quinta-feira, 30 de maio de 2024

Mônica: HQ "Baila com a gente"

Compartilho uma história em que Cebolinha foge da Mônica e se esconde justamente na academia que ela tinha aula de dança, causando muita confusão. Com 5 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 139' (Ed. Abril, 1981).

Capa de 'Mônica nº 139' (Ed. Abril, 1981)

Cebolinha foge da Mônica depois de escrever desaforos dela no muro e se esconde dentro de uma academia de dança e Mônica não vê. Magali aparece perguntando se Mônica não vai fazer aula de dança, ela diz que está procurando o Cebolinha e Magali fala para procurá-lo depois, elas precisam perder umas gordurinhas.

Cebolinha se esconde no vestiário feminino justamente onde as meninas estavam indo por Mônica ter deixado as coisas dela lá. Comentam que tem uma professora nova, que é ótima e que dança que é um negócio. Elas ouvem um barulho vindo do armário e querem saber quem é o espião no vestiário, dão pontapés e pauladas e surge o Cebolinha fazendo de conta que é a professora nova. As meninas o seguem fazendo os movimentos dele e Cebolinha pensa que elas desconfiaram. Outras meninas veem, Cebolinha vai para fora da academia e elas vão atrás. 

Cebolinha tropeça e elas fazem flexão pensando que era essa intenção e falam que adoraram a ideia da aula ao ar livre no meio da natureza. A verdadeira professora aparece, reclamando que sumiram suas coisas logo no primeiro dia lá, vê que o Cebolinha estava com o uniforme dela e manda as meninas pegaram o ladrão e voltarem para dentro da academia. As meninas a mandam calar a boca e no final, Cebolinha dá aula para as meninas e comenta com o Cascão que a dança faz bem pra saúde e para o corpo, principalmente a dele, com a verdadeira professora sentada em frente com raiva.

História engraçada em que o Cebolinha entra em um academia de dança para fugir da Mônica e ainda precisa se passar que era professora para não apanhar. É descoberto após a verdadeira professora aparecer e no final continua sendo a professora de dança das meninas e não apanha da Mônica. Interessante que as meninas não sabiam que o Cebolinha não era a professora ao mesmo tempo que ele não desconfiava que as meninas não sabiam que era ele. Cebolinha preferiu dar aula para não apanhar, mas também não impede da Mônica bater nele após a aula se quiser, fica na imaginação dos leitores a sequência.

Teve absurdo bom de como a roupa da professora, adulta e alta, coube certo no Cebolinha. Foi engraçado também Cebolinha fugindo da Mônica pela academia, entrar em vestiário feminino e ficar vestido de mulher com espanador servindo como peruca, as meninas acreditarem que ele era professora de dança, Magali dizer que precisar perder gordurinha se ela é magra, a professora achar que Cebolinha era ladrão por ter roubado o uniforme dela. As meninas figurantes assim como a professora de dança apareceram só nessa história como de costume com personagens secundários

O nome da academia "Baila com a gente" acabou sendo o título da história, paródia da novela "Baila comigo", que estava no ar em 1981 na TV Globo, um grande sucesso que eles queriam homenagear, no caso, não com foco da trama principal dos gêmeos vividos por Tony Ramos, mas sim do núcleo de academia de dança e ginástica da novela, adotando novas modas de pessoas com lenço na cabeça, meias de lã coloridas e das academias de ginástica que fizeram entrar de vez nos anos 1980. MSP sempre quis colocar nas histórias o que estava em moda atual e dessa vez foi a novela "Baila comigo".

Os traços ficaram ótimos, típicos das histórias de 1981 com personagens fofinhos. Considerada uma história curta de abertura como era de costume na Editora Abril, esse gibi quase todo foi assim com várias histórias curtas de até 5 páginas, as maiores foram a do Astronauta e a de encerramento. Incorreta hoje em dia por ter criança em academia, Cebolinha vestido de mulher se passando por professora de dança e ser comparado a um ladrão e a palavra "azar" que é proibida atualmente nos gibis. Em toda a história Cebolinha pensa trocando "R" pelo "L", atualmente isso seria alterado já que agora ele pensa certo em pensamentos.

