terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Chico Bento Nº 53 - Editora Globo


Em janeiro de 1989 chegava nas bancas o gibi "Chico Bento Nº 53' pela Editora Globo. Então, nessa postagem falo uma resenha desse gibi lançado há exatos 30 anos.

Com uma capa bem legal com o Chico Bento ouvindo um canto de uma ave no lugar de um rádio de pilha, interessante o logotipo com contorno vermelho, parecendo iluminado. Esse gibi da fase quinzenal teve 36 páginas e 5 histórias, incluindo a tirinha final, e com história de secundários com Papa-Capim.

Abre com a história "O bom português", com 7 páginas. Nela, Chico é chamado pela professora Marocas para ler a redação que ele fez em voz alta na frente da classe toda. Chico lê 2 linhas e é interrompido pela professora, alegando que com os erros de português no trecho que leu já daria para serem discutidos a aula toda e diz que ele precisa ler mais para escrever direito e conhecer o bom português.

Chico diz que só conhece o Nhô Mané da venda, que ele é um bom português, só erra nas contas as vezes. Marocas fala que é para o Chico consultar o dicionário e ele responde que sim, se ela disser onde ele mora. Marocas perde a paciência, termina a aula e diz para o Chico descobrir sozinho. Na rua, Chico pergunta para um senhor onde pode achar o dicionário e o senhor aponta para a biblioteca da vila. Chico vai até à porta e vai embora, reclamando que só tinha uma mulher lá.

Trecho da HQ "O bom português"

Em casa, Chico conta tudo para o seu pai e ele diz que dicionário é um livro e não gente e vai procurar um que tem em casa. É encontrado em lugar misterioso e Chico espanta no tamanho do livro e vai para o quarto ler. Ele estranha palavras quando folheia e se pergunta se é língua portuguesa ou estrangeira. Ele não desanima e resolve ler tudo, pois prova que ele não sabe nada e quer mostrar para a professora que aprendeu o bom português e lê tudo durante a madrugada sem dormir.

Amanhece,  a mãe Dona Cotinha estranha o estado cansado do filho e enquanto ele toma café já vai dando descrição de algumas palavras faladas na conversa com a mãe, como "insônia", "estudando" e "escola". Já chegando lá na escola, em cada palavra que é falada, ele dá a sua descrição. Assim, ao falarem "professora", "dicionário", "esforço", "bem", ele dá seus significados. Marocas fica com medo com a atitude do Chico, manda parar de falar e lhe dá um "Dez" e ele acaba desmaiando.

Trecho da HQ "O bom português"

Marocas leva o Chico para casa para ser atendido por um médico, que fala que está bem e só teve uma estafa mental. Marocas fala para o Seu Bento que prefere o Chico aprender aos poucos, mas que gostou do pai ter apresentado o dicionário ao Chico e sabe da importância dos livros e passam esse conhecimento aos filhos. Depois que ela vai embora, Seu Bento fica sem graça e fala para Dona Cotinha que, assim que o Chico melhorar, vai arrumar outro pé para a cama no lugar do dicionário que estava servindo como pé. Ou seja, a família não dá bom exemplo de leitura, não tem como o filho ter interesse. 

Muito legal essa história. Engraçado ver a fase do Chico burro, escrevendo tudo errado, respondendo mal para professora e não saber nem o que é dicionário, pensando que era uma pessoa. Quando descobriu o que era, decorou tudo nos mínimos detalhes, exatamente como estava escrito lá e a acabou passando mal com tanta informação na cabeça que não estava acostumado. Adorava essa fase burra do Chico. E interessante o Seu Bento com cachimbo na boca e ultimamente  não é permitido personagens fumarem e então em republicações de almanaques atuais eles alteram os desenhos, tirando cachimbo das cenas.

