sábado, 31 de dezembro de 2016

Mônica: HQ "Voa, Ano Novo, Voa!"

Nessa postagem mostro uma história de quando a folhinha de 31 de dezembro virou aviãozinho com os anjinhos e foi parar nas mãos da turminha, dando muita confusão na Terra. Com 15 páginas, foi história de encerramento de 'Mônica Nº 164' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Mônica Nº 164' (Ed. Abril, 1983)

Nela, 2 anjinhos estão brincando de aviõezinhos de papel, para ver quem consegue fazer aviãozinho voar mais longe. Um deles conseguiu e o outro loiro não. Então, ele resolve lançar outro aviãozinho, mas como acabou o papel, ele pega a última folhinha do calendário terrestre que rege os dias na Terra, a do dia 31 de dezembro, e faz aviãozinho com ela.


O Anjo da Guarda que vigiava a folhinha estava dormindo na hora e acorda com o rasgo da folhinha. Ele fica desesperado com o sumiço e vê logo que o anjinho loiro tinha feito aviãozinho dela e que acabara de lançar pelo ar. 


Ele fica desesperado e explica para os anjinhos que aquela folha era que comandava os dias da Terra, que fazia o tempo andar e os dias passarem. E tudo que acontecer com a folhinha vai acontecer com a Terra. Se for destruída, a Terra será também e não terá Ano Novo.


O Anjo da Guarda voa imediatamente para ver se encontra a folhinha, mas se choca com um avião, não consegue pegá-la e vai parar em direção à turminha, que estavam brincando de aviãozinho também. 



Na hora, Mônica não estava sabendo montar um aviãozinho e Cebolinha e Cascão estavam rindo dela. Até que a folhinha do tempo cai bem nas mãos da Mônica e ela aproveita para mostrar que fez um aviãozinho.


Cebolinha solta o aviãozinho dele no ar e faz dar várias voltas e ele diz que o da Mônica não faria aquilo. Mônica solta e faz melhor que o dele. O aviãozinho cai na árvore e então começa a dar tremor na Terra. Mônica assopra por estar sujo e aí  dá uma ventania forte na Terra. Um menino derruba sorvete nele e começa a nevar na Terra. Cebolinha acende um fósforo e começa a dar calor e seca na Terra. Mônica molha e começa a dar uma tempestade e eles vão correndo para casa dela.


Eles então descobrem que tudo que acontece com o aviãozinho acontece na Terra. A Mônica fala que caiu na mão dela e Cebolinha diz que não faria um aviãozinho tão perfeito. Na distração para bater nele por ter chamado de bobona, Mônica solta o aviãozinho e ele voa pela janela direto para rua e acaba indo em direção a um carro em movimento e prestes a ser massacrada pelo carro.


A turminha se abraça, pensando que o mundo ia se acabar e eles iriam morrer, mas logo veem que ainda estão vivos. Eles vão ver o que acontecer e o Anjo da Guarda estavam junto com os anjinhos colocando uma nuvem gigante em frente ao carro, conseguindo pará-lo e salvar a folhinha do tempo e ainda dá bronca nos anjinhos para terem cuidado com o material que vão fazer o aviãozinho. 


Antes de irem embora, Mônica chama os anjinhos para conversar e logo depois, com eles, já, no céu, o Anjo da Guarda pergunta para eles se estão brincando de aviãozinho de novo. Então, eles dizem que quem estava brincando era a Mônica, com eles segurando aviãozinho com uma linha e fazendo os movimentos como se fosse a Mônica que estivesse fazendo curvas com o aviãozinho para impressionar os meninos, terminando assim.


História muito legal e bem criativa, como uma folha do tempo parar na Terra pode causar tanta confusão. É uma história para soltar a imaginação e se divertir com o que podia acontecer com a Terra se a Folhinha do tempo fosse parar no planeta. Legal ver o que acontecia com o tempo toda vez que acontecia alguma coisa com a folhinha e o absurdo dos anjinhos colocarem uma nuvem para impedir que o carro atropelasse a folhinha e acabar o mundo.


Não foram revelados os nomes dos anjinhos secundários nem do Anjo da Guarda. O anjinho com cabelos encaracolados e sardas deve ter sido inspirado pelo roteirista da época Reinaldo Waismann, que adorava colocar personagens com suas caricaturas nas histórias, principalmente o Reinaldinho, menino fofo por quem a Mônica era apaixonada. Tudo indica que o roteiro também foi dele, já que era comum histórias de aventuras dele assim. 


