segunda-feira, 29 de julho de 2024

Parque da Mônica: HQ "Essas crianças..."

Em julho de 1994, há exatos 30 anos, foi lançada a história "Essas crianças..." em que o Seu Cebola queria brincar nos brinquedos do Parque da Mônica junto com o Cebolinha. Com 15 páginas, foi publicada em 'Parque da Mônica Nº 19' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Parque da Mônica Nº 19' (Ed. Globo, 1994)

Seu Cebola acorda o Cebolinha domingo de manhã, muito animado para sair com o filho e sugere para irem ao Parque da Mônica. Cebolinha, ainda com sono, dorme em pé, Seu Cebola manda deixar de preguiça e Cebolinha faz suas rotinas para acordar com o pai comparando como corrida de Fórmula 1 e quando vai dar o grid de largada, o carro não pega, precisando de impulso da família para funcionar.

Depois que o carro pega, Cebolinha pega o capacete de motoqueiro do pai para protegê-lo de Seu Cebola dirigir mal. Quando chegam no Parque da Mônica, demoram para achar vaga no estacionamento, encontra uma e Seu Cebola bate no carro de trás na hora de estacionar e saem de fininho para ninguém ver.

Pagam ingresso na bilheteria e Seu Cebola corre para entrar no Parque da Mônica segurando o Cebolinha. Pergunta para o filho em qual brinquedo quer ir primeiro, Cebolinha diz que parece que é o pai quem quer brincar, aí antes de escolher, Seu Cebola corre com o filho para o "Brinquedão", faz o filho entrar com sapato de propósito como desculpa de ir atrás dele e poder brincar na atração.


O Monitor avisa que ele não pode entrar ali porque é só para crianças, Seu Cebola fala que só está atrás do filho que entrou com sapato. Ele fala para o filho que não é para ter medo, atravessa a ponte e como estava devagar, as outras crianças atrás reclamam para andar logo. Cebolinha avisa que o "Brinquedão" é só para crianças e é melhor descer. Seu Cebola quer admirar a vista bonita, o Monitor também dá bronca, Seu Cebola grita que quer procurar o filho, mas não contava que o Cebolinha estava ao lado do Monitor e só resta Seu Cebola descer. Quando vão embora, uma mulher pergunta quem era o pai e o Monitor acha que é o menor.

Depois, Seu Cebola avista o "Carrossel do Horácio" e eles vão lá, pergunta para Monitora se pode acompanhar o filho e ficou brincando no carrossel junto com o Cebolinha e a Monitora manda descer, pode acompanhar só no chão. Depois vão aos "games", Seu Cebola colore a Mônica, acha que ficou ridícula. Mônica joga o Sansão de longe e acerta Seu Cebola, pensando que era o Cebolinha. 

Seu Cebola fala para irem à "Casa do Louco" porque tem escorregador, Mônica comenta que o pai do Cebolinha estava elétrico, nem a coelhada o acalmou. Mônica também sabe como Cebolinha estava se sentindo, já que seu pai, Seu Sousa, também estava elétrico, como querer ir ao "Cinema 3D" por 8 vezes.

Na "Casa do Louco", Seu Cebola vai no escorregador junto com o filho, depois voltam de novo, com ele dando desculpa que o filho adora o escorregador. Na terceira vez, Cebolinha não estava com ele e nem sabia que estava sozinho, mas ele desce para poder sair da atração. 

Depois, vão à "Tumba do Penadinho" e "Casa da Mônica", saindo de lá, Seu Cebola se perde do Cebolinha, estava segurando mão do Monitor e pensava que era o filho. Vão até o Ponto de Encontro e Cebolinha estava lá. Seu Cebola fala que papai está ali e não precisa chorar e a Monitora falou que ele não chorou, é supercomportado.

Chega a hora de irem embora, Seu Cebola queria ficar mais, mas já estava na hora de fechar o Parque. Seu Cebola compra várias lembranças e fala com o filho não ficar assim porque semana que vem eles voltam. Em casa, Seu Cebola ainda estava elétrico, vai tomar banho e quando vai dar boa noite para o Cebolinha dormir, é ele quem desaba de sono na cama em cima do filho, que fala que o pai era o garoto dele.

História legal em que o Seu Cebola fica animado em ir ao Parque da Mônica junto com o Cebolinha e brincar nos brinquedos que só as crianças podiam. Disfarçava diante da fiscalização dos monitores e conseguia através das suas desculpas, dando vergonha ao Cebolinha. Seu Cebola quebrou normas do Parque que eram só para crianças brincarem, com uma inversão de papeis: pai crianção e filho mais maduro que ele. Como não teve isso na infância dele, quis descontar no passeio ao Parque, já que quando foi criado, tinha intenção de resgatar infância perdida.