A imagem da capa foi com alusão à história de abertura, porém a chamada do texto foi referente à história de encerramento "O pandeiro" e curiosamente ser uma história de Carnaval fora de época, já que a revista é de novembro de 1981. E interessante também na capa que na época ainda chamavam os personagens como "Turma do Mauricio" e não "Turma da Mônica". Foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 10' (Ed. Globo, 1989) e novamente depois em 'Almanaque da Mônica Nº 43' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 10' (Ed. Globo, 1989)


Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 10' (Ed. Globo, 1989)



domingo, 26 de maio de 2024

Chico Bento: HQ "Meu amigo, o Gigante"

Em maio de 1994, há exatos 30 anos, era publicada a história "Meu amigo, o Gigante" em que o Chico Bento se depara com um gigante no sítio e o seu pai lhe dá várias tarefas para fazer por castigo de não acreditar no que o filho disse. Com 14 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 191' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Chico Bento Nº 191' (Ed. Globo, 1994)

Seu Bento flagra o Chico Bento parado e quer saber por que não foi buscar a água na fonte que tinha pedido. Chico fala que seria tempo perdido, a fonte é tão longe, ia dar sede na cainhada e iria beber toda a água na volta, por isso resolveu ficar ali e poupar trabalho. Seu Bento fala que o filho é preguiçoso, tem que aprender a cumprir tarefas para cuidar do sítio, um dia. Chico acha que esse dia está tão longe e o pai ordena que ele vá buscar a água.

No caminho, Chico reclama que o pai pensa que ele é de ferro, andar lonjura toda para pegar água, subir e descer montanha, sendo que lembra que não tinha montanha antes ali. Ele pega a água e voltar a subir e descer a montanha e quando se afasta, vimos que era um gigante deitado. Chico reclama do Sol, logo surge uma sombra e quando se dar conta se assusta com o Gigante e corre, deixando o balde d'água no chão e o Gigante fica com o balde.

Chico vai para casa apavorado, o pai pergunta pela água que pediu, Chico diz que não deu para levar, o Gigante apareceu e o assustou. Seu Bento acha que é a desculpa mais esfarrapada que ele contou e por causa da mentira vai dar outras tarefas para cumprir: vai arar a terra que ainda falta, consertar a cerca e buscar muitos baldes d'água até ele cavar outro poço, tudo sem reclamar e "ai" dele se não cumprir. Dona Cotinha fica com pena de ser muita tarefa, Seu Bento fala que o filho precisa aprender a lição que preguiça não leva a lugar nenhum e o que ele fizer já está bom.

Chico lamenta o mundão de terra que vai ter que arar. Pega o cavalo Osório para ajudar na tarefa. Vai arando até que dá de frente com o Gigante. Chico implora para não comê-lo, é melhor comer o cavalo que tem mais proteínas. O Gigante diz que é vegetariano, aí Chico manda, então, não esmagá-lo e o Gigante fala que não faria mal a uma mosca, se a enxergasse e que foi para devolver o balde. Chico diz que pode ficar com ele, servir de dedal. Gigante agradece e conta que adora colecionar essas coisas pequenininhas deles, tem uma casinha completa em miniaturas.

Chico pergunta o que o Gigante faz por aquelas bandas, nunca o viu antes e é meio difícil não enxergá-lo. Ele responde que gosta de viajar, principalmente no campo, é tudo tão lindo e ar saudável empurrando tudo perto dele com sua respiração. Chico conta que por causa dele, se trumbicou, o pai mandou fazer várias tarefas por não ter acreditado que tinha o visto. 

O Gigante resolve ajudá-lo. Para arar a terra, usa um pente gigante escovando a terra e consegue terminar tudo em 2 minutos, para consertar a cerca, usa palitos de dentes gigantes criando uma cerca nova e em vez de buscar água de fonte, cava terra com uma colher gigante, encontra água e forma um novo poço para o sítio.

