sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Turma da Mônica Nº 40 - Ed. Panini - 2018


Nas bancas a revista 'Turma da Mônica Nº 40' da Editora Panini com a estreia da "Liga dos Pets", liderada pelo Bidu e com outros bichos da turminha. Nessa postagem mostro uma resenha desse gibi.

Lançada em agosto de 2018, custando R$ 5,00, com formato canoa e 68 páginas e com 7 histórias no total, incluindo a tirinha final, 'Turma da Mônica Nº 40' marca a estreia da "Liga dos Pets" nos gibis. Liderada por Bidu e com Floquinho, Chovinista, Mingau e Monicão como integrantes, os bichos de estimação do Franjinha, Cebolinha, Cascão, Magali e Mônica, respectivamente. Prometem ser uma espécie de "Vingadores" para ajudarem os seus donos em perigo, sendo acionados pela Dona Pedra com um botão de alarme dentro dela ns missões que têm que cumprir.

Cada um com habilidades especiais como Floquinho sendo o mestre dos disfarces e responsável pelos equipamentos, Chovinista mestre em Porco Fu e faxina extrema, Mingau com agilidade, visão noturna e garras de "vovoverine" e o Monicão simplesmente por estar lá. Agora parece sair série de histórias com essa "Liga dos Pets" de vez em quando nos gibis. Isso teve até destaque no site Omelete, que mostra notícias de histórias em quadrinhos e cultura pop, o que se torna então algo importante.

A MSP gosta de reunir um grupo de personagens para formar uma equipe. Já fizeram a S.U.J.O.C.A. (Sociedade Unida da Junta Opositora Contra o Cascão e Amiguinhos), formada por Capitão Feio, Doutor Olimpo, as gêmeas Cremilda e Clotilde, Doutor Spam e Cúmulus, os vilões que querem da r banho no Cascão. E agora resolveram fazer algo semelhante com a "Liga dos Pets" reunindo os bichos da Turma da Mônica como heróis.

Frontispício da edição

Na história com 20 páginas no total e escrita por João Xavier, o Capitão Feio finalmente consegue vencer e capturar a Turma da Mônica e ele leva a turma até o seu esconderijo no esgoto. Bidu acaba vendo tudo escondido e aciona o alarme com a Dona Pedra e chama a "Liga dos Pets para cumprir a missão de salvar os seus donos do Capitão Feio. 

Apesar de serem bichos e estarem interagindo entre si, apenas Bidu e Mingau é que tem falas na história. Chovinista, Floquinho e Monicão não falam, seguindo o estilo que nas suas histórias não costumam falar. Já na frente do Capitão Feio ninguém falou. Tudo indica que em futuras histórias com eles, será incorporada á equipe o Ximbuca, o cachorro do Xaveco, de acordo como deu para entender no final. Bugu teve uma participação rápida e legal que ele foi chutado pelo Bidu dessa vez, coisa rara atualmente.

Trecho da HQ "A Liga dos Pets"

O que achei interessante foi Capitão Feio contracenar a maior parte do tempo com outros personagens sem ser Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali, embora eles apareçam na história e os bichos são deles e pertencem ao núcleo da Turma da Mônica. Fugiu um pouco da mesmice, mas ainda assim seria legal que tivesse histórias do Capitão Feio contracenando com outros núcleos de personagens para fugir da mesmice.

Por exemplo, podia ter história do Capitão Feio invadindo o sítio do Chico Bento para poluir tudo lá, ou então poluir a selva da Turma da Mata ou do Papa-Capim, ou quem sabe ele querer conquistar outro planeta e o Astronauta ter que enfrentá-lo para impedir, entre outros, e tudo sem presença dos personagens da Turma da Mônica. Fica sempre as mesmas histórias, isso quando Capitão Feio não aparece junto com a S.U.J.O.C.A. e fica cansativo assim.

Trecho da HQ "A Liga dos Pets"

Outra coisa diferente é que nesse título "Turma da Mônica" não apareceu dessa vez um dos personagens da Turma da Mônica. Em todas as capas sempre aparecem Mônica, Cebolinha, Cascão ou Magali, com foco das histórias com eles, principalmente Mônica, e dessa vez ficou diferente. Sempre achei que essa revista "Turma da Mônica" deveria ter histórias de abertura também de outros personagens secundários e não só da Turma da Mônica. Podiam ter histórias de abertura com Tina, Penadinho, Papa-Capim, Piteco, etc, e sem presença da Turma da Mônica como crossover, mas insistem colocar foco só com eles e, no máximo, com foco com alguns amigos deles como Franjinha, Anjinho, Marina, Xaveco, etc.