História mostrou relação familiar de pai e filho e mensagem de que devemos ser eternas crianças, mesmo sendo casado e com filhos. Foi bem bonito ver a interação de Seu Cebola com o Cebolinha, um grande paizão, sem dúvida e, principalmente no final desabando na cama do filho depois da energia ter se esgotado em um dia feliz no Parque. 

Foi engraçado ver a cara de perverso do Seu Cebola enquanto Cebolinha está dormindo, amassar o carro do outro no estacionamento, muito ruim na baliza, e nem sofrer punição, as desculpas dele para os Monitores para ficar nos brinquedos, Seu Cebola levar coelhada da Mônica (na época não batia nas meninas, mas em adultos, ainda sim), Seu Souza também elétrico junto com a Mônica, Seu Cebola descobrindo que estava segurando mão do Monitor pensando que era o Cebolinha. Teve até um certo absurdo de Seu Cebola ter conseguido entrar no "Brinquedão" que tinha uma altura limitada para poder entrar, tanto que crianças com maiores estaturas não podiam por causa que podiam ser maiores que a alturas das naves entre as pontes.

Legal também o clima de fórmula 1 no inicio antes de irem para o Parque, que Seu Cebola queria associar rotinas do Cebolinha como escovar dentes, trocar de roupa, colocar sapato, tomar café-da-manhã, etc, com carros de Fórmula 1 como deixar motorzinho funcionar, trocando óleo, encher o tanque, fazer funilaria, trocar pneus e dar o grid de largada. Até a Maria Cebolinha entrou no clima levantando bandeira quando o carro partiu. Fórmula 1 era sensação aos domingos de manhã com o Ayrton Senna vivo. Inclusive, ele morreu em 1° de maio de 1994, pouco mais de 2 meses antes dessa história e ficou uma espécie de homenagem ao Ayrton sem querer, já que a história foi roteirizada antes da morte dele.

Foi mostrado eles pagando ingresso na bilheteria, mas depois adotaram que os personagens do Mauricio não pagavam para entrar no Parque por serem convidados especiais. Mônica dessa vez fez apenas uma participação, eu gostava de quando ela quase não aparecia. Sempre apareceu, pelo menos nas histórias dos anos 1990 enquanto eu colecionava, nem que fosse em participação rápida e em alguns quadrinhos. Cebolinha também teve presença bem frequente nas histórias do Parque e mais histórias focadas com ele.

Pelo visto a história foi pensada para o "Dia dos Pais". Como a 'Revista Parque da Mônica' chegava mais para o final de cada mês, essa edição lançada final de julho era a que estava nas bancas na semana do "Dias dos Pais" em agosto. É incorreta atualmente por mostrar um pai crianção e ficar nos brinquedos próprios de crianças, tirando normas do Parque, que podia machucar não só ele como outras crianças lá, Dona Cebola com avental, Seu Cebola dirigir sem cinto de segurança e Cebolinha no banco da frete também sem cinto. 

Tiveram alguns erros de colorização como manga do vestido da Dona Cebola sem ser pintado de vermelho no último quadrinho da página 7 do gibi, nariz do Seu Cebola branco no terceiro quadrinho e fundo de um lado do olho do Seu Cebola pintado como cor da pele e não de branco no quarto quadrinho da página 14 do gibi, o Monitor gordo com cabelo castanho no primeiro quadrinho e robô Atrium com fundo de um olho azul no penúltimo quadrinho da penúltima página.

Traços ficaram bons do estilo dos anos 1990 com personagens com língua ocupando mais espaço na boca que prevaleceram naquela década. De curiosidade, foi a primeira 'Revista Parque da Mônica' com preço em Real, assim como as demais revistas de julho de 1994, interessante que a do Parque custavam um pouco mais que as do Cebolinha com mesmo número de páginas: as do Parque custavam R$ 1,30 e as do Cebolinha, R$ 1,20. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Rolo: HQ "Me aqueça neste inverno"

Estamos no inverno no Brasil e então mostro uma história em que o Rolo foi atrás de uma mulher para fazer companhia e aquecê-lo no inverno. Com 4 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 20' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Cebolinha Nº 20' (Ed. Globo, 1988)

Rolo sente frio na rua, vê uma mulher bonita e pergunta se ela acha que o inverno está rigoroso demais, diz que está solitário e precisa de alguém que o aqueça no inverno. A mulher diz que é para falar com o noivo dela, que arranja um jeito de esquentá-lo. O noivo, bem brabo, corre atrás do Rolo, que se esconde atrás de um poste e diz que correr esquenta, mas não é isso que ele queria.