Os traços muito bons, bem típicos de histórias de miolo dos anos 80. Na postagem a coloquei completa. De incorreto, foram o Anjo da Guarda ser atropelado por avião e, principalmente, os personagens mexerem com fósforo e fogo e por isso difícil uma nova republicação. Tanto que, diferente de outras histórias de Natal e Ano Novo serem sempre republicadas várias vezes, essa só foi republicada em 'Mônica Especial de Natal Nº 2' (Ed. Globo, 1996) e por isso bem rara. Abaixo, a capa dessa edição:


Capa de 'Mônica Especial De Natal Nº 2' (Ed. Globo, 1996)

Um Feliz Ano Novo a todos!!!!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Capa da Semana: Chico Bento Nº 97

Uma capa com o Chico Bento mostrando e de braços abertos querendo abraçar tudo que ele ama na vida. É para ler a partir do logotipo e detalhes do Chico Bento amar os leitores e o Mauricio de Sousa.

Capa criada com intenção de transmitir mensagem que devemos amar a todos e muita paz. Vale isso para todo o ano que vai se iniciar e sempre. 

A capa dessa semana é de 'Chico Bento Nº 97' (Ed. Globo, Setembro/ 1990).


terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Tirinha Nº 44: Mônica

Uma tirinha bem engraçada com Mônica flagrando Cebolinha fazendo xixi no muro e dá uma coelhada nele, mas na verdade só estava segurando uma bola em frente a uma torneira que estava vazando. Ao mesmo tempo que é supostamente incorreta, mas ensina que não se deve fazer xixi no muro. Muito boa.

Tirinha publicada em 'Parque da Mônica Nº 23' (Ed. Globo, 1994).


sábado, 24 de dezembro de 2016

Cascão: HQ "O que eu queria..."

Compartilho uma história em que o Papai Noel fica aflito por ter esquecido o presente do Cascão que ia dar para ele no Natal. Com 7 páginas no total, foi história de abertura de 'Cascão Nº 76' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Cascão Nº 76' (Ed. Globo, 1989)

Na noite de Natal, um duende apressa o Papai Noel que já era quase meia noite e estava na hora de entregar os presentes da criançada. Papai Noel ainda estava montando uma boneca e então ele corre para o trenó com os duendes segurando o saco de brinquedos e o Papai Noel termina de montar a boneca no trenó mesmo.


Quando termina de montar, ele fica feliz que nunca deixou de atender a uma criança. Então, chega meia noite e Papai Noel entrega os presentes da criançada um a um, em todos os cantos do mundo. Depois de entregar tudo e prestes a voltar para o Polo Norte, ele tira um lenço do bolso para tirar o suor e acaba caindo uma carta não lida. Era do Cascão. Papai Noel se assusta e fica desesperado porque nunca havia desapontado uma criança e essa foi a primeira vez. Ele vai até à casa do Cascão com a intenção de mandar um bilhete explicando tudo e entregar o presente outra noite.


Enquanto isso, Cascão está ao lado da árvore de Natal, às 4 da manhã, sem dormir, esperando o Papai Noel e comenta que está demorando demais, mas não faz mal que aguenta ficar acordado até aparecer. Nessa hora, Cascão ouve um barulho na porta e é o Papai Noel entrando pela fechadura da porta com o seu pó de pirlimpimpim. Cascão está escondido atrás do sofá e fica feliz com a sua chegada. 


Papai Noel deixa o bilhete na árvore quando Cascão chega, o abraça e pergunta se trouxe o que pediu. Ele tenta explicar, mas Cascão interrompe e vai para fora de casa para espiar o que ele trouxe. Cascão fica impressionado com o trenó, achando muito bonito, e Papai Noel resolve dar uma volta com o Cascão de trenó para compensar o presente que ele não deu. Eles voam pelo céu, Cascão fica admirado de como a cidade fica pequena vista de cima e fica feliz com o passeio de trenó.


No final, Papai Noel leva Cascão de volta para casa e tenta falar sobre o presente esquecido, ai Cascão o surpreende dizendo que adorou, que nunca um garoto pediu dar uma volta de treno junto com o Papai Noel e que isso valeu por todos os presentes do mundo. Papai Noel fica emocionado e fica feliz que nunca deixou de atender a uma criança e vai embora já com o dia amanhecendo.