Trecho da HQ "A Liga dos Pets"

Já o resto do gibi seguiu o normal para os padrões atuais que vem acontecendo, com mais foco com os personagens da Turma da Mônica mesmo. Histórias com secundários foram só 2 com a Turma da Mata e a tirinha final com Zé Vampir e Cranicola. Os traços feios praticamente no gibi todo, os melhores desenhos foram da segunda história da Turma da Mata com arte-final de Kazuo Yamassaki, que é o único que faz os desenhos ficarem bons ultimamente. Os traços da história de abertura aceitável também. 

De destaque, a história "A aprendiz de Mônica" em que o Cebolinha, que estranha a Maria Cebolinha com a roupa da Mônica e o armário também só com roupas da Mônica e fica pensando várias coisas a respeito como ele ter influenciado a irmã a ficar igual à Mônica e também a história "Repitam isso em casa, crianças!" com Franjinha ensinando para o Cebolinha como faz um submarino com uma garrafa pet cheia de água, tampa de caneta emassa de modelar. A segunda história da Turma da Mata, "Os animais", também educativa mostrando o que fazemos animais da floresta.

Trecho da HQ "Repitam isso em casa, crianças!"

E a história de encerramento foi "Celebridades", bem longa com 16 paginas em que Cebolinha cria um "Instagrão" (Instagran), revela para o Cascão que eles são personagens de histórias em quadrinhos e pretende fazer um plano infalível contra a Mônica trazendo o Rúbio Reiter do mundo real para o mundo dos quadrinhos com o lápis mágico da Marina para dar lição na Mônica. Só que o Rúbio leva muito a sério achando que os personagens ensinam coisa errada para as crianças por causa das suas personalidades e pretende destruir a Turma da Mônica por causa disso.  Os traços dessa história horrorosos, por sinal, tudo sem vida, o que desanima nos  gibis novos vendo isso.

Trecho da HQ "Celebridades"

Como pode ver um gibi normal para os padrões atuais, nada muito diferente do que vem acontecendo, procurando dar mais ênfase a ensinar coisas didáticas e dar bom exemplo. O diferencial mesmo foi a história de abertura com a "Liga dos Pets" que vão se reunir outras vezes para cumprirem missões e foi o que me incentivou a comprar. Apesar de não ter nada de mais, foi mais por ser a estreia deles e do Capitão Feio não contracenar o tempo todo com os 4 personagens principais. E até que não foi ruim a ideia de reunir os bichos da turma em uma história, fica sendo diferente.  Já os demais gibis de agosto de 2018 não vi nada de mais e não comprei. Fica a dica. 

domingo, 26 de agosto de 2018

Uma história do Horácio com Lucinda

Mostro nessa postagem uma história do Horácio mais voltada para o humor, publicada em 'Cebolinha Nº 15' (Ed. Globo, 1988). 

Nela, a Lucinda pensa que o Horácio se aproximou dela ao lado da pedra que estava para se declarar, só que estava com vergonha, sem coragem para falar algo. Horácio se encosta nas costas dela, que fica emocionada, achando tudo romântico e que iria se desencalhar. Ele demora um tempão parado nas costas da Lucinda, mas no final, é revelado que ele estava parado porque estava dormindo o tempo todo e não era nada para declarar seu amor a ela.

Nas histórias do Horácio, a Lucinda sempre gostou dele, sendo que tinham vezes que ele gostava da Lucinda, só não tinha coragem de se aproximar dela e em outras não queria saber de envolvimento amoroso com ela, precisando Lucinda se aproximar e fazer insinuações que gostava dele ou até fazer planos infalíveis para conquistá-lo. Era de acordo com a inspiração do Mauricio de Sousa. De qualquer forma, eles nunca conseguiram namorar por esses imprevistos.

Os traços desse tabloide ficaram bons, seguindo o estilo dos anos 80, destaque para a noite no último quadrinho, sempre era bacana a noite retratada assim. A seguir mostro a história na íntegra.


sábado, 18 de agosto de 2018

Chico Bento: HQ "Isto é uma piscina!"