Depois, Rolo vê uma mulher lendo sentada em um banco, pergunta se pode sentar e ela diz que pode porque o banco é público. Rolo pergunta que um dia frio, os dois sozinhos, se não dá uma boa ideia e a mulher responde que não bebe e vai embora. Em seguida, Rolo encontra três mulheres conversando e pergunta, bem direto, se algumas delas tem interesse de aquecer um coração solitário e elas recusam, mandando cair fora. No final, sem ter conseguido mulher e ainda com frio, Rolo resolve ir na loja comprar um casaco.

Legal essa história em que o Rolo procura uma mulher para aquecê-lo do frio do inverno, leva fora de todas que encontra e só restou comprar casaco no final para não sentir mais frio. Só passou vergonha com as suas paqueras e cantadas infames. Dava até para ter cantado a vendedora da loja, mas já estava tão desanimado com os foras que levara, que preferiu só comprar o casaco mesmo. Poderia era ter arrumado um casaco desde o início ou até fazer corrida, mas a intenção era ter companhia para ficar juntinho com uma namorada aquecendo e, de quebra, ainda economizaria na compra de um casaco, já que pelo visto ele não tinha em casa. 

Foram engraçadas as cantadas e também os foras que levou e até quase apanhou por ter paquerado a noiva do cara. Engraçados também os comentários do Rolo após ter levado os foras, como ele dizer que a mulher não pegou espírito da coisa ou é craque em livra-se de paqueras. Na parte que a mulher responde que não bebe foi referência à "Boa ideia", slogan da cachaça 51, Rolo perguntou se dá boa ideia e ela veio com essa. Já o título da história e até inspiração para a sinopse do roteiro teve referência à letra da música "Quero que vá tudo pro inferno" de Roberto Carlos.

Incorreta hoje em dia por ter Rolo paquerador, se interessar em cada mulher que encontra, a mulher dizer que não bebe e com referência à bebida alcoólica e, se bobear, até o título podiam implicar hoje por ter referência a uma música que tem inferno na letra. Os traços ficaram ótimos no estilo da Turma da Tina dos anos 1980, sempre caprichavam nas mulheres que o Rolo namorava, nunca ficava com mulher feia. 

terça-feira, 23 de julho de 2024

Mônica: HQ "A Magali falou mal de mim!"

Mostro uma história em que a Mônica acaba com amizade com a Magali por pensar que falou mal dela. Com 10 páginas, foi história de abertura de 'Magali Nº 174' (Ed. Globo, 1996).

Capa de 'Magali Nº 174' (Ed. Globo, 1996)

Magali sente fome enquanto brinca de restaurante e Mônica vai à casa dela para buscar biscoitos. Quando sai de casa, Loredana pergunta para quem são os biscoitos. Mônica diz que é para Magali e pra ela, Loredana diz que não devia se preocupar tanto com a Magali porque vive falando mal da Mônica, que ela disse que a Mônica é uma chata e feiosa, que só brinca com ela porque a tonta leva biscoitos. Mônica chama Loredana de mentirosa e ela leva onde Magali estava para provar. Loredana pergunta sobre as coisas que falou da Mônica e Magali confirma, falando chata, feiosa e tonta. Mônica ouve escondida atrás da moita e fica com raiva, acha uma decepção Magali falar mal dela e que é uma falsa.

Mônica aparece, Magali pergunta pelos biscoitos e ela come tudo de uma vez entregando só o saco. Magali se espanta que ela comeu tudo sem deixar nenhum e que a gulosinha sempre foi ela. Mônica não responde, dizendo que ouve e vê nada e Magali pensa que a amiga ficou surda e cega e chora dizendo que aconteceu uma desgraça. Cebolinha e Cascão aparecem, Cebolinha aproveita e chama a Mônica de bobona mostrando língua para ela e leva um soco. Cascão sacode os braços para chamar atenção e Mônica manda abaixar por causa do fedor que sai do sovaco.

Magali fica feliz que está tudo bem e Mônica diz que não é amiga dela. Magali acha que perdeu a memória, Mônica fala que Cebolinha e Cascão que são amigos dela porque pelo menos não falam mal dela pelas costas, e, sim pela frente e acha legal essa coragem deles. Magali pergunta quem falou mal pelas costas e Mônica grita que foi ela, chamando de falsa, cínica e mentirosa. Conta que ouviu confirmando para Loredana que é chata, feia e tonta. Magali diz que a  Mônica entendeu tudo errado.

