quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Cebolinha: HQ "De dentista e de louco..."

Há 25 anos eram lançados os gibis promocionais da "Coleção Coca-Cola". Em homenagem, nessa postagem mostro uma história do Cebolinha em que ele é perturbado pelo Louco em uma consulta ao dentista. Com 8 páginas, foi a história de abertura de 'Turma da Mônica Coleção Coca-Cola - Cebolinha' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Turma da Mônica Coleção Coca-Cola - Cebolinha' (Ed. Globo, 1990)

Nela, Cebolinha e sua mãe, Dona Cebola, estão na sala de espera do dentista quando ele é chamado para ser atendido. Cebolinha diz para a mãe que quer ir sozinho e Dona cebola fica orgulhosa, falando que ele já é um homenzinho. Chegando na sala, Cebolinha vê o dentista de costas com um cabelo igual do Louco e sai correndo, fazendo o maior escândalo, gritando que quer ir embora, que o dentista é louco, deixando todas as crianças que estavam no consultório assustadas e Dona Cebola envergonhada.


O dentista aparece e pergunta quem é louco. Realmente não era o Louco, apenas o cabelo que era igual. Com vergonha, Cebolinha diz que se o dentista que se parece com um amigo dele. Já na cadeira do dentista, ele manda o Cebolinha abrir a boca, examina e diz que vai precisar tirar uma radiografia do dente e sai para ver se a máquina de raio X está preparada.

Nessa hora, o Louco surge no consultório, entra pela janela e põe uma máscara do dentista Cebolinha, que estava distraído não vê o Louco entrando. O Louco, vendo o Cebolinha de boca aberta, grita falando que aconteceu uma tragédia. Cebolinha, sem saber que er ao Louco,  pergunta que tragédia foi e ele diz que ficou surdo porque o Cebolinha está berrando e não escutou nada. Logo percebe que escutou a pergunta e conclui que é o Cebolinha quem está mudo.


Cebolinha pergunta que história é essa. Louco tenta responder que a história é do Cebolinha, mas não conclui se assustando que o mudo falou. Cebolinha pergunta pela radiografia e Louco fala que vai bem e Cebolinha pergunta se ele não vai ver o que ele tem. Louco responde que ele tem 5 fios de cabelos, uma camisa verde, dois pés e uma cara de bobo. Então, o Cebolinha se irrita e diz que é para ver o que ele tem, apontando para boca. Louco manda abrir mais a boca e entra dentro dela e vai tirando várias coisas dentro, como pente, bola, sapato e até pneu e um cachorro saíram de dentro.


Louco sai de lá da boca e diz que agora não tem mais nada dentro. Cebolinha pergunta se não precisar (se referindo ao dente) e Louco reclama que não, que é antiecológico e o negócio agora é plantar, pegando uma pá e sementes para plantar uma árvore dentro do consultório. Cebolinha estranha e Louco se convence que não dá para plantar lá, achando melhor plantar na cabeça dele. Louco joga água  de um regador na cabeça do Cebolinha e nasce flores em cada um de seus fios de cabelo. Louco arranca e oferece flores ao Cebolinha e se dá conta que o Cebolinha não é namorada dele.


Cebolinha começa a estranhar o comportamento do "dentista", falando que ele está muito estranho. Louco o cumprimenta para confirmar que ele não é um estranho. Cebolinha pergunta se ele não vai tratar do dente dele. Louco diz que precisa pegar umas coisas e volta com faca, serrote, machado e nessa hora a máscara cai e o Cebolinha descobre que era o Louco o tempo todo. Cebolinha sai correndo atravessando a parede do consultório de tanto desespero e Louco foge pela janela. Cebolinha abraça a mãe falando que com aquele dentista ele não se trata porque queria arrancar o dente com serrote, machado e alicate, deixando os clientes apavorados e todos fogem, achando o dentista um sádico.


O verdadeiro dentista volta, perguntando o que está acontecendo lá e o Cebolinha grita para mãe que é o Louco. O dentista fala que maluco é o Cebolinha porque ele saiu para pegar a máquina de raio X e apronta toda aquela bagunça no consultório dele e manda Dona Cebola só trazê-lo de volta quando estiver calmo. Dona Cebola reclama do papelão do Cebolinha e fala que ele ainda tem que tomar injeção e que manda que não apronte mais nada. Cebolinha diz que não, porque injeção agora é colírio e diz que quer ir sozinho para tomar injeção. Ao mesmo tempo que ele está indo à sala para tomar injeção, Louco está entrando pela janela para acontecer uma nova confusão, terminando assim.


