sábado, 31 de outubro de 2015

Mônica: HQ "Dá uma mãozinha aqui!"

No dia de Halloween, nessa postagem mostro uma história de quando a Mônica passou a ter quatro braços por causa de uma bruxa. Ela tem 11 páginas e foi publicada originalmente em 'Mônica Nº 119' (Ed. Abril, 1980).

Capa de 'Mônica Nº 119' (Ed. Abril, 1980)

Nela, Mônica leva a Magali para brincar de comidinha em um lugar sombrio só para os meninos não a perturbarem e Magali vai embora assustada, alegando que tem que se preparar para ir à festa do Cebolinha naquela tarde. Enquanto Mônica grita que aquele lugar não tem nada de mais e não dá para brincar de comidinha sozinha, surge uma bruxa criança voando em uma vassoura e pergunta para Mônica se pode brincar com ela.


Mônica, a princípio, se assusta com a bruxinha, que diz que se chama Glaucia, veio do alto do morro da mãe dela e que apareceu voando na vassoura, comentando que ainda não voa tão bem como a tia Rosa dela, mas está treinando. Mônica não acredita que ela era uma bruxa e deixa brincar. Glaucia pergunta se elas vão brincar de casinha, mas Mônica fala que é de comidinha, que até já trouxe todo o material. Glaucia diz queria brincar de casinha, porque ela brinca de comidinha só no caldeirão dela. Mônica não aceita e tem que ser comidinha.


Gláucia pergunta se não poderia brincar das duas coisas e Mônica responde só se tivesse quatro braços. Então, a bruxa tem uma ideia e lança um feitiço na Mônica para ter quatro braços. Só que nessa hora a mãe da Mônica, Dona Luísa a chama e nem percebe que estava com quatro braços (na verdade, os leitores ainda não viram, com os quadrinhos mostrando a parte de cima da Mônica). Gláucia lamenta que justo na hora que elas iam brincar das 2 coisas.


Em casa, Dona Luísa, de olhos fechados, pede para Mônica pintar as unhas das mãos e pés dela. Mônica pede para mãe esticar tudo. Dona Luísa estranha, perguntando se vai pintar tudo de uma vez. Quando ela abre os olhos, leva um susto com a Mônica com quatro braços e desmaia no chão com cadeira e tudo. Nessa hora, o pai da Mônica, seu Sousa chega correndo e pergunta para Mônica o que aconteceu com a mãe dela. Mônica diz que não sabe, com seu Sousa levando um susto com ela e desmaia também. Mônica se pergunta se está acontecendo uma epidemia de desmaio, quando dá uma vontade de espirrar. Ela põe as mãos no rosto e então descobre que ela está com quatro braços, dando um supergrito de desespero que pôde ser ouvido pelo bairro todo.


Depois de um tempo, Magali aparece na casa da Mônica, chamando para ir na festa do Cebolinha. Mônica, mais calma, surge com um vestido novo bem grande e só com dois braços normais, Magali estranha, perguntando se ela engordou e Mônica diz que não, que era imaginação dela. Chegando na festa, Cebolinha dá bronca que finalmente a Mônica chegou, que ele ainda não havia dançado, já que ela seria o par na dança. Mônica só diz que teve um probleminha.

Cebolinha manda a Mônica dar a mão para ele e nota que uma parte do vestido está rasgando e que tinha alguma coisa ali dentro, quando naquele momento, Magali dá um tropeço e deixa cair a bandeja com comida toda na Mônica, que fica com raiva de ter molhado o vestido. Nessa hora, todos descobrem que ela está com quatro braços e se afastam dela com medo. Ela tenta se aproximar e todos fogem atravessando a parede. Logo depois, surge um cachorrinho, mas foge também quando vê a Mônica daquele jeito. 


Mônica fica triste e chora porque todo mundo a rejeitou só porque ela estava com quatro braços. Magali, Cebolinha e Cascão voltam para lá e de longe falam para não ficar triste, porque eles não estão com medo dela. Mônica pergunta porque eles não se aproximam dela e Cascão diz que ela é besta, que vai que um desses braços tentam pegá-lo. Magali tenta contornar a situação, com os 3 entrando na casa. Cebolinha e Cascão falam que eles é que deviam estar tristes porque se eles já apanhavam com dois braços, imagine com quatro.


Mônica chora e Magali os chamam de burros, que a situação é séria. Cebolinha e Cascão contam as vantagens de ter quatro braços, como jogar figurinhas mais fácil e cumprimentar mais gente na festa de aniversário e tomar 4 sorvetes ao mesmo tempo. Já Magali conta as desvantagens como onde vai achar anel e pulseiras para tantos dedos e braços, em qual mão ela vai colocar anel quando se casar, o alto custo que vai ter com manicure e vai ter que reformar todos os vestidos.


Cebolinha diz que dá um jeito e volta com um alicate grande para arrancar os braços da Mônica, que já segura um vaso, um banco e um prato, mandando ele não se aproximar. Nessa hora, a bruxinha Glaucia e sua mãe surgem no lado de fora, com a mãe mandando a Glaucia desfazer o feitiço para que os vizinhos não pensem que elas não têm educação. Glaucia desfaz o feitiço bem a tempo de antes do Cebolinha cortar os braços da Mônica.


As bruxas vão embora e Mônica volta ao normal, que olha o Cebolinha com o alicate na mão e dá uma surra nele. No final, Magali comemora que a amiga voltou ao normal e Mônica diz que até que já estava se acostumando a ter quatro braços, que pensando bem até que ia ser legal, quando aparece de novo quatro braços e Mônica sai correndo. mas, na verdade, como ela estava em frente a uma árvore, era só o Xaveco no outro lado se espreguiçando, estendendo os braços dele após acordar.


Essa história é muito legal, com o sufoco da Mônica ter quatro braços de uma hora para outra. É para soltar a imaginação. Muito hilário a parte dos pais desmaiando, da Mônica descobrindo que tem quatro braços, gritando de medo e só mostra casa e uma vista da região para demonstrar que o grito foi super alto. Muito engraçada também quando a turma imagina os problemas da Mônica com quatro braços, como a Mônica vestida de noiva não sabendo em qual dedo colocar o anel, cumprimentando a todos no aniversário, etc. 