Cebolinha e Cascão tentam salvar a amizade. Cebolinha pergunta por que a Mônica não ouve o que a Magali tem a dizer, com a insistência dele, Mônica escuta. Magali fala que a Loredana foi falar mal da Mônica, ela a defendeu e chamou Loredana de feiosa, chata e tonta, depois, Loredana veio confirmar o que ela tinha dito da Mônica e confirmou e voltou a xingar Loredana. 

Mônica descobre que era intriga da Loredana e vai falar com ela junto com a Magali. Veem Loredana falando no telefone com a Zuleica, animada que Mônica e Magali devia estar brigando até agora e, assim, param de melhor amiga pra cá e pra lá. Mônica dá uma coelhada nela e avisa que isso que merece e nunca mais cai no papo dela. Depois, Mônica e Magali voltam a serem melhores amigas e vão brincar. Cebolinha e Cascão mostram a língua para a Mônica, que taca o Sansão e a coelhada atinge a Magali. No final, Magali fica de mal com a Mônica, que tenta se explicar.

História legal em que a Mônica e Magali brigam por causa da Loredana que inventou fofoca entre elas  só para elas deixarem de serem amigas. Mônica acreditou que a Magali falou mal dela por falta de interpretação e briga com a amiga, mas fazem as pazes ao descobrir que era tudo intriga da Loredana. No final, Magali que fica de mal com a Mônica por causa de uma coelhada que a Mônica deu nela por acidente.


 Olha o que a inveja faz, Loredana foi inventar fofoca só porque não gostava da amizade da Mônica e Magali. Ainda tem mensagem de não tirar conclusão sem deixar a outra pessoa explicar o que aconteceu. Elas têm que agradecer ao Cebolinha que conseguiu a volta de amizade entre elas, tão verdadeira que não podia acabar assim por bobeira, só que por causa dele, Magali quem termina a amizade no final depois da coelhada que levou, Loredana que deve ter gostado de elas voltarem a não serem amigas e sem nem ter feito esforço para isso. O final ficou aberto para imaginar como voltaram depois com a amizade, provavelmente Cebolinha e Cascão interferiram de novo, contaram o que fizeram.

Foi engraçado ver o plano da Loredana e Mônica ainda acreditar, a lerdeza da Magali de pensar que Mônica estava surda e cega porque não falava com ela, Loredana e Magali apanharem da Mônica. Menina apanhar da Mônica e ainda deixaram explícita a coelhada sem ser só onomatopeia. Loredana mereceu, Magali , não. Naquela época a Mônica já não batia nas meninas, só nos meninos, aí só uma vez ou outra acontecia isso e sempre era divertido a Magali apanhar da Mônica, sem querer ou não, porque dava uma diferenciada. 

Tiveram outras histórias de amizade de Mônica e Magali abalada por causa de outra menina causar intrigas, sempre divertidas histórias assim. Colocaram um nome bem exótico da Loredana, raro alguém com esse nome e bem constrangedor se alguém tem. Ela apareceu só nessa história como de costume com personagens figurantes de uma história só, mas bem que dava para ela ter sido efetivada, daria para fazer outras intrigas e com outros personagens.

Título foi só com referência à Mônica. Ou estava programada pra sair em gibi da Mônica ou foi para o título não aparecer nome da Magali duas vezes, resolveria se colocasse apenas o nome do título, sem créditos a ninguém. Incorreta hoje em dia por ter inveja e fofoca entre crianças, violências como personagens levarem coelhadas, soco, aparecerem com olho roxo, nãoter final feliz das amigas, além das palavras "gozado" e "desgraça", proibidas nos gibis atuais. Tiveram alguns erros como Loredana sem pescoço em alguns quadrinhos, olho roxo do Cebolinha mudar de lado ao longo da história.

Os traços ficando bons segundo estilo da segunda metade dos anos 1990. Cores com fundo degradê em boa parte adotadas no segundo semestre de 1995, foram degradês em quase todos os quadrinhos, mas não em todos como era em 1995, deixando de preferência em quadrinhos com local a céu aberto. Teve o marrom mais escuro e tonalidades mais escuras no geral, e sem querer representaram um luto pela morte da roteirista Rosana, que havia morrido no início de 1996. Tudo indica que essa história é póstuma dela, saindo após a sua morte como várias que aconteceram.

sábado, 20 de julho de 2024

Tirinha Nº 106: Turma do Penadinho

Uma tirinha em que um homem está cabisbaixo,  deprimido e enquanto vê placas de motivação como para não desanimar, ter ânimo e manter cabeça erguida. Só não sabia que eram placas colocadas pela Dona Morte como plano infalível para ele cair do precipício e matá-lo. 

Dona Morte aproveitou a depressão do homem para fazer vítima, de certa forma, não dá para negar que a Dona Morte curou a depressão dele. É daquelas tirinhas com humor negro bem frequentes com a Turma do Penadinho e sempre eram engraçadas.  E também da leva de tirinhas da Turma do Penadinho que encerravam os gibis de 2002, 2003, sem ser do personagem principal da revista.