Chico fica feliz e dá seu chapéu como forma de agradecer ao Gigante, que queria para colocar nos seus bonequinhos. Ele vai embora, o cavalo Osório acha que deviam contratá-lo e Chico aliviado que escapou do trabalho. Seu Bento aparece e fica admirado com o trabalho que o Chico fez e pergunta como fez. Ele diria que foi por causa do Gigante, mas emenda que foi pelo seu gigantesco esforço. 

Seu Bento diz que viu que ele aprendeu a lição e que vai dar uma recompensa. Chico acha que seria descansar, mas o pai fala que a partir de agora vai lhe dar muitas tarefas para fazer todos os dias para provar que tem confiança nele. No final, Chico chora e o cavalo pergunta para os leitores que com tanta água, quem precisa de poço.

História engraçada em que o Chico recebe ordem do pai de buscar água na fonte por estar preguiçoso e depois que encontrar um gigante e não levar a água para casa, Seu Bento não acredita e dá mais três tarefas trabalhosas para o filho fazer. Chico encontra de novo com o Gigante, que o ajuda utilizando apetrechos gigantes que tinha com ele. Seu Bento adora tanto o resultado e fala que a partir de agora o Chico vai ter tarefas para fazer na roça todos os dias, deixando o Chico arrasado.

Podia acontecer de tudo nas histórias do Chico Bento, até aparecer do nada um Gigante no sítio. Ele teve sorte de encontrar um Gigante bonzinho que só estava viajando e que o ajudou nas tarefas da roça que o pai deu. Bem criativas as formas de arar terra, criar cerca e cavar poço novo com os objetos que tinha. Com seus objetos gigantes foram multifuncionais e decisivos para renovar o sítio do Chico. E ainda legal o Gigante ter coleção pessoal dos objetos das pessoas como se fossem miniaturas de brinquedos e um balde servir de dedal para ele. 

Foi engraçado também o Chico respondendo o pai no início com as suas desculpas para não trabalhar,  escalar o Gigante pensando que era uma montanha, dizer que é para comer o cavalo  que tem mais proteínas que ele, Gigante empurrando tudo perto dele com sua respiração e a surpresa do Chico depois do pai relevar no final que teria mais trabalho em vez de descanso. O cavalo Osório interagindo como comemorar que o Gigante fez trabalho dele e dizer aos leitores que as lágrimas do Chico não precisaria de poço também deu um charme a mais.

Vimos que o Seu Bento estava bastante rigoroso e exigente, mesmo que quisesse dar lição no Chico para deixar de ser preguiçoso, ele exagerou na quantidade de tarefas na roça, podia ter lhe dado só uma tarefa, a de arar terra já seria bem trabalhosa. Mas também deixou claro para a esposa que não precisaria que fizesse tudo, o que conseguisse fazer já era válido, intenção era driblar a preguiça do Chico. 

O final muito engraçado de em vez do Chico descansar, o pai deu mais tarefas para fazer todos os dias, e ainda ele dizer que isso seria uma recompensa para o filho. Vai ver que não acreditou que o Chico fez tudo aquilo sozinho e queria lhe dar lição para não mentir para ele. Agora, sim, que Chico realmente teria trabalhos para fazer que o Gigante fez no lugar. Sem dúvida, o Chico aprendeu no final que não deve ser preguiçoso e muito menos mentir para o pai.

O titulo da história vem de paródia do filme "Meu amigo, o dragão", mas a paródia é só no nome do título, já que a sinopse da história em quadrinhos tem nada a ver com o do filme. Incorreta atualmente por ter trabalho infantil, já que Chico não pode mais trabalhar pesado na roça, além de ele ser preguiçoso, responder, ser abusado e desobedecer o pai, mentir até no final, dizendo que foi ele quem fez o trabalho, não ter final feliz para o Chico, Seu Bento ameaçar de bater no filho ao dizer "ai" se não cumprisse as tarefas, e os absurdos do Gigante.