Essa história é muito legal com o Cebolinha se dando mal com o Louco. Histórias com o Louco não foge muito disso, com muitos absurdos, trocadilhos levando tudo ao pé da letra e essa não fugiu disso. Engraçado o Louco entrando na boca do Cebolinha e tirando tudo de dentro, até um cachorro. Só Louco mesmo para conseguir isso. E é mais uma daquelas que só o Cebolinha vê o Louco, deixando dúvida se tudo é coisa da cabeça do Cebolinha ou não, deixando o leitor decidir. Essas que mostra um Cebolinha esquizofrênico e fica a dúvida da existência do Louco são as melhores.

Os traços são excelentes, por sinal, contornos bem grossos e caprichados. Na postagem a coloquei completa. O final  foi muito bom, permitindo o leitor imaginar o que aconteceu depois quando o Cebolinha entrou na sala de injeção e viu o Louco lá e, então, o leitor pode inventar uma nova história com o que aconteceu. Acontecia isso em algumas histórias na época. 


Essa história foi uma das inéditas da "Coleção Coca-Cola" e a única desse exemplar do Cebolinha. Dessa vez sem código da revista de 1990 que seria publicada se não tivesse a coleção. É que normalmente as histórias inéditas tinham o código do gibi que seria publicada antes de ser reprogramada para sair na "Coleção-Coca-Cola". Se não tivesse, acho que ela seria publicada em 'Cebolinha Nº 45' ou 'Nº 46', de setembro e outubro de 1990, respectivamente.

Teve também uma imagem do logotipo da "Coca-Cola" inserida na história, que eram os únicos anúncios nos gibis dessa coleção e, com isso, a gente não soube como era o desenho daquela cena que teve o logotipo da Coca-Cola no lugar. Quando foi republicada (em 'Coleção Um Tema Só Nº 46 - Cebolinha e o Louco IV' - Ed. Globo, 2005) deu pra descobrir que a cena omitida foi o a cabeça do Louco aparecendo na janela enquanto o Cebolinha estava de boca aberta.


Normalmente as histórias inéditas da Coleção Coca-Cola não foram republicadas, mas essa foi, assim como a "Bronzeado Moderno" da Mônica. Já as outras inéditas dessa "Coleção Coca-Cola" nunca foram até hoje. Destacando que a divertida "Mingau com chuva" da Magali até chegou a virar desenho animado e adaptada em um livro infantil, mas nunca foi republicada em almanaques convencionais exatamente do jeito saiu na "Coleção Coca-Cola - Magali".

Enfim foi muito bom relembrar essa história "De dentista e de louco...", uma história marcante e inesquecível, publicada há exatos 25 anos.

Para saber mais detalhes sobre a "Turma da Mônica Coleção Coca-Cola" como um todo, entre aqui:

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Capa da Semana: Cascão Nº 51

Compartilho uma capa com o Cascão entendiado olhando a chuva pela janela da sua casa e se sentindo um presidiário porque não pode sair enquanto a chuva não passar. Mostra a essência do Cascão de não sair de casa em dia de chuva em hipótese nenhuma. E destaque também para o desenho ficou sensacional fofinho assim, simples e muito caprichado.

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 51' (Ed. Globo, Dezembro/ 1988).


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Capas Semelhantes (Parte 13)

Nessa postagem de capas semelhantes, mostro 5 capas que saíram na Editora Globo, sendo 2 delas da Magali, 1 do Chico Bento e 2 do Cascão.

Magali Nº 31 X Magali Nº 357

Magali em cima da árvore comendo fruta e Mingau chorando no chão por sua dona estar lá em cima, quando na verdade devia ser o contrário. Na versão original, de 'Magali Nº 31', de 1990, apareceu um bombeiro surpreso com a situação e a Magali está no galho da árvore, aparecendo todo o seu corpo. Já na versão nova que saiu em 'Magali Nº 357', de 2003 (que, inclusive,  foi o último gibi quinzenal da Magali), aparece ao fundo uma menina chorando com o seu gatinho em cima da árvore para reforçar o contraste da piada, com Magali e Mingau invertendo os papéis, além de aparecer só a cabeça da Magali na árvore.