Tirinha publicada em 'Cascão Nº 421' (Ed. Globo, 2003).

quarta-feira, 17 de julho de 2024

Turma da Mônica e o Tetracampeonato do Brasil na Copa do Mundo

Hoje, dia 17 de julho, completa 30 anos do Tetracampeonato da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994, realizada entre 17 de junho a 17 de julho nos Estados Unidos, e em homenagem mostro histórias da Turma da Mônica de 1994 que tiveram tema de Copa do Mundo.

Capas: 'Cascão Nº 194', 'Magali Nº 130', 'Cebolinha Nº 93' (1994)

Desde 1970 a Seleção Brasileira estava com jejum de títulos em Copas do Mundo, 24 anos sem ganhar até então, e bem desacreditada, ainda mais depois do fiasco da Copa de 1990 e nas últimas Eliminatórias se classificando no sufoco, mas com grande emprenho dos jogadores convocados conseguiu o título em 1994. A MSP sempre fez edições especiais sobre Copa do Mundo a partir dos anos 1980 com o Pelezinho e uma ou outra história nos gibis com outros personagens, às vezes até em anos que não tinham Copa como foi na história "Quem acredita em futebol?", de Cascão Nº 117, de 1991. 

Em 1994, não teve edição especial com o Pelezinho como tinha acontecido em 1986 e 1990, mas para compensar colocaram várias histórias de miolo sobre a Copa com a turminha. Então, nessa postagem coloquei as histórias da Copa de 1994, não as de outras Copas e nem histórias de futebol sem ter alguma referência à Copa do Mundo.

'Cascão Nº 194', de junho de 1994, foi bem especial, já começando com uma capa muito bem ilustrada em clima de Copa do Mundo com Cascão e Cebolinha no estádio comemorando o Gol da Seleção Brasileira  e até vestidos com camisas da Seleção de Nº 9 e Nº 10 por serem as mais usadas pelas torcidas por representarem números de atacantes. E ainda teve o Franjinha também na torcida com eles, só que cortado e provavelmente estaria com a camisa da Seleção.

Capa de 'Cascão Nº 194' (Ed. Globo, 1994)

Nessa edição teve 2 histórias de miolo envolvendo Copa do Mundo. A primeira, bem específica com a competição, foi com o título "Copa do Mundo", de 2 páginas, em que o Cascão antes de dormir para o "Papai-Do-Céu" fazer com que o Brasil seja campeão da Copa e com atuação que empolgue a torcida e no final aparece um anjo entregando uma fita de vídeo da Copa do Mundo de 1970.

Mostra como a Seleção Brasileira estava desacreditada antes daquela Copa, nem Deus poderia fazer milagre para voltar a ser campeã e com atuação convincente e só vendo vídeos antigos para ver uma Seleção de verdade em alto nível. Cascão era bem fanático por futebol e até oração para Deus era válido para abençoar a Seleção. Apesar da piadinha de que era algo impossível,  até que Deus depois atendeu a oração do Cascão e o Brasil foi campeão no final daquela Copa. Incorreta hoje em dia por envolver Deus e oração por causa de futebol e ter fita de vídeo VHS por ser coisa datada de uma época.

A outra foi de encerramento, com o título "Mágoa de torcedor", de 7 páginas, em que o Cascão chora que o "Coringão" perdeu a final do campeonato para o Palmeiras, os pais tentam consolá-lo, fazendo ir na rua para esquecer tudo. Cascão vai de óculos escuros e não diz para os amigos que estava chorando por causa do "Coringão" e eles ficam tristes por vê-lo chorando e choram também junto ocm ele, Cascuda até pensa que era por causa da briga que tiveram ontem. Depois que veem Jeremias chorando também, descobrem que o choro do Cascão também era por causa do Corinthians e acham bobagem. No final, Cascão esquece a derrota e passa a assistir a Copa do Mundo que estava começando para torcer para a Seleção brasileira ganhar o Tetra.

Foi engraçado ver o Seu Antenor também chorando pelo Corinthians depois que o Cascão foi para a rua, não queria que o filho visse chorando e ficar mais deprimido ainda, o Cebolinha aproveitar a situação para dar nó nas orelhas do Sansão, a Cascuda pensar que o motivo do choro do namorado era por causa dela e o time palmeiras sendo chamado só de "Parmera". Cascão não liga para lágrimas dessa vez por achar que não é agua pura, mas já tiveram vezes que ele chorava sem sair lágrimas, variava de cada roteirista a percepção dele com choro e o medo de se molhar.

