domingo, 30 de abril de 2017

Magali Nº 53 - Editora Globo


Em junho de 1991 chegava nas bancas o gibi 'Magali Nº 53'. Nessa postagem faço uma resenha de como foi esse gibi.

Tem uma capa muito caprichada com a Magali escalando uma montanha na intenção de pegar o ovo que a urubu estava chocando para fazer ovo frito. O gibi teve 6 histórias no total, incluindo a tirinha final. Como histórias de secundários nessa edição foram com Dudu e Mingau, como era a particularidade nos gibis quinzenais da Magali. A do Dudu teve participação da Magali e na do Mingau, não.

Abre com a história "Magali e o saco sem fundo",de 13 páginas. Nela, Magali faz malcriação no supermercado quando pede um saco de bala para a sua mãe, Dona Lili, após ela ter enchido o carrinho com tudo no mercado. Uma senhora ouve a malcriação e fala para Magali que se continuar assim, o homem-do-saco vai levá-la, junto com todas as outras crianças malcriadas. O saco é sem fundo e as crianças não saem nunca mais de lá. Magali não acredita na história e depois que Magali vai embora com a mãe, a senhora, que na verdade é uma bruxa, sai voando pela janela para contar tudo para o seu primo Fredregunço, o homem-do-saco.

Trecho da HQ "Magali e o saco sem fundo"

Depois, Magali comenta com a Mônica na rua que a mãe não deixou levar umas balas do mercado, fez birra lá e não adiantou. Mônica imagina que ela já tinha comprado o mercado inteiro e fala que devia ser mais obediente com a mãe, assim como ela é com seus pais. Nessa hora, aparece o Fredregunço e pergunta qual delas é a Magali. Ela se apresenta e ele taca o saco em cima dela para colocá-la dentro. Mônica exige que solte a amiga e o homem-do-saco pergunta se ela é a Mônica de Sousa. e acaba carregando também por ter desobedecido o pai por ter assistido televisão até tarde.

Dentro do saco, as duas encontram todas as crianças malcriadas do mundo que o homem-do-saco tinham levado, comandadas por  Pedrinho Faisasartes, que havia posto fogo nas cortinas de casa e ainda fica surpreso quando descobre o motivo delas estarem lá dentro, achando o homem-do-saco cada vez mais exigente. Ele diz que ninguém sai mais do saco depois que entra e ficam brincando o tempo todo, inventando jogos para passar o tempo. Eles brincam juntos, até que Cebolinha e Cascão entram no saco também. Cebolinha por não ter arrumado o quarto que a mãe pediu e Cascão por ter jogado futebol na sala sem a mãe saber.

Trecho da HQ "Magali e o saco sem fundo"

Depois dos meninos descobrirem sobre a história do homem-do-saco e que não vão mais sair de lá, as crianças brincam para valer, mas quando lembram que vão ficar lá para sempre ficam emocionados de que nunca mais vão ver os pais e dariam tudo para voltar para casa. Nessa hora, desperta a fome incontrolável na Magali por ter ficado horas sem comer e ainda fica mais desesperada por saber que não tem nem pirulito e sorvete lá. Ela fica nervosa demais, socando tudo que encontra e o Cascão suando muito de nervoso, faz com que a Magali encontra o fundo do saco e consegue rasgar com o braço e libertar todas as crianças de lá.

No final, o Fredregunço fica inconformado que o saco mágico ficou inutilizado e ver se arruma uma nova profissão, quem sabe como ajudante de Papai Noel especializado em saco. As crianças voltam para suas casas e prometem não fazer mais artes e fazerem o que os pais mandaram antes de entrarem no saco. Mônica vai ver a Magali na casa dela e a vê comendo muito para compensar o tempo que ficou sem comida e a Mônica comenta que a Magali que é o verdadeiro saco sem fundo, se referindo ao estômago da amiga que nunca fica saciada.

Trecho da HQ "Magali e o saco sem fundo"

Essa história é muito boa, um clássico da Magali, que faz alusão à lenda do homem-do-saco que carregam crianças desobedientes. Tudo indica que foi roteiro de Rosana Munhoz, por se tratar de fábula, magia, e sem contar que saíam muitos histórias da Magali dela na época. Os traços excelentes, com direito à curva nos olhos dos personagens com raiva ou só um um risco nos olhos quando estavam emocionados demais e interessante ver fundo preto em quase toda a história, o que é raro nos gibis da MSP, só quando retrata escuridão total como foi nessa. Até capas de fundo preto era bem raro.

