Mostro uma história em que o Humberto fica deprimido porque tenta falar e não consegue. Com 3 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 30' (Ed. Globo, 1989).
Capa de 'Cebolinha Nº 30' (Ed. Globo, 1989) |
Humberto tenta falar com o Cascão e se dá conta que o amigo não ouviu e fica triste. Depois cai um vaso na cabeça do Humberto, que tenta reclamar com palavrões, não sai som e fica triste de novo. Em seguida, uma menina tem interesse por ele, que tenta declarar poema e a menina o chama de maluco por não ouvir voz. Fica triste de novo até que ele encontra um poço dos desejos e faz pedido para falar. Consegue e sai correndo em disparada para casa bem animado para contar a novidade para a mãe, que manda calar a boca porque está vendo novela.
História legal, curtinha típica de miolo e bem divertida. Humberto foi incompreendido a história toda porque não fala, inclusive sendo chamado de maluco e quando finalmente consegue falar, a mãe manda ficar quieto para ver novela, como se a novela fosse mais importante que a felicidade do filho. Só uma frase conseguiu estragar com a felicidade dele. Que mãe é essa?
Deu pena do Humberto tentar falar e ficar deprimido porque não conseguia, nem palavrão dava para falar. É certo que o ele voltou a ficar mudo de novo, a sequência após a história ficou a imaginação dos leitores se o efeito do poço dos desejos era temporário ou o trauma do Humberto com a mãe foi tão grande que voltou ao poço e pediu para voltar a ficar mudo. E ficou uma reflexão dos problemas que os mudos podem passar na vida real e alertar que não se deve fazer e crítica de mães que não dão atenção aos filhos.
O Humberto passava vários constrangimentos por ser mudo, maioria das vezes o coitado se dava mal, muitas vezes ele era chamado de louco por quem não o conhecia, isso foi só nesta história. O normal era o Humberto emitir "Hum! Hum! Hum!", mas tinham histórias que era mudo por completo como nessa, variava de acordo com o roteiro. Quando falava em histórias, era por um momento por causa de poço de desejos, fadas, cientista , etc. Às vezes, enganava os outros que falava através de gravador ou por ventríloquo.
Histórias com poço dos desejos sempre eram divertidas, sempre realizando desejos impossíveis dos personagens e em cima das suas características principais. Essw poço teve capacidade de ler pensamentos já que o Humberto não falava. Atualmente é impublicável por fazerem chacota com deficiente, não ter final feliz para o Humberto. Hoje pode acontecer nada de mal com os deficientes e histórias com eles são só didáticas, ensinando como devem ser tratados. Também é errado absurdos como poço dos desejos, além de cair vaso na cabeça do Humberto, a tentativa de falar palavrão e o possível namoro do Humberto e a menina, mãe não dar importância para o filho e a televisão tubo mudariam pra TV LED para não ter coisas datadas nos gibis.
Os traços ficaram bem caprichados, típico de histórias de miolo da segunda metade dos anos 1980. Foi história quase toda muda, mas teve algumas falas durante, aí não foi muda por completo. O título foi bem criativo representado com forma de balão sem palavras, não pode considerar que é uma história sem título de fato. Teve erro de Humberto tentar falar algo de boca fechada no terceiro quadro da primeira página.
Prezado Humberto, não leve a mal, mas, "você falando, não dá audiência"...
ResponderExcluirTeledramaturgia nacional da época, principalmente a produzida e exibida pela Rede Globo, fazia tanto sucesso, que este desfecho faz total sentido, e não apenas como piada de HQ, pois, naqueles tempos, devido tamanha influência das novelas sobre maior parte da população brasileira, algo parecido com o final desta história não era impossível de acontecer na vida real. Sei que o que digo parece exagero, só que não, por incrível que pareça, algo assim já foi plausível.