Foi uma história predominante só sobre futebol e o amor do Cascão pelo seu time Corinthians, mas que teve associação da Copa do Mundo que ia começar naquele mês de junho. Cascão era fanático pelo Corinthians e não aceitava seu time perder título, principalmente para o seu maior rival, o Palmeiras. Não podia ficar deprimido o tempo todo e como um grande torcedor era esquecer Corinthians para prestigiar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Se não fosse época de Copa, poderiam ter mudado de Cascão torcer para o Corinthians em outro campeonato já que no Brasil, quando acaba um campeonato, já começa outro na mesma semana, não tem nem tempo para torcedor comemorar o título e já fica a expectativa de ganhar outro.

Depois que Pelezinho foi cancelado, histórias de futebol ficaram com o Cascão e tiveram várias com ele como torcedor roxo do Corinthians Hoje em dia, Cascão não é mais assim um torcedor fanático, idolatrando Corinthians, até por ser criança, aí ele apenas joga futebol com os amigos, incorreta também de namoro entre Cascão e Cascuda e o soco que o cebolinha levou da Mônica, ficando surrado e com galo na cabeça. Hoje também mudariam a TV de tubo para uma de LED em republicação  para não mostrar coisa datada de uma época. Na história teve alguns erros como Seu Antenor aparecer com sujeirinhas no rosto como o filho, mãe do Cascão, ora aparecer com batom, ora sem, o Jeremias também sem lábios nos 2 primeiros quadrinhos que ele apareceu 

'Magali Nº 130', de junho de 1994 também teve uma história de miolo dedicada à Copa do Mundo. Em "O abandono", de 3 páginas, Magali estranha que nenhum vendedor queria vender as guloseimas para ela, logo para ela que era a melhor freguesa de comprar em grandes quantidades. Até o Quinzinho estava fechando a padaria cedo e não poderia comer nada lá, aí no final, Quinzinho a leva para onde a turma toda estava reunida para assistir o jogo da Seleção Brasileira na Copa. 

Mostra tradições de época de Copa em que todos os estabelecimentos fecham em dias de jogos do Brasil e também a reunião de amigos para assistir os jogos. Então, esse foi o motivo de ninguém queria vender para Magali. Como a única coisa que ela lembra é de comer, pensava que os vendedores estavam de má vontade. Pelo menos durante o jogo, ela pode comer a vontade as comidas da reunião da turma. Teve erro do Dudu com orelha branca, sem ser pintada com cor de pele no último quadrinho.

Outra história que saiu no ano daquela Copa foi publicada em 'Cebolinha Nº 93', de setembro de 1994. Com o título "Farra na rua", com 10 páginas, mostra a turma toda reunida para decorar a rua para a Copa do Mundo. Cada um divide as tarefas e levam as coisas que encontram e os pais da turminha também ajudam.

Seu Antenor tenta fazer um coração no asfalto e desenha muito mal. As meninas ficam encarregadas de pintar o muro do terreno baldio do limoeiro. Cascão pinta uma lata de lixo e depois põe a mão suja no muro, levando bronca da Bruna. Quando vão cortar papel para fazer tirinhas coloridas, Cebolinha faz uma máscara da Mônica bem dentuça e leva soco dela. Na hora de pendurar as bandeiras, Cascão leva bandeira do "Coringão" e eles começam a brigar. 

Quando a rua fica toda enfeitada, as crianças adoram e ficam orgulhosas com o resultado, fazendo roda para festejar o enfeite da rua para a Copa. Então, começa o jogo do Brasil e todos vão para suas casas assistir. Todos os pais vibram muito com o jogo, mas as crianças acham o jogo chato, saem de casa escondidas para brincar na rua toda enfeitada e o seu Cebola, quando vê as crianças contentes lá, diz para Dona Cebola que o principal já tinham feito, ou seja, enfeitar a rua.

Mostra o espírito cooperativo, de união e trabalho em equipe, todos moradores se unindo para enfeitar a rua na Copa do Mundo, um costume muito comum na época do ano e hoje não tem mais essa tradição. Cada um enfeitou a rua da sua maneira e de acordo com a personalidade deles e ficou bonita. Para as crianças essa união e farra de enfeitar a rua e depois brincar lá foi mais divertidos do que assistir a um jogo da Seleção Brasileira. Interessante mostrar na narração os nomes dos jogadores Cafu e Zinho, que atuaram naquela Copa, sem nenhum trocadilho.

