sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Chico Bento: HQ "Ao vencedor, as goiabas!"

Eleições se aproximando no Brasil e mostro uma história de quando o Nhô Lau e o Coronel Genésio se candidataram a prefeitos de Vila Abobrinha. Com 21 páginas no total, foi publicada em 'Chico Bento Nº 246' (Ed. Globo, 1996).

Capa de 'Chico bento Nº 246' (Ed. Globo, 1996)

Começa com o Chico Bento querendo roubar goiabas do Nhô Lau escondido, com várias placas avisando que não é para os meninos roubarem goiaba, principalmente Chico Bento, encontrando placa até na goiabeira dizendo que quer levar tiro no bumbum.


Chico ignora e come as goiabas, quando de repente a árvore chacoalha e quando ele vê era o Nhô Lau e se assusta. Porém, para sua surpresa, ele está amigável, abraça e beija o Chico falando que adora crianças e tem vários fotógrafos e jornalistas fotografando e fazendo matéria. Chico estranha e diz que estava roubando goiabas e Nhô Lau diz que o pobrezinho está com fome, que não tem comida em casa. Chico diz que tem comida sim, que almoçou arroz, feijão e bife e Nhô Lau tampa a boca dele, falando que quando for prefeito vai acabar com essas injustiças.


Chico então pergunta se ele vai ser prefeito e ele diz que se o povo o eleger vai sim e que o seu correligionário diz que tem muitas chances por ser um fazendeiro muito importante e um comerciante muito conhecido na região. Aí, Chico fala que Nhô Lau nunca fez fiado e leva tiro de sal no bumbum. Nho Lau, para contornar a situação e se livrar do Chico, dá uma cesta de goiabas par ao Chico levar para casa.


Em casa, Chico fala par aos pais que o Nho Lau deu goiabas para ele e se votarem nele para prefeito, vai dar muito mais. Seu Bento não gosta disso e vai falar com o Nhô Lau, mas assim que sai de casa, encontra o Coroneu Genésio com uma cesta de jabuticabas, em troca de votos para ele ser prefeito. Seu Bento fica indignado, com que as crianças vão aprender com esses políticos, e Chico responde que praa ser prefeito tem que ter um bom pomar, deixando seu pai mais indignado ainda e vai à Justiça Eleitoral da cidade pra se candidatar a prefeito, mas as vagas acabaram e ele não pôde se candidatar.


No caminho de casa, eles veem o comício do Nhô Lau e do Coronel Genésio. Um fica trocando acusação com o outro, com o Coronel falando que o Nhô Lau é pão duro que não faz fiado, que por sua vez diz que o Coronel é almofadinha. Seu Bento pergunta o que eles vão fazer pelo povo e o Coronel diz que vai acabar com a fome e Nhô Lau rebate falando que só se for com a fome dele e distribui goiabas como amostra grátis. Aí, o Coronel distribui chaveirinhos. Seu Bento pergunta pelo plano de governo deles, o Coronel diz que não tem, mas convida todos a irem na piscina da casa deles e Nhô Lau convida para todos verem TV na sua casa. Cada um, é levado pelo povo no alto.


Depois aparece outro candidato, o Plácido Antero, só com 3 pessoas ouvindo seu discurso. O senhor pergunta se vai dar um roçado e o Plácido diz que não, mas vai trabalhar duro e aí ele vai embora. A senhora pergunta se vai acabar com fome, ele diz que não no início, mas que criará programas aos poucos e ela vai embora e o menino pergunta se dá brindes e como ele não dá vai embora também. Seu Bento gosta dele e diz que vai ser seu cabo eleitoral, sem precisar pagar, só dando bom exemplo para o filho.


A campanha dos candidatos continua, com Nhô Lau e Coronel Genésio cheio de luxo e distribuindo brindes para o povo e o Plácido em um burro com Seu Bento e Chico, distribuindo só papéis eleitorais. Chega a véspera da eleição, Plácido agradece ao Seu Bento a força que ele deu. Seu Bento diz que o problema que o povo só quer votar em quem dá brindes e espera que o Chico tire uma lição disso tudo e ele diz que o importante é ser honesto e trabalhador, mas que vai plantar um pomar pra garantir.