Tem um absurdo no fato de se a Mônica estava bem longe, como deu para ouvir a mãe chamando da casa dela. São os absurdos dos quadrinhos, que fazem a diferença e se torna mais engraçada. Não diz que tipo de festa do cebolinha, se era de aniversário ou se estava dando uma festa por conta própria. 


Além da gente se divertir à beça, de certa forma, tem uma lição de moral, já que discute preconceito, que não devemos se afastar de uma pessoa só porque é diferente em alguma coisa. Eles ficaram com medo da Mônica só porque ela estava com quatro braços, mas fora isso ela era a mesma pessoa.  

Os traços maravilhosos, bem típico no final dos anos 70, com uma arte-final bem incrível. As expressões dos personagens eram o máximo assim. Na postagem a coloquei completa. Uma curiosidade é que na época eles gostavam de colocar bruxas-crianças nas histórias, normalmente aprendizes e bem atrapalhadas causando confusão sem intenção e tem que depois consertar o erro no final da história. Nessa seguiu esse estilo com a bruxa Glaucia sem ter intenção de ter feito a maldade.


Essa história foi republicada 2 vezes. A  primeira foi no miolo do 'Almanaque Mônica Nº 29' (Ed. Abril, 1986), que teve como tema "Almanaque mágico", republicando histórias envolvendo bruxas, fadas, magos e mágicos. Depois foi novamente republicada, dessa vez como história de abertura, em 'Almanaque da Mônica Nº 19' (Ed. Globo, 1990). Abaixo, as capas desses almanaques:

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 29' (1986)
Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 19' (1990)

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Coleção Histórica Nº 49


Nessa postagem eu comento sobre a 'Coleção Histórica Nº 49', formada pelas 5 revistas números 49: Mônica (1974), Cebolinha (1977), Chico Bento e Cascão (1984), e Magali (1991).

Com o Raposão na capa do box, que marca com o primeiro gibi do Cebolinha de 1977. Tiveram poucas informações de créditos das histórias e as tirinhas mais uma vez alteradas, como estão fazendo desde a CHTM # 47, sendo dessa vez foram principalmente em proporções dos desenhos, ficando muito feias. Além disso, resolveram colocar respostas nos passatempos das revistas da Mônica e do Cebolinha que não tinham nas originais, pois nos primeiros anos os passatempos não tinham respostas, e com isso, mais uma alteração boba em relação às originais.

Sobre distribuição, continua atrasando muito. Esse volume é de setembro e aqui chegou dia 10 de outubro (e como sempre vendendo 1 ou 2 exemplares por banca que vende), sendo que há reclamações que até hoje não chegou em lugares que costumavam ter.



Histórias de abertura e comentários gerais:

Mônica - "Napoleão, o cão" - Mônica ganha do seu tio um cachorro chamado Napoleão, que faz tudo de forma exagerada. Ele ainda ajuda a encontrar 2 bandidos que roubaram a fórmula contra a calvície de um professor.

Napoleão apareceu só nessa história e depois sumiu com a Mônica ficando sem bicho de estimação até ser criado o Monicão em 1994. Curiosamente, o tio da Mônica não apareceu, só foi citado pela mãe dela que o tio tinha deixado o cachorro e que estava no quintal.

Trecho da HQ "Napoleão, o cão"

Nos comentários foi falado que nessa edição estreou a seção de cartas "Vamos bater um papo?", mas não mostrou pelo menos uma miniatura da página para saber como era. Podiam ter colocado bem pequeno para gente ver a estrutura. Pelo menos foi citado, já que em 'Cebolinha Nº 17' não foi informado sobre isso na CHTM # 17 daquela revista. Nesse gibi foram reservadas só 4 páginas de comentários, correspondendo a 3 páginas de propagandas e 1 da seção de cartas da revista original, e, com isso, o gibi teve mais páginas com histórias. O normal são 6 páginas de propagandas (que agora com a seção de cartas, poderia ter sido 7). Então, histórias de 1 pagina não foram comentadas, diferente dos outros gibis desse Box que tiveram comentários.

Em relação a créditos, de 13 histórias comentadas, só a história "Pescar é uma arte" (em que a Mônica atrapalha o Cebolinha em uma pescaria), que teve créditos completos. Quase todas escritas e desenhada pelo Mauricio na época, mas não pode confirmar isso em todas, já que nessa história tiveram desenhista e arte-finalista diferentes. Na história "O desafio" (em que Cebolinha e Cascão fazem exercícios para ter mais condicionamento físico para correr da Mônica) fala que os desenhos estão diferentes e que já estavam começando a diversificar os traços, mas infelizmente não diz quem desenhou, não mostrando crédito nenhum dessa.

Esse gibi tem muitas histórias do Cebolinha e Cascão, apesar de ter participação da Mônica. Cascão dessa vez teve uma história solo, "Muito precavido", muda de 3 páginas, mostrando o Cascão se prevenindo da chuva com guarda-chuvas quando ele nota presença de nuvens. Essa até já conhecia republicada no livro L&PM "As Melhores Histórias do Cascão", de 1991. Normalmente saia história dele nos gibis do Cebolinha.

Na tirinha no final do expediente, colocaram o nome da Mônica no alto já que está inserido no quadrinho da tirinha e não no lado de fora, sendo que com a ampliação dos desenhos, ficou tudo desproporcional e diferente como foi na edição original de 1974.

Cebolinha - "Luta final" - Um vilão com cabelo em forma de fogo volta à Terra depois de 300 anos para ajustar as contas com o tetravô do Cebolinha, mas acaba confundindo o Cebolinha com o tetravô ancestral dele. Curiosamente, esse vilão não teve nome e só apareceu nessa história, assim como vários vilões da MSP. Este foi lembrado depois, participando em 'Cebolinha Nº 500' (Ed. Panini, 2014).