Essa história teve vários personagens secundários, a roteirista Rosana gostava de colocar pessoas da sua família e amigos da vida real virando personagens em quadrinhos nos roteiros das suas histórias, e, então, Bruna, Bianca e Renato eram seus sobrinhos e Lisi a sua prima na vida real. A Bianca, inclusive, já havia aparecido na história "De gato e sapato", de 'Magali Nº 46', de 1991, como um bebê de menos de 2 anos de idade como prima da Magali e na história "Ciumeiras" de Cebolinha Nº 72', de 1992, como prima do Cebolinha (nesta junto com a Bruna), retornando depois nessa história "Farra na rua" e logo depois em "Priminha dedo-duro", de 'Magali Nº 141', de 1994. O Renato já havia aparecido como vizinho do Cascão que odiava sujeira na história "Influências Opostas", de 'Cascão Nº 111', de 1991 e retornou nessa "Farra na Rua".

Curioso nessa história que foi publicada depois da Copa. Normalmente histórias assim saíam durante o período da Copa que estava sendo realizada, ou um pouco ante s da estreia para que o gibi fique nas bancas no mês que estava sendo realizada. Aí, essa da revista do Cebolinha saiu em setembro e já tinha acabado a competição, que acabara em 17 de julho e deveria ter saído ou na edição "Nº 90" ou "Nº 91" de junho e julho, respectivamente. Talvez teve um atraso de produção e não deu para encaixar naquelas edições ou porque a edição "Nº 90" teve uma história de abertura muito grande e a do Astronauta também com muitas páginas e não dava para colocar essa da Copa para a revista não ficar com poucas histórias e adiaram para a "Nº 93". O que foi bom o atraso que serviu, indiretamente, como comemoração do Tetracampeonato da Seleção Brasileira e a Copa ser lembrada após seu término. Já mostrei essa história no Blog, está completa aqui NESTE LINK.

Então, foram histórias muito boas, conseguiram entrar no clima e tradições de época de Copa do Mundo e todas muito bem desenhadas conforme variações de estilos de traços dos anos 1990 e . Hoje em dia a Seleção Brasileira anda bem caída e mais desacreditada que durante os anos 1980 e início dos anos 1990 e fica a esperança de dias melhores para o Brasil. Muito bom relembrar essas histórias reunidas e o Tetra do Brasil há exatos 30 anos.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Chico Bento: HQ "Ô, Preguiça!"

Mostro uma história em que a emoção da preguiça queria o controle o corpo do Chico Bento aproveitando que ele estava muito preguiçoso. Com 12 páginas, foi história de abertura publicada em 'Chico Bento Nº 97' (Ed. Abril, 1986).

Capa de 'Chico Bento Nº 97' (Ed. Abril, 1986)

Começa com o Chico Bento recebendo várias reclamações de que está preguiçoso: da mãe mandando acordar para ir para escola, dos amigos mandando andar mais rápido para não chegar atrasado na escola, da Professora Marocas falando que ele não fez a lição de casa. 

Na saída da escola, Rosinha queria que o Chico carregasse o material dela, Chico inventa que tinha dado mal jeito nas costas e não podia carregar peso. Rosinha bate os livros na cabeça dele, falando que é preguiça que ele tem. Chico diz que se é isso que ela acha, não vai discutir e a turma comenta que ele está preguiçoso até para brigar.

Depois, Chico para ao lado de uma árvore, diz que a casa ainda está longe e a cada dia demora mais para chegar lá e resolve descansar sentado em frente à árvore. Dá um tempo e grita para os amigos que preguiçoso é a vovozinha, reforçando que estava com pensamento lento. Em seguida, ele vê uma goiaba na ponta da árvore e dorme de boca aberta para quem sabe a goiaba caia de uma hora para outra.

A goiaba cai na cabeça do Chico e vai parar longe. Chico comenta que se tivesse a boca mais aberta, a goiaba cairia bem na goela dele, não consegue alcançá-la com o pé e teria que levantar, aí se dá conta que não consegue . Então, surge uma voz de mulher dizendo que nem vai conseguir, nem adianta tentar. Chico pensa que é um sonho se belisca e mesmo assim não consegue se levantar.

A voz da mulher fala para o Chico que só vai se levantar quando ela quiser. Chico quer saber quem está falando, que não o conhece quando ele está brabo. Então, ela sai do corpo dele, uma versão feminina do Chico com voz de mulher e laço na cabeça. Chico se espanta com o que viu e reclama que ela acabar com a imagem de macho dele.

Ela se apresenta que é a Dona Preguiça, que veio de dentro dele. Cada pessoa tem vários lados como o trabalhador, o inteligente, o alegre, o simpático e ela é o lado preguiçoso dele, conta que o Chico anda preguiçoso para tudo, inclusive para namorar, e isso a fortaleceu, até dominar todos os outros lados e tomar conta do corpo dele. Chico pergunta o que ela vai fazer agora e Dona Preguiça responde que vão ficar ali sem fazer nada, vai ser gostoso ficar sem trabalhar, estudar, brincar, só olhar os outros se cansarem.