No dia da eleição, Chico rouba goiaba tranquilamente enquanto Nhô Lau está junto com seus corregedores e eles falam que quando for eleito é pra nomeá-los como secretários de governo porque ele vai precisar deles para governar Vila Abobrinha porque ele não entende nada de política, só de pomar, deixando Nhô Lau encucado. Já com o coronel Genésio ele comenta que depois de eleito, larga o mandato de prefeito no meio e se candidata a governador, depois senador e depois presidente da república e será muito poderoso. Já com Plácido Antero, Seu Bento diz que gostaria que dessem valor a ele e que o resultado seria no dia seguinte


Chega o resultado, a família do Chico ouve no rádio o resultado e quem ganhou foi Plácido Antero, com 823 votos, totalizando 62% do eleitorado. Plácido Antero faz discurso para o povo e Dona Cotinha comenta que o povo não é bobo. Seu Bento se convence e pergunta ao Chico se precisa de pomar para ser prefeito e Chico diz que vai estudar muito e ser trabalhador.


No final, Chico vai roubar goiabas e encontra Nhô Lau lá e pergunta se está triste porque ele não se tornou prefeito. Nhô Lau diz que está aliviado, que ia ser um bonequinho na mãos dos outros. O negócio dele é cuidar da venda e plantar frutas. Chico , então, interrompe, indo pra goiabeira roubar goiabas, tratando o Nhô Lau como chapa dele. Nhô Lau fica brabo e acaba dando tiros de sal no Chico, que fala que vai vai ter que plantar um pomar se quiser comer goiaba de novo.


Essa história é muito legal, com um pouco de humor e seriedade, mostra toda a realidade da política brasileira através dos personagens. Políticos desonestos, corruptos que procuram vender votos, fazer falsas promessas, só visando ao seu interesse próprio, tudo que acontece na vida real. Com o Chico teve um candidato realmente honesto, que a princípio ninguém dava a mínima e teve o seu final feliz com ele sendo eleito em Vila Abobrinha. Mas, infelizmente, na vida real, não acontece isso. Então, histórias assim ensinavam as crianças desde cedo a importância do voto consciente (e os pais que liam os gibis dos filhos), mas hoje em dia é impublicável porque é tema adulto.


Os traços ficaram bons, bem típico dos anos 90, dessa vez com enquadramento de 6 quadrinhos por página em vez de 4, dando impressão de uma história grande, mas assim acabou ocupando mais da metade do gibi que tem 36 páginas. Na postagem a coloquei completa. Foi uma das primeiras histórias com Vila Abobrinha já com esse nome, antes não tinha nome definido, era qualquer nome, já foi, inclusive, chamada de Vila Catapora. Descobrimos que o Nhô Lau se chama Menelau e só para constar o Coronel Genésio é o pai do Genesinho.


Ainda era comum ver o Nhô Lau com trabuco na mão e dando tiros de sal no Chico e os personagens ainda falavam "roubar goiaba". Hoje em dia falam "pegar goiaba" e mudam isso, inclusive, em almanaques. Teve também propaganda inserida nas laterais direita das páginas. Nos anos 70 até início dos anos 90 era muito comum ter anúncios assim e até mesmo inseridos no rodapé das histórias. Dessa vez foi anúncio do inesquecível chiclé "Ploc Black ou Blue", onde você comprava o chiclete e nunca sabia se ia vir um preto ou um azul. Então, várias páginas após tinham anúncios desse chiclete nas laterais do canto direito.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Bidu: HQ "Uma ilustre visita"


Mostro uma história de quando o Bidu recebeu a visita do Diretor da Editora dos gibis da Turma da Mônica. Com 5 páginas no total, foi publicada em 'Cascão Nº 4' (Ed. Abril, 1982).