Os traços ficaram bonitos, típicos dos anos 1990. A colorização já estava cada vez mais com tons fortes sem ser os tons pasteis que marcaram os primeiros anos da Editora Globo. Tiveram erros na 7ª página da história (página 9 do gibi) do Gigante com orelha laranja seguindo continuação da cor da barba e pálpebra branca do Chico e a cerca quebrada primeiro aparecer cinza e depois marrom. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Uma história do Horácio com Dinossaura com cauda grande

Mostro uma história em que o Horácio ajuda uma Dinossaura a ter autoestima com a sua cauda enorme que era criticada por todos. Com 6 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 123' (Ed. Abril, 1980).

Capa de 'Mônica Nº 123' (Ed. Abril, 1980)

Escrita por Mauricio de Sousa, começa com Tecodonte falando que tem novidade no pedaço para o Horácio, que pensa que é novo vulcãozinho estourando por aí e Tecodonte diz que é quase isso e mostra a Dinossaura que estava passando e a chama de aquilo que estava passando, cochicham que nunca tinha visto antes, é a maior cauda da paróquia.

Eles ficam olhando a Dinossaura enquanto passa, ela percebe e reclama por que não falam logo que a cauda dela é ridícula feia e deselegante. Horácio diz que não falaram nada e a Dinossaura o corta que estavam olhando como dois bobocas e chora que sempre foi assim, nunca a olharam como uma mocinha normal por causa da cauda enorme. Horácio fala para ela não ficar triste e pergunta se todos da raça têm cauda assim. Ela diz que não sabe, nunca viu ninguém da raça dela, é só ela arrastando aquele rabo por todo o mundo. 

Tecodonte pergunta por que ela tem contra isso e Horácio acha o caso dela sério e resolve ajudá-la. Fala que lagartos podem perder parte da cauda sem maiores problemas, que pode cortar o rabo, dizem que não dói nada e vai ficar andando só com um cotozinho, contente sem nenhum restinho da cauda, no início teria problema de desequilíbrio porque é o rabo que sustenta todo o corpo dela, mas é só aprender a andar com barriga empinada para frente.

Horácio pergunta como ela quer perder a cauda, se correndo na frente de um dinossauro faminto ou encostando o rabo na lago das piranhas, só escolher que eles ajudam. A Dinossaura pergunta se acha que o rabo dela é grande, Horácio diz que não, assenta muito bem nela. A Dinossaura percebe que a cauda dela é legal, beleza pura e resolve não mais cortar e vai embora feliz, gostando do seu rabo e não se importar mais com a opinião dos outros e termina Tecodonte falando ao Horácio que não perde a oportunidade de defender a Ecologia.

História legal em que Horácio resolve ajudar a Dinossaura que tinha um a cauda enorme que chamava atenção dos outros e criticavam. Ele apontou coisas que podiam acontecer se ela tirasse a cauda e ela muda de ideia no final, ainda mais depois que ele diz que não é grande, deixando a Dinossaura feliz. Ela ficava deprimida tida vez que criticavam a cauda dela e Horácio recuperou a autoestima. Tecodonte foi bem cruel achando que ela era uma aberração. 

Mais uma história filosófica do Horácio, sempre disposto a ajudar os outros. Maurício queria deixar a mensagem que a gente tem que aceitar o corpo que tem, não fazer plásticas só para atender o padrão de beleza da sociedade e não se importar com a opinião dos outros e também que devemos aceitar as diferenças dos outros. Para o que sofre bulying, é pior ficar olhando com desprezo do que falar na cara. Teve a graça da Dinossaura dizer que tem um rabinho, mesmo sendo daquele tamanho.