Essa história é muito boa com o Papai Noel preocupado com a sua reputação e manchar sua história por esquecer de dar um presente ao Cascão. Legal ver o carinho do Cascão por ele. Fica uma dúvida se o presente do Cascão era esse mesmo de dar volta de trenó ou se ele inventou isso para não desapontar o Papai Noel, ficando o leitor decidir isso. Afinal, a carta dele não foi aberta. Teve detalhe da carta suja, a cara do Cascão.


Tinham histórias que Papai Noel existia, em outras não e ainda tinham outras que ficavam dúvida. Nessa ficou claro que existia e ainda o Cascão o viu chegando. Dessa vez ele usou o pó de pirlimpimpim para entrar na casa do Cascão pela fechadura da porta, recurso citado depois na história publicada em 'Mônica Nº 120' (Ed. Globo, 1996). É incorreta pelo fato do Cascão acordado de madrugada esperando o Papai Noel.


Os traços muito lindos, estilo mais delicado, redondos e bem grossos, tudo indica que foi desenhada por Rosana Munhoz e roteiro dela também. Tem todo jeito de ser dela. Na postagem a coloquei completa. A capa do gibi muito boa também,  apesar de ser de piada, de certa forma fez referência à história de abertura, por ser tratar de Papai Noel e Cascão de pijama, e já foi capa semelhante.

Um Feliz Natal a todos !!!!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

HQ: "Um Natal pro Papa-Capim"



Nessa postagem eu mostro ua história em que o Papa-Capim passou o Natal com um casal que morava na selva. Com 6 páginas no total, foi publicada em 'Chico Bento Nº 113' (Ed. Abril, 1986).

Capa de 'Chico Bento Nº 113' (Ed. Abril, 1986)

Nela, conhecemos o casal Tenório e Genoveva que tem uma casa no meio da selva e estão comemorando o Natal lá. Genoveva comenta com o marido que não tem graça comemorar o Natal na selva, sem amigos e nenhuma criança e Tenório diz que o que importa é o sentimento. Genoveva diz que o isolamento acaba com ela e Tenório sai para ver se encontra alguém.


No caminho, ele encontra o Papa-Capim nadando no rio e pergunta se quer participar de uma ceia junto com ele e sua esposa. Tenório explica que ceia é um jantar, comida, e Papa-Capim aceita porque estava com fome. Chegando lá, Papa-Capim estranhas as "frutas" que estavam na árvore de casa (que era uma árvore comum em vez de um pinheiro, representando uma Árvore de Natal). Genoveva diz que são bolas de Natal.


Papa-Capim então pergunta o que é Natal. Genova diz que é o dia que comemoramos o nascimento de Jesus. Papa-Capim pensa que Tenório é Jesus e cumprimenta dando Parabéns. Tenório diz que um menino que nasceu muito longe, em Belém. Papa-Capim diz então que vai atrás para buscá-lo e Genoveva diz que ele já morreu. Papa-Capim fica com pena, mas Genoveva diz que ele se sacrificou para salvar todo mundo e conta toda a história de Natal.


Papa-Capim começa a ficar tonto e diz que a tonteira é fome, desde de manhã que não come nada, e Genoveva começa a preparar a ceia. Depois, a ceia é servida, eles se reúnem na mesa e Papa-Capim come com satisfação. Em seguida, Tenório se veste de Papai Noel. Genoveva explica que é outra tradição do Natal do Papai Noel levar presente para crianças boazinhas. Ele dá um caminhãozinho para o Papa-Capim que  nem sabe o que era. Tenório sai e Papa-Capim o vê tirando a roupa de Papai Noel pela janela.


No final, Papa-Capim agradece ao casal e diz que precisa voltar para a aldeia. Depois que se despede, Genoveva pergunta se ele aprendeu alguma coisa. Logo, alguém bate na porta. Era o Papa-Capim vestido de Papai Noel com peixes na mão, dando como forma de gratidão ao casal, desejando Feliz Natal, provando que aprendeu tudo que foi falado para ele.


Uma história muito legal, com o casal mostrando costumes de Natal para o Papa-Capim. Além de ficarem felizes com a presença do indiozinho , fazendo companhia a eles, ainda ensinaram muita coisa pra ele. legal ver a inocência do Papa-Capim, de não saber nada dos costumes natalinos e a forma como aprendeu tudo. A história ainda aproveitou para ensinar às crianças o que é o Natal, sem deixar piegas.