Uma novela dava mais audiência que Humberto falar, sem dúvida. Na vida real acontecia isso, sim, era muito comum ninguém se falar enquanto passava novela, no máximo na hora dos comerciais, e ate muito comum também só sair de casa depois da novela. Pesquisei aqui, considerando data da revista e horário que passava a história que devia ser de tarde, a mãe do Humberto devia estar assistindo Vale a Pena Ver De novo com a novela "A gata comeu", realmente bem mais interessante que ouvir filho falando.
ExcluirConcordo plenamente, Marcos. No entanto, o que eu quis dizer é que o absurdo era plausível nesses tempos em que as novelas nacionais predominavam sobre a população, ou seja, por exemplo, uma pessoa muda, ou cadeirante, ou cega, independente de idade, fosse criança, adolescente, adulta, que, sei lá, por milagre, digamos assim, repentinamente conseguisse ou voltasse andar ou conseguisse ou voltasse a enxergar ou a falar ou a ouvir e euforicamente comunicasse, claro que, presencialmente, a espetacular novidade ao pai ou à mãe ou a qualquer outro parente e, esse ou esses, no momento, assistindo alguma novela de grande audiência, provável que o/a contemplado(a) pela cura escutasse algo como "Agora não! Depois eu vejo, o capítulo de hoje está fervendo!" ou "Espera chegar o intervalo, aí você me explica o que aconteceu contigo!". Percebe que, pela "alienação novelística", como que o surreal era plausível nesses tempos? Boa parte dos noveleiros de antigamente era(m) profissa(s), para tirá-los da(s) frente(s) das telas durante exibições de seus folhetins favoritos, só com terremotos ou tsunamis.
ExcluirNão lembro dessa tal de 'A Gata Comeu', lembro do nome dessa novela e muito provavelmente assisti boa parte da primeira exibição e reprise devo ter assistido boa parte também.
Ah, sim, deve ter acontecido na vida real o que o Humberto passou, acharem que a novela era mais importante que a conquista e o milagre do deficiente. A popularidade das novelas era alta, não era coisa que tirava atenção. Nem duvido que o roteirista presenciou isso e quis retratar na história. "A gata comeu" foi com Christiane Torloni e Nuno Leal Maia e começa com eles perdidos em uma ilha deserta, foi uma novela de comédia das 6 de 1985, mesma época de "Roque Santeiro" das 8.
ExcluirPelos nomes desses atores e, imagino que eram os principais do elenco e mais o elemento ilha deserta, acho que sei vagamente de qual novela se trata.
ExcluirA partir de sei lá qual mês de 1995, passei por um jejum de telenovelas que durou por volta de dezessete anos. As, digamos, "recentes", que assisti, foram 'Avenida Brasil' e 'Velho Chico', uma já conta com mais de dez anos desde a primeira exibição e a outra deve ter sete ou oito anos que foi exibida pela primeira vez.
Denominou a HQ como "Uma história do Humberto incompreendido por ser mudo", e fez você muito bem, Marcos. Enfim, aonde quero chegar por meio desta introdução, é que há como exibir graficamente o título desta HQ em textos digitados e/ou virtuais ou, escritos a mão, com papel e caneta (ou lápis, lapiseira), veja abaixo:
"Humberto em ", ou, sem crédito ao personagem: "
".
Se ainda tiver dúvida, no YouTube deve encontrar essa novela e certamente se lembrará de vez. Essa história teve título, mas não dava representar o balão por ser desenho. Até poderia colocar "Humberto em: " , mas a graça é a sacada seria o balão também na descrição do post.
Excluir" "
Excluir"Humberto em "
No comentário acima coloquei bastante espaço entre as aspas, em cada exemplo toquei mais de dez vezes na tecla de espaço e não ficaram como visualizei na mente. Disposições de textos virtuais não são padronizadas, ou seja, em cada modelo de dispositivo eletrônico se acomodam de determinada forma. A tática de um em cada parágrafo exemplifica melhor.
Estou sacando que novela é essa, Marcos. Há inclusive uma cena que hoje em dia não passaria no crivo do politicamente correto, em que a personagem da Torloni ameaça dar uma bofetada no personagem do Nuno e ele diz que, se bater, vai tomar, ou vai levar, isto é, irá revidar.