Capa de 'Cascão Nº 4' (Ed. Abril, 1982)

Nela, um carteiro entrega correspondência ao Bidu e, quando ele lê, leva um susto e chama desesperado o Manfredo para ler a carta. Ele até chega imediatamente, mas diz ao Bidu que demorou porque o elevador quebrou e precisou subir 5 andares a pé. Manfredo lê a carta pausadamente e pergunta qual é o problema. Bidu responde que o problema é a carta e Manfredo fala que vai jogar fora então. Bidu se desespera que a carta diz  que o Diretor da Editora vem visitar a historinha e avisa ao Manfredo que eles precisam arrumar a historinha, fazer limpeza dos quadrinhos, tirar dobras das páginas antes do Diretor chegar.


Manfredo arruma tudo e assim que acaba, o Diretor da Editora aparece tocando a campainha. Bidu atende e o diretor acha a historinha toda organizada, tudo limpinho e com impressão ótima. Bidu diz que nem teve tempo de arrumar, quando de repente a parte de cima do quadrinho cai na cabeça do Diretor e ele vê que tem uma sujeiras atrás e pede explicação de como eles colocaram um quadrinho limpo em cima da sujeira. Bidu fica sem saber o que falar e o Diretor diz que vai prestar queixa ao desenhista para tomar providências com a equipe de personagens do Bidu.


Quando o Diretor anda, ele tropeça em uma ondulação do quadrinho. O diretor puxa o quadrinho e descobre que era um chão falso para cobrir um monte de sujeira em baixo e inclusive caiu o seu óculos escuros. O Diretor fala que o Bidu devia se envergonhar e o Bidu diz que não é para falar nada com o desenhista, e vai chamar o Manfredo para dizer que tem razão. Manfredo aparece todo sujo e o Diretor se espanta perguntando quem é aquele maltrapilho e diz ainda que não fica mais lá mais nenhum quadrinho.


Bidu diz que está arruinado e Manfredo pergunta o que pode acontecer com ele. Bidu, nervoso, segura a camisa do Manfredo e diz que vai ser criticado, xingado,  pichado, linchado e vai perder o emprego. Nisso, o Diretor volta e fala que não vai, falando que todo mundo adorou a história, inclusive o Mauricio de Sousa, e fez tanto sucesso que pediram para ele aparecer lá pelo menos 1 vez por semana. Ele vai embora, Bidu e Manfredo se olham e providenciam prender a porta com madeiras com urgência para não terem que aturar o diretor de novo, terminando assim.


Essa história é muito bacana, envolvendo metalinguagem, bem típico em histórias do Bidu. Muito bom ver esses bastidores dos quadrinhos. Dessa vez o Bidu recebe a visita de um Diretor chato, com mania de limpeza e tudo em ordem e Bidu teve que fazer de tudo para dar um jeito na bagunça para agradar. Muito legal ver a história sendo tratada como uma casa, uma empresa, com o Diretor entrando por uma porta. E também o Bidu preocupado em perder emprego de personagem de quadrinhos. Se perdesse o emprego, ficaríamos sem Bidu nas histórias desde 1982.

Os traços muito bons, com direito ao Bidu visto de frente, que aparecia com ângulo diferente quando aparecia assim. Na postagem a coloquei completa.Eu gostava desse ângulo nos traços dele. Interessante que o carteiro foi retratado como um cachorro, mas o Diretor não. O Bidu normalmente não fala com humanos, só quando ele contracena com alguém ligado aos estúdios da MSP. E mesmo assim tem vezes que o pessoal do estúdio eram desenhados como cachorros, de acordo com o roteiro da história.


Vale lembrar que esse Diretor foi da Editora Abril, editora que produzia os gibis da MSP na época, mas que vale para qualquer editora, de acordo com o almanaque a ser republicada. Tipo, essa história foi republicada no 'Almanaque do Cascão Nº 4' (Editora Globo, 1988), e aí ele foi Diretor da Editora Globo nessa ocasião, visto que não especificou nome de editora na história, nem nome dele. Abaixo, a capa desse Almanaque em que ela foi republicada.