Nessa postagem mostro uma história de quando o Chico Bento foi com o seu Primo Zeca a um clube com uma piscina na cidade  pela primeira vez. Com 8 páginas no total, foi história de abertura publicada em 'Chico Bento Nº 70' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Chico Bento Nº 70' (Ed. Abril, 1985)

Começa com o primo Zeca apresentando para o Chico a piscina do clube, que estava lotada de gente lá, tanto dentro quanto fora da piscina. Chico se impressiona e pergunta ao Zeca que era aquele o lugar que o pessoal da cidade vão nadar e então Zeca pergunta se Chico está com inveja.


Chico se abana dizendo "Ô" com desdém, afinal na roça ele tinha o ribeirão que era bem melhor na visão dele. Zeca diz que vai levar o primo toda vez que for visitá-lo. Zeca entra na piscina, falando que a água tá uma delícia e Chico vai até lá. Ele caminha e comenta que já devia está na tal piscina, aí quando vai ver, eles estava pisando a cabeça do pessoal que estava nadando lá e eles xingam o Chico com palavrões de tanta raiva que ficaram.


Chico sai da piscina e depois Zeca lá dentro fala para ele ir logo lá. Chico então tira o calção e fica pelado na frente de todo mundo. Zeca sai desesperado da piscina, falando que o Chico está doido e colocar logo a calça. Chico, na sua inocência, diz que no rio ele nada pelado e Zeca diz que lá não é um rio, e, sim, uma piscina e ele tinha que nadar de roupa. Nesse momento, Chico vê uma mulher com um mini biquíni com quase tudo de fora, e pergunta se o primo tem certeza disso.

Em seguida, Zeca entra na piscina e logo em seguida o pessoal do clube entra também passando a vez do Chico. Ele, então, resolve pegar uma vara de pescar e passa a pescar cada pessoa da piscina uma a uma e aí sim quando tira todo mundo, ele vai nadar, falando que chega de pescaria por hoje. Lá, na piscina, ele até que acha gostoso nadar lá, até que uma menina gorda cai em cima dele e quase se afoga. Zeca está na beira da piscina, quando o Chico surge agitado, gritando que está chovendo gente em cima dele, acabou de cair uma gordona na cabeça dele e Zeca avisa que ele não tinha que ficar embaixo do trampolim.


Chico vai até o trampolim para saber como era essa novidade. Chegando lá no topo, acha alto demais, fica assustado e pretende voltar, mas já tinha muita gente atrás dele querendo pular no trampolim e o jeito era ele pular para não dar vexame. Ele lembra do salto que um homem fez ao ver o trampolim lá de baixo e resolve fazer o mesmo, mas o pé acaba encostando na ponta do trampolim e acaba o Chico subindo e vai parar em cima de um salva-vidas. Então, Chico deduz que um salva-vidas serve para quando despencar do trampolim para cair em cima dele. O salva-vidas fica uma fera e xinga o Chico com palavrões e Chico reclama que não entende o motivo do salva-vidas estar brabo se aquilo era o trabalho dele e se não gosta não devia estar lá.


Zeca tira o Chico de lá e chama para tomar sol e ficarem bronzeados nas cadeiras do clube. Chico diz que na próxima vai levar a rede da roça porque o povo da cidade não sabem de nada. Eles ficam 1 hora debaixo do Sol e então Zeca acha que está forte e resolve ir para sombra e pergunta para o Chico se ainda vai ficar lá no Sol. Chico diz que o pessoal da cidade não é de nada, que ele está acostumado a pegar Sol e que para ele o Solzinho era mixuruca e então continua lá se bronzeando cada vez mais. No final , Chico volta para a roça e quando o ônibus desembarca, Zé Lelé fica feliz com a volta e resolve abraçá-lo. Zé Lelé comenta que o passeio fez bem ao Chico, por ele está animadinho, sendo que na verdade, ele teve insolação e tava todo queimado com corpo ardendo e arrependido de não ter ouvido o primo e sair do Sol naquela hora.


Uma história muito engraçada com o Chico vendo uma piscina pela primeira vez, causando várias confusões lá. Gostava dessas histórias do Chico na cidade, descobrindo como era os costumes da cidade pela primeira vez e esse contraste da roça com a cidade era muito bom. Uma simples visita a um clube, como ele pôde arrumar tanta confusão. É de rachar de rir vendo o Chico tirando a roupa como se fosse o ribeirão da roça, pescar as pessoas pra nadar sozinho, pular de trampolim, entre outros. tudo na inocência e do seu jeito espontâneo de ser, agindo como se fosse uma coisa mais natural possível, mas na visão dos outros ele se passa por lerdo e retardado.