Mesmo acomodando os exemplos, um por parágrafo ou um em cada parágrafo e com considerável espaço entre as aspas, não ficaram graficamente como o esperado, pelo menos não nos meus dispositivos. Questão é que as formas como os textos se apresentam quando estão sendo produzidos não são as mesmas depois de publicados e tendo a considerar a disposição gráfica da etapa de confecção como o padrão que será efetivado, ledo engano...
ExcluirAqui o espaço que você deu entre as aspas ficou só a segunda aspa na linha de baixo, como se tivesse dado ENTER depois da primeira aspas, e sem ideia de espaço. Deve ser de cada dispositivo mesmo. Também poderia colocar título assim "___________________" só que não é um balão de qualquer forma.
ExcluirEssa cena da novela não passaria hoje, ameaçar dar bofetada em mulher, sem chance.
Baita travessão entre aspas são a combinação ideal para expressar graficamente o título desta história na forma virtual. Mandou bem, Marcos, parabéns!
ExcluirMesmo com politicamente correto não dando trégua, a Rede Globo está reprisando 'Tieta', e essa novela é abarrotada de incorreções, daí, quiçá não cortassem a tal cena de 'A Gata Comeu', caso fosse reprisada atualmente.
Valeu! Acho que assim seria a única forma de representar o balão. Talvez não cortassem a cena de "A Gata Comeu", sendo que provavelmente devem cortar muitas cenas nessas reprise de "Tieta", principalmente ousadas que não sejam importante para o entendimento. Ainda que exibam coisas incorretas, mas podem ter cenas piores cortadas.
ExcluirHá a antológica cena de Tieta sendo expulsa da cidade pelo próprio pai que, faz isso, espancando-a com seu cajado. Quando posso, assisto cenas e até mesmo capítulos inteiros, não sei se essa passagem da protagonista sendo escorraçada, que é de extrema importância no conjunto da trama, foi exibida na atual reprise, não obstante, mesmo com toda frescurada que temos hoje em dia, acredito que exibiram a polêmica cena.
ExcluirEssa é uma novela cuja vibe é diferente até da média de sua época e, na conjuntura atual, reprisá-la em TV aberta, denota claro desespero da Rede Globo na busca por audiência.
Eu acho que essa cena de Tieta expulsa eles devem ter exibido nessa reprise. Pra esse povo, violência até aceitam passar, o que implicam muito é sensualidade, insinuação de sexo, mulher nua, isso é muito pior pra eles. Ouvi falar que eles não estão exibindo a abertura nesta reprise porque tinha mulher com seios de fora. Com certeza passaram a novela por desespero de audiência, apesar das cenas incorretas.
ExcluirNão houve erro no terceiro quadro da primeira página. Humberto olha para o balão que ele tentou falar no quadro anterior e percebe que está vazio
ResponderExcluirTem razão, não é erro. O que destacas é a tal da metalinguagem e, felizmente, MSP usou e abusou de recursos metalinguísticos.
Excluirjkns, olhando por esse lado, concordo, foi mesmo uma piada metalinguística de ele enxergar o balão. Apesar da forma do balão ter sido diferente do quadrinho anterior, quiseram dar essa ideia.
ExcluirTinham muitas piadas boas com essa metalinguagem, como por exemplo, Magali comendo um balão que haviam vários nomes de comida ou o Cebolinha falando certo, só que era um balão provavelmente falado por outra pessoa. Bons tempos!
ExcluirVerdade, eram legais essas metalinguagens com balões, sempre engraçadas. Gostava quando tinha.
ExcluirSe fosse hoje em dia, poderia ser a mãe do Humberto no celular.
ResponderExcluirSim, como novelas e TV aberta estão em baixa, aí poderia ela no celular assistindo série ou programa na NETFLIX.
ExcluirMarcos, um Próspero Ano Novo por aí!
ResponderExcluirValeu, Sávio! Um excelente Ano Novo pra você também.
ExcluirMarcos, o que você entende de muitas pessoas acusarem a Turma da Mônica de ser plágio contra as Turmas da Luluzinha e do Charlie Brown?
ResponderExcluirDizem que o Mauricio de Sousa bebeu nas outras duas fontes... não sei se você já sabia dessa acusação toda! Isso procede?
Já vi comentários assim de acusações de plágio. Acredito que o Mauricio se inspirou um pouco na Luluzinha em alguns elementos como cenários, roupas das meninas e clubinho dos meninos, mas não vejo como plágio, apenas inspiração.
ExcluirMarcos, o que você entende daquela história, O Dia Nacional da Poesia?
ExcluirNão entendi: a Mônica quis obrigar o Cebolinha e o Cascão a participarem das comemorações pelo Dia Nacional da Poesia, que não era naquela data, e o Franjinha apanhou por corrigir o dia!
A Mônica errou a data? Por qual motivo terá sido no caso?
E, por sinal, até fizeram a versão animada dessa história, sabe?
O Franjinha apanhou por ter revelado que não é o Dia da Poesia, a Mônica achou que tirou o romantismo do ar, pra ela seria melhor ter comemorado a data mesmo não sendo o dia certo. Ela não sabia a data e era melhor continuar sem saber o dia certo. E como na época ela batia por qualquer coisa, sobrou para o Franjinha. Eu sabia que teve versão animada dessa história, foi legal também.
ExcluirEu nunca li a história, mas posso afirmar que o desenho é bem divertido. Engraçado que o desenho é de 2013. Isso mostra que ao mesmo tempo que tem histórias (muito) ruins (ainda mais atualmente), ainda saem desenhos bons.
ExcluirRodrigo, a história é de Mônica Nº 131 de 1997, então foi um roteiro de 1997 que aproveitaram pra fazer o desenho animado em 2013. A maioria dos desenhos eram roteiros que haviam saído antes nos gibis. Apesar desse desenho animado ser bom, acho que lendo essa história no gibi fica melhor, tem outra experiência.
ExcluirEm 2013 os traços nos gibis estavam começando a ficar digitais, os desenhos animados seguiam um padrão de traços e não haviam mudado, por isso ficaram traços nos desenhos animados eram bons.
Não pode acontecer nada de ruim com os deficientes? A mensagem que eles querem passar não é que todos somos iguais? Então por que que o que acontece com os outros personagens (o que, por sinal, nem acontece mais) não acontece com eles? Vou te falar viu…
ResponderExcluirA propósito, feliz ano novo!
ExcluirFeliz ano novo, Rodrigo! Histórias com os deficientes parecem mais de gibis institucionais, só ensinando, principalmente as com a Tati com síndrome de Down e o André autista. Com certeza seriam mais representados se acontecesse as mesmas coisas com os outros personagens. Se bem que não está tendo grandes conflitos com os personagens em geral, aí que com os deficientes não teria mesmo.
ExcluirMarcos, a revista da Tina foi cancelada, voltou em nova fase e novo estilo, e foi cancelada de novo! Por que isso ocorreu?
ResponderExcluirE detalhe: o Astronauta é bem mais popular que a Tina, e nunca teve a própria revista! Viu só?
Muitíssimo obrigado por tudo, abraços, cuide-se, bastante longevidade, prosperidade e sucesso e uma feliz vida para você e os seus todos! Está bem assim na realidade?
Tina foi cancelada por falta de vendas, tanto a primeira fase e principalmente a segunda fase com aqueles traços horrorosos e misturando reportagens parecendo revista Capricho, agradou ninguém. Acho que a Tina é mais popular que o Astronauta, quando eles tinham almanaques, Tina vendia bem e Astronauta não, tanto que almanaques dele foi cancelado logo e os da Tina continuou por muito tempo depois do cancelamento do Astronauta. Está tudo certo comigo, muito obrigado e tudo de bom pra você também. Abraços.
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