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 4' (Ed. Abril, 1988)

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Capa da Semana: Magali Nº 15

Eram muito comuns capas com os personagens fazendo números de circo adaptados para a sua característica. Nessa, a Magali está fazendo sua apresentação de equilibrista de melancia, como não podia deixar de ser.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 15' (Ed. Globo, Janeiro/ 1990).


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Cascão: HQ "É hora de Cascão Já!"

Estamos em época de eleições, então mostro uma história envolvendo esse tema em que a turma convocou eleição pra escolher o novo da rua. Com 12 páginas no total, foi publicada em 'Cascão Nº 71' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Cascão Nº 71' (Ed. Abril, 1985)

Começa com os meninos reunidos com placas na mão em frente à casa da Mônica, que pergunta se "Cascão Já" é um tipo de corrida e se querem o Cascão dispute uma corrida com ela. Eles falam que "Cascão Ja" é o lema da campanha para disputar entre Cascão e Mônica quem é o novo dono da rua. Mônica dá uma coelhada forte no chão para provar que é forte que derruba os meninos longe. Eles falam que será feita uma eleição para isso, com votos, urnas e tudo mais.


Cebolinha diz para Mônica que não pode ser dona da rua só porque ela quer. Mônica pergunta por que não e Franjinha responde que é porque o povo não quer. Mônica diz que só vê moleques com cartazes na mão, que tem muito o que fazer e volta para casa. Cascão grita que ela está com medo de enfrentá-lo na eleição porque sabe que vai perder e Mônica volta braba para frente da casa e aceita disputar eleição e diz que vai vencer.


Começa então a campanha eleitoral. Os meninos colam cartazes do Cascão nos muros e as meninas logo colam outros cartazes da Mônica por cima dos do Cascão. Tem discursos também sendo que cada um querendo falar mais alto que o outro, e acabam colocando caixas de sons ensurdecedoras que afastam os seus eleitores. Até que chega o dia da eleição, mas antes tem um debate entre os concorrentes.


No debate, Cascão diz que como é cavalheiro e respeita as meninas, deixa a Mônica começar a falar primeiro, com os meninos aplaudindo o Cascão, que isso que é candidato, um cavalheiro, um gentleman. Mônica diz que não aplaudiria tanto um menino que faz xixi na cama, assim como muitos da plateia que seguem o mesmo caminho e aí as meninas aplaudem, dizendo que a Mônica só fala verdades, tem opinião e é corajosa. 


Cascão diz que é melhor do que ter medo de minhocas e ela diz que se começar a falar dessas coisas nojentas, não conversa mais com ele. Cascão pede desculpas e grita que não fala mais de minhocas, lesmas, ratos, besouros e centopeias. Aí, a Mônica o chama de mijão e ele vai falando outros insetos. Mônica diz que não conversa mais com o Cascão e ele faz o mesmo e os dois viram as costas, sem ter mais debate, deixando a plateia sem entender nada.


Sem mais debate, começam as eleições. Franjinha põe a urna e cada um vota no seu candidato. Cebolinha aparece com uma pilha de votos, dizendo que um voto é para o charme do Cascão, outro para sua bela voz, outro para sua inteligência. Eles não aceitam e Cebolinha deposita só um voto na urna. Aparece uma menina gorda também querendo colocar 2 votos e Cascão diz que não é porque ela vale por duas que pode dar dois votos para a Mônica. Cebolinha aparece disfarçado querendo dar outro voto, mas Mônica descobre e o acusa e também Magali tenta fazer sua melancia votar e Cascão diz que não pode. Continua o pessoal votando depois sem problema.