Deu para notar várias situações isoladas, de coisas que podiam fazer em um clube e que com o Chico causa confusão. Essa foi uma das primeiras histórias desse estilo do Chico na cidade com o primo, agindo como um lerdo que não conhecia nada. Na Globo ficou mais frequentes histórias assim e muitas delas antológicas e agora na Editora Panini não fazem mais histórias assim, só aparecendo o Zeca na roça.


Tem várias situações incorretas que se tornam impublicável hoje em dia, como o Chico Bento pelado no clube, os palavrões, a visão dos seios e corpo da mulher em destaque, Chico chamar a menina de "gordona" dando um ar preconceituoso, Chico e Zeca ficarem 1 hora no Sol direto sem protetor solar e ainda o Chico ter ainda mais ficado mais tempo ainda sofrendo com insolação e pele ardendo por isso no final. Apesar da lição no final de que não deve ficar exposto ao Sol forte por muito tempo, mas ainda assim hoje em dia não é bem visto finais com personagens sofrendo.


Os traços muito bons do início da fase consagrada, e dessa vez com os cabelos dos personagens com brilho azul ao invés de brilho branco. É que nos gibis de 1985 era característico colocarem os personagem com cabelo com brilho azul. As imagens eu tirei do 'Almanaque do Chico Bento Nº 33' (Ed. Globo, 1996) e eles preservaram isso, só que os tons de cores por ser uma história da Editora Abril, eles colocaram os tons de cores iguais aos dos gibis convencionais da época, por isso o tom de marrom por exemplo, bem escuros, como estavam saindo, como uma espécie de luto à morte da roteirista Rosana Munhoz, que havia falecido meses antes. 


O título dessa vez formado pela fala do Zeca, coisa muito comum de ter títulos com as falas dos personagens na época. Alguns quadrinhos apareceram 3 ou 4 quadros por linha, diferente do convencional, hoje em dia colocariam tudo no formato padrão como alternativa da história de ocupar mais páginas no gibi. Termino com a capa do 'Almanaque do Chico Bento Nº 33' onde foi republicada:

Capa de 'Almanaque do Chico Bento Nº 33' (Ed. Globo, 1996)

domingo, 12 de agosto de 2018

Capa da Semana: Magali Nº 83

Em homenagem ao Dias dos Pais, uma capa com a Magali em uma pescaria com o seu pai, Seu Carlito, em que cada peixe que ele pescava, a Magali comia em seguida, não sobrando nenhum peixe depois que eles pescaram. 

Magali chegou a ficar barrigudas de tanto peixe que comeu. Embora, ela come, come e não engorda, mas deixaram barriguda dessa vez pra dar esse sentido que comeu vários peixes na pescaria. O Seu Carlito tinha hobby de pescaria e um sítio no interior para passar com a família e isso era explorado nos gibis de vez em quando e era bom essa característica para diferenciar dos outros personagens,

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 83' (Ed. Globo, Agosto/ 1992).


quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Papa-Capim e Cafuné: HQ "A coragem do guerreiro"


Mostro uma história em que o Cafuné foi em uma mata selvagem perigosa para encontrar a sua coragem. Com 8 páginas no total, foi publicada em 'Mônica Nº 94' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Mônica Nº 94' (Ed. Globo, 1994)

Nela, um grupo de índios chama o Papa-Capim para caçar na selva. Papa-Capim chama o Cafuné, que estava sentado em uma frente da árvore, e o índio fala que era só para o Papa-Capim ir porque o Cafuné é um medrosão.


Papa-Capim pergunta para o Cafuné se vai continuar ouvindo desaforo e ele diz que não e pega um pouco do arbusto e põe nos ouvidos para não ouvir e continua relaxado. Os índios dão gargalhada da atitude dele e vão embora, falando que se o Papa-Capim quiser ir caçar, ele alcança. Papa-Capim quer saber por que o Cafuné não se defendeu e ele diz que os índios têm razão, ele é medroso, não pode nem ver besouro, quanto mais cobra ou jacaré. Com isso, Papa-Capim leva o amigo até o Pajé para ver se dar um jeito nisso.