Cita também a respeito de extinções de animais, já que a Dinossaura nunca viu outros dinossauros da raça dela. Aí por isso Horácio querer também defender a Ecologia porque se a Dinossaura fosse a única da raça e se ela morresse, não teria mais ninguém. Se Mauricio quisesse prolongar a história, poderia mostrar outro dinossauro da mesma raça e vendo que era normal cauda daquele jeito e até eles se apaixonarem. Incorreta atualmente por ter preconceito, Tecodonte achar a Dinossaura uma aberração, se referir à cauda como "aquilo". 

Mauricio em 1980 não estava mais fazendo tanto aquelas aventuras longas com Horácio enfrentando vilões  monstros, Napões ou ele encarnando Super Horácio, estava fazendo histórias do Horácio mais curtas focadas no cotidiano dele, só que ainda não com formatos de tabloides de 1 página em jornais que prevaleceram ao longo das décadas de 1980 e 1990. Algumas histórias dele saíam primeiro em jornais, outras eram exclusivas para os gibis.

Os traços ficaram bons, interessante que o Horácio é o único que não teve grandes mudanças de evolução de traços desde os anos 1970 era bem parecido, foi o primeiro a ser todo arredondado e assim ficou sem grandes mudanças depois. Não teve título como de costume nas histórias dele e teve um erro de Horácio aparecer com pintas brancas em vez de vermelhas no primeiro quadrinho da 4ª página da história. Foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 6' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 6' (Ed. Globo, 1988)

domingo, 19 de maio de 2024

Capa da Semana: Mônica Nº 48

Mônica sempre foi chamada de gorducha pelos meninos como forma de provocação. Nessa capa, Cebolinha e Cascão colocam disfarçadamente um de seus pés na balança para Mônica pensar que é gorda de 100 quilos e ficar aflita. Mesmo de costas, dá para ver que ela ficou desesperada com o peso e resta saber se ela descobriu ou não a tática dos pés dos meninos depois. Fica na imaginação de cada um a sequência e também qual peso que a Mônica teria se eles não colocassem os pés na balança. Muito legal.

Capa dessa semana é de 'Mônica Nº 48' (Ed. Globo, Dezembro/ 1990).

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Turma da Mônica: HQ "Tem Bicho-Papão no Parque!"

Em maio de 1994, há exatos 30 anos, era publicada a história "Tem bicho-papão no Parque!" em que um filhote de bicho-papão queria comemorar seu aniversário e brincar no Parque da Mônica, mas não contava que as pessoas teriam medo dele. Com 12 páginas, foi publicada em 'Parque da Mônica Nº 17' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Parque da Mônica Nº 17' (Ed. Globo, 1994)

Na floresta, o Papãozinho diz que quer como presente do seu milésimo aniversário ir ao Parque da Mônica, que viu no anúncio do jornal que encontrou na clareira da mata. O pai diz que bichos-papões e humanos não se misturam e pergunta se não quer umas férias na mata cerrada cheia de bichos perigosos. 

Papãozinho insiste que quer ir ao Parque da Mônica e a mãe fala que o pai está certo e que vão parar com a discussão que eles têm que dormir. Os pais acham que de manhã o filho já esqueceu isso, mas se enganam porque Papãozinho foge de casa enquanto eles dormem e vai ao Parque da Mônica escondido. Papãozinho acha o shopping lindo e o Parque da Mônica demais, só que como não estava aberto, resolve dormir na entrada do Parque.

De manhã, crianças montam no Papãozinho pensando que era brinquedo novo. Ele fala que não é, as crianças se assustam e avisam ao Monitor que tem um monstro na entrada do Parque. O Monitor fala que é o robô do Franjinha e o menino responde que não é o robô que estão falando. Papãozinho aparece perguntando onde compra o ingresso e todos fogem com medo.

Quando caminha pelo Parque, pensa que o povo não para, é muita correria, sem se tocar que estão fugindo dele. Quando entra na "Casa da Mônica", todos fogem desesperados e quando vai ao "Carrossel do Horácio", pergunta se pode brincar também, as crianças fogem e ele acha que foram gentis, não precisava todo mundo ir embora.