Papa´Capim teve outras histórias de Natal, normalmente alguém ensinando os costumes de Natal para ele ou outros índios da aldeia. Gostava de personagens secundários aparecendo nos gibis, contracenando com os principais, em apenas uma história e depois nunca mais vistos. esse casal Tenório e Genoveva, pra variar só apareceram nessa história.


Os traços muito bonitos e caprichados, bem característicos dos anos 80. Na postagem a coloquei completa. valeu a pena relembrar essa história, lançada há exatos 30 anos.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Capa da Semana: Cascão Nº 180

Eram muito comuns capas com os personagens caracterizados como Papai Noel em um trenó adaptado para a sua característica, ficando bem criativas assim. Nessa capa, então, Cascão como Papai Noel em seu trenó feito de lata de lixo e guarda-chuvas sendo carregados pelo Chovinista e mais um outro porco em vez das renas. Teve um erro no desenho de colocarem traço preto embaixo dos olhos do Cascão, mas não ficou ruim assim.

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 180' (Ed. Globo, Dezembro/ 1993).


domingo, 18 de dezembro de 2016

Turma da Tina: HQ "Tinatal"


Nessa postagem mostro uma história de Natal com a Tina e sua turma em que o Rolo ensina para a Pipa o verdadeiro significado do Natal. Com 6 páginas no total, foi publicada originalmente em 'Almanaque da Mônica Nº 11' (Ed. Abril, 1981).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 11' (Ed. Abril, 1981)

Escrita por Mauricio de Sousa, começa com a Tina empolgada mostrando o seu vestido novo que ia usar no Natal e pergunta para a Pipa o que ela vestir de noite. Pipa diz que o de sempre porque está gordinha e vai fazer regime no próximo ano e não quer perder roupa e ela sai por ai pra procurar um vestido novo quando perder os quilinhos a mais.


Quando sai da casa da Tina, Pipa começa a ficar cada vez mais triste e começa a chorar, caindo lágrimas do seu olho. Nessa hora, aparece o Rolo todo animado, falando para ela se alegrar, perguntando pelo seu espírito natalino. Ele nota que ela estava triste, com olhos com restos de choro e Pipa diz que caiu um cisco no olho dela.

Rolo comenta que nessa época tem muita gente com cisco no olho e que o Natal podia ser diferente, sem cisco no olho nem nada. Como uma noite clara com uma grande estrela indicando o caminho,  e no fim do caminho uma criança querendo de presente apenas carinho. Quem der carinho a uma criança,  receberá eternamente de volta sua gratidão e que o sorriso alegre dela significa a renovação da vida. Basta apenas carinho, amor e coração aberto para receber sorriso das crianças para renovar a vida, afinal não precisa vestir um sorriso com vestido novo nem ensinar um sorriso a brincar com novos lançamentos de brinquedos.


Rolo se despede da Pipa desejando Feliz Natal e que ela tenha cuidado com a poeira dos olhos. Pipa diz que não tem mais perigo. Passa um tempo e de noite, Tina pergunta aonde a Pipa esteve e ela diz que depois que se encontrou com o Rolo brincou com tantas crianças, que nunca passou um dia tão alegre e que gostaria da Tina conhecesse as crianças que ela brincou e que tudo que precisou foi sorrir para elas, terminando assim.


Uma história filosófica e de reflexão bem estilo do Mauricio de Sousa com a Turma da Tina como nunca vista nos gibis. Foi mostrado o verdadeiro sentido do Natal com mensagem de alegrar as crianças e deixarem felizes, nem que seja sorrindo pra elas, chegando a comparar o Menino Jesus com todas as crianças do mundo que precisam de carinho no Natal. E Pipa seguiu o conselho do Rolo de sorrir para todas as crianças que encontrava na rua para se sentir melhor. Ficou o mistério por que Pipa estava triste, por que ela ficava assim no Natal, com cada um interpretando da forma que quiser.


Tem uma série de fatos que torna essa história rara e especial. Primeiro porque colocaram créditos nela de roteirista, desenhista (lápis) e arte-final, raríssimo em histórias da MSP. Algumas entre 1980 a 1982, volta e meia tinham, mas muito de vez em quando. Sempre foi marcada mesmo em não ter créditos, só mudando isso a partir de 2015 com todas as histórias creditadas. Foram colocados só nomes sem sobrenomes, então, nessa deu para ver além do roteiro teve desenho de Emy Acosta e arte-final de Alice Takeda, hoje esposa do Mauricio e diretora de arte da MSP.