Chegando lá, o Pajé diz que não tem nenhuma poção para deixar o Cafuné corajoso e completa que ele tem coragem sim e os levam até a mata cerrada. Lá, Pajé fala que a coragem do Cafuné está em um poço no meio das pedras da mata cerrada e ele teria que ir lá buscar. Cafuné não entende como foi perder a coragem na mata se ele nunca esteve lá. Pajé diz que isso não importa e tudo o que tem que fazer é ir lá e tinha que ser sozinho, sem ajuda do Papa-Capim, o que deixa Cafuné mais aflito ainda.


Papa-Capim incentiva o amigo, perguntando se não quer encontrar sua coragem e ser respeitado pelos outros índios. Cafuné, então, aceitar ir mata adentro em busca da sua coragem. No caminho, fica assustado co  a escuridão da mata e quando encontra uma teia de aranha, fica desesperado e começa a correr, mas quando lembra dos índios o chamando de medrosão e o Pajé avisando que a coragem está no fundo do poço, ele volta atrás e passa por cima da teia da aranha, falando que precisa passar.


Em seguida, Cafuné se depara com uma cobra e enfrenta para encontrar logo a coragem. Também enfrenta uma pantera dando um golpe marcial jogando contra a árvore, até que encontra o poço onde está a sua coragem. Ele vê que é bem fundo e escuro, mas escala assim mesmo, falando que não tem tempo de ter medo e já está bem perto de encontrar a coragem. Acaba pisando em um galho no meio das pedras, que se quebra e ele acaba caindo no fundo poço. Lá, Cafuné procura a coragem no meio das pedras  e acaba de se dando conta que foi tapeado, pois não tinha coragem nenhuma lá e fica muito brabo.


Depois, do lado de fora da mata, Papa-Capim comenta que está preocupado com o Cafuné, quando ele chega e dá a maior bronca que foi enganado pelo Pajé, quase se matou lá dentro da mata e no fundo do poço e não tinha coragem nenhuma lá. O Pajé fala que não o enganou, pergunta se não enfrentou vários perigos e que teve que tomar várias decisões sozinho. Cafuné diz que sim e Pajé então responde que ele venceu o medo e encontrou a coragem dele e.com isso, Cafuné e Papa-Capim comemoram.

No final, Papa-Capim convida o Cafuné para caçar com os outros índios, enfrentar muitos perigos, jacaré, piranhas e onças e aí o Cafuné imagina tudo isso e volta a ter medo, falando que prefere não ir e vai descansar debaixo da árvore. Papa-Capim estranha porque o amigo havia encontrado a coragem no fundo do poço e Cafuné diz que tinha, mas que quando subiu o poço de volta, a coragem escorregou para baixo de novo.


Uma história muito bem bolada, mostrando um Cafuné medroso e o Papa-Capim e o Pajé procurando ajudá-lo, e, com isso, o Pajé bolou um plano para ele conseguir acabar com os seus medos. O Cafuné enfrentou vários perigos na mata pensando em buscar a sua coragem. Interessante que, por ele ser ingênuo, tratou como se fosse um objeto, uma coisa personificada e se sentiu que foi tapeado ao não ver nada concreto no fundo do poço.


Quando os personagens estão com medo, são capazes de tudo, as coisas mais absurdas e nessa história a vontade do Cafuné de encontrar a coragem, enfrentou os perigos sem notar. Seria o mesmo que se fosse o Cascão enfrentar a Mônica para escapar do banho, que ele era capaz de ser mais forte que a Mônica para escapar de tomar banho. Hoje em dia, seria incorreto a parte do Cafuné dando surra nos animais, pois seria taxado como maltrato aos animais.