Esse é o primeiro gibi do Cebolinha de 1977 e a partir de agora  aos poucos vamos ver novos tipos de traços, que já estavam começando a ficar parecidos com os anos 80. A do Horácio nesse gibi (em que ele traz presentes para a sua turma depois de uma viagem), por exemplo, estão praticamente iguais aos anos 80. Terão novos tipos de traços e no final do ano começar a ter os marcantes traços superfofinhos.

Também vamos começar a encontrar algumas histórias republicadas nos almanaques da Editora Globo. Hoje histórias dos gibis do Chico Bento e Cascão da CHTM são quase todas encontradas em vários almanaques da Globo. Normalmente, eles republicavam histórias dos anos 80 mesmo, mas às vezes colocavam histórias do final dos anos 70 a partir de 1977, sendo mais frequente a partir de 1978, principalmente as de miolo que tinham traços bem parecidos com os atuais até então. Porém, nessa edição ainda não não teve nenhuma que saiu em almanaques da Globo.

Muito legal a história "Repousando", em que o Cebolinha descobre que a Mônica está doente e não pode sair da cama e resolve perturbá-la por causa disso. Nela, mais uma vez acontece aqueles tipos de cenas engraçadas com o personagem desesperado com a cara de raiva do outro, perguntando "Fulano? Que cara é essa!? Fulano!??" depois de ter aprontado muito com ele e ficando o mistério de como era a tal cara de raiva e o que ele ia fazer com o outro. Na cena que destaquei abaixo, mostra o Cebolinha desesperado com a Mônica irritada, depois de ter aprontado muito com ela, fazendo a gente imaginar que cara a Mônica fez e o que faria com ele, que foi só revelado no próximo quadrinho. Muito engraçado.

Trecho da HQ "Repousando"

Infelizmente a edição tiveram poucas informações de créditos e, com isso, não dá para saber quem desenhou cada história. De 11 histórias comentadas, em 6 não tiveram créditos nenhum. O Mauricio escreveu 3 histórias desse gibi. Histórias de 1 página foram comentadas, só a tirinha que não foi.

Em relação a alterações em relação à original, além dos Passatempos com respostas que não tinha na original, mais uma vez mudaram a cor do nariz do Zé Lelé na história "O galinho" (em que ele tem que se lembrar que tem que pegar um galinho no sítio do Nhô Lau durante o caminho). Nos anos 70, o nariz dele era alaranjado ou vermelho. Sempre que tem história dele dessa época eles mudam na CHTM, colocando da cor da pele para não ficar dando impressão que era nariz de palhaço e dessa vez não foi diferente. Não gosto dessa mudança, já que não preserva como saiu nos gibis originais e acho que tinha que manter assim na CHTM. A seguir comparação, com imagem da original enviada por André Felipe.

Comparação da HQ "O galinho": cor do nariz do Zé Lelé diferente

Na tirinha dessa vez apareceu o nome do Cebolinha no alto porque na original foi inserida no quadrinho, mas a proporção alterada de forma lamentável. Como ampliam os desenhos, eles ficaram muito diferentes, com quadrinhos retangulares em vez de ficarem quadrados como na original e, então, os desenhos ficaram desproporcionais com personagens mais gorduchos. Ficou horroroso assim. Abaixo a comparação, com imagem da original enviada por André Felipe. Lembrando que o espaço vermelho que deixo é porque o gibi original era 2 centímetros maior na altura:

Comparação das tirinhas de 1977 e da CHTM # 49

Chico Bento - "Um peixe fora d'água" - Chico salva um peixe de ser pescado, acaba caindo no lago, batendo de cabeça e, então, como gratidão, o peixe que o Chico salvou o transforma em peixe com intenção de salvar a sua vida.

Apesar de no gibi como um todo preservar o caipirês dos personagens como saiu no gibi original, teve alteração em relação a isso na história "Vai atender ou não?", em que o Chico é confundido com o cara que trabalha no posto de gasolina, causando muita confusão. Nesse quadrinho abaixo, mostra o Chico falando "chamando", sendo que na original era "chamano".

Trecho da HQ "Vai atender ou não?"

Além disso, teve uma suposta alteração na fala do Zé da Roça nessa mesma história. Quando começaram a colocar os personagens falando caipira em 1980, O Zé da Roça e o Hiro falavam caipira também, chegando até alterar isso nos almanaques da Editora Abril daquela época. Mas quando o Chico ganhou o gibi próprio em 1982, eles passaram a falar certo para dizer que são mais inteligentes na escola. No quadrinho dessa história, tem umas fontes diferentes, principalmente nas letras "R" em tom mais negrito, que podia ter sido "confiá" e "chegá", por exemplo, em vez de "confiar" e "chegar", respectivamente.

Em 1984, o Zé da Roça já não falava caipira. Então, ou na original saiu com ele falando caipira sem querer e alteraram isso na Coleção Histórica, ou na época eles colocaram o Zé da Roça falando caipira antes de finalizar o gibi e em cima da hora consertaram ficando as letras diferentes do que no resto. Só com o gibi original para confirmar isso. Abaixo, a cena:

Trecho da HQ "Vai atender ou não?"

Nos créditos nos comentários, de 6 histórias, só 3 que mostram roteirista e só na abertura fala quem foi o desenhista. Ainda nos comentários, fala de erro de cores na 2ª história do Papa-Capim desse gibi, mas não mostra o scan da original. Como história de destaque "Dentista?! Deus me livre!", em que a Dona Cotinha, mãe do Chico dá dinheiro para ele ir ao dentista para tratar da dor de dente e ele gasta tudo com pirulitos. História divertida e muito incorreta, mostrando um Chico desobediente com a mãe.

Como não teve tirinha no final, não teve alteração em relação a isso. Quando tinha uma propaganda na original, então na CHTM colocam no lugar só uma imagem do Chico pescando falando que não pode perder a CHTM.