Magali Nº 33 X Magali Nº 307

Magali como astronauta avista um planeta de melancia no espaço sideral. Comparando as 2 versões, ficou uma coisa bem curiosa e interessante que ficam parecendo uma espécie de continuação entre uma e outra. Na versão original, de 'Magali Nº 33', de 1990, mostra a Magali avistando o planeta melancia, como se estivesse acabado de chegar, enquanto que a 2ª versão, de 'Magali Nº 307', de 2001, ficou uma espécie de continuação, com a Magali saindo do planeta dentro da nave depois de ter mordido um pedaço dele.



Chico Bento Nº 174 X Chico Bento Nº 268

Chico Bento é protegido da chuva pela sua mãe semelhante como a galinha protege os seus filhotes. Na versão original de 'Chico Bento Nº 174', de 1993, Dona Cotinha coloca o casaco em cima da cabeça do Chico Bento para protegê-lo da chuva enquanto que na versão publicada em 'Chico Bento Nº 268', de 1997, Dona Cotinha segura um guarda-chuva e o Chico fica abraçado a ela, dando um ar de proteção.



Cascão Nº 232 X Cascão Nº 372

Louco faz chover quando abre o guarda-chuva para o desespero do Cascão. Foi publicada primeiro em 'Cascão Nº 232', de 1995, mostrando só o Cascão nervoso vendo o Louco e o guarda-chuva que faz chover e fizeram uma nova versão em 'Cascão Nº 372', de 2001, com o Louco correndo atrás do Cascão e incluíram uma boia no Louco. Em ambas as capas tiveram um Sol personificado, achando graça da situação.



Cascão Nº 242 X Cascão Nº 446

Cascão faz o guarda-chuva de um pula-pula para poder andar nas poças d'água após a chuva. A diferença entre elas é que na 1ª versão, de 'Cascão Nº 246', de 1996, o Cascão improvisou no desespero o guarda-chuva como um pula-pula como forma alternativa de andar nas poças d'água enquanto que na 2ª versão, de 'Cascão Nº 446', de 2004, ele transformou o guarda-chuva em um pula-pula antes, incluindo a mola e o apoio para segurar. Em ambas as capas, é o Cebolinha quem aparece no pula-pula estranhando a façanha do Cascão.



Em todas essas mostradas, eu preferi a primeira de versão de cada uma. As capas dos gibis da 'Magali Nº 307' e do 'Cascão Nº 372' e 'Nº 446' foram tiradas da internet porque eu não tenho. Em breve posto mais capas semelhantes no Blog.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Capa da Semana: Magali Nº 211

Com a chegada da Primavera, uma capa bonita com uma piada referente à estação em que enquanto Mônica colhe flores no campo, Magali só quer saber de pegar presunto, linguiças e queijo, deixando Mônica surpresa com a façanha da amiga.

Curiosamente, essa capa foi publicada em um gibi de junho em vez de setembro. No caso, devia ter sido publicada no gibi da 'Magali Nº 217', que foi da 2ª quinzena de setembro de 1997. Acontecia isso porque algumas vezes colocavam piadas nas capas sem se preocupar com a data comemorativa certa do respectivo mês.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 211' (Ed. Globo, Junho/ 1997).


sábado, 19 de setembro de 2015

Livro L&PM: As Melhores Histórias do Bidu


Nessa postagem mostro como foi o livro "As Melhores Histórias do Bidu", da coleção da Editora L&PM lançado em 1991.

Esse livro tem formato de 21 X 28 cm, 52 páginas e papel de miolo off-set, tanto na versão capa cartonada quanto capa dura. Na capa, sempre com o personagem em uma situação ou com um objeto que tem a ver com sua personalidade, o Bidu correndo atrás de uma borboleta, representando o cotidiano de um simples cachorrinho.

Começa com o frontispício com o título "Divertido pra cachorro" mostrando as características do Bidu. O texto não foi escrito pelo Mauricio de Sousa, assim como os demais livros da coleção, mas nesse do Bidu cita um trecho do Mauricio contando como surgiu inspiração para criar o Bidu, seu primeiro personagem, e como ele conseguiu esse nome.

Frontispício da edição

Na tradicional página de evolução, mostra 2 imagens do Bidu, com uma de quando ele foi criado em 1959 e outra atual até então.