Chico fala que não quer ser mais preguiçoso, Dona Preguiça diz que é tarde demais, ela está mais forte que a vontade dele. Chico fica triste que não vai mais poder brincar com o pessoal, nem roubar goiaba do Nhô Lau, nem namorar Rosinha e passear com ela de mãos dadas, e a tristeza dele fortalece o lado triste dele, que sai do corpo. Dona Preguiça manda a Tristeza voltar para o corpo, Chico fica com muita raiva, despertando o lado brabo dele sair do corpo. A Raiva ordena que ela volte para o corpo do Chico e a Tristeza diz que está fazendo mal para ele.

Dona Preguiça se recusa e desperta o lado teimoso do Chico, que quando cisma com alguma coisa, é pior que mula. Então as três emoções, Tristeza, Raiva e Teimosia, partem para cima da Dona Preguiça, conseguem carregá-la fácil porque ela tem preguiça de reagir e todos voltam para o corpo do Chico se tornando um só. 

Ele fica feliz que pode se mexer de novo, pega a goiaba do chão e come, carrega material da Rosinha da escola, faz a lição de casa da escola, trabalha na roça com o pai até além da hora. Antes de dormir, diz que aprendeu a lição de que preguiça nunca mais. Quando amanhece, Dona Cotinha chama para acordar, Chico diz que quer ficar mais pouquinho dormindo e as emoções Tristeza, Raiva e Teimosia  dão chute bem forte no Chico para sair da cama.

História legal em que o Chico andava preguiçoso além da conta e, assim, o seu lado preguiçoso se fortalece e cria vida querendo ter o controle total do corpo dele. As emoções de tristeza, raiva e teimosia também ganham força através do sentimentos fortes que o Chico sentiu e elas conseguem levar de volta a Dona Preguiça para o corpo do Chico, em melhor mensagem que a união que faz a força e que é a mente que controla tudo no corpo.

Cada emoção do Chico saía do corpo dele quando estava fortalecida, se dividiam e eram independentes. Chico sempre foi marcado por várias facetas de personalidades e nessa cada uma delas criaram vida própria e, juntas, se tornava um só Chico Bento. A princípio até dava para pensar que era plano da turma para ver se davam lição no Chico, já que falaram que precisam fazer alguma coisa, mas vimos depois que era verdade as emoções criando vida. Mesmo com tudo que passou, Chico não aprendeu lição no final, precisando as emoções darem chute para sair da cama, se deixassem, a preguiça ia dominar de novo o corpo dele.

No inicio, vimos o Chico extremamente preguiçoso, sendo que na parte de não carregar material, além de preguiçoso, ainda foi mentiroso, era capaz de tudo para fazer nada. Gostei também das interações entre as emoções dele e cada uma representada como cópia do Chico sem dente e com expressão do sentimento mostrado. A Preguiça foi única representada por mulher e, então, vimos como seria uma versão feminina do Chico. 

Foi engraçado ver o pensamento lento do Chico de só depois de muito tempo responder provocação que ele era preguiçoso, ele dormir de boca aberta (se não tivesse preguiçoso, ia subir na árvore para pegar a goiaba), dizer que a forma da Dona Preguiça iria acabar com a imagem de macho dele, pensamento de Chico velho com teia de aranha parado olhando os outros passarem. 

Incorreta por tema de Chico ser preguiçoso, já que hoje ele não é mais assim, Rosinha bater nele com livros, Chico comer goiaba que caiu do chão, trabalhar na roça, falarem que crianças namoram, Chico levar chute das suas emoções. Além disso tiveram várias palavras proibidas nos gibis novos como "Diacho!", "azar", "gozado", "trabalhar" (no sentido de criança trabalhar), "roubar" (goiaba do Nhô Lau), termo "é a vovozinha", Chico dizer "acabar com a minha imagem de macho" e certas palavras do caipirês não são mais usadas como "mió". Ou seja, se resolvessem republicar hoje, teria um festival de alterações.

Traços muito bons, já da fase consagrada dos personagens. A Rosinha ficou diferente com nariz em formato " ^ " e sem brilho no cabelo, isso variava de desenhista, pois ela já apareceu outras vezes assim. Propaganda inserida na história foi do lápis "Labra", muito comum nos gibis da Editora Abril. Foi republicada depois em 'Almanacão de Férias Nº 20' (Ed. Globo, 1996).

Capa de 'Almanacão de Férias Nº 20' (Ed. Globo, 1996)