Depois que todos votaram, começa a apuração dos votos. Franjinha é quem faz a contagem e vai falando quem teve votos. Disputa acirrada, com cada candidato recebendo votos alternados. No final da contagem, Cascão teve 15 votos e Mônica, 16, se consagrando vencedora, continuando a ser a dona da rua e é foi ovacionada pelas meninas. Depois eles se perguntam como isso foi acontecer, se eram 15 meninas e 16 meninos votando. Logo, deduzem que teve um traidor entre eles e eles ficam se olhando desconfiados, tentando descobrir o traidor. Todos vão embora, contrariados, e depois de uns quadrinhos o Cascão volta a aparecer se revelando o traidor e votou na Mônica, comentando com os leitores que quem disse que ele queria ser eleito.


Essa história é muito bacana, mostrando eleições com a ótica da turminha. Para saber o novo dono da rua, fizeram uma eleição igual da vida real, com todas as etapas com campanhas eleitoras, discursos, debate, o momento do voto, apuração até revelar a vencedora, tudo com muito bom humor. Mostraram até um candidato mostrando podres do outro, como na hora do debate, assim como acontece na vida real, só que no caso, o Cascão acusando a Mônica de ter medo de insetos e ela por sua vez chamando o Cascão de mijão.


Na MSP já tiveram várias histórias de eleições, umas com temas mais voltados ao humor, outras mais sérias, tudo para conscientizar as crianças desde cedo da importância do voto, além de ajudar os pais que liam os gibis dos filhos a terem essa consciência. Tanto no humor quanto na seriedade dava para transmitir mensagem do voto. Hoje em dia por causa do politicamente correto temas adultos assim não são explorados nos gibis. O lema da campanha "Cascão Já" foi inspirado na "Diretas Já" que o Brasil presenciou em 1984 contra o fim da Ditadura Militar, para provar como eles gostavam de mostrar nos gibis situações que estavam acontecendo na sociedade na atualidade.


Os traços muito bons e caprichados, na postagem a coloquei completa. O título teve mais uma vez sendo representado pelas falas dos personagens, um recurso muito utilizado na época. Eles colaram cartazes nessa história por ser mais coerente  para a história, mas o normal era eles rabiscarem os muros, quando colocavam desaforos para a Mônica. Interessante o Cebolinha falar a palavra "Droga!" no momento que estava disfarçado, hoje em dia isso seria alterado se republicassem. 


Para constar, essa história foi republicada depois em 'Almanaque do Cascão Nº 31' (Ed. Globo, 1995). Abaixo, mostro a capa desse almanaque.

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 31' (Ed. Globo, 1995)

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Capas Semelhantes (Parte 22)

Nessa postagem comparo capas semelhantes que saíram em gibis do Chico Bento, Cascão e Magali. Dessa vez todos da Editora Globo, menos a primeira do Chico que envolve a Editora Abril.


Chico Bento Nº 44 X Chico Bento Nº 175

Chico afundando dentro do barco enquanto estava pescando no rio. Na versão original, de 'Chico Bento Nº 44', de 1984, ele afundou porque pescou um peixe enorme que ocupava todo o barco. Já na 2ª versão, de 'Chico Bento Nº 175', de 1993, afundou depois de ter pescado vários peixes pequenos.



Cascão Nº 28 X Cascão Nº 401

Cascão com reflexo limpo depois de terem feito limpeza no espelho. A 1ª versão, de 'Cascão Nº 28', de 1988, a capa foi dividida em 2 quadros formando uma tirinha, um recurso bem utilizado na época, e foi uma faxineira que fez limpeza no espelho. Já na 2ª versão, de 'Cascão Nº 401, de 2002, com uma imagem tradicional, foi a mãe do Cascão que fez a limpeza e  o reflexo dele mudou de roupa também, agora de terno cinza.



Cascão Nº 120 X Cascão Nº 406

Cascão tirando o cenário chuvoso da capa da sua revista. Foi publicada primeiro em 'Cascão Nº 120', de 1991, com o Cascão segurando e dobrando a página chuvosa e tem um cenário com Sol ao fundo e depois fizeram uma nova versão, que saiu em 'Cascão Nº 406', de 2002, com ele empurrando a página chuvosa e o outro cenário é vazio, só com uma cor rosa ao fundo.




