e muito menos sabiam para que serviam. Foi engraçado eles usarem as panelas como tambor e geladeira como canoa para pescar para ver como era a inocência deles. Para o casal, lado bom que o que era arremessado, voltava depois, não teria perdido se a mulher não fosse tão barraqueira e não pensasse que eram índios canibais.

A mulher xingou e ofendeu tanto que Olegário não aguentou, teve que jogar para os índios, pena de eles terem que aturá-la, mas pelo menos não ligaram e a ignoravam, deixando lá sozinha reclamando e eles levavam suas vidas normais. Sem dúvida ela mereceu o final, ficando a dúvida de imaginar como ela saiu da tribo dos índios. Destaque também que ela era muito forte de carregar geladeira sozinha, sacodir marido para espantar cobra e segurar o marido jogando de cabeça no chão para não ser atingido pelos objetos, é como se fosse uma parente da Mônica, esse marido suportou muito, tem hora que não aguenta. Pena que roteirista não deu um nome para mulher, só para o marido, e eles apareceram só nessa história.

Papa-Capim teve sorte que não era jarra de vidro, curioso que dessa vez que foi mais figurante, os protagonistas foram o casal. Curioso também ter um cachorro na tribo, não era comum os índios contracenarem com cachorros, só bichos selvagens do mato. A história foi inspirada no filme "Os deuses devem estar loucos", de 1980, um clássico do cinema, até colocaram mesmo título, sem parodiar, o que era comum, não era obrigatório parodiar nomes famosos na época.

É incorreta atualmente por mostrar índios primitivos que não sabem o que são objetos da civilização, nem o que é uma jarra ou geladeira, e com cultura de idolatrarem seus deuses. Hoje a tribo do Papa-Capim é moderna com eles com roupa, morando em casas sem serem ocas, tem tudo aquilo que arremessaram utilizando da forma tradicional e ainda têm celular. Essa ideia de índios primitivos é totalmente abolido agora e inclusive a palavra ""índio" também é proibida, tem que ser chamados de indígenas. 

Também implicariam com Papa-Capim e Pajé levarem jarra e panelas na cabeça, as violências da mulher com o marido, as ofensas,  e também a atitude do Olegário de fazer aquilo com uma mulher, mesmo que ela era chata. A palavra "louco" também é proibida nos gibis atuais e não teria um título como esse. Teve índia com seios de fora, que também é impensável hoje em dia nos gibis, mas na Editora Abril era comum aparecerem índias assim de seios de fora, até para mostrar que eram primitivos. Depois, procuraram colocar penas no top ou cabelo cobrir os seios e agora são roupas das civilizações.


Os traços espetaculares, capricho nos cenários da selva que dava gosto de ver. Cabelo do Pajé foi pintado da cor da pele sem ser branco, na época ainda não tinham uma padronização de traços com alguns personagens da Turma do Papa-Capim, ainda mais que esse núcleo foi desenvolvido mesmo a partir de 1982, com a criação do gibi do Chico Bento, antes tinham só histórias de 1 página nos gibis da Mônica e do Cebolinha muito raramente.

Foi republicada depois em 'Coleção Um Tema Só Nº 9 - Cascão Brincadeiras' (Ed. Globo, 1994). Os primeiros números dessa coleção de histórias temáticas podiam ter histórias sem o tema proposto e com personagens de outros núcleos, mas até que essa pode dizer que acabou sendo brincadeira dos índios de ficar enviando os objetos de volta.

Capa de 'Coleção Um Tema Só Nº 9 - Cascão Brincadeiras' (Ed. Globo, 1994)

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

HQ "Magali A Influenciável"

Mostro uma história em que a Magali se influenciava em comer só em ouvir as pessoas falando palavras com nome de comida, mas que tinham outros significados. Com 8 páginas, foi história de abertura publicada em 'Magali Nº 62' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Magali Nº 62' (Ed. Globo, 1991)

Mônica reclama que tem que ficar sempre esperando a Magali acabar de comer para brincarem e pensa em desistir de ser amiga dela, já são quase três horas e ela está comendo desde a uma e não sabe como consegue comer tanto. Magali fala que ela é muito influenciável, Mônica pergunta se comilona agora tem outro nome.

Magali pergunta se reparou que tudo hoje se fala em comida, na televisão o pessoal só come, come, nas novelas, nos comerciais. Mônica fala que é para desligara televisão, Magali diz que não é só na TV, tem no rádio, cartazes, revistas e até nas conversas o pessoal põe comida no meio. Mônica acha que é exagero dela, Magali manda a amiga experimentar ficar um dia sem falar de comida, Mônica diz que isso é canja e vê que deu vacilo, foi um lapso e não vai mais acontecer se for para ela comer menos e brincar mais.