Cascão - "A sobrinha que veio limpar o Cascão" - Cleide, a sobrinha das irmãs Cremilda e Clotilde, chega para armar um plano de namorar o Cascão para poder dar banho nele.

De 6 histórias comentadas, só 2 com créditos completos e em 3 sem crédito nenhum. As propagandas cada vez em tamanho menor que não dá para ler nada. Detalhe que não só as desse gibi do Cascão, assim como em todas desse Box. Já que não colocam em tamanho original, podiam colocar as propagandas de uma forma que dê para ler o texto.

Destaque da história do Bidu, "O dia em que roubaram o roteiro da historinha". Nela, alguém bate no Manfredo e roubam o roteiro da história do Bidu e eles arrumam um detetive para solucionar o mistério de quem roubou. Afinal, sem roteiro não tem como ter história. Muito engraçada, principalmente a parte que encontram um suposto cachorro que havia roubado e ele diz que nunca roubaria história do Bidu porque são chatas demais e que só dar risada com as do Chico Bento. Isso para mostrar que ninguém gosta das histórias do Bidu. Eu, particularmente, gosto.

Trecho da HQ "O dia em que roubaram a historinha"

Outra história bem bacana é "O fantasma do Cascão", que encerra o gibi, em que a Mônica tenta dar um susto no Cascão, e então ele finge que morreu e que virou fantasma para assustar a Mônica como alma penada e tirar proveito da Mônica pagar sorvete para ele. Interessante o aviso no início da história falando que se tem coração fraco e não aguenta emoções fortes que para não ler a história. Muito criativo.

Esse gibi também não teve tirinha pelo mesmo motivo de ter propaganda no lugar na original de 1984, e, então não teve alteração só por causa disso.

Magali - "Pão pão, beijo, beijo!" - Quinzinho pensa que a Magali namora ele só por interesse por ele ser filho do padeiro e arma um plano para tirar a prova, inventando que a padaria faliu.

Os traços dessa história são lindos, com desenhos fofos e com ângulos diferentes. O roteiro foi da Rosana, mas infelizmente nos comentários não falou quem foi o desenhista nem arte-final. Sempre nas melhores não mostram quem desenhou.

Comparação da HQ "Pão, pão, beijo, beijo!":  cabelo do Quinzinho com cores diferentes

Mais uma vez o tom do cabelo do Quinzinho saiu diferente.  O cabelo dele era claro e agora mudaram colocando marrom escuro, como sempre fazem na CHTM, mas deixando assim fica muito diferente da original. E só lembrando que o menino negro apareceu sem lábios, mas dessa vez não foi alteração. Realmente na original ele não tinha lábios. Abaixo a comparação do tom do cabelo do Quinzinho:

Comparação da HQ "Pão, pão, beijo, beijo!": cabelo do Quinzinho com cores diferentes

Esse gibi com muitas histórias de 1 ou 2 páginas, algumas dos anos 70 e de tabloides que foram aproveitadas. A história "Que tal" (com Magali e Cebolinha em uma lanchonete) é do final dos anos 70 e a da Branca de Neve havia saído em 'Cebolinha Nº 1' (Ed. Globo, 1987), sendo que na ocasião foi em 1 página e agora colocaram a mesma história com desenhos ampliados de forma que ocupem 2 páginas. Costumavam republicar as vezes histórias e tabloides de 1 ou 2 páginas antigas, quando faltavam número de páginas para concluir o gibi a tempo de chegar nas bancas. Afinal, em maio de 1991 saíram 3 gibis da Magali: Nº 49, 50 e 51.

De 7 histórias, 2 sem créditos nenhum. E com créditos completos, só "A hora da mama", que mostra a mãe da Magali comendo para caramba para ter leite suficiente par amamentar a Magali, ainda bebê. Outra história legal foi "Voando alto", em que a Magali voa ao segurar uma pipa para o Cascão de tão magrinha que ela é. Nessa nem mostra comida, e, sim, só a característica da Magali ser magra demais, que come e não engorda e passar sufoco por isso. Sempre rendiam ótimas histórias.

A tirinha no final foi alterada de forma lamentável, dessa vez não só em relação ao nome da Magali no alto que ficou omitido e ampliação de desenhos, mas também modificaram os quadrinhos dela. O texto ficou diferente no 1º quadrinho, mudando de "Puxa! é mesmo, Cebolinha!" para "Poxa! Obrigado, Cebolinha!" só porque a Magali não agradeceu no gibi original de 1991 e mudaram isso por causa do politicamente correto. É cada bobeira que fazem questão de mudar.

Além disso, a grama foi pintada de verde e fizeram um contorno no 1º quadrinho que não tinha na original e mudaram a arte do 2º quadrinho, tirando o contorno envolvendo os personagens, mudando para um quadrado padrão, e, com isso, tirando a arte da época. Afinal, era muito comum quadrinhos terem contornos diferentes para mostrar outras formas além do tradicional quadrado e retângulo e com essas alterações ridículas assim tiram a magia da época. Abaixo a comparação.

Comparação das tirinhas de 1991 e da CHTM # 49

A capa com pouca alteração, com leve redução do desenho, pouco degradê e tiraram o logotipo da Globo nas capas dentro da bandeja e nem colocaram os da CHTM no lugar, como já era de se esperar. Deixaram mesmo só a ilustração da Magali nas capas dentro das bandejas. Ao menos mantiveram o logotipo original das capas dentro das bandejas, ocupando todas a largura do gibi diferente do logotipo principal que não ocupou a largura do gibi na CHTM. Abaixo a comparação:

Comparação das capas de 1991 e da CHTM # 49

Ainda em relação à capa, a original de 1991 teve uma etiqueta de preço bem grande nos gibis que foram vendidos de segundo lote. As revistas sem etiqueta custavam Cr$ 100,00 enquanto que as com etiqueta custaram Cr$ 110,00. Como nos comentários o Paulo Back colocou que a revista custou Cr$ 100,00, a MSP têm a versão da revista com etiqueta. Bem interessante. A versão que eu tenho é sem etiqueta e então mostro como foi a versão com etiqueta, com imagem que pesquisei tirada da internet.