Enquanto isso, a turminha acha estranho ninguém ter assistido o show deles no "Teatro do Parque". Cebolinha acha que é por causa do cheirinho do Cascão e logo reparam que o Parque está vazio. Papãozinho, ainda no "Carrossel do Horácio", fica feliz que viu a Turma da Mônica e ao pedir autógrafo, eles fogem também. Papãozinho lamenta que acham que ele é monstro, que o pai tinha razão que os humanos nunca vão aceitá-los e nem brincar lá ele pode. Pega sua trouxa para ir embora, a turma ouve e fica com pena porque ele queria só brincar e que é um monstro criança ou criança monstro.

O Monitor e o Segurança veem o Papãozinho e o perseguem para prendê-lo. A turma impede porque é um monstrinho bom que só quer se divertir. O Segurança chama a Mônica de baixinha e sair da frente porque sabem o que fazem. Mônica dá surra no Segurança, quando os pais do Papãozinho chegam para levá-lo embora, lembrando que os humanos não gostam deles. Mônica pergunta por que não ficam e deixam o Junior brincar com eles, é só uma criança como outra qualquer. O pai fala que foram os humanos que criaram isso com histórias sobre Bicho-Papão e Monica diz que eles fazem a mesma coisa. 

O pai deixa, mas ninguém pode encostar um dedo no filho. A mãe diz que o Papãozinho conseguiu o presente de aniversário e a turma quer comemorar com um lanche. Papãozinho fala que só trouxe um lanchinho, despertando interesse na Magali. Mônica diz que vão lanchar na "Praça da Magali" e Papãozinho quer brincar primeiro. termina com todos brincando no "Carrossel do Horácio" e sugerindo para depois irem à Turma do Penadinho e ao Cinema 3D e Mônica pergunta quem tem medo de Bicho-Papão.

História legal que o Papãozinho queria comemorar seu aniversário no Parque da Mônica, mesmo sem aprovação dos pais que contavam que os humanos não gostavam deles. Papãozinho foge e vai ao Parque e descobre que os humanos o achavam um monstro e tinham medo dele. A Turma da Mônica fica com pena e convidam a brincar no Parque por reconhecerem que ele era igual a todas as crianças, mesmo tendo aparência diferente.

Deu pena do Papãozinho ser desprezado pelos outros por ser um monstro, só queria conhecer o Parque da Mônica e não acreditava no que os pais falavam sobre os humanos e queria conferir. Ficou uma inversão também que assim como bichos-papões são monstros para os humanos assim como humanos são monstros para eles. Ficou também mensagens que os monstros são os humanos, conseguem ser mais perigosos que os bichos-papões através de suas atitudes, afinal, tinham medo e queriam prender o Papãozinho só por causa da aparência, e que também não se deve ter preconceitos só por ser diferente do padrão da sociedade. 

O Parque da Mônica ficava dentro do Shopping Eldorado, em São Paulo, por isso o Papãozinho teve que entrar em um shopping antes de chegar no Parque. Teve absurdos de como encontraram jornal perdido na mata se ninguém aparece lá,  porta do shopping abrir de madrugada sem ter clientes lá e não ter seguranças noturnos nem no shopping nem no Parque. A turma ficou mais de 5 páginas sem aparecer no início, tudo para dar destaque ao Papãozinho. 

As histórias no Parque ajudavam a turma a ter outro cenário nas histórias, dar uma variedade e não ficarem só no bairro do Limoeiro e na época era novidade, ainda mais que foi inaugurado há pouco tempo, em janeiro de 1993, pouco mais de um ano, até então. Não considero tão incorreta hoje por ter mensagem no final, mas poderiam implicar por Papãozinho desobedecer os pais, fugir de casa de noite e tem elementos que alterariam hoje como Segurança com arma no bolso e Mônica bater em adulto e ele aparecer de olho roxo.

Nas histórias do Parque da Mônica gostavam de voltarem com personagens esquecidos que estavam no limbo, todos podiam ir lá. Então, essa marcou a volta do Bicho-Papão, que já tinha aparecido anteriormente na história "O Papãozinho" de 'Cebolinha Nº 16' (Ed. Abril, 1974). Em 1987 ainda teve o filme "Bicho-Papão e outras histórias" com essa história da Editora Abril virando desenho animado. O roteirista pelo visto fez uma homenagem aos 20 anos da história clássica com essa do Parque, tanto que o Papãozinho apareceu com boné do estilo que Cebolinha e Cascão usaram na de 1974. Aí, hoje comemoramos os 50 anos da história de 1974 e os 30 anos dessa de 1994. 


Os traços ficaram bons, típicos dos anos 1990. Interessante o título da história não ter uma arte em destaque dessa vez, ficou sendo apenas a fala do narrador-observador, que é o roteirista dela. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Magali e o pai dela: HQ "O presente perfeito!"

Dia 10 de maio é aniversário da Magali e em homenagem mostro uma história que o pai da Magali precisou rodar várias lojas para comprar um presente aniversário para a filha que esqueceu de comprar. Com 13 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 258' (Ed. Globo, 1999).

Capa de 'Magali Nº 258' (Ed. Globo, 1999)

Seu Carlito chega exausto em casa depois de um dia de trabalho e não vê a hora de tomar banho, cair na cama e desmaiar até amanhã. Quando abre a porta, vê a criançada na festa de aniversário da Magali e bate a porta de novo, falando, no lado de fora, que o dia no trabalho foi corrido e esqueceu de comprar o presente da Magali, vai ficar triste se chegar de mãos abanando e nem tem ideia do que comprar para ela.

A porta abre, Seu Carlito se esconde na moita. Magali achava que era o pai chegando, mas seria imaginação dela. Quando entra na casa, Seu Carlito acha que é um pai desnaturado, a filha está ansiosa em vê-lo chegando com um presente na mão e decide que não volta para casa de mãos vazias. Assim, pega o carro e procura alguma loja, mas todas fechadas de noite, até encontrar a lojinha do Paulo, que estava fechando.

Seu Carlito implora para o Paulo para comprar o presente para a filha, está desesperado e a carreira de pai dele depende disso. Paulo adivinha que ele chegou em casa de noite e esqueceu de comprar o presente, diz que é normal, acontece com todos os pais e que ele é um péssimo pai. Seu Carlito quer sugestão de presente, Paulo fala que se quer dar só uma lembrança e dizer que papai a ama muito, é para levar um par de meias. Seu Carlito acha ótimo e manda embrulhar. 

Paulo complementa se que quer um presente que a filha vai gostar, tem que comprar a Creuza Creolina, a última moda em bonecas falantes, assovia em 20 idiomas diferentes e tosse em outros 15, só que não tem mais, acabou faz 3 semanas e talvez encontre no shopping do centro e Seu Carlito vai desesperado de carro para ver se consegue a tal boneca.

Enquanto isso na festa, Magali pergunta para mãe se o pai não chegou e Dona Lili responde que não, que deve está com muito trabalho para fazer no escritório e Magali fica triste. Longe de lá, Seu Carlito chega no shopping procurar a boneca Creusa Creolina, só que nenhuma vende. Já na festa, está na hora de cantar os parabéns e cortar o bolo e Magali fica pensando no pai. 

No shopping, Seu Carlito vai à loja "Minha Última Esperança" e encontra a boneca, a última do estoque. A vendedora ainda quer testar se a boneca funciona, assovia alguns idiomas, Seu Carlito perde a paciência, dá o dinheiro e corre para voltar para casa. Quando chega, encontra a esposa limpando a casa e ela diz que a festa acabou há meia hora e todos convidados foram embora, a Magali ficou esperando acordada até agora há pouco e foi dormir superchateada.