Trecho da HQ "Magali e o saco sem fundo"

Em seguida vem "Dudu Comilão", de 3 páginas. Nela, Dona Cecília, mãe do Dudu serve o almoço para o filho e diz que vai ficar uma semana sem assistir televisão se não comer tudo. Ela sai e ele come tudo bem rápido e pede mais. Dona Cecília fica feliz e serve outro prato e ele come tudo de novo e por mais uma vez. na quarta vez, a comida acaba e Dudu reclama que logo hoje que estava com fome de leão. Debaixo da mesa, Magali diz que não tem problema porque já estava satisfeita, entregando, assim, o plano infalível do Dudu. Dona Cecília o deixa de castigo e ele vai na janela e comenta com o Cebolinha que o plano dele não deu certo, ao ver o Cebolinha e Cascão surrados pela Mônica. 

História do tipo de outros personagens criarem seus planos infalíveis sem ser o Cebolinha, mas sempre se dando mal no final, a seu modo. Magali que exerceu a função do Cascão de estragar o plano do Dudu. De certa forma, a ideia central não deixa de ser semelhante à história "Aluguel de barriga", que Magali também ficou embaixo da mesa pra comer o almoço do Dudu, que sairia 3 edições depois, em 'Magali Nº 56', de 1991.

Trecho da HQ "Dudu Comilão"

"Só um pouquinho", história muda de 2 páginas, com Magali dando um pouco de pipoca para os bichos que encontra na rua. Ela dá pipoca pra passarinhos, gato, cachorros e vai ao zoológico para não ficar sem a pipoca, já que lá não pode alimentar os animais. A seguir, a história completa:

HQ "Só um poquinho"

Em "Come-come", de 3  páginas, Magali joga com seus amigos jogos que lembram comer peças adversárias. Com o Dudu ela joga damas, com a Mônica videogame Come-Come e Franjinha, xadrez. Com todos, Magali come tudo, uma especialista em comer peças e seus amigos ficam até assustados com a sua façanha. Quando chega em casa, Dona Lili diz pra filha que o almoço vai ser servido e ela diz que não vai comer porque está com sensação de estar satisfeita, já que "comeu" várias peças dos jogos. Só assim para ela ficar empanturrada sem comer nada real.

Trecho da HQ "Come-Come"

O gibi termina com "A travessia", uma história do Mingau de 7 páginas, em que ele vê um prato de peixe esfriando na janela enquanto está passeando na rua e deseja ir até lá para pegar o peixe, mas não conta que tinha um cachorro grande e brabo tomando conta da casa. O cachorro não deixa pegar o peixe e avança nele e ai Mingau passa a fazer várias tentativas para conseguir. 

Trecho da HQ "A travessia"

Primeiro tenta fazer acordo com o cachorro para pegar o peixe e repartir com os 2. O cachorro não aceita e ainda tenta bater no Mingau com um osso gigante. Depois, Mingau se equilibra no varal de roupa até tentar chegar na janela e ainda dá um "adeuzinho" para o cachorro enquanto faz a travessia pelo varal, dizendo que ele é mais esperto. O varal arrebenta, Mingau cai, o cachorro ataca e Mingau sai em disparada. 

Depois, Mingau tenta pegar o peixe fazendo um salto de vara, mas quando chega na janela, a dona da casa fecha e Mingau bate de cara na janela e ainda é atacado de novo pelo cachorro. No final, Mingau vai para casa tomar seu leite e impede de um rato pegar um queijo que estava na mesa, fazendo a mesma coisa que o cachorro fez com ele.

Trecho da HQ "A travessia"

História muito bacana, lembra muito desenhos animados como Tom & Jerry, Pica-Pau, Pernalonga, etc. Gostava de histórias assim do Mingau na rua, contracenando com seus amigos gatos ou cachorros valentões. Hoje em dia, colocariam o Rúfius no lugar desse cachorro valentão. Em vez de criarem um cachorro diferente para cada história, como era na época, passaram agora a padronizar só o Rúfius com essa função de cachorro mais brabo da rua. Traços sensacionais, adorava o Mingau desenhado assim desse jeito.

Trecho da HQ "A travessia"

Na tirinha final, Cebolinha diz que tem uma surpresa para a Magali que está na sua mão fechada. A intenção era ela adivinhar o que era antes, mas avança na mão para comer, sem nem saber o que era, se era algo pra comer mesmo. Muito engraçada.