Magali Nº 20 X Magali Nº 257

Magali esquentando seu alimento com o fogo de um Dragão. Na versão original, de 'Magali Nº 20', de 1990, a Magali encarna uma princesa de conto de fadas e o Dragão esquenta um churrasco pra ela, não gostando muito de ter que fazer isso. Já na 2ª versão de 'Magali Nº 257', de 1999, a Magali está na Lua, o Dragão é de São Jorge e ele está esquentando queijo (pedaço da própria Lua), gostando de fazer isso.



Magali Nº 70 X Magali Nº 251

Magali telefonando em um orelhão de melancia e gancho de banana. Na versão original, de 'Magali Nº 70', de 1992, a Mônica aparece ao fundo falando no orelhão original para mostrar a diferença entre os orelhões porque era comum mostrar nas capas a versão original dos objetos e o que os personagens parodiavam. Depois fizeram outra versão, que saiu em 'Magali Nº 251', de 1999, só com a Magali mostrando o seu orelhão alimentício, que ainda teve o poste representando por um pirulito em forma de bengala. 



Capas muito bacanas, interessante comparar as diferenças entre elas. Em todas eu preferi a primeira versão de cada, menos a do Chico, que preferi a 2ª versão. Em breve posto novas capas semelhantes aqui no Blog.

domingo, 11 de setembro de 2016

Capa da Semana: Cebolinha Nº 57

Uma capa bem simples e muito legal em homenagem ao Charles Chaplin com o  Cebolinha encarnando o Chaplin, só que ele não contava com a trapalhada do chapéu não encaixar na sua cabeça por causa do cabelo.

A capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 57' (Ed. Globo, Setembro/ 1991).


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Uma história do Astronauta casado com a Ritinha


Nessa postagem mostro uma história filosófica do Astronauta em que ele se pergunta como seria sua vida se tivesse casado com a Ritinha em vez de estar no espaço sideral. Com 9 páginas no total, foi publicada em 'Parque da Mônica Nº 29' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Parque da Mônica Nº 29' (Ed. Globo, 1995)

Nela, Astronauta está em um asteroide e fica vendo as estrelas e comentando para si mesmo que a vida no espaço é solitária.Quando ele deixou a roça pensava que ia viver muitas aventuras. De fato, ele lembra que teve aventuras marcantes, só que em outros momentos foram tão vazios. Astronauta ainda lembra que ele é conhecido pelas pessoas que tem contato, como o intrépido Astronauta, o desbravador de mundos desconhecidos.


Ele comenta, então, que queria saber como seria sua vida na roça se não tivesse virado astronauta, se seria mais feliz na roça. Nessa hora, o Ermitão do Asteroide, que estava dormindo, acorda e o Astronauta se assusta, pensando que era uma rocha falante. O Ermitão explica quem ele é, diz que sobrevive no asteroide porque seu estagio de evolução não precisa mais tomar água e comer e que pode tornar o sonho do Astronauta possível.


O Ermitão manda, então, o Astronauta olhar fixamente para a superfície da rocha e se concentrar. Logo aparece a visão do Astronauta mais novo na sua roça com inchada na mão, e a mãe o chama de Astronauta. Ele diz que não sabe porque ainda o chama assim, se  ele recusou a proposta da "Brasa" (Brasileiros Astronautas)  de viajar pelo espaço. A mãe diz que sabe que ele ainda fica pensando nas nuvens e ele desconversa falando que só quer cultivar a Terra, casar com a Ritinha e ser muito feliz


Chega o dia do casamento do Astronauta om a Ritinha. Vão de Lua-de-Mel, nascem os filhos, passa o tempo e Astronauta está mais velho e gordo continuando a sua vida pacata de trabalhar na roça.Só que ele está infeliz, sem querer nem brincar com seus 4 filhos. Ritinha diz que o jantar está quase pronto e o chama de Astronauta e ele diz que não quer ser chamado assim. Ela pergunta o que houve e Astronauta se desculpa, falando que esquece o quanto sua família é maravilhosa e diz ainda que vai na varanda um pouco enquanto a janta não fica pronta.