Evolução do Bidu

Em seguida, as histórias republicadas. Foram 9 histórias no total entre 1971 a 1983, sem ordem cronológica. O Bidu é um personagem que tem vários universos diferentes, como um cachorro que conversa com objetos, um cachorro personagem de história em quadrinhos e suas metalinguagens, um cachorro-ator e um cachorro normal do Franjinha. E todos esses universos foram explorados nas histórias desse livro.

A relação de histórias republicadas (todas da Editora Abril), com número da edição e ano foram essas:

  1. Dia de banho (MN # 27, de 1972)
  2. Bidu  (MN # 1, de 1971)
  3. Ah, doce mistério da vida  (MN # 10, de 1971)
  4. Bidu  (MN # 13, de 1971)
  5. Olha eu aqui minha gente  (MN # 32, de 1972)
  6. A volta do velho Rinti  (MN # 164, de 1983)
  7. Cão se compra com osso  (MN # 128, de 1981)
  8. A tia Bernardete  (MN # 144, de 1982)
  9. O cão mais poderoso do mundo  (MN # 149, de 1982)

Começa com a história "Dia de banho", o Franjinha passa sufoco para dar banho no Bidu, com direito à participação do Seu Cebola, pai do Cebolinha, tentando dar banho nele, sem sucesso. Representa história do Bidu como o cãozinho do Franjinha.

Trecho da HQ "Dia de banho" (1972)

Em seguida vem uma história sem título chamada apenas "Bidu" em que ele conversa com uma minhoca metida e pretensiosa. Representa tipo de história com Bidu conversando com objetos ou outros animais. Já em "Ah, doce mistério da vida", Bidu tenta conversar com o Floquinho, que não responde nada a ele e, então, o Bidu fica com várias dúvidas como o mistério de qual é o lado da cabeça dele e até mesmo se ele é um cachorro. Foi a estreia do Floquinho nos gibis e representa história do Bidu contracenando com outros cachorros.

Trecho da HQ "Ah, doce mistério da vida" (1971)

Depois tem outra história sem título, mais uma vez apenas "Bidu" em que ele quer mijar, mas o poste, a árvore e os tijolos do muro o conhece e conversam com ele, e fica com vergonha de mijar por causa disso. Era muito comum nas histórias antigas do Bidu o título ser só "Bidu" ou "Bidu-Bugu", quando este aparecia. Essa história é incorreta e impublicável atualmente porque a MSP alega que têm países que dão multa para os cachorros que mijam nos postes.

Teve também a clássica história "Olha eu aqui minha gente", que foi a de estreia do Bugu, com ele tentando ter um espaço na história do Bidu. Do tempo que o Bugu andava em 4 patas como os demais cachorros. Essa história, foi republicada de novo anos mais tarde no livro "Bidu 50 Anos" da Editora Panini.

Em seguida começam as histórias dos anos 80. Em "A volta do velho Rinti", o cachorro Rinti já velho (paródia do Rin Tin Tin), pede ao Bidu um papel na história do Bidu e então os dois vivem uma aventura de faroeste, mas Rinti não consegue acompanhar o ritmo de aventura por estar velho demais. Representa história do Bidu ator. 

A partir dessa história mostra os códigos exatamente como sairam nos gibis originais. Devia ser história de encerramento já que é a mais recente desse livro. Ela foi republicada também no livro "Bidu 50 Anos", onde lamentavelmente teve alteração em que tiraram o charuto da boca do cachorro, além de mudanças de cores como a do Rinti e a do cachorro azul no piano, que eu havia mostrado comparação na resenha daquele livro. Então, quem tem esse livro da Editora L&PM é a chance de ver a história com seus desenhos originais sem essa alteração ridícula que fizeram em "Bidu 50 Anos".

Trecho da HQ "A volta do velho Rinti" (1983)

Em "Cão se compra com osso" , uma história muda em que o Bidu tem que se livrar de um bandido que está querendo assaltar a casa do Franjinha. Apesar de fazer referência a 1980 no código, ela é uma história publicada em 1981, já que nos gibis de janeiro a março colocavam o ano anterior nesses códigos.

Em "A tia Bernardete", Bugu se fantasia de uma tia dele para dar em cima do Bidu e ficar com a história dele, mas acaba todos os cachorros apaixonados por ele. Foi a 2ª história com o Bugu no livro e então pôde conferir a diferença dos seus traços como era nos anos 70 e depois nos anos 80. Eu dorava os traços do Bidu quando aprecia assim nesse ângulo de frente, como apareceu no 2º quadrinho dessa história. Muito bom.