Tirinha da edição

Como podem ver um gibi muito legal, bem característico como era os gibis da Magali na época. Sempre com foco à característica da Magali de sua fome exagerada e pensar em comida o tempo inteiro. E histórias do Dudu e Mingau como secundários fixos se tornava mais legal os gibis dela. Os traços de todas as histórias muito bons, principalmente as de abertura e do Mingau. Vale a pena ter esse gibi na coleção.

32 comentários:

  1. Mais 3 edições da coleção histórica e viria esse gibi...

    #voltacoleçãohistórica!

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    1. Pois é, por pouco não saiu esse gibi na CHTM. Magali em 91 tava boa demais.

      Mas CHTM não volta mais, foi um ciclo que cumpriu o seu objetivo e já tinha dado o que falar, pelas palavras do Mauricio.

      Copio aqui as possibilidades de terem acabado, que coloquei no último post da coleção. Creio, inclusive, que tudo por todos ao mesmo tempo.

      > Crise do país que afeta o mercado de quadrinhos. Vários outros títulos da MSP foram cancelados e até outros gibis fora da MSP, como Luluzinha e Bolinha e então a CHTM foi mais uma de tantos cancelamentos;
      > Poucas vendas, já que quem compra mesmo é o público adulto;
      > O pessoal compara a alta qualidade das histórias antigas e desiste de comprar os gibis novos, desiludido com a fase atual;
      > Muitas cenas incorretas que mesmo avisando nos comentários que hoje em dia não fazem mais histórias daquele jeito e sendo uma publicação mais voltada aos adultos, há crianças que compram e leem e mães reclamam de tanta coisa incorreta;
      > Querem criar outro formato de republicações mais lucrativo, como versão digital ou aplicativo de celular ou encadernados de luxo, visto que a CHTM até que é não é cara, custando R$ 19,90 por 5 gibis, fora o custo da caixa dos boxes e não sofreu reajuste desde que foi lançada em 2007.

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    2. Pois é. Em geral as revistas da Magali eram boas demais. Lembro com carinho de ler as revistas dela e do Cascão nos anos 90(possivelmente por ser mais em conta eram mais acessíveis rsrs). Também acho pouco provável que volte a coleção histórica. Acredito que todos esses motivos citados Marcos. Certamente quem lê aquelas se espanta com a decadência das atuais. Fora que se um dia fizerem algo parecido, é certo que vão querer ganhar muito mais dinheiro com isso.

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    3. Claro, quando comparam os gibis, a diferença é enorme.

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  2. Dá vontade de enfiar a mão na tela e pegar esse gibi... Aí você para e pergunta ''por que a MSP foi pro buraco".Isso decepcionou os fãs antigos...Ah eu li o gibi da monica desse ano...só posso dizer Vergonha alheia💔

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    1. A qualidade caiu muito, infelizmente. Nesse ano não comprei nenhum gibi novo, os últimos que comprei foram os nada especiais Cascão e Chico 700.

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  3. Os primeiros gibis da Magali eram bons mesmo, cada história boa e memorável, estas envolvendo comidas, contos de fadas, gatos, etc. Uma que eu gosto muito é a que a Magali leva 6 gatos que ela achou na rua para casa. A cara dos pais dela foi hilário. kkkkkk

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    1. Eram muito bons os gibis da Magali. Essa ai dos gatos que ela pegou na rua gosto bastante, engraçada. È de Magali nº 113, de 1993.

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    2. Alias, uma das coisas que eu mais gosto nos gibis da Magali é o pai dela maluco com o Mingau.kkkkkkkkkkk

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    3. A alergia dele com o Mingau, espirrando toda hora era muito bom. Embora algumas vezes o pai fazia muita maldade com o Mingau.

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  4. Parece que a primeira foi republicada na Panini em Almanaque temático da Magali de Fábulas. Na Globo também havia sido republicada em Coleção um Tema Só nº 39 - Magali Fábulas.

    Infelizmente tá decadente em tudo, seja roteiro e traços digitais. Parece que fazem gibis ainda só por obrigação. Estão voltados só pra criancinhas que estão aprendendo a ler, no máximo 8 anos de idade. Nem crianças maiores de 10, 11 anos devem se interessar por gibis. Vc tá certo, depois de um tempo com essas crianças sem hábito de leitura depois que crescem não vão passar a cultura par aos filhos e ai acabam os gibis. Uma pena.