Trecho da HQ "O bom português"

Em seguida, vem "Lenhador", com 4 páginas, em que o Chico ver um lenhador querendo derrubar uma árvore e diz que está sentindo um grande aperto no coração, mas por ver sua amiga  sendo derrubada e sem poder fazer nada. O lenhador pergunta se pode ajudar e Chico diz que ele quer matar a sua árvore, quem tem cortado árvores demais na região, que elas são amigas, pode brincar com elas, ficar debaixo da sua sombra quando tem Sol forte, fazer tatuagens de amor, pegar suas frutas, apesar de levar tiro de sal quando rouba as goiabas do Nhô Lau.

Trecho da HQ "O lenhador"

Com tudo que Chico falou, ele desiste de ser lenhador e vira plantador. Em casa, Chico se desespera ao ver seu pai com lenhas no fogão e fala que seria bom comprar um fogão a gás.

História mostrando a característica ecológica do Chico, preocupado com o desmatamento de árvores e fazer de tudo para evitar isso. Bom ver Chico levando tiro de sal do Nhô Lau e fazendo questão de dizer que rouba goiaba, coisas que não aconteceriam e iam modificar tal cena se fosse pra republicar hoje.

Trecho da HQ "O lenhador"

Depois vem Papa-Capim com a história "O Dia do caçador", com 10 páginas. Nela, o narrador apresenta o Papa-Capim como um grande caçador, prestes a caçar uma ave na selva. Quando ele lança a flecha do seu arco para atingir a ave, acaba acertando um Curupira, que fica com muita raiva do Papa-Capim ter o acertado e por estar caçando na região. Abre um parênteses do narrador explicando quem é o Curupira, que é o defensor da natureza e dos animais e prega peças nos caçadores, e, logo conclui que Papa-Capim está em maus lençóis.

Trecho da HQ "O dia do caçador"

O Curupira dá um castigo de transformar o Papa-Capim em vários animais para ele aprender como os animais lutam pela sobrevivência. Assim, é transformado primeiro em uma ave que ele queria caçar e passa a ser caçado por 2 indiozinhos. Ao desejar ser outro bicho, Papa-Capim é transformado em tatu e consegue cavar um túnel pra desviar dos índios, mas acaba o túnel indo parar em uma correnteza do rio e estava quase afogando até que se transformou em tartaruga e, assim ele consegue nadar. Porém, passa a ser perseguido por jacaré, até conseguir se transformar em um pássaro e voar e, assim, ele consegue dormir e descansar em uma ´árvore a noite toda.

Trecho da HQ "O dia do caçador"

No dia seguinte, ele acorda como macaco e como não pode voltar para a sua aldeia daquele jeito, ele volta para a selva e comenta com os animais como eles se sentem. Nisso, Papa-Capim ouve 2 caçadores com planos de capturar vários animais da selva. Papa-Capim tenta avisar o pessoal da aldeia, mas ele se transforma em onça na hora e assusta seus amigos. Então, como onça, ele resolve atacar os caçadores que se assustam e fogem da selva. O Curupira vê tudo e perdoa o Papa-Capim transformando em gente de novo. Papa-Capim volta para a sua aldeia. a mãe dele fala que tem perdiz assada, cozido de tatu e sopa de tartaruga no almoço,  animais que ele foi transformados pelo Curupira, e, com isso, Papa-Capim diz que prefere um purê de mandioca, enquanto o Cafuné comenta sobre uma onça que ele pôs para correr ontem.

Uma aventura bem bolada, legal ver a cultura do Curupira do folclore brasileiro nos gibis. Gostavam de histórias com personagens se transformando em alguma coisa e aí dessa vez foi por causa de um Curupira. Interessante uma história bem grande do Papa-Capim em um gibi do Chico, normalmente eram de 3 a 4 páginas, no máximo 5. Foi maior até que a história de abertura do Chico e, sem dúvida foi a principal história da edição.