Trecho da HQ "A tia Bernardete" (1982)

Na última história "O cão mais poderoso do mundo", o Bidu cai no esconderijo do Mago Shazum, que manda a nuvem do poder acompanhá-lo porque achou que o Bidu fosse o Shazum e a nuvem tinha que dar os poderes do super-herói para o Bidu toda vez que gritasse Shazum". Uma paródia do super-herói "Shazam". E em como todos dessa coleção, esse livro termina com uma biografia do Mauricio, com foto dele e contando sua trajetória até 1991.

Então, esse livro do Bidu é muito legal e vale a pena. De desvantagem, pelo fato do livro ter só 52 páginas, não teve uma historia da 2ª metade dos anos 70 e, com isso, a gente não viu os traços da fase superfofinha, e também não apareceram o Manfredo, Dona Pedra e Duque, mas histórias metalinguísticas foram bem exploradas e deram pra suprir a ausência deles. mesmo assim é muito bom e recomendo esse livro.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Tirinha Nº 30: Magali

Uma tirinha com a Mônica procurando sua boneca que fala e com cheiro de morango e Magali foi capaz de comer a boneca só por causa do cheiro de morango que ela tinha. Foi muita tentação para ela. Interessante a Magali se fazendo de desentendida que não a tinha visto, confirmando que é capaz de até mentir e enganar, quando se trata de comida.

Tirinha publicada originalmente em 'Magali Nº 168' (Ed. Globo, 1995).


terça-feira, 15 de setembro de 2015

Capa da Semana: Mônica Nº 39

Uma capa envolvendo metalinguagem, muito comum nos gibis antigos, com a Mônica braba procurando o Cebolinha para bater nele por ter dado um nó no Sansão com a Magali pedindo calma e ele está escondido se pendurando no logotipo da revista da Mônica. Só assim para o Cebolinha fugir sem que ela veja.

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 39' (Ed. Globo, Março/ 1990).


sábado, 12 de setembro de 2015

A evolução da Tina e sua turma (Parte 2)


Na postagem anterior, mostrei a evolução desde a sua criação em 1970 até o final dos anos anos 80. Nessa postagem mostro como foi a evolução da Tina e da sua turma nos anos 90 até os dias atuais.

Nos anos 90, a mudança mais significativa foi na Tina, com mudanças não só nos traços, como também na personalidade. A partir de 1991 seus cabelos ficaram mais alongados, até no meio das costas e ela se tornou a gostosona, se vestindo com minissaias e com barriga de fora ou biquíni fio dental quando ia à praia. Gostava de Lambada e passou a ser mais independente e decidida. Abaixo mostro 2 tipos de traços que prevaleceram na década, já que assim como nos anos 80, também tinham leves diferenças em cada história de acordo com o estilo de cada desenhista.  

Tina nos Anos 90
Tina nos anos 90

Eram comuns histórias com vários homens a seus pés, fascinados com sua beleza e doidos com suas pernas de fora e ela sempre se fazendo de difícil. As vezes ficava a dúvida se ela se vestia daquele jeito só para provocar os homens ou não. Até camisola curtinha com barriga de fora ela usava com direito a pernas cruzadas. Sensualíssima.

Tina nos anos 90
Como ela havia se separado do Jaime de forma definitiva, em cada história ela aparecia com um namorado diferente, mostrando seus conflitos amorosos. Tiveram algumas histórias com ela com problemas de acne e olheiras e foram poucas com ela ajudando seus amigos a resolverem seus problemas como era nos anos 80. Tina apareceu sem óculos com mais frequência, sem ser em situações de estar na praia ou dormindo.  Descobrimos também que o nome da Tina é realmente Cristina e na metade dos anos 90 foi revelado que ela faz faculdade de Jornalismo (até então só sabia que fazia faculdade, mas sem curso definido).

Já Rolo, Pipa e Zecão não tiveram mudanças significativas em relação aos anos 80. Os traços praticamente os mesmos, só com eles usando roupas mais voltadas aos anos 90 e a Pipa usando menos roupa colegial de camisa branca e saia preta. Pipa continuava a namorada ciumenta possessiva e fazendo regime e Zecão aturando as crises de ciúme dela. 