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  5. excelente gibi,saudades de pegar um gibi tao bem feito como esse

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  6. mas a primeira hq foi sensacional,infelizmente personagens como o homem do saco e o bicho papao nao aparecem mais

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    1. Muito bom esse gibi, sem dúvida. Não aparecem mesmo, ia traumatizar as crianças na visão deles.

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  7. Ola pessoal passei aqui pra convidalos a acessar o blog
    http://guiaturmadamonica.atspace.tv/ estamos atualmente com quase 2.200 gibis da turma para download, somos colaboradores e todo mundo ajuda, quem quiser ajudar só acessar.

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  8. Olá Marcos ontem saí ganhando!! Consegui 10 gibis da magali da globo por 12 reais, e os almanaques normais da panini e globo de lá custam 15, e pior que um dia eu vi um almanaque da mônica panini número 1 por 20 reais. ABSURDO!! E tem alguns da abril lá que custa um mesmo preço de um almanque normal.
    Sobre o gibi, deve ser bem legal o gibi, esse ai infelizmente não veio com os 10... Mas acho que vou conseguir achar e comprar, algumas capas acho que até vc já mostrou no blog...

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    1. Muito bom, um preço bom esses da Magali. O almanaque da Mônica 1 da panini deve ser porque viram nº 1 e pensam que é valioso, sem ter se importado com editora e tempo decorrido.

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  9. Marcos eu sempre vejo algumas insatisfações sobre as histórias atuais. Tudo bem que tem algumas que são de doer, mas tem outras muito boas. Mês de março, no gibi do Cascão, teve a história "ilha dos porcos", eu achei muito engraçada e ri muito. O do mês de abril "apenas palavras" também achei ótima. A magali de fevereiro com a sátira do masterchef foi boa também. Algumas edições ainda estão na pilha pra ler, por isso não posso falar de todas elas.
    Agora sei que tem umas bem ruinzinhas mesmo...
    Tudo bem que se comparar com as antigas, podemos dizer quase que são clássicas. O almanaque temático desse mês, Chico Bento Lendas e Folclore, está muito bom, principalmente começando pela história do amiguinho lobisomem.
    Mas eu entendo talvez o saudosismo também, porque quando pego um gibi do final dos anos 80, me dá uma sensação muito gostosa.

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    1. Uma ou outra se salva, mas a maioria fica muito a desejar. Os desenhos também conta muito, pode até ter roteiro bom, mas vendo nas bancas aqueles desenhos desanima.

      Esse Temático do Chico tá neutro, só histórias dos anos 90 , entre 1993 a 1998 e várias alterações como tirar cachimbo do Saci, colocar Nhô Lau com pau de madeira em vez do trabuco, etc.

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  10. Ah eu andei tendo sorte em algumas compras. Consegui o Cascão nº 1 da abril e o almanaque dele, também da abril, por 17,00 (os dois). Estão perfeitos e em ótimo estado de conservação.
    Eu cheguei a comprar um pacote que vinha 8 edições daquele Coleção Um Tema Só encadernados, por 50,00. Estão como se tivessem saído da gráfica, perfeitos. Entre outros.
    Gosto de mencionar aqui contigo sobre isso porque foi graças ao seu blog que voltei a esse mundo dos gibis e a colecionar.

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    1. Legal, embora ainda achei caro os da Abril, mesmo sendo nº 1. Aos poucos vai recuperando sua coleção.

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  11. Bom não sei se alguem aqui ja comentou , eu ate mandei uma reclamação pro pessoal da editora, mas acho q sequer serei ouvido, os traços dos desenhos estão descaracterizando principalmente o proprio traço do mauricio, quem aqui ultimamente não esta achando que tem olhos saltados demais nas hqs? E sem expressao alguma.

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    1. Estão completamente horrorosos esses traços. As caretas até já tiveram, tavam dando um tmepo e agora estão voltando. Mas o pior são os traços digitais, tudo parecendo carimbo.

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    2. Fico triste de nunca ter tido a oportunidade de ler esse gibi já que tenho todo os gibis da Magali na editora globo menos do número 50 ao 59

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    3. Essa sequência da casa dos nº 50 tava boa, só história maneira. Magali em 1991 tava no auge. Tomara que consiga encontrar esses gibis.

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  12. A qualidade antiga de cada gibi da edicao abril era boa.

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  13. Eu tenho esse, mas falta só a capa, que eu não conhecia ainda. Muito engraçada a cara do urubu hahaha

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