Trecho da HQ "O dia do caçador"

O gibi encerra com "Quero a lua", com 7 páginas. Nela, chico e Rosinha estão namorando e Rosinha pede a Lua para o Chico após ele falar que se pudesse dava a Lua para ela. Chico diz que não pode, mas ela quer assim mesmo. Ele pergunta para o pai como pode pegar a Lua e Seu Bento diz que a Lua é de todos e quem sabe daqui 10 anos quando as pessoas poderão viajar para lá e aí eles compram um pedacinho de terra para morar lá.

Trecho da HQ "Quero a Lua!"

Quando está jantando, Dona Cotinha oferece um queijo para o chico. O Queijo era amarelo e  redondo e então ele pega o queijo escondido par afazer de conta que seria a Lua para dar para Rosinha e embrulha de presente. No dia, seguinte ele entrega o presente para Rosinha e quando ela abre pensa que o queijo era a Lua mesmo. enquanto namoram, um rato rouba o queijo, Chico tenta pegar de volta, mas o rato se esconde em uma brecha da parede e Chico fica sem o queijo.

Chico diz que o rato comeu a Lua e Rosinha fica chocada porque além de ela ficar sem a Lua, o céu também não vai ter Lua de noite e que as pessoas vão namorar á luz de velas de noite. Chico se arrepende e conta que aquilo era um queijo e não a Lua de verdade, que errou porque enganou, mas não queria vê-la decepcionada. Rosinha conta que já sabia desde o início e estava esperando Chico contar a verdade, que a professora falou que a Lua é muito grande e só de foguete para ir lá e só louco ia querer a Lua só para ele. No final, é mostrada a Lua no universo, com 2 astronautas brigando entre si, disputando quem ficaria com a Lua.

Trecho da HQ "Quero a Lua!"

História bem legal, mexendo com a fantasia da Lua ser feita de queijo e a inocência do Chico pensar que a Rosinha queria mesmo a Lua e uma lição de contar sempre a verdade para os outros, seja qual for a situação. Referência ao Chapolim, quando falou "Quem será que pode me ajudar?" e mais uma vez o Seu Bento apareceu fumando cachimbo, coisa que ia alterar nos almanaques atuais. Teve várias outras histórias semelhantes com esse tema da Rosinha pedir a Lua para o Chico e algumas delas até com o mesmo título. Mas a maioria era só o início igual e o desenrolar das histórias iam mudando entre uma e outra com o decorrer dos roteiros.

Trecho da HQ "Quero a Lua!"

Na tirinha final, Rosinha lembra que tinha um encontro com o Chico Bento quando olha um peixe com um olhar muito parecido com o Chico. Hoje em dia, evitam isso de comparar personagens a bichos ou alguma situação que ridicularize o personagem para não gerar bullying e traumatizar. Tipo, colocavam muito comparando Chico como um espantalho feio e isso não fazem mais. Abaixo, a tirinha completa:

Tirinha da edição

Como podem ver, esse gibi é muito bom, histórias bem caprichadas, além de desenhos com traços bem feitos também, cada uma desenhada a seu estilo. As cores também bem caprichadas no gibi gostava, gostava dessas cores do início de 1989. Chama a atenção de ter histórias mais longas do que um gibi quinzenal convencional, sem histórias de 1 ou 2 páginas no miolo, e consequentemente tendo menos histórias no total. Papa-Capim que foi o grande destaque da edição. Vale a pena ter esse gibi na coleção e muito bom relembrar lançado há exatos 30 anos. 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Bidu: HQ "Que férias!"


Mostro uma história em que o Bidu resolveu tirar férias dos quadrinhos na praia, mas que foi tão boa como ele imaginava. Com 5 páginas no total, foi publicada em 'Chico Bento Nº 3' (Ed. Globo, 1987).


Capa de 'Chico Bento Nº 3' (Ed. Globo, 1987)


Nela, Bidu chega na praia com sua mala para curtir as suas merecidas férias. Ele pega a prancha de surf que estava na mala e vai surfar no mar. De repente, vê vários cachorros gritando e nadando rápido desesperados e quando Bidu vê era um tubarão que estava no mar. 


Bidu consegue colocar a prancha na boca do tubarão e foge nadando em direção à beira da praia. Quando chega, Bidu descobre que era apenas uma filmagem de um filme e vê diretores de cinema com raiva, reclamando que ele não devia estar ali na filmagem e se tivesse sido engolido pelo tubarão não precisariam refilmar.


Em seguida, Bidu encontra uma cachorrinha e resolve bater um papo com ela. Chega o noivo ciumento dela e dá uma surra no Bidu.. Como ele já estava deitado, resolve pegar um solzinho na praia, acaba sendo enterrado de areia por um menino cachorro e a mãe dele chega pedindo desculpas pela mania do filho enterrar os outros na praia.

No final, Bidu fica com raiva, interrompe as férias e volta aos estúdios MSP para voltar a trabalhar. Mauricio de Sousa, então, dá uma história que ele acabou de escrever para interpretar e para surpresa do Bidu era uma história de férias na praia e vai reviver os mesmos problemas que teve com suas férias reais.


Uma história simples e sem enrolação e bastante divertida. Muito legal o Bidu tirando férias dos quadrinhos e passando sufoco em situações típicas que pode acontecer em uma praia. O que a torna tão engraçada é isso do Bidu como um funcionário da MSP que resolve tirar férias dos quadrinhos por um tempo. Ou seja, um ator que trabalha como personagem em quadrinhos da MSP. Boa sacada isso.


Teve absurdo do Bidu tirar uma prancha de surf dentro de uma mala minúscula. Absurdos assim é que tornam mais engraçadas as histórias, porém hoje isso é evitado. Os palavrões que o diretor do filme falou para o Bidu também não colocam mais atualmente. Sempre legal também ver os cachorros humanizados nas histórias antigas do Bidu, como se fossem humanos mesmo, estilo da Disney.

Os traços muito bons, bem característico dos anos 80, com detalhe da colorização dos primeiros números da Globo de 1987, em que o Bidu teve um tom de azul mais escuro e os personagens humanos, com tom de pele mais rosada. A colorização nos primeiros meses de 1987, aliás, parecia que pintura de aquarela. 


E curioso uma história do Bidu em um gibi do Chico Bento. É que nos últimos gibis da Editora Abril de 1986 e os primeiros da Globo de 1987, eles mudaram os secundários nos gibis do Cascão e Chico Bento, colocando histórias do Bidu nos gibis do Chico Bento no lugar do Papa-Capim, como forma de experiência, mas logo voltaram ao tradicional de forma fixa, com Bidu e Penadinho com Cascão e Papa-Capim com Chico Bento.  

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Capa da Semana: Mônica Nº 49

Uma capa apenas com desenho bonito em clima de verão e férias, com a Mônica e Magali em uma praia, com Magali tocando tambor e Mônica dançando hula-hula. Fica na imaginação do leitor se elas estão no Havaí ou apenas uma praia normal, já que nos primeiros números da Mônica na Globo tinham muitas capa com ela viajando para vários lugares.

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 49' (Ed. Globo, Janeiro/ 1991).


sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Nova personagem Milena em 'Turma da Mônica Nº 45' - Panini


Nas bancas o gibi 'Turma da Mônica Nº 45', de janeiro de 2019, com a história de apresentação da nova personagem Milena. Nessa postagem falo sobre essa personagem e esse gibi como um todo.

A Milena foi criada para suprir a falta de personagens negros fixos interagindo com a Turma da Mônica. Até então, só tinha o Jeremias como personagem fixo, mas ainda assim sempre apareceram personagens secundários negros fazendo figuração ou participando só de uma história e depois não aparecendo mais. Antes, o Jeremias  tinha uma namoradas negra, mas acabou sumindo, indo para galeria dos personagens esquecidos. E com o cancelamento de gibis do Pelezinho e Ronaldinho Gaúcho, que tinham vários negros, aí só restou Jeremias como personagem negro fixo em gibis da  Turma da Mônica.

Pelo visto a MSP deve ter recebido reclamações em relação a isso e resolveram criar uma família só de personagens negros, encabeçada pela Milena, para não ser taxada de racista. Assim, além da Milena, menina de 7 anos, tem também o seu pai, sua mãe, que trabalha como  nova veterinária do bairro do Limoeiro  (ao invés de aparecer um veterinário diferente a cada história, será ela que será a veterinária oficial), o Binho, seu irmão mais novo por volta de 5 anos e sua irmã mais velha, a Sol, uma adolescente.

Frontispício de 'Turma da Mônica Nº 45'

Normalmente quando tem estreia de personagens, eles criam primeiro a história oficial de estreia, com as apresentações e tudo e depois que eles vão sendo inseridos em outras histórias, capas e propagandas como aconteceu com Nimbus, Do Contra, Luca, Dorinha, etc. Com a Milena, foi o contrário disso, ela já vinha aparecendo desde 2018, em capas e propagandas de gibis da MSP, até para dar essa ideia de que não tem só personagens brancos, e só agora fizeram a história de apresentação em 'Turma da Mônica Nº 45' . Antes, Milena já havia aparecido, então, em capas como 'Almanacões de Férias' onde ela apareceu como figurante, e, inclusive, a capa do 'Almanaque da Mônica Nº 73', desse mês é com piadinha com a Milena.

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 73' (2019)

Além disso, já teve até uma história de 1 página que ela apareceu, em 'Mônica Nº 42', de outubro de 2018, sem alarde nenhum e bem apagado, e o seu irmão Binho teve uma história solo com o Dudu em 'Magali Nº 44' , de dezembro de 2018, aí só agora que fizeram a história oficial de apresentação dos personagens. Acho que devia ter sido como os outros personagens novos, de ter a história de apresentação primeiro e depois que aparece nos gibis. Abaixo, essa história de estreia da Milena de 'Mônica Nº 42':

HQ "Adoção" - Estreia da Milena nos gibis (Mônica Nº 42, de 2018)

Já essa história de estreia oficial de 'Turma da Mônica Nº 45', com 14 páginas, tem o título "A nova amiguinha" e escrita por Rafael Calça,  é simplesmente uma apresentação mesmo, em que a Milena e a sua família são os novos moradores do bairro do Limoeiro e tem aparições muito rápidas da sua família, só para mostrar mesmo quem é o pai, quem é a mãe e quem são os irmãos, mas nada de mostrar características e personalidades de cada um deles, nem diálogos e interação de cada um com a Milena ou a Turma da Mônica.

Trecho da HQ "A nova amiguinha"

Para ter uma ideia os irmãos Binho e Sol só apareceram em 1 só quadrinho cada um e nem foi revelado os nomes do pai e mãe deles. Mostrou apenas que Binho virou amigo do Dudu, com mesma faixa etária de idade entre eles e a irmã Sol, pelo que mostrou na capa, pode ser que seja uma cantora ou ter desejo de ser cantora ou ter uma banda musical, mas na história só diz que virou amiga da Xabéu, irmã do Xaveco,  e que tem amigos que querem formar uma banda e pronto. 

O foco ficou com a Milena, que foi apresentada na história como uma menina tímida com dificuldade fazer amizades e ela foi conhecer a Turma da Mônica e acaba sendo teletransportada junto com o Monicão pelos diferentes universos da MSP através de uma invenção do Franjinha. Com isso, além de contracenar com a Turma da Mônica, ela aparece também com outros núcleos de personagens como Astronauta, Horácio e Turma da Mônica Jovem. Esperava mais.

Trecho da HQ "A nova amiguinha"

Já o resto do gibi foi como vem sendo atualmente, histórias voltadas ao politicamente correto, sempre procurando dar alguma lição de moral, traços feios de PC e expressões sem vida no estilo copiar/colar imagens prontas e letras ruins também de PC. A distribuição dos gibis, dessa vez foi no tempo normal que vem sendo, os gibis chegaram no dia 11 de janeiro de 2019, sendo que o diferencial foi que esse título 'Turma da Mônica" ter chegado junto com os dos personagens principais, quando normalmente esse título chega mais para o final do mês, junto com os almanaques.

Foram 10 histórias, incluindo a tirinha final. Histórias de secundários foram com Piteco, Rita Najura, Penadinho e Astronauta, este na tirinha final. De destaque, uma história com Franjinha e Dudu, "Você nem imagina", com 5 páginas, em que o Franjinha ajuda a tirar o Godofredo de uma árvore. Traços bem feios nessa, bem decadentes, nota-se que foram feitos por computador, expressões de sorrisos e olhares tudo iguais em cada quadrinho.

Trecho da HQ "Você nem imagina"

Tem também uma história solo do Xaveco, "O show", com 8 páginas, em que deseja ir ao show da cantora "Amita" (Anitta) com sua irmã Xabéu, mas não quer que os outros saibam que ele vai e que gosta da "Amita". Detalhe também dos traços de PC, reparem que nos 2 primeiros quadrinhos o Xaveco foi desenhado exatamente igual sentado lendo um livro, só mudaram a proporção dos desenhos de um quadrinho para o outro, ou seja, inseriram a mesma imagem nos 2 quadrinhos e reduziram o tamanho da imagem no segundo quadrinho.

Trecho da HQ "O show"

A história de encerramento foi "No meio do caminho tinha um braço quebrado" , com 8 páginas, em que o Cebolinha quebra o braço ao cair quando tropeça em uma pedra e é levado para o hospital para pôr gesso no braço.  Uma história para ensinar para as crianças que não é tão ruim assim quebrar um braço. Por coincidência a doutora foi negra, como caso de secundários negros nas histórias que sempre teve, só não tinha personagens fixos sem ser o Jeremias, como fizeram agora com a Milena e a sua família.

Trecho da HQ "No meio do caminho tinha um braço quebrado"

Nesse mês comprei só essa 'Turma da Mônica' por causa da estreia oficial da Milena, as outras não comprei, não vi nada de mais nas outras, então não tem resenha. Para constar, o que chama grande atenção dos gibis desse mês são os preços, que teve um novo reajuste, aumentando R$ 1,00 cada título. Com isso, os de formato canoa estão custando agora R$ 6,00 e as de lombada Mônica e Cebolinha, assim como os almanaques, custando R$ 7,00, fora todos os outros títulos também tiveram aumento. Achei um absurdo esse aumento, sempre que aumentavam eram coisas de centavos e agora foi pelo menos R$ 1,00 e fica difícil alguém colecionar os gibis, visto que tem outras prioridades.

Assim, esse gibi 'Turma da Mônica Nº 45' foi normal, com o diferencial dessa história de apresentação da Milena e sua família. Esperava mais dessa história, não vi nada demais, nem conflitos envolventes. Apenas uma obrigação de mostrar a personagem em uma história oficial. Pior foi não saber como são as personalidades de cada personagem, só com o tempo com a inclusão deles nas histórias, solo ou não, que vamos descobrir melhor as características de cada um e se vão agir normalmente com os outros personagens ou se serão personagens certinhos, que nada acontece de errado com eles, sem conflitos, com intenção mais de dar boa lição de moral  e os personagens fazerem uma figuração para dizer que existem personagens negros na Turma da Mônica. Aí se deseja ter a história de apresentação da Milena, fica a dica de compra.

domingo, 13 de janeiro de 2019

Um tabloide com Cebolinha e Xaveco brigando

Mostro uma história de 1 página com o Cebolinha e Xaveco brigando na rua. Foi publicada em 'Cebolinha Nº 10' (Ed. Globo, 1987).

Nesse tabloide, os meninos estão brigando na rua por algum motivo e Cebolinha chama o Xaveco de bobo. Xaveco não gosta do xingamento e nega, falando que é muito esperto. Eles insistem na briga, com Cebolinha sempre afirmando que Xaveco é bobo e ele negando. Até que o Cebolinha se cansa e  manda o Xaveco ver se ele está na esquina. Cebolinha vai para casa e ao entrar no quarto e ler um livro, eis que surge o Xaveco falando que ele não está na esquina e pergunta quem é o bobo da história.

Muito legal esse tabloide e muito bem desenhado, mostra o trocadilho do termo "vá ver se estou na esquina", que no caso seria o Cebolinha o Xaveco ir embora por estar enchendo a paciência dele. Xaveco levou ao pé da letra e realmente foi procurar o Cebolinha na esquina, confirmando que ele era um bobo e lerdo. O motivo do início da discussão fica com a imaginação do leitor, como eles gostavam de fazer.

O Xaveco se comportou como o Zé Lelé, que agia como lerdo sem entender pequenas coisas, sempre levando tudo ao pé da letra. Já teve até histórias e tirinhas semelhantes com o Zé Lelé agindo dessa forma. Dessa vez, foram só os protagonistas diferentes, caberia para qualquer dupla de personagem assim. Ultimamente, eles evitam criar histórias assim com os personagens se passando por lerdos para não serem ridicularizados e não ter bullying. A seguir, mostro a história completa.


terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Rei Leonino: HQ "O roubo dos capacetes reais"


Mostro uma história de quando Rei Leonino precisou desvendar um mistério dos capacetes dos guardas reais desaparecerem de repente. Com 9 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 184' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Mônica Nº 184' (Ed. Abril, 1985)

Começa com narrador observador apresentando a Floresta do Matão, que estava toda adormecida e que o barulho é quebrado apenas pelas aves noturnas, como corujas, mas que o leitor desconfiar que algo misterioso está prestes a acontecer. Aparece o Palácio Real, onde o guarda estava dormindo imprudentemente e criaturas estranhas invadem o Palácio do Rei Leonino Primeiro e Único. As criaturas saem de lá e o guarda ainda estava dormindo e sonhando, inclusive.


No dia seguinte, Ministro Luís Caxeiro Praxedes descobre algo terrível aconteceu e precisa contar o ocorrido ao Rei Leonino, mas tem medo de como ele vai ficar furioso e ainda contando logo no momento que acorda. Rei Leonino pergunta o que ele está fazendo tão cedo em seus aposentos reais e Luís Praxedes pergunta como ele vai naquela manhã.

Rei Leonino conta que mais ou menos e para contar logo o que quer. Luís Praxedes conta que ladrões estiveram no Palácio durante a noite. Rei Leonino fica furioso e pergunta o que roubaram lá, se foi o tesouro real, as joias da coroa ou o ursinho de pelúcia. Luís Praxedes conta que foram os capacetes reais. Rei Leonino acha uma vergonha os guardas serem roubados e como vão protegê-lo se não cuidam nem de si próprios. Os guardas falam que não foi culpa deles, os ladrões arrombaram os armários e o alojamento fica do outro lado do Palácio.


Um guarda fala que a culpa foi do sentinela da entrada, que estava dormindo na hora. Ele diz que lutou bravamente, mas como eram muitos o levou a nocaute. Os ladrões eram monstros gigantes, mas logo é descoberto que estava mentindo, pois as pegadas que estavam na entrada do Palácio eram pequenas e, assim Rei Leonino ordena que eles organizem uma busca e prendam os ladrões, que é a honra do Palácio que está em jogo.


Luís Caxeiro e os guardas vão atrás dos ladrões e como não tem sucesso, eles vão interrogar todos os súditos do reino, mas acabam todos zombando deles por causa desse roubo, achando que os guardas eram incompetentes. Logo depois, enquanto caminho, eles reparam que aumentou a população de tartaruga no reino e quando Luís Caxeiro vê o casco de uma delas, nota que eram os capacetes dos guardas que elas estavam usando como cascos e, assim, todas as tartarugas são levadas para o Palácio, inclusive o Tarugo que não tem nada a ver com isso.


Rei Leonino fala que as tartarugas vão aguardar julgamento do crime na cadeia. Então, uma tartaruga interrompe e diz que foram elas que foram roubadas, que um misterioso forasteiro invadiu o vale delas enquanto dormiam e roubaram os cascos de todas elas. Quando amanheceu, viram que estavam peladas, tentavam outros vestimentos, mas não adiantavam, até que avisaram que naquele reino os guardas estavam usando os cascos delas como capacetes e as foram lá buscar o que eram delas.

Luis Caxeiro Praxedes interrompe, falando que era uma infâmia e que o Rei Leonino não devia acreditar nelas. Rei Leonino pergunta onde ele mandou fazer os capacetes dos guardas, já que era o encarregado dos uniformes deles. Com a pressão, o ministro confessa que se apropriou dos cascos porque serviam como uma luva como capacetes e ainda eram de graça. Rei Leonino manda soltar as tartarugas e as convidam para ficarem como súditas do reino, mas elas preferem voltar para o vale.


Rei Leonino dá bronca no Luís Caxeiro, que foi ridicularizado, desmoralizado e os guardas desuniformizados por causa da incompetência dele. O ministro sugere que vai providenciar capacetes parecidos com os outros, mas que vai demorar um pouco para chegar. Rei Leonino ordena que ele arrume capacetes provisórios já e, assim, os guardas ficam com capacetes de panelas, e continuam sendo ridicularizados de qualquer forma.


Uma história muito legal e bem bolada, deixa os leitores envolvidos com um mistério do sumiço dos capacetes dos guardas reais, interesse em saber quem foi, por que fizeram isso. É até grande para os padrões da época da Editora Abril, mas como é tão bem roteirizada, que chega a ser envolvente e nem percebe que tem 9 páginas.


Legal ver as tartarugas sem casco e colocando folhas e flores pra se cobrirem, assim como as desculpas dos guardas pra justificar o roubo dos capacete se as broncas do Rei Leonino para o Luís Caxeiro Praxedes, sempre rendiam boas histórias. Teve absurdo das tartarugas não verem seus casacos sendo tirados pelo Luís Caixeiro, iam acordar com o movimento, mas por ser histórias em quadrinhos, é válido e fica mais interessante. O narrador observador contando a história no início sempre fica legal esse recurso. Curioso a Coruja falar "Bidu" no início da história, mas foi como para interagir com o narrador, no sentido de que ele adivinhou.


Gostei também do termo "Floresta do Matão" onde a Turma da Mata vive, mas esse nome não seguiu adiante, ficou só nessa história. Bem que podiam ter mantido esse nome para o lugar que eles vivem, ou terem inventado outro depois. Impublicável hoje em dia, justamente por ter esse tema de roubo e ladrões fora o maltrato aos animais, com tartarugas tendo seus cascos tirados à força, e também um personagem fixo ser o vilão e ladrão da história, no caso o Luís Caxeiro Praxedes. E mais uma vez "Droga!" sendo falado livremente sem paranoia nenhuma como é hoje em dia.


Os traços muito bons, já na versão clássica dos personagens consagrada dos anos 80. Interessante que o Coelho Caolho ficou com roupa vermelha ao invés da amarela tradicional. Gostava também do recurso das cores em tons azuis quando os personagens pensavam ou mostrava algo que aconteceu no passado. 

Foi republicada em 'Almanaque do Chico Bento Nº 12' (Ed, Globo, 1990), que foi de onde eu tirei as imagens da postagem. Abaixo, a capa desse almanaque:

Capa de 'Almanaque do Chico Bento N 12' (Ed. Globo, 1990)


sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Capa da Semana: Cascão Nº 83

Uma capa com o Cascão chorando demais com pena de ver os peixes e outros bichos do mar na água quando foi visitar o aquário municipal. Ele chorou por estarem na água, fato, mas também há quem pode interpretar que foi porque eles estão presos em um lugar restrito fora do seu ambiente natural.

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 83' (Ed. Globo, Março/ 1990).