É uma história da Turma da Tina feita pelo Mauricio, bem raro isso também. Ele fazia as da fase hippie da Tina de 1970 a 1972 contracenando com Toneco, depois deixou de fazer, e deixava para outros roteiristas fazerem por ele ter dificuldades de fazer histórias com universo adolescente.


Tina com história de Natal também é raríssimo. Essa foi a primeira e além dessa, teve uma do Rolo de 1 página nessa mesma edição, e as que saíram no 'Almanaque da Mônica Nº 16' (Ed. Abril, 1982) e em 'Tina Nº 8' (Ed. Panini, 2009). Tinham histórias de Natal de secundários como Bidu, Astronauta, Papa-Capim, entre outros, mas Tina curiosamente não tinha. Fora Turma da Tina, só Piteco que nunca teve história de Natal por ele ser da pré-história. Porém, Horácio teve as suas.

É inédita até então, assim como todas desse almanaque, já que alguns almanaques da Mônica da Editora Abril entre 1980 a 1983 tinham histórias inéditas. E assim como todas as outras inéditas, essa nunca foi republicada até hoje e, então, só quem tem esse 'Almanaque da Mônica Nº 11' é que conhece essa da Tina e as outras histórias. Outra curiosidade os Almanaques de Natal da Mônica especiais da Ed. Abril seguiam numeração dos seus almanaques convencionais. Foram os de Nº 7, 11, 16 e 20, todos com histórias inéditas inclusas e nunca republicadas até hoje.


Zecão ainda não existia, por isso não apareceu. Só estrearia em 1982 na história "Pedido de namoro", de 'Mônica Nº 146'. Os traços muito bons, com outra raridade da Turma da Tina em estilo superfofinho da Emy Acosta, que ficou consagrada no final dos anos 70 e que ainda tinha seus últimos suspiros em 1981. Detalhe dos quadrinhos em outros formatos, sem ser os tradicionais quadrado ou retangular, marca registrada dessa fase fofinha. Enfim, uma história clássica e filosófica para refletir no Natal do fundo do baú que vale a pena relembrar há exatos 35 anos.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Cebolinha Nº 168 - Último gibi da Editora Abril


Há 30 anos foram lançados os últimos gibis da Turma da Mônica pela Editora Abril. Em dezembro de 1986, os gibis 'Mônica Nº 200', 'Cebolinha Nº 168', 'Cascão Nº 114' e 'Chico Bento Nº 114' foram as derradeiras edições da editora. Em homenagem, nessa postagem conto como foi o 'Cebolinha Nº 168', o seu gibi de despedida.

O gibi foi lançado mais precisamente no dia 12 de dezembro de 1986. Os últimos gibis da Mônica e Cebolinha tinham data no final do expediente, seguindo o exemplo de Cascão e Chico Bento, que sempre tinham data nos gibis da Editora para demonstrar que eram quinzenais. Então, os gibis do Cebolinha chegavam entre os dias 7 a 12 de cada mês enquanto que da Mônica, dia 25. Já os gibis do Cascão e Chico Bento chegavam nas bancas às quintas-feiras, um revezando com o outro a cada semana.

Capas dos últimos gibis da Editora Abril

'Cebolinha Nº 168', teve as tradicionais 68 páginas, com 10 histórias no total, incluindo a tirinha final. Não teve nenhuma referência que iria mudar de editora no mês seguinte, assim como os outros gibis daquele mês de dezembro de 1986, o que deve ter sido uma surpresa para muitos na época. Dessas 10 histórias, 4 foram de Natal, já que era fim de ano. Lembrando que todos esses últimos gibis também tiveram histórias natalinas, só o do Chico que ficou reservado a edição "Nº 113", já que a "Nº 114" foi lançado na semana de Ano Novo.

A capa desse gibi do Cebolinha, também natalina, e com referência á história de abertura, marca registrada nos gibis dele. Em 1986, a maioria dos gibis dele já estavam com capa com piadinhas, mas alguns fizeram alusão à história de abertura, como esse.