Na varanda, ele fica olhando pelas estrelas e fica se perguntando pelos mundos desconhecidos como serão e como seria sua vida se tivesse aceitado a proposta da Brasa e fosse astronauta. Ele recusou em nome de uma vida mais tranquila e ao lado de quem ama e pensava que seria feliz, mas o que sente é um vazio. Se pergunta se seria mais realizado e mais feliz no espaço, mas que nunca vai saber disso.


Nessa hora o Astronauta acorda da visão e se convence que também não seria completamente feliz na roça. O Ermitão explica, então, que a gente nunca é feliz, que nós se iludimos encontrando a felicidade plena e como não encontramos a gente culpa por uma decisão do passado e algum caminho que deixamos de trilhar, esquecendo o mais principal de que toda decisão de tomamos tem um bem e um mal. Astronauta diz que não havia pensando nisso e o Ermitão responde que é para ele seguir seu caminho.


No final, Astronauta se despede do Ermitão, deixa o asteroide e segue pelo espaço, fazendo caminhos à direita, á esquerda e em zigue-zague, reforçando as palavras do Ermitão que em cada ponto do caminho há uma decisão a tomar, uma escolha a fazer, mas que agora vai sem medo, aprendendo a perder de um lado, para ganhar do outro, deixando claro que aprendeu a lição.


Essa história é excelente mostrando filosofia e deixando os leitores a pensar como seria seu destino se não tivesse tomado uma decisão no passado e se seria mais feliz se aquilo não tivesse acontecido. Foi tratada de uma forma especial, mostrando a vida do Astronauta da roça casado com a Ritinha, mas não era feliz da mesma maneira. Sábias palavras do Ermitão e também do Astronauta no final, já que tudo que decidimos tem seus prós e contras e você que tem que saber decidir qual o melhor caminho a seguir.


Dessa vez colocaram um Ermitão fazendo a visão do passado do Astronauta, fugindo de máquina do tempo, que normalmente são colocadas nas histórias para retratar tema assim de voltar ao passado, o que se tornou bem mais criativo e especial. Acabaram preferindo não colocar o nome verdadeiro do Astronauta nessa história, se bem que na Editora Abril, na série de histórias da "Origem do Astronauta" (CB # 148, MN # 180 e CB # 149, todas de 1985), o nome verdadeiro dele era Astronauta mesmo. A MSP nunca teve coerências entre as histórias, até porque são escritas por roteiristas diferentes.


Os traços muito bons, com o Astronauta dessa vez com franjas amarelas, o que estava sendo bem comum em suas histórias de 1995. Coloquei completa na postagem. Interessante que quando ele lembra de histórias marcantes na primeira página, uma, que saiu em CB # 90, de 1994, em que um ET entra no uniforme do Astronauta, coloquei AQUI. As outras não identifiquei de quais gibis eram. Infelizmente por um tema bem maduro, hoje em dia seria impublicável. Se republicarem, com certeza tiraria o cachimbo do Astronauta porque não é permitido nos gibis atuais. Hoje tiram até do Saci-Pererê.


Muito bom que teve a volta da Ritinha, uma namorada do Astronauta cansada de esperar o Astronauta em suas viagens no espaço, acabou se casando com Bonifácio, deixando o Astronauta com dor de cotovelos. Em 1989 até meados de 1990, teve essa famosa série de histórias do Astronauta sendo corneado pela Ritinha e ele com dor de cotovelo vai à procura e outras namoradas pelo espaço. Série iniciada em 'Mônica Nº 30' de 1989 até 'Cebolinha Nº 43' de 1990, sendo que em quase todos saíram nos gibis da Mônica. Depois disso, volta e meia o tema do Astronauta com Ritinha voltava à tona, já fugindo um pouco da série de histórias de 1989, mas sempre bem marcantes, como essa.