quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Gibizinhos Nº 1



Em agosto de 1991 eram lançados os "Gibizinhos", uma série de minigibis que marcou época. Em homenagem aos exatos  25 anos de lançamento, nessa postagem faço uma resenha como foram os 4 'Gibizinhos Nº 1'.

A cada número vinham 4 exemplares diferentes, um para cada personagem, sendo pelo menos um deles era de algum dos 5 personagens principais. Cada Gibizinho tinha formato 13,5 X 9,5 cm, 32 páginas, com capa e miolo todos em papel couché com cores bem vivas e sem propagandas no miolo, apenas nas página 2 e 32 da contracapa. O enquadramento das histórias foi inovador, em média 2 quadros por páginas para manter uma boa visão de leitura.  Foi uma grande novidade esse formato de histórias na época. Para saber mais detalhes dá pra conferir AQUI E AQUI.

Nessas edições "Nº 1" tivemos Gibizinhos da Mônica, Piteco, Anjinho e Bidu. De comum, em todos tiveram capa fazendo alusão à história de abertura (a maioria dos Gibizinhos tinham capas com alusão à história) e também uma página de passatempos na página 30. Todos com 2 histórias no total, com exceção do Piteco que foram 3. A seguir comento como foi cada exemplar individualmente.

Gibizinho da Mônica Nº 1

A história de abertura foi "Mônica-robô", com 14 páginas. Nela, o narrador se pergunta se são esboços da Mônica vindo dos estúdios Mauricio de Sousa. O inventor responde que era a sua nova criação, a menina-robô, que canta, dança, corre e faz tudo o que menina normal pode fazer, só não fala. Enquanto ele está falando, a Mônica-robô vai para a rua, para desespero do inventor.

Trecho da HQ "Mônica-Robô"

Na rua, Cebolinha encontra a Mônica-robô e, sem saber que era um robô, cumprimenta. Como ela não responde, ele grita se não vai falar com ele, a chama de mal-criada e pergunta se a mãe não lhe deu educação. Nota que ela está estranha, achando que está com um olhar de peixe-morto e sorriso meia-lua, que só poderia estar apaixonada e pergunta se o louco era o Robertinho ou o Armandinho.

Ela não responde nada e ele grita pra falar com alguma coisa e chama de dentuça. Nisso, surge uma coelhada por trás, pela Mônica verdadeira, que acaba atingindo a robô. Eles ficam assustados com a robô e saem correndo. Nessa hora, surge o inventor e vê a sua robô destruída. Mas, ele não liga, porque ele criou outros, apontado para os robôs do Cebolinha, Cascão e Magali, terminando assim.

Trecho da HQ "Mônica-Robô"

A seguir vem a história "Negócios", em que surge o Diabo disfarçado. Mônica fala em Deus e ele manda não repetir essa palavra. Mônica pergunta se ele é um mágico porque ele apareceu do nada. O Diabo diz que é o príncipe das trevas, o senhor do mal e propõe a ela fama, poder e riqueza. Ela diz em troca de quê e ele diz que bastava ela assinar um papel. Mônica diz que as letras são muito miúdas, que não dá pra ler. O Diabo diz que é para confiar nele, que está escrito que ela vai ganhar muitos brinquedos, riqueza.

Mônica diz que assina, mas antes vai falar com o empresário. O Diabo pergunta quem é e aí surge o Anjinho. O Diabo se assusta e vai embora sem Mônica assinar o papel. No final, Anjinho avisa que ele era o Diabo e ela diz que já sabia, rasgando o papel que era para vender a sua alma e provando que ela só estava se fazendo de desentendida.

Trecho da HQ "Negócios"

Deu pra ver que enquanto a primeira história foi bem simples, a segunda foi bem interessante com Diabo querendo comprar a alma da Mônica. Eles gostavam de criar histórias de Diabo e com esse tema  dos personagens assinarem contrato para venderem a alma para ele. Hoje é altamente incorreto e impublicável, mas na época de tão  comum que saiu em um Gibizinho mais voltado a crianças em fase de alfabetização. Outros tempos.


Gibizinho do Piteco Nº 1

Esse foi primeiro Gibizinho que comprei da série porque estava sendo vendido separado em uma banca. Pensava que até que estavam lançando um gibi mensal do Piteco, só que em outro formato. Só em outro dia que fui descobrir os outros sendo vendidos juntos com esse do Piteco em outra banca e aí fui entender o que era a coleção. 

Esse Gibizinho do Piteco teve 3 histórias no total. A história de abertura foi "Mamãe ursa", com 14 páginas. Um raio cai em cima da caverna do Piteco e destrói tudo. Piteco fica desabrigado e procura outra caverna para ficar. Ele encontra uma, mas tinha um urso morando lá e, com isso, luta com o urso e consegue expulsá-lo a pauladas.

Quando entra na caverna, Piteco vê que tinha 3 filhotes de urso chorando e ele percebe que era uma ursa que estava protegendo seus filhotes. Piteco vai lá fora e encontra a mamãe ursa e a leva de volta para os seus filhotes. Quando ele vai embora, a ursa vai atrás do Piteco e leva para sua caverna, por gratidão. No final, Piteco comenta que é um cara de sorte porque ganhou uma caverna e uma família com casacos de pele e tudo, com os 3 ursos agarrados nele protegendo do frio.

Trecho da HQ "Mamãe ursa"

A seguir vem "Historinha da idade da pedra", com 6 páginas, que mostra esboços de desenhos do Piteco caçando, sendo que o animal dá umas chifradas nele e vai parar dentro do rio e aí é perseguido por um dinnossauro aquático. Chega em casa sem comida nenhuma e a esposa corre atrás dele por causa disso. Então, a gente descobre que os desenhos era de um menino, ancestral do Mauricio de Sousa, que desenhou nas paredes da caverna. Mauricinho pergunta se ele tem sucesso com os desenhos e Piteco diz que vai, nem que demore 6 mil anos para isso.

Trecho da HQ "Historinha da Idade da Pedra"

Termina com a história "Adversários", com 7 páginas, em que mostra o Piteco valente, enfrentando dinossauros, tigres pré-históricos. O narrador comenta que o Piteco é forte, corajoso, destemido, invencível, até que uma mosca o atinge e derruba, terminando ele de cama com a Thuga comentando que as moscas passam uma febre terrível que ninguém aguenta. Ou seja, um ancestral do mosquito da Dengue.

Trecho da HQ "Adversários"

Então, esse Gibizinho privilegiou a característica do Piteco caçador, enfrentando dinossauros e bichos. na primeira história teve uma bonita mensagem de solidariedade, e as outras também simples, mas que mostrou uma versão criança do Mauricio de Sousa e um alerta sobre a Dengue.


Gibizinho do Anjinho Nº 1

A capa apesar de ter a ideia de fazer alusão à história de abertura, mas a cena não aconteceu na história, então foi apenas uma piada em cima da história. A história de abertura foi "Um artista no céu", com 14 páginas. Nela, o Anjinho vê nuvens no céu e resolve fazer esculturas com elas. Faz violão, estrelas, frutas, entre outros e até chega a queimar mãos com raio quando encosta em uma nuvem de chuva. 

São Pedro chama o Anjinho e diz que não gosta das esculturas, mas por ver o Anjinho triste volta atrás e deixa ele fazer as suas esculturas de nuvem. Então, no final, ele faz uma caricatura da Mônica na nuvem. Ela na Terra vê a nuvem com sua caricatura e joga o Sansão no alto e acaba acertando o São Pedro, que fica uma fera, colocando a culpa no Anjinho.

Trecho da HQ "Um artista no céu"

A seguir vem a história "O conselheiro", com 13 páginas, em que o Anjinho tenta dar conselhos a um menino que só sabe fazer maldade e fazer com que ele siga o caminho do bem. O menino amarra latas no rabo do cachorro que estava dormindo e acaba levando uma mordida como castigo. Tenta roubar uma maçã do vendedor português só que acaba caindo tudo no chão e o menino teve que limpar tudo. O vendedor dá um saco de maçãs como pagamento do serviço e ele dá para um mendigo falando que perdeu a vontade de comer maçãs.

Depois procura arrumar briga com o primeiro garoto que vê, mas não sabia que ele era faixa-preta de caratê e acaba levando uma surra. Cansado de sofrer tanto, o menino resolve fazer só boas ações e começa ajudando uma velhinha a atravessar a rua. mas, aí aparece um Diabinho fazendo cara feia, que não é certo ajudar os outros, terminando assim.

Trecho da HQ "O conselheiro"

A primeira história bem simples, com a metade dela muda. Já a segunda mais elaborada, com várias cenas incorretas, principalmente do menino malvado querer amarrar latas no rabo do cachorro. Quis mostrar que fazer coisas ruins pode dar consequências ruins, tudo de forma leve, com direito a um Diabinho no final, querendo desviar o menino do lado bom para dar contraste do bem e do mal. Na época era normal ter histórias do Anjinho protegendo personagens secundários, sem ser as crianças da turminha. Antes qualquer um via o Anjinho, até os adultos. Ele protegia qualquer um. Agora ele só protege as crianças da turminha e só eles o veem.


Gibizinho do Bidu Nº 1

A história de abertura foi "O meu gibizinho", com 14 páginas. Trata-se de uma história especial de "Nº 1", não muito comum nos gibis da MSP, e metalinguagem desse título que estava sendo lançado. Nela, todos os personagens estão reunidos em uma noite de gala para prestigiar o lançamento do 'Gibizinho do Bidu'. Ele é o apresentador agradece a presença de todos, quando de repente aparece o Bugu no alto assobiando e o chamando de lindo e aterriza de para-quedas bem em cima do Bidu. Bugu reclama que não é hora do Bidu dormir e ainda fala que quer fazer alguns de seus números de apresentação e Bidu manda cair fora.

Bugu fala que então não vai mostrar o que tem no envelope. Bidu responde que não é curioso e Bugu vai embora. Só que o Bidu não para de pensar no envelope e o chama de volta, que vem fantasiado de "The Flash". Bugu diz que só mostra o envelope se for o apresentador da festa e Bidu aceita. Bugufaz encenação de Oscar, que logo é cortado pelo Bidu. Logo em seguida, mostra o conteúdo do envelope: era o 'Gibizinho do Bugu'. Com isso, Bidu fica uma fera e corre atrás pelo teatro inteiro, falando que foi longe demais e Bugu manda tchau pra mãe e que fez o comercial dele.

Interesssante eles fazerem essa metalinguagem de lançamento do Gibizinho, não é muito comum história especial de "Nº1". Já fizeram várias "Nº 100" e"Nº 200", mas de primeira edição é raro. Então, se torna uma história especial. Nessa história, o Bidu ficou com medo que o Gibizinho do Bugu fizesse mais sucesso que o dele. `Para constar, nunca teve 'Gibizinho do Bugu', bem que podia ter tido se a série continuasse nesse estilo depois de 1993. 

Trecho da HQ "O meu gibizinho"

A seguir vem a história "O cão mais inteligente do mundo", com 13 páginas. Um menino mostra para ao Franjinha que o seu cachorro Rinti é o mais inteligente do mundo e sabe uma porção de truques. Primeiro, Rinti pega um graveto lançado bem longe, encontra uma bola que estava em uma lata de lixo, salva uma menina que caiu num bueiro com uma corda, derrota os 2 maiores ladrões das histórias em quadrinhos e ajuda uma velhinha a atravessar a rua.

O menino pergunta ao Franjinha o que o Bidu sabe fazer. Franjinha diz que ele é paradão e vai pra casa. Chegando lá, dá bronca no Bidu que poderia parar de mexer no microcomputador e aprender alguns truques.

Como o Franjinha acha que mexer em computador é banal, acha que o Bidu não está fazendo nada demais. O nome desse cachorro fez referência ao famoso Rin Tin Tin. E ainda presença de bandidos tão comum na época, que colocaram tranquilamente no 'Gibizinho'. Hoje impublicável.

Trecho da HQ "O cão mais inteligente do mundo"

Como pode ver, esse título misturava histórias bem simples par acrianças que estavam aprendendo a ler, junto com outras bem maduras, com lição de moral com todas as cenas incorretas comuns em qualquer gibi da MSP. Sem contar os desenhos muito bem caprichados em todas as histórias. Não é a toa que o título virou uma febre na época. Valeu a pena relembrar essas edições nos exatos 25 anos de seu lançamento.

13 comentários:

  1. Gosto demais dos gibizinhos, sempre que consigo achar algum no sebo ja vou logo pegando rsrs. Uma ideia diferenciada, memorável... Podiam criar uma especie de coleçao histórica republicando esse material, se bem que com a droga do politicamente chato, que destruiu a turma da Monica, e muito improvável. Como e gostoso ler as historias do bugu atormentando o bidu. Desde pequeno, quando via uma historoa com os dois ja me alergrava pois sabia que era diversão... Outros tempos, ainda bem que temos as antigas pra recordar e matar as saudades. Parabéns pela postagem.

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    1. Eu também gostava dos gibizinhos, esse formato era legal e sempre tinha expectativa de quais personagens teriam gibizinhos em cada mês. O que é garantido que não tem volta.

      Gostava também do Bugu atormentando o Bidu. Uma vez ou outra aparece, mas sem aquela intensidade como era antigamente, hoje tudo amenizado.

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    2. Fabiano eu vi essa historinha. O problema é que nao gosto muito dos minions rsrs (alem disso achei o Manfredo com um desenho muito esquisito, não somente ele mas também o astronauta, cumprido demais- meio bizarro rsrs). Ainda assim e muito bom ver o bugu aborrecendo o bidu. O que gostei foi a história do Cebolinha com o Louco. Achei que essa valeu a pena!

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    3. Sim Marcos, como toda a turma, tudo meio morno pra frio, amenizado demais realmente. Um que estou achando cada vez mais estranho é o astronauta...

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    4. Pois é, Astronauta tá estranho até nos desenhos. Colocam ele magro demais na roupa espacial dele. Deve ser porque pra tirar o absurdo do Astronauta ser magro e ficar rechonchudo quando estava na roupa espacial. Se ele é magro, na roupa tem que ficar magro também, na visão deles.

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  2. Na Ed. Abril sei que teve uns promocionais que vinham junto com as revistas convencionais, a maioria eram tirinhas, mas da Mônica foi história inédita.

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  3. Legal, acabou ficando poucos blogues na lista.

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  4. Na "aba",os outros astros dos quadrinhos da Editora Globo também tiveram gibizinhos.


    Por volta de 1993,na promoção de uma marca de pilhas,saiu junto de uma embalagem um "gibizinhozinho",uma versão ainda menor que o gibizinho e acho que só tinha uma história,da Magali.Eu o tinha,mas sumiu.

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    1. Verdade, eu não tive esses. Os 5 principais tiveram esses gibizinhos promocionais da Rayovac.

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  5. Marcos, falta 100 mil visualizações de seu blog, para você conseguir um milhão de visualizações.

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  6. Eu gostei da postagem, vai fazer dos outros também? A propósito, achei legal uma história do Piteco com ursos, pois durante a pré-história existiram várias espécies de ursos e muitas tinham contato com os seres humanos da época.

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