Elas vão brincar na rua, Mônica pergunta se quer brincar de pega-pega, amarelinha ou de roda, Magali quer roda e encontram o Jeremias, que diz que não pode brincar porque tem que ir para casa ver o tio de Bauru que foram visitá-lo, que ele é brigadeiro e está louco para vê-lo de uniforme. Magali sai correndo para comer bauru e brigadeiro. Depois que volta, Mônica diz que a Denise e a Juju vão brincar de roda com elas. As cantigas falam de café, leite e mingau, dá vontade da Magali comer e sai correndo no meio da brincadeira. 

Quando volta, as meninas tinham ido embora e elas resolvem brincar de outra coisa que não lembre o assunto proibido e Mônica pergunta ao Cebolinha se pode jogar futebol com os meninos. Ele diz que elas são café-com-leite, não dá vontade na Magali porque ela tinha acabado de tomar e Mônica fala com Cebolinha que não quer saber o que elas são, e, sim, se podem jogar por bem ou por mal. Cebolinha avisa aos meninos que Mônica e Magali vão entrar senão vai dar bolo e Magali tenta resistir para não comer bolo.

Durante o jogo, Cebolinha chama Cascão de goiabão por ter deixado a Magali passar com a bola. O goleiro diz que Magali não faz gol nem por um sonho, a chama de docinho e o outro diz que vai ser sopa. Magali chuta forte pensado em um sonho e faz gol. Cebolinha reclama que foi um baita frango, chama o goleiro de pamonha e outro menino chama de bananão e todos gritam insistentemente que foi marmelada porque a Magali não devia ter entrado.

Magali sai correndo para casa para comer, Mônica chama os meninos de insensíveis e bate neles, que falam que a Mônica não é bolinho, é pimenta ardida e osso duro de roer. Mônica vai para casa da Magali e resolve comer com ela, achando que também é meio influenciável.

História engraçada em que a Magali imagina comida com tudo que as pessoas falam. Mônica tenta ajudar a amiga a controlar a compulsão e esquecer sobre comida, mas os amigos não ajudam falando palavras que lembram comidas nas conversas e nas brincadeiras. No final, Magali continuou compulsiva e ainda influenciou a Mônica a ser também.

Magali tão compulsiva, só pensa em comer, que não pode falar de comida que tem que comer, nem pensou nos outros significados das mesmas palavras que já pensava que era comida. Estava em um dia tão paranoico que se ela visse o seu gatinho Mingau, era capaz de comer mingau ou até querer comer o próprio gato. Mônica podia ter avisado para os amigos a não falarem de comida na frente da Magali nas conversas como antes de brincar de roda com a Denise e a Juju e no futebol logo depois que o Cebolinha falou que elas são café-com-leite. 

Foi engraçado Magali confundido coisas como patente brigadeiro com doce brigadeiro, goleiro frango com frango para comer, etc. De fato falamos algo relacionado a comidas o tempo todo, até em jogo de futebol se fala de comida e nem percebemos porque não levamos ao pé-da-letra como a Magali. Essa história ajudou os leitores a entender e conhecer outros significados da mesma palavra de forma bem natural e divertida e não extremamente didático como são nas histórias atuais.

Foi bom ver a Mônica autoritária dos velhos tempos dando bronca no Cebolinha e ordenando que elas iam jogar futebol por bem ou senão apanhavam. Vimos que o Jeremias teve um tio brigadeiro, patente de hierarquia militar, sendo que esse parentesco não foi falado depois em outras histórias e nessa ficamos  na imaginação de como era o tio dele. A Denise ainda com visual diferente a cada história, dessa vez foi loira bem diferente da atual que conhecemos e a menina Juju foi só figurante, não apareceu depois em outra história.

Incorreta hoje em por dia por Magali ter compulsão alimentar, comer bastante, inclusive ficar 2 horas almoçando e sem aprender nada no final e ainda levando a Mônica também ser influenciável com comida, meninos com preconceito das meninas jogarem futebol com eles e achando que foi marmelada a Magali fazer gol, Cebolinha chutando perna do menino no jogo, meninos surrados após apanharem da Mônica. Também são proibidos atualmente palavrões que o Cascão falou no jogo e a palavra "louco" provavelmente para não confundirem com  o personagem Louco. Aliás, as expressões e palavras  assim de duplo sentido mostradas como "vai dar bolo", "vai ser sopa" e chamar alguém de pamonha, por exemplo, não são aceitas nos gibis atuais e procuram substituir. O que ajudaria as crianças conhecerem novas palavras, proíbem de conhecer.

Os traços muito bonitos da fase clássica que davam gosto de ver, com direito a olhos com curvas sem fundo branco para demonstrar intensidade de raiva. Pena as cores bem escuras, principalmente no vermelho e nas peles dos personagens, apesar de ainda no padrão de tons pasteis.