Os traços muito bem caprichados, tanto dos personagens quanto da selva, que dão gosto de ver. Era raro ter histórias da Turma do Papa-Capim em gibis da Mônica e Cebolinha, mas quando tinha costumavam ser mais elaboradas e com mais páginas do que nos gibis do Chico Bento, onde é que realmente tinha histórias com o Papa-Capim. É que como os gibis do Chico tinham só 36 páginas, aí era mais comum ter histórias mais curtas de no máximo 5 páginas, quando muito 6. O mesmo acontecia com histórias do Penadinho e Bidu nos gibis do Cascão, já que eles eram os personagens secundários dos gibis do Cascão.

domingo, 5 de agosto de 2018

Magali: HQ "A escrava"

Mostro uma história em que a Magali sem querer salvou a Terra de ser escravizada por extraterrestres. Com 6 páginas no total, foi publicada em 'Magali Nº 6' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Magali Nº 6' (Ed. Globo, 1989)

Nela, 2 extraterrestres estão a caminho de um planeta azul à procura de um povo calmo, submisso e trabalhador para que sejam escravos no planeta deles. Logo é descoberto que eles estão indo a Terra para transformar todos em escravos. 



Chegando lá, eles lançam um raio transportador pra levar até à nave deles e um habitante aleatório. É mostrado uma visão dos habitantes da Terra e o narrador-observador comenta que a Terra tem 5 bilhões de habitantes e teria que ter muita sorte ou azar para ser atingido pelo raio dos extraterrestres. O raio acaba conduzindo a Magali até à nava deles. Ela não entende porque está subindo e para onde está sendo levada, quer ir para sorveteria e pede socorro.


Magali chega à nave e os Extraterrestres fazem análise do seu porte. Eles veem que ela é um filhote, sexo feminino, 6 anos de idade, boa massa encefálica, dotada de raciocínio, boa dentição e boa saúde. Não gostam que tenha só 2braços, mas alegam que os cientistas podem resolver. Magali não entende o papo e pergunta quem são eles e um ET diz que não é permitido escravo falar com os seus senhores. 

Magali os chamam de malucos e um deles diz que eles têm que resolver esse gênio indolente e um bom trabalho de condicionamento resolve isso. Os alienígenas levam a Magali para uma cápsula para testar a resistência dela. Magali resiste bem ao calor, ao frio e à umidade e eles concluem que os terráqueos têm boa capacidade de adaptação e darão bons escravos.


Em seguida, o estômago da Magali ronca alto e ela diz que está faminta por não ter ainda comido nada na historinha e eles acham que é uma ótima oportunidade para estudarem a alimentação dos seres da Terra. Um ET avisa que uma cápsula do pote de vidro gigante deles equivale a uma refeição. Magali corre em direção dele e toma todas as pílulas do vidro de uma só vez. Não fica satisfeita e corre pela nave atrás dos outros potes de pílulas. Os extraterrestres ficam desesperados com a Magali acabando com a dispensa deles e acabam tomando o pote da mão dela e ficam correndo pela nave para ela não pegar.


No final, os alienígenas devolvem a Magali para a Terra concluindo que não daria para manter escravos que se alimentam daquele jeito porque comeriam mais do que produziriam e eles saem da Terra com a nave à procura de outros seres para escravizar. Magali fica braba porque agora a historinha estava boa e aí acaba. Não satisfeita, ela vai para casa e pergunta mãe se demora muito para o almoço ficar pronto. Ou sejam as pílulas não foram suficientes para saciar a fome e precisa comer mais.


História bem legal, mostrando como extraterrestres queriam escravizar os humanos, dava tudo certo se não escolhessem a Magali com sua fome exagerada para fazer os testes. Eles pensavam que todos os humanos comiam do jeito que ela comia e desistiram de escravizar a Terra. Bastava fazerem testes com outras pessoas e veriam que nem todos tem a fome dela. Por outro lado, também poderiam ver que nem todos tem a saúde e a resistência da Magali, como eles desejavam. Cada um tem seu organismo.

Gostava de histórias com alienígenas, sempre rendiam boas aventuras e os personagens salvavam a Terra de acordo com a sua personalidade. Nessa, a gula da Magali que ajudou. Engraçado ver a Magali comendo todo o estoque de pílulas deles e ainda assim não ficando satisfeita. Ela comeu o suficiente pra alimentar boa parte da população da Terra e ainda queria mais. Falando em população, interessante ver que em 1989 a Terra tinha 5 milhões de habitantes, hoje em dia já somos mais de 7 bilhões. Além disso, o letrista errou ao colocar "milhões", devia colocar "bilhões". Apenas um ET que teve o seu nome divulgado, o Gorat da esquerda.


Os traços muito bons como sempre na época.  Interessante o narrador falar a palavra "azar" tranquilamente e hoje em dia ia ter alteração nisso, mudando para "má sorte" ou "falta de sorte" para atender o politicamente correto.