Abre com a história "O sumiço do papai Noel", com 18 páginas, uma aventura de Natal. Na trama, é noite de Natal e Anjinho se depara com Papai Noel apressado para entregar os presentes. Na manhã seguinte, tem a surpresa que nenhuma criança ganhou presente, com Cebolinha ficando revoltado a ponto de destruir a árvore de Natal, e fala que não recebeu nem uma bala do papai Noel. Mônica também fica furiosa com o furo do papai noel e então os 3 vão ao polo Norte pra saber o que aconteceu.

Trecho da HQ "O sumiço do Papai Noel"

Chegando lá, Mônica derruba a porta para entrar na casa do Papai Noel porque ninguém atende e então eles veem os duendes amarrados e falam que um homem mau, grande e forte raptou o Papai Noel e que foi levado para a Montanha Tenebrosa dos Andes. A turma vai até lá e são recebidos por um baixinho corcunda que acaba acionando uma alavanca e eles caem em uma jaula aonde está o Gigante que raptou o Papai Noel, que estava dentro de um saco.

Trecho da HQ "O sumiço do Papai Noel"

O Gigante conta que nunca ganhou presente do Papai Noel quando era criança e que ainda roubavam o sapato que colocava na janela. Ele quebrava os brinquedos das outras crianças de tanta revolta, e então, ele criou uma fórmula para ficar gigante, se instalou na Montanha Tenebrosa para raptar o Papai Noel e se vingar, o transformando em boneco. Anjinho consegue pegar a fórmula do Gigante, que pega logo uma raquete de pegar mosquito. Mônica entorta a jaula, tem embate da turma para pegar os vilões e eles conseguem vencer com Mônica dando surra no Gigante.

Trecho da HQ "O sumiço do Papai Noel"

No final, Papai Noel volta a entregar os presentes, com um dia de atraso, e os vilões ficam no esconderijo, lamentando que o plano fracassou, até que aparece presentes para eles. Era do Papai Noel, que não tinha guardado rancor, apesar do sequestro e eles dão um viva ao Papai Noel. Uma aventura sensacional, bem comum histórias assim na época.

Trecho da HQ "O sumiço do Papai Noel"

Depois vem "Os esquecidos de Papai Noel" em que grupo de crianças pobres ficam tristes porque não ganharam nenhum presente do Papai Noel e veem que todas as outras crianças ganharam. Então, Cebolinha fica com pena, pede o endereço deles, falando que uma das renas do Papai Noel estava mancado e aí não levou presente deles, e, assim, entrega presentes para as 3 crianças pobres na casa deles enquanto dormem, e, no dia seguinte, Dona Cebola estranha dos brinquedos dele terem sumido e a gente descobre que o Cebolinha foi o Papai Noel, que ainda estava dormindo com gorro na cabeça.

Uma bonita história com mensagem de solidariedade, de cada um fazer sua parte para que as crianças pobres tenham seus presentes de Natal. Ocupou  6 páginas do gibi, mas podia ser 5 se não tivesse propagandas inseridas na história, totalizando os quadrinhos ocupados de cada página acrescentou 1 página a mais para a história.

Trecho da HQ "Os esquecidos do Papai Noel"

Em "Dores nas costas", de 3 páginas, Cebolinha dá um mal jeito nas costas e Cascão mostra técnicas para ele melhorar. Com isso, Cascão pendura o Cebolinha no tronco da árvore, mas acaba caindo o galho em cima dele; depois Cascão manda Cebolinha encostar nas suas costas e com um impulso faz o Cebolinha cair em cambalhota, aumentando a dor dele. Em seguida, vão à massagista Madame Ligia, que faz massagens nas costas com os pés, e não resolve. No final, Cebolinha encontra a Mônica, que lhe dá um abraço e só assim ele fica curado da dor nas costas. História impublicável por mostrar sofrimento de dor nas costas.

Trecho da HQ "Dores nas costas"

Em seguida, vem "Os vira-latas", com a Turma do Penadinho, de 3 páginas. Protagonizada por um homem secundário, ele encontra cachorros na sua casa e expulsa com chutes, vassouradas, inclusive tinha cachorros assaltando linguiças na geladeira. de noite, ele vira Lobisomem e vai atras dos cachorros que expulsou, convidando para irem para casa dele. Ou seja, os cachorros estavam na casa porque ele havia convidado na noite anterior. 

Gostava de quando histórias da Turma do Penadinho eram protagonizadas por secundários e os personagens só aparecendo no final (ou não). Era bem comum e ajudava a variar o estilo das histórias. Maltrato com animais o que a torna impublicável.

Trecho da HQ "Os vira-latas"

Horácio vem a seguir, com Lucinda vendo dormir e lamenta que ele não tenha o mesmo sentimento que ela sente pelo Horácio e fica vendo dormir. Lucinda acaba adormecendo e ele acorda e fica vendo ela dormir. A seguir, a história completa de 2 páginas:

HQ do Horácio da edição

Astronauta também tem sua história de Natal, de 6 páginas, sem título, em que ele fica entediado na sua nave sozinho na noite de Natal, só vendo TV e com saudades da sua namorada Ritinha. Acaba aparecendo uma chuva de meteoros no espaço e, ao fugir, ele vai parar em um planeta que estava acontecendo o nascimento de Jesus Cristo. Na sua chegada ao planeta, a sua nave é confundida por uma estrela cadente que guiou os Reis Magos até aonde estava o Menino Jesus e então Astronauta acompanha o seu nascimento.

Astronauta fica sem entender nada na hora, mas quando vai embora compreende que não são só os terráqueos que merecem a graça do Senhor, que foi o melhor Natal que passou na vida, que um dia o povo saberá o que tudo isso significa e deseja que no futuro o Natal seja um dia de confraternização universal mesmo, fazendo um "Feliz natal" pelo espaço com movimentos da sua nave. mais uma história com mensagem bonita, mostrando o verdadeiro significado do Natal.

Trecho da HQ do Astronauta da edição

Bidu e Bugu vêm em seguidas com "Intrigas no Natal", de 4 páginas, em que o Bugu se veste de Papai Noel e dá presentes par ao Bidu , só que todos para zombar do Bidu. Bugu dá um boneco em uma caixa que assusta o Bidu, depois dá um foguete com controle remoto que faz o Bidu parar longe e também um osso de gesso. Bidu avança no Bugu e eles brigam até que aparece o verdadeiro Papai Noel e  dá presente para eles. Era luvas de boxe, aproveitando que eles sempre brigavam.

Trecho da HQ "Intrigas no Natal"

Em "Cuidado com o meu coelhinho", de 6 páginas, Cebolinha tenta pegar o Sansão do varal enquanto estava sendo lavado e Mônica alerta que se acontecer alguma coisa com o Sansão, ele leva uma surra. Cebolinha passa a cuidar do Sansão, não deixa o Cascão dar nó na orelha, mas na briga acaba o Sansão escorregando e caindo na lama. Cebolinha o lava de novo e quando coloca no varal segura uma bola antes que atinja o coelhinho. Ao colocar a mão no varal, derruba o Sansão no chão e ao lavar de novo escorrega em um sabonete e cai em um barranco. Mônica chega depois do Cebolinha ter lavado o Sansão e comemora que não apanhou, mas estava todo machucado, como se tivesse apanhado.

Trecho da HQ "Cuidado com o meu coelhinho"

A história de encerramento é "O invencível",de 4 páginas, em que o Cebolinha faz um pedido a um poço de desejos para ser invencível. A partir daí, consegue derrotar um grupo de meninos valentões, morde um cachorro brabo e ai aproveita para derrotar a Mônica. Cebolinha a xinga de baixinha, dentuça e gorducha, toma o Sansão da Mônica, pisa nele e ela dá uma surra nele. Com o Cebolinha todo machucado, o poço cria vida e fala que está devolvendo a moeda pra ele. Afinal, nem poço dos desejos tem poder do Cebolinha derrotar a Mônica. Legal ver absurdo com poço andando e falando e mais uma vez maltrato com animais a torna impublicável hoje em dia.

Trecho da HQ "O invencível"

A tirinha de despedida do cebolinha na Editora Abril foi com um passarinho posando no cabelo do Cebolinha e quando manda sair de cima, ele é carregado pelo passarinho, voando junto com ele, já que engatou no cabelo do Cebolinha.

Tirinha da edição

Como pode ver foi um gibi muito bom e com histórias muito divertidas, todas com desenhos muito caprichado, tudo seguindo o estilo que estava sendo na época. As histórias natalinas foram com mensagens muito bonitas. Era legal quando tinham várias histórias de Natal nos gibis (às vezes gibi inteiro), incluindo de personagens secundários, e, não só na abertura, como hoje em dia. Enfim, fechou o ciclo da Editora Abril em grande estilo, que foi bom relembrar há exatos 30 anos.