Seu Carlito lamenta que teve que sair para comprar a Creolina e acabou perdendo a festa da filha. Encontra a Magali dormindo com cara tristinha, ele coloca a boneca ao lado dela e quando está saindo, Magali acorda e gosta que ele veio. Seu Carlito explica que atrasou porque estava procurando a boneca em tudo que foi lugar e pergunta se ela gostou e se era o presente que ela queria. Magali diz que queria o pai, só o pai e termina os dois dormindo juntos felizes e a boneca no chão longe deles.

História legal em que o pai da Magali esquece de comprar o presente de aniversário da filha e vai procurar uma loja ainda aberta para ver se compra algo. depois do vendedor Paulo dar ideia  de comprar uma boneca da moda, mas que ele não tinha na loja, Carlito vai mais longe, até o Shopping pra ver se encontra a tal boneca e encontra com muita dificuldade. Chega em casa depois da festa acabar e tem a surpresa que o presente que ela queria era ter o pai na festa com ela. 

Seu Carlito ficou preocupado em comprar presente para filha, que seria um pai desnaturado de esquecer de um presente de aniversário dela, mas nem se tocou que o que era mais importante para a Magali era a presença dele lá, tanto que nem aproveitou a festa, nem na hora de cantar Parabéns e cortar bolo e nem ligou para a boneca que ele trouxe, só queria ficar com o pai quando chegou. Deu pena da Magali na festa esperando pelo pai o tempo todo e final ficou bem emocionante com carinho entre pai e filha.

Se o Seu Carlito levasse a meia, Magali ia gostar, ele chegaria cedo e estaria na festa. Foi cair em conversa de vendedor que presente caro e da moda que é o que faria a Magali feliz, acabou se atrasando, Na verdade, nem precisaria Seu Carlito ir para longe e procurar em lojas, se conhecesse bem a filha, era só comprar uma melancia, caixa de bombons, sorvete, etc, que deixaria Magali super feliz. Ir ao mercado já resolveria o problema.

A história dessa vez não teve foco em comida e nem na festa de aniversário em si, presença maior foi do Seu Carlito e na relação familiar. Além de se divertir, mostra uma bonita mensagem de que é importante é a presença dos pais na festa de aniversário das crianças, afeto, dar atenção aos filhos e não só dar presentes  para eles. Sentem mais falta de carinho do que brinquedos e presentes materiais.  

O vendedor Paulo na história é uma caricatura do roteirista Paulo Back, as vezes colocavam roteiristas e outros funcionários como outros personagens. Título teve um detalhe com crédito escrito "pai dela", é que na época ainda não adotavam nome do pai da Magali de Seu Carlito como nome oficial dele. Quando foi criado, se chamava Paulo (Paulinho) e apesar de ele ter tido o nome Carlito na história "A avó (comilona) da Magali" (Magali Nº 100' - Ed. Globo, 1993), mas ficou com esse nome em definitivo só a partir dos anos 2000, assim como os nomes dos outros pais dos personagens principais, afinal, os filhos só chamavam de pai  e mãe e quem precisaria chamar pelo nome seriam as esposas e os maridos. 

Foi engraçado ver o Seu Carlito desesperado para comprar presente, a conversa com o vendedor Paulo, descobrir sobre a boneca que assovia e tosse em vários idiomas e sufoco para encontrá-la, nome da loja se chamar "Minha última esperança" e o Do Contra correndo pelado na festa. Engraçado também esse nome Shopping "Tatu Em Pé", uma paródia de Tatuapé em São Paulo, e curioso que esse shopping já apareceu antes em outra história, "Sabadão no shopping", de 'Cascão Nº 309' (Ed. Globo, 1998).

Traços ficaram bons, típicos da segunda metade dos anos 1990. Não considero incorreta hoje em dia, até pela mensagem bonita no final, só que alterariam hoje o detalhe do Do Contra pelado correndo na festa e nem a mãe da Magali chamar atenção do Do Contra. Neste ano de 2024, fica sendo especial para a Magali por estar comemorando 60 anos de criação, um grande marco par aos quadrinhos.

FELIZ ANIVERSÁRIO, MAGALI!!!