Rolo nos anos 90

Zecão nos anos 90
Pipa nos anos 90

Rolo continuava o mulherengo nato e agora mostrava história com sua banda de rock com mais frequência. O pai e a mãe do Rolo passaram a aparecer nessa época, com intenção de mostrar relação familiar entre pais e filho jovem. A mãe do Rolo era gorda e tinha traços semelhantes com a mãe do Titi e o pai do Rolo era gordo também, careca, com cabelos marrons e o que mudava que às vezes aparecia com bigode e em outras vezes, não.

Mãe e pai do Rolo nos anos 90

Apesar do Rolo não ter mudanças no visual nas histórias, curiosamente nas capas dos almanaques entre 1997 a inicio de 1999, ele aparecia diferente, com olhos iguais aos personagens da Turma da Mônica (sem os olhos redondos), com uma orelha separando o cabelo da barba e nariz diferente. Provavelmente foi para a MSP fazer uma experiência para ver se o público gostava dele assim. Lembrando que foram só nas capas dos almanaques e nas histórias desse período continuou tudo a mesma coisa. Abaixo, uma capa de almanaque que ele apareceu assim:

Rolo com traços diferentes em capas de almanaques

Ainda nos anos 90, o pai da Tina e a Vovoca apareciam de vez em quando, com traços iguais aos anos 80. Já Toneco (irmão da Tina) voltou a aparecer, participando de vez em quando nas histórias. Surpreendentemente, em vez como criança, agora como um adolescente por volta de 12 a 13 anos. 

Pai da Tina, Vovoca e Toneco nos anos 90

No início dos anos 2000, a diferença foi detalhes na Tina, com ela aparecendo mais vezes sem óculos e colocaram algumas mechas no seu cabelo. E o Rolo seguiu um estilo motoqueiro, com uma bandana na cabeça. E Pipa e Zecão sem mudança nenhuma, Já personalidade deles foi a mesma, tanto dela, como dos outros personagens da sua turma.

Tina no início dos anos 2000
Rolo no início dos anos 2000

O Jaime retornou, com justificativa de estar estudando fora do país, e tentando se reconciliar com Tina, mas não conseguiram retomar namoro. Naquela época, Rolo apareceu também com barba e cabelo consagrados, mas com um nariz bem grande em algumas histórias de 1999 e 2000 e capa de almanaques, como nessa capa do 'Almanaque do Cebolinha Nº 52'. Logo, voltou a aparecer normal, tanto em histórias, como nas capas dos almanaques.

Rolo com narigão em capas de almanaques e histórias no inicio dos anos 2000

Já em 2004 uma grande mudança aconteceu e começou a avacalhação com a Turma da Tina. Todos os personagens ficaram com traços mais soltos com um ar mais cômico. Boca grande parecendo até a goela (ou mostrando dentes quando aberta) e olhos arregalados e com um ponto branco dentro, corpos magros ou gordos demais, de acordo com os personagens eram as características principais. Gosto de chamar da fase "Radical Chic". Os personagens pareciam imagens de cartunistas de jornais, realçando a sua principal característica física como a Radical Chic. Tinham muitas caras e bocas que não correspondiam com o roteiro das histórias. Um horror.

Então, era comum ver a Tina com cabelos com rabo de cavalo, as mechas pretas ficaram maiores do que as marrons, boca enorme de batom preto e dentes à mostra (e boca pequena demais quando ficava fechada), supermagra e com bunda grande. Abaixo, uma versão com a Tina de cabelos soltos nessa fase e com cabelos com rabo de cavalo. Terrível. 

Tina entre 2004 a 2007
Tina entre 2004 a 2007
Pipa ficou supergorda, e às vezes usar cabelos com "maria chiquinha", usando macação com frequência e muito raramente usava roupa colegial de camisa branca e saia preta.

Pipa entre 2004 a 2007
Zecão supermagro com pernas finas, olho encostando no cabelo e nariz sem as tradicionais bolinhas na ponta e o Rolo foi quem mudou menos só com boca grande mais magro como de costume.

Rolo entre 2004 a 2007
Zecão entre 2004 a 2007

De personalidade todos ficaram mais cômicos, inclusive a Tina, que assim perdeu a sensualidade. E passou a mostrar mais histórias do cotidiano, com celulares, tecnologia, Orkut, etc. Nