segunda-feira, 10 de setembro de 2018

HQ "Mônica no caixão"


Mostro uma história muda clássica em que a Mônica ficou dentro de um caixão após um susto que o Cebolinha deu nela. Com 4 páginas no total, foi publicada em 'Mônica Nº 105' (Ed. Abril, 1979).

Capa de 'Mônica Nº 105' (Ed. Abril, 1979)

Começa com a Mônica tropeçando em algo e xinga com palavrões  por ter caído. Quando ela vai ver, era um caixão e de repente sai uma mão monstruosa, que era o Cebolinha querendo dar um susto nela.


Mônica fica apavorada, pensando que era alguém morta saindo do caixão e acaba paralisada de tanto medo e Cebolinha pensa que ela havia morrido. Quando vê Cascão e Xaveco se aproximando e com medo de que eles vejam que matou a Mônica, Cebolinha esconde a Mônica dentro do caixão antes que eles vejam e sai correndo dando um sorriso para eles como se nada tivesse acontecido.

Cascão e Xaveco estranham e logo depois Cascão senta no caixão. De repente, Mônica dá um grito dentro dele e os meninos estranham, mas deixa para lá. Eles conversam um pouco até que Mônica põe a mão para fora para abrir o caixão e sair de lá. Eles se assustam e pensam que era um Diabo saindo do caixão. O Cascão tenta impedir que a Mônica saia de lá, segurando e dando sacudidas no caixão e Xaveco traz um monte de crucifixos e joga lá dentro para ver se acaba com o Diabo que pensam que está no caixão.


Os meninos se cumprimentam como uma missão cumprida de terem derrotado o Diabo. Cebolinha aparece e eles contam que conseguiram derrotar um Diabo no caixão com surra e crucifixos jogados, mas notam que o Cebolinha está triste, já que, segundo ele, a Mônica havia morrido. No final, Mônica consegue sair do caixão toda surrada e prestes a bater nos meninos. Cascão e Xaveco saem correndo com medo de apanhar e Cebolinha vai correndo em direção à Mônica feliz por ela não ter morrido.


Uma história muito boa, como um susto que o Cebolinha deu na Mônica pôde ter causando tanta confusão. Cebolinha acabou pensando que a Mônica morreu e a coloca no caixão para esconder que foi culpado de matá-la dando várias situações engraçadas e bom ver que se arrependeu da brincadeira que fez com ela. Legal também ver as situações do Cascão e Xaveco pensando que era um diabo no mo caixão.

Não sou chegado a histórias mudas, prefiro com diálogos dos personagens, mas essa até que foi bem criativa e bem ou mal até teve alguns textos como gritos e onomatopeias. Histórias mudas de até 4 páginas dá para aceitar, mas que isso considero  enrolação e  enchechão de linguiça. Nos anos 2000 inteiro era repleto de histórias mudas e longas, às vezes com mais de 10 páginas, ficando um verdadeiro desperdício de papel, às vezes até nas de abertura tinham e praticamente os últimos gibis quinzenais eram quase todos com histórias mudas. Até que atualmente isso mudou e tem saído poucas mudas longas do que era.


É completamente impublicável nos dias de hoje, por mostrar Mônica e até mesmo o Cebolinha no início dentro de um caixão e a patrulha do politicamente correto pensa que é uma brincadeira de mau gosto, fora palavrões e diabos não sendo bem vindos atualmente. Os traços muito bons, do auge da fase superfofinha do final dos anos 70, cheia de movimentos e com direito aos quadrinhos com várias formas sem o tradicional retângulo, coisas que erma bem características desses traços.

Foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 35' (Ed. Globo, 1993), que foi d eonde eu tirei as imagens da postagem. Abaixo, a capa desse almanaque:

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 35' (Ed. Globo, 1993)

32 comentários:

  1. Surreal tropeçar do nada em um caixão no meio do caminho 🤣

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    1. Pois é, tinha muitas coisas assim absurdas nos gibis.

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  2. Essa história é bem engraçada mesmo! Saudades de histórias assim!

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  3. A transição entre as bochechas pontudas do inicio dos anos 70 e essas bochechas menores e redondas foi gradual ou mudou de repente de um gibi pro outro?

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    1. então, parece até que tinha gibi que misturava os dois estilos! Pensa no choque que deve ter sido...

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    2. Julgando pelas capas, parece que a mudança foi gradual:
      http://www.getback.com.br/Monica/index2.htm
      Veja as capas a partir de 41-50.
      Se teve edições que misturavam os estilos, provavelmente foi porque aproveitaram a transição pra publicar algumas histórias esquecidas nas gavetas sem precisar redesenhar.

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    3. A melhor revista para mostrar transições de traços é a "Mônica 30 anos"!

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    4. Foram graduais, aos poucos tirando as bochechas pontiagudas, Não dava pra notar tanta diferença aos poucos e só descobriam que mudaram quando pegava algum gibi antigo pra ler. Só essa do superfofinho que já era bem diferente até então e aí já dava pra ver que algo mudou.

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  4. Eu nasci em 1980 e lia muito os gibis da TM na primeira metade dos anos 90,inclusive os almanaques,o que significa que eu absorvia também as HQs dos anos 70 e 80,que eu considero o auge da TM,tanto nos enredos quanto nos traços,e também na ausência de frescura!

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    1. Sim, os primeiros almanaques da Globo tinham histórias do final dos anos 70. Em média eles republicavam histórias entre 5 a 10 anos do período atual.

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  5. Eu adoro a fase super fofinha do final dos anos 70. Gostei desta história, história dos tempos da molecada. Eu já li uma do Chico Bento em que ele vai parar dentro de um caixão também, mas o defunto estava junto dele e ele assustou todo mundo no velório. kkkkkkk

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    1. Já teve de tudo nos gibis antigos, por isso que eles se tornam tão legais.

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  6. Lembro da fase das histórias mudas nos anos 2000, era muito chato, vc sentia isso mesmo, desperdício de papel (e de dinheiro).
    Acho que só seria impublicável hoje por causa do caixão, porque deram uma amenizada no politicamente correto, embora ele ainda apareça com força. Tenho almanaques recentes com histórias com "palavrões" e até diabo. Tem até um do ano passado em que o zé lelé confunde o chico com um diabinho. "O diabinho" inclusive é o nome da história.

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    1. Nos almanaques até que eles republicam, embora sempre que possível fazem alterações que possam dar coerência a história (ou não). Sobre as histórias mudas nos anos 2000 eram tristes. Gibis praticamente todos com histórias assim. Um saco.

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  7. a explicação seria: o cebolinha montou um caixão de brinquedo pra assustar as pessoas

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  8. ESPETACULAR!!! onde a gente vai ler essa HQ novamente??? Só nos gibis antigos e a sorte de encontrar num sebo perdido!! continue a nos brindar com essas HQs da fase da editora abril(se possível das edições N°51...pois a Coleção Histórica parou na nas edições N°50) Marcos...o engraçado que eu sei que tenho essa HQ no Almanaque da Mônica N°35 da Globo, mas, não lembrava mais...afinal são tantas capas e milhares de quadrinhos dessa amada turminha que até Eu as esqueço..rsrsrs

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    1. Hoje em dia é bem difícil achar um gibi dessa época, final dos anos 70. Esse da postagem, n 105 da Editora Abril, eu tenho porque encontrei em uma banca de revistas usadas, há uns 25 anos atrás. Mês retrasado achei um da Mônica de 1978. É difícil de achar, mas a procura vale pelo baixo preço cobrado nos sebos. Pela Internet estão vendendo muito caro, isso sem contar o frete.....

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    2. De fato muita sorte de encontrar gibi daquela época em sebos e quando tem cobram bem mais caro. Eu até já encontrei alguns dos anos 70 há algum tempo, sempre pouco mais que o valor da Globo. Essa Mônica Nº 105 eu não tenho. Sempre que der coloco histórias assim. Gosto de colocar histórias do fundo do baú, mais difícil de republicarem

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    3. Tenho um grupo de whatsapp apenas pessoal vendendo gibi da TM

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  9. História realmente clássica, fico satisfeito em.ter este gibi original da Editora Abril. Sobre o politicamente correto, por incrível que pareça, Marcos, neste mês apareceram diabinhos em uma história do xaveco e ximbuca: "o cão de guarda " no gibi do Cascão. Creio que os estúdios do Maurício estão revendo alguns conceitos. Mandei uma mensagem reclamando das expressões exageradas e eles responderam que havia sido uma idéia dos artistas do estúdio e que estavam tentando inovar como em desenhos do Cartoon Network. Mas que reconheciam o exagero e que estas mudanças deveriam ter sido mais dosadas, opinião que disseram ser do próprio Maurício. Ou seja, pelo jeito, há muita gente insatisfeita com os atuais traços e expressões exageradas. Tomara que realmente deixem de lado esta idéia mirabolante, que só serve para estragar os desenhos dos personagens.

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    1. Deve ser muito bom esse gibi, algumas eu conheço republicadas em almanaques da Globo como essa e a de abertura do rádio Mônica no ar que já mostrei aqui.

      Sobre as expressões, eles querem inovar e acaba saindo do contexto e piorando mais. Tem certas coisas que não dá pra mudar, tem que deixar como é. Esses traços do Pelezinho e Jeremias foram as piores coisas que fizeram, acabaram com os personagens assim.

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    2. Fabiano, acho melhor postagem normal com fotos. Texto sempre melhor.

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    3. Fabiano, faz como achar melhor. De fato, a maioria prefere vídeos, hoje em dia o povo não gosta de ler, principalmente os mais novos. Eu já prefiro texto do que vídeos.

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  10. Na época não precisava ter explicação como o caixão tava lá, estava e pronto. Sendo que era isso de ser montado pelo Cebolinha, mas mesmo se não fosse isso não tinha problema nenhum. Hoje absurdos ficam de fora ou tem que explicação coerente. E enredo assim de fato não teria mesmo atualmente por causa do politicamente correto.

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  11. Não considero essa uma história muda, já que, segundo a ABL, interjeições (classe gramatical a que pertencem as onomatopeias) também são palavras.

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    1. São tão poucas interjeições e onomatopeias e em momentos que eles poderiam falar não falaram. Naquele "almanaque sem palavras" tinham histórias com interjeições, onomatopeias e texto no último quadrinho e a própria MSP consideravam mudas pra republicarem naqueles almanaques

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  12. Ai meu coraçãaaaaaaaaaaao!!!!! A historinha da minha vida!! kkkkkkkkkkkk Obrigada Marcos, vou salvar pra sempre essas imagens! <3

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    1. De nada. Sempre bom ver histórias que marcaram a gente. Salva sim as imagens. :D

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  13. Uma das melhores histórias sem diálogo, tenha ela e não troco nem vendo! A hilariedade da coisa toda já não é vista nos quadrinhos atuais, infelizmente.
    Sobre a bizarrice que é um caixão no meio do nada: também existe uma história em que a turma entra numa discussão se o cara no ponto de ônibus é ou não um ator famoso. Detalhe: nunca vemos a cara do sujeito, porque ele está com uma mala no ombro. No final, havia uma cabeça de boneca dentro da mala que o cara deixou pra trás. Bizarro.

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  14. Não quero parecer saudosista, mas em time que está ganhando não se mexe, esse traço redondinho do fim dos anos 70 e anos 80 era muito giro, as expressões exageradas também irritam-me, por isso sempre dou prioridade por comprar os almanaques, quando sobra-me uma grana maior no fim do mês garimpo na internet um gibi das antigas como esse. As vezes penso em comentar com o próprio Mauricio em seu Twitter, o que acham?

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