Capa de 1991 na versão com etiqueta

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Tirinha Nº 31: Aniversário do Mauricio de Sousa

Hoje é aniversário de 80 anos do mestre Mauricio de Sousa, o grande criador da Turma da Mônica, que alegra a infância de várias gerações com esses personagens incríveis. Que tenha muitas felicidades, saúde e muitos anos de vida.

Em homenagem, posto uma tirinha com presença do Mauricio, afinal muitas vezes ele se tornou personagem das histórias, contracenando com os personagens, envolvendo metalinguagem. Nessa tirinha, o Cebolinha encontra o Mauricio na rua e reclama que não aguenta mais histórias da Mônica correndo atrás dele com o Sansão só porque ela está conseguindo alcançá-lo. 

Provavelmente foi criada especialmente como homenagem ao aniversário de 60 anos do Mauricio, já que foi publicada há exatos 20 anos, em outubro de 1995. Na colorização marcante nos gibis do segundo semestre daquele ano, com todos os quadrinhos em degradê, inclusive as gramas, título no alto e balões quando eram coloridos. 

Tirinha publicada originalmente em 'Mônica Nº 106' (Ed. Globo, 1995).


domingo, 25 de outubro de 2015

Capa da Semana: Mônica Nº 17

Uma capa em clima de Haloween, que se comemora nessa semana, dessa vez sem piada, apenas um desenho bonito e bem caprichado da Mônica e Cebolinha como bruxos voando em uma vassoura à noite.

Foi publicada em maio, mas eles bem que podiam ter reservado essa capa para a edição 'Nº 22' de outubro de 1988. Afinal, eles não se preocupavam em colocar datas comemorativas nos seus respectivos meses. 

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 17' (Ed. Globo, Maio/ 1988).


sábado, 24 de outubro de 2015

Capas Semelhantes (Parte 14)

Nessa postagem com capas semelhantes, mostro 5 capas, sendo 1 para cada personagem. Todas da Editora Globo, com a exceção das primeiras versões do Cascão e Chico Bento em que as originais envolvem a época da Editora Abril.

Cascão Nº 89 X Cascão Nº 115

Cascão fazendo apresentação de rolar lata de lixo com os pés. Na versão original, publicada em 'Cascão Nº 89', de 1986, o Cascão está em um circo e mostra também o Chovinista em cima da lata de lixo. Já na 2ª versão, de 'Cascão Nº 115', de 1991, o Cascão está se apresentando na rua, com Mônica e Cebolinha como plateia e sem o Chovinista em cima da lata.



Chico Bento Nº 91 X Chico Bento Nº 130

Chico Bento cavalgando em um cavalo muito brabo. As 2 capas ficaram bem parecidas  visualmente. A diferença entre elas é que na 1ª versão, de 'Chico Bento Nº 91', de 1986, o Chico amarra um travesseiro na bunda com a intenção de não se machucar se ele cair, enquanto que na 2ª versão, de 'Chico Bento Nº 130', de 1992, Chico amarra uma cadeira nele e no cavalo para não cair.



Cebolinha Nº 17 X Cebolinha Nº 176

Cebolinha fica impressionado com o personagem com um balão para baixo em vez de ser para cima. Foi publicada primeiro em 'Cebolinha Nº 17', de 1988, com o Anjinho segurando o balão ao contrário e fizeram outra versão em 'Cebolinha Nº 176', de 2001, sendo dessa vez é o Do Contra com o balão ao contrário pendurado no pé e ele no alto.



Mônica Nº 91 X Mônica Nº 122

Os personagens fazem referência aos "Três Macacos Sábios" em que um não vê, outro não escuta e outro não fala, quando Mônica quer saber o que fizeram com o Sansão. Na versão original, de 'Mônica Nº 91', de 1994, aparecem na capa Cebolinha, Cascão e Humberto e o motivo foi porque deram nós no Sansão. Já na versão de 'Mônica Nº 122', de 1997, o Titi aparece no lugar do Humberto e eles representam os sentidos dos macacos diferentes em relação à 1ª versão (só Cascão continua não escutando) e o motivo foi que eles sumiram com o Sansão, com ela desesperada perguntando se sabem aonde o coelhinho está.



Magali Nº 224 X Magali Nº 324

Magali leva um prato no castelo da bruxa para tomar a poção que estava preparando. Na versão original, publicada em 'Magali Nº 224', de 1998, a Magali está com o prato na mão dentro do castelo. Exatamente 100 edições depois, em 'Magali Nº 324', de 2001, fizeram outra capa semelhante, sendo dessa vez, com a Magali no lado de fora do castelo, tentando pegar a poção pela janela.



Em todas essas mostradas, eu preferi a primeira de versão de cada uma. As capas dos gibis da Editora Abril e os de 2001 foram tiradas da internet porque eu não tenho. Em breve posto mais capas semelhantes no Blog.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Livro L&PM: As Melhores Histórias do Penadinho


Nessa postagem mostro como foi o livro "As Melhores Histórias do Penadinho", da coleção da Editora L&PM lançado em 1991.

Seguindo o formato dos outros livros da coleção, esse tem formato de 21 X 28 cm, 52 páginas e papel de miolo off-set, tanto na versão capa cartonada quanto capa dura. Na capa, sempre com o personagem em uma situação ou com um objeto que tem a ver com sua personalidade, a gente vê o Penadinho no cemitério e a Alminha se aproximando ao fundo, representando o seu cotidiano.

O livro abre com o frontispício com o título "Alma do outro mundo, eu?!", ilustrado com imagem do Penadinho e Alminha namorando, que fala que é o pessoal para ter medo é dos vivos e não dos mortos, que nem sabemos se fantasmas existem mesmo e que Penadinho foi criado com base nisso, para fazer piadas com fantasmas e apresenta os principais personagens, só não falou do Cranicola. Na página de evolução, mostra 2 imagens do Penadinho, com uma de quando ele foi criado em 1963 e outra atual até então.

Evolução do Penadinho

Em seguida vêm as histórias republicadas, sendo 11 no total entre 1972 a 1985. A maioria são historias do Penadinho, mas algumas com ele só faz participação e não aparece em 2 delas. Tiveram histórias com a turma toda, menos com a Alminha, ou colocando os personagens como protagonistas ou fazendo participação. Mostram o cotidiano dos personagens no cemitério, mostrando suas características, ou fazendo críticas ao mundo dos mortos, podendo refletir sobre alguma coisa.

A relação de histórias republicadas (todas da Editora Abril), com número da edição e ano foram essas:
  1. A faxina (MN # 41, de 1973)
  2. Penadinho (MN # 33, de 1973)
  3. Penadinho (MN # 23, de 1972)
  4. Encontro com a cegonha (CC # 48, de 1984)
  5. Almas penadas (CB # 147, de 1984)
  6. O Herói (MN # 184, de 1985)
  7. Um caso de morte (CC # 55, de 1984)
  8. Quem vai, quem fica (CC # 66, de 1985)
  9. Ser ou não ser (CC # 61, de 1984)
  10. Fazendo corpo mole (CC # 57, de 1984)
  11. Penadinho (MN # 125, de 1980)

Prevaleceram histórias dos anos 80 e não teve nenhuma com os traços superfofinhos do final dos anos 70 e a gente conferiu mais os diversos estilos de traços dos anos 80. Nas histórias dos anos 70 desse livro aparece o Penadinho contracenando com outros fantasmas, que era o que prevalecia na época. Os monstros da turma foram criados ao longo dos anos 70 e apareciam raramente nos gibis e nas tiras de jornais, sem características muito definidas e só passaram a ter mais destaque quando lançaram o gibi do Cascão em 1982.

A primeira história do livro foi "A faxina", bem simples de 4 páginas, em que o Penadinho tenta organizar sua cova tirando todo o lixo que não serve mais, mostrando um lado lerdo e atrapalhado do Penadinho. Nessa o Zé Finado contracena com ele no início.

Em seguida, vem uma história curta de 2 páginas, sem título, apenas chamando "Penadinho", em que o Penadinho, Zé Finado e outros fantasmas se juntam para ouvir irradiação de futebol no rádio. Essa aproveitada de tabloide de jornais para o gibi da Mônica, incluindo, inclusive, número das páginas no rodapé, preservando igual como saiu no gibi original. Uma coisa legal nessas primeiras histórias do Penadinho é mostrar no primeiro quadrinho apenas o nome dele e uma imagem dele embaixo para reforçar quem ele era, porque pelo visto ele não era muito conhecido, afinal quase não tinha história dele nos gibis.

Trecho da HQ "Penadinho" (1973)

Depois vem "Penadinho", outra sem título, curta de 3 páginas, com o Pixuquinha aflito porque soube que pode ressuscitar em forma de um jerico (burro). Muminho foi citado na história, mas não apareceu. Essa devia abrir o livro por ser a mais velha do livro e de curiosidade foi a estreia do Penadinho nos gibis. Ou seja, clássica.

Trecho da HQ "Penadinho" (1972)

Em seguida começam as histórias dos anos 80. Em "Encontro com a cegonha", com o Penadinho inconformado porque foi convocado para reencarnar. Para os fantasmas reencarnar era como se fosse a morte para os humanos. A partir dessa história mostra os códigos exatamente como sairam nos gibis originais.

Logo depois vem 2 histórias sem presença do Penadinho. Em "Almas penadas", Diabão vende almas no mundo dos vivos por causa da superlotação de almas no inferno. Já em "O herói", Pixuquinha considera o Zé Vampir um herói, mas para sua decepção, descobre que o Zé Vampir tem medo de muita coisa. Curiosidade do Lobisomem sendo chamado de Lupe, em vez de Lobi ou Lobisomem. Essa história devia encerrar o livro, já que é a mais nova presente.

Trecho da HQ "O Herói" (1985)

Em "Um caso de morte" - Dona Morte quebra o pé e não pode trabalhar e pede ao Penadinho buscar o velhinho Ataulfo, causando muita confusão. Dona Morte só participa no início e no final, afinal é o Penadinho quem está substituindo no serviço.

Trecho da HQ "Um caso de morte" (1984)

Em "Quem vai, quem fica", um fantasma inconformado que havia morrido visita a sua família e amigos no mundo dos vivos e descobre que não fez falta quando morreu já que trataram logo de arrumar substitutos assim que ele morreu. Dona Morte aparece só no início. Não teve uma história protagonizada por ela, mas pelo menos teve presença no livro. Apesar de fazer referência a 1984 no código, ela é uma história publicada em 1985, já que nos gibis de janeiro a março colocavam o ano anterior nesses códigos. 

Já na história "Ser ou não ser...", Lobisomem resolve contar para a sua esposa que é um lobisomem depois de 10 anos de casados. Nessa Penadinho só faz participação no início, sendo protagonizada mesmo pelo Lobisomem.

Trecho da HQ "Ser ou não ser..." (1984)

Em "Fazendo corpo mole", um esqueleto sem cabeça procura a sua cabeça no cemitério e Penadinho chama Cranicola para ocupar a cabeça. Representa história com Cranicola e o seu desejo de ter um corpo. Teve boa presença do Penadinho, mas o Cranicola que é o verdadeiro protagonista.

Na última história do livro, volta para o final dos anos 70, de 1 pagina sem título, apenas "Penadinho", em que um fantasma surge no cemitério e reclama que morreu sem ter feito nada na sua vida, só pensando no que fazer da vida sem decidir nada. 

Enfim, esse livro do Penadinho é muito bom e vale a pena. Quase todos os personagens apareceram, nem que seja por participação, só faltou a Alminha, mas que foi lembrada pelo menos na capa e na imagem do frontispício. E podia ter alguma história do final dos anos 70 para mostrar os traços superfofinhos. Como só tem 52 páginas, sempre falta alguma coisa. Mesmo assim é muito divertido e recomendo esse livro.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Capa da Semana: Magali Nº 11

Uma capa muito legal e bem caprichada com a Magali como maquinista de trem e as fumaças que saem são em forma de guloseimas, como pirulito, sanduíche, maçã e sorvete. Só no trem da Magali para ela conseguir esse absurdo.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 11' (Ed. Globo, Novembro/ 1989).


sábado, 17 de outubro de 2015

Turma da Mônica e o Estatuto da Criança e do Adolescente

Em 1990 foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescente, um conjunto de leis do governo que mostram os direitos das crianças. Para divulgar o ECA recém lançado, os gibis da Turma da Mônica de outubro de 1990 tiveram capas e histórias com referência. Nessa postagem em homenagem aos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente mostro como foram essas edições, assim como o gibi institucional, também lançado nessa mesma época.

Todos os gibis convencionais de outubro de 1990 tiveram a mesma estrutura: capas com um selo da Mônica e Cebolinha com dizeres de "Outubro - Mês da Criança". E tinham um direito da criança do ECA em volta de um círculo estampado na capa. Como os gibis do Cascão, da Magali e do Chico Bento eram quinzenais, foram reservados 2 gibis enquanto que os da Mônica e Cebolinha, por serem mensais, foram só 1: 'Mônica Nº 46', 'Cebolinha Nº 46', 'Cascão Nº 98' e 'Nº 99', 'Chico Bento Nº 98' e 'Nº 99' e 'Magali Nº 34' e 'Nº 35'.

Capas dos gibis de outubro de 1990

Algumas capas tiveram também desenho fazendo alusão ao direito da criança e em outros, não. E no miolo sempre com uma história curta a ver com o direito que foi estampado na capa. Na verdade, não deixava de ser propagandas formando uma história para divulgar o ECA, até porque nem tinham os códigos que tinham em todas as histórias dos gibis. Nos gibis da Mônica e do Cebolinha, por terem mais páginas, foram reservadas 2 páginas, enquanto que as dos outros tiveram 1 página. Todas mostrando o direito de acordo com a personalidade do personagem, com uma piadinha no final, ou até mesmo mexendo com a emoção, como foi na história da Mônica.

No gibi da Mônica o direito na capa foi que "Toda criança tem direito a uma família". A capa não faz alusão ao direito, mas simboliza o "Dia das crianças" com a Mônica de camisola abraçada ao Sansão. E no miolo a história foi correspondente a esse direito em destaque, mostrando os personagens felizes com seus pais, mas eles conhecem um menino de rua que não tem família e aparece um casal proposto a adotá-lo, deixando o menino muito feliz e mexendo com a emoção.

História publicada em 'Mônica Nº 46' (1990)

No gibi do Cebolinha, mostrou o direito "Toda criança tem o direito a brincar". A capa foi referente a esse direito, com um desenho bonito do Cebolinha brincando de bicicleta. E na história, o Cebolinha, Cascão e Xaveco brincam de índios, astronautas, piratas, fórmula 1 e futebol e em todas as brincadeiras perturbando a Mônica. No final, ela se cansa e os obrigam a brincar de casinha.

História publicada em 'Cebolinha Nº 46' (1990)

Em 'Cascão Nº 98', o direito foi "Toda criança tem direito à opinião e à liberdade de expressão". Na capa, mostra o Cascão fazendo caretas, reforçando que crianças não podem ser impedidas de fazer caretas, defendendo seu direito de expressão. Na história desse gibi sobre o tema, Mônica fala do direito para o Cascão e o Cebolinha, que aproveitam para xingá-la de gorducha, dentuça, baixinha, que tem coelho encardido e até de pintora de rodapé, para reforçar o direito de opinião deles. Mônica fica furiosa e com uma cara vermelha e assustadora, que deixa os meninos com medo, perguntando que cara era aquela e Mônica reforça que é o direito de expressão dela.

História publicada em 'Cascão Nº 98' (1990)

Em 'Cascão Nº 99' mostrou o direito que "Toda criança tem o direito de ir e vir". Na capa, com Cebolinha e Cascão em uma nave fantasiados de astronautas, de certa forma, até pode dizer que foi alusão ao direito, porque pode dizer que eles podem ir até para o espaço sideral, mas creio que a intenção não foi essa. Na história, mostra o Cascão brincando em vários lugares, sem ninguém perturbá-lo, e resolve descansar em um banco da praça, mostrando que também tem o direito de ficar onde está. Com isso, as pessoas que estavam no banco saem de lá porque não aguentaram o mau cheiro dele. Ou seja, os incomodados que se retirem porque ele, por ser criança, tem prioridade.

História publicada em 'Cascão Nº 99' (1990)

Nas capas dos gibis do Chico Bento não tiveram desenhos fazendo alusão às histórias, sendo as 2 voltadas para ecologia. No gibi do 'Chico Bento Nº 98', o direito foi "Toda criança tem direito à educação", que na história, o Chico fala "à escola" no lugar para dar um ar mais simples. Nela, Chico tem várias aulas, como de Aritmética, Ditado, História, Geografia, Música, mas como na época ele era um mau aluno, o que ele se interessa mesmo é na hora do recreio, que faz questão de dizer que também é fundamental.

História publicada em 'Chico Bento Nº 98' (1990)

Já em 'Chico Bento Nº 99', o direito foi que "Toda criança tem o direito à liberdade de crença e ao culto religioso (escolher a religião)". Na história, cada um dos amigos do Chico falam qual era a religião deles, deixando Chico confuso e, então, ele vai para à beira de um precipício e se dirige a Deus, com toda a sua inocência, falando que Ele gosta de todas as crianças, mesmo que não tenha religião.

História publicada em 'Chico Bento Nº 99' (1990)

Em Magali Nº 34', o direito foi que "Toda criança tem o direito à saúde (tratamento médico e dentário)", que na história a Magali fala "tratamento médico e dentário" no lugar. A capa do gibi não tem alusão ao direito e na história, Magali corre para levar o Cascão à emergência, passando na frente de todo mundo da fila, porque ele está muito mal. Chegando lá, o médico pergunta ao Cascão o que ele tem e Cascão responde que é sede! A piada dessa foi com o Cascão, já que para ele ficar com sede é o fim do mundo.

História publicada em 'Magali Nº 34' (1990)

No gibi da 'Magali N º 35', o direito foi "Toda criança tem o direito à alimentação". A capa faz referência ao direito, com a Magali ao redor de várias frutas, prestes a comer uma fatia de melancia. Na história, ela come tudo que estava na mesa do almoço, e os pais dela, de estômagos vazios, reclamam, perguntando a ela que a criança tem direito à alimentação, mas os pais também não tem esse direito.

História publicada em 'Magali Nº 35' (1990)

Uma curiosidade é que os almanaques da Mônica Nº 20, e os do Cascão Nº 11 e Chico Bento Nº 11, todos de setembro de 1990, tiveram essas histórias desses personagens. O da Mônica, com a história da Mônica e os do Chico e Cascão com as 2 histórias deles nos seus respectivos almanaques. Como foram lançados antes dos gibis convencionais, então a gente conheceu essas histórias primeiro através dos almanaques, e não, nos gibis convencionais. Já as histórias do Cebolinha e Magali não tiveram republicações posteriores, que no caso, seriam no 'Almanaque do Cebolinha Nº 11' e 'Almanaque da Magali Nº 3', de novembro  e dezembro de 1990, respectivamente. Abaixo, as capas dos almanaques que também tiveram essas histórias:

Capas: 'Almanaque da Mônica Nº 20', 'Almanaque do Cascão Nº 11' e 'Almanaque do Chico Bento Nº 11' (1990)

Além de histórias especiais, em 1990 foi criado também o gibi institucional de distribuição gratuita "Turma da Mônica e o Estatuto da Criança e do Adolescente", em parceria com o governo, contando os direitos da criança através de uma história. Curiosamente, esse gibi teve 4 versões diferentes, com capas, que a princípio são iguais, mas que tem diferenças, além de terem histórias diferentes.

A capa da versão original de 1990 mostra um fundo azul com Mônica de braços abertos em frente ao mapa do Brasil com várias crianças estampando todo mapa do Brasil, sendo algumas crianças sem ser do universo da Turma da Mônica. Em 1993, a capa teve a Mônica com traços diferentes e os personagens estampados no Brasil foram só os da Turma da Mônica com eles representando os principais Estados do país. Em 2006 a capa foi semelhante com a de 1993, mas com proporção do desenho um pouco menor para caber o informe "Distribuição gratuita" no canto esquerdo. E em 2007 fizeram uma capa completamente diferente com os personagens. Abaixo, a comparação das capas, sendo que as 3 primeiras versões eu peguei no site do Guia dos Quadrinhos.

Comparação das capas

Em relação a histórias também tiveram diferenças. A versão de 1990 foi uma história diferente que saíram nas outras edições. Como eu não tenho e não encontrei nada dessa versão pesquisando na internet, não sei dizer como era o enredo. Na versão de 1993 é a história com o Franjinha com a cartilha do ECA e chama os seus amigos para contar e discutir sobre os direitos tratados. Já as versões de 2006 e 2007 são a mesma história que saiu em 1993 só que incluíram páginas com direitos que não tinham quando o Estatuto foi criado, como direitos tecnológicos, por exemplo. E tiveram cenas redesenhadas, incluindo o Papa-Capim, e também Dorinha e Luca, que não existiam em 1993.

As cenas redesenhadas tiveram desenhos com traços diferentes em relação ao resto da história e de cara dá para saber quais as partes que não tinham na versão de 1993. Pela imagem abaixo dá para notar isso. Ela tem traços mais perfeitos no início da história e depois mudaram na primeira página, o último quadrinho da história de 1993, colocando desenhos diferentes em relação ao resto da história.

Trecho da história do gibi institucional

Na história, o pai do Franjinha é advogado e Franjinha pediu o Estatuto para conhecer melhor e compartilhar com os seus amigos. Durante a história, além do quarteto principal e do Franjinha, vemos a presença do Jeremias, Titi, e Zé Luís conferindo também os direitos, sendo alguns quadrinhos mostrados outros personagens, de acordo com o direito. misturando informação com piadinhas, seguindo o estilo da atual revista "Saiba Mais".

Trecho da história do gibi institucional

Já nessa página aqui a gente vê que a página não existia na versão de 1993, e foi inserida, com traços diferente sem relação ao resto da história (o primeiro quadrinho da página seguinte também redesenhado), falando de conselho tutelas e inclusive sobre os direitos tecnológicos, de que as crianças têm que usar a internet com supervisão dos pais. Em 1993 não existia internet, então, nada mais natural inserir páginas mostrando isso.

Trecho da história do gibi institucional

No final todas as crianças aparecem reunidas, com esperança de que os direitos sejam cumpridos pelo governo e pela sociedade e sugerindo que possam compartilhar com muito mais gente o que acabaram de aprender sobre o ECA. Na cena final, fizeram mudanças, incluindo Dorinha e Luca, que não existiam na versão de 1993.

Trecho da história do gibi institucional

Infelizmente não encontrei a versão de 1993 na internet pra poder fazer uma comparação melhor dos gibis. A versão de 2007, sempre reforçando que é a mesma história de 2006, só a a capa diferente veio de brinde nos gibis de dezembro de 2007.

Em 1991  o Estatuto da Criança e do Adolescente voltou a ter destaque nos gibis em uma propaganda formando história para comemorar 1 ano de criação.

Propaganda tirade 'Almanaque do Cascão Nº 15' (1991)

Enfim, as capas e histórias nos gibis convencionais de 1990, assim como os gibis institucionais foram uma boa iniciativa para divulgar os principais direitos do ECA de uma forma leve e divertida de forma que todos entendem. Com uma mistura de informação e piadinhas, forma uma história bem interessante e consegue mostrar os principais direitos das crianças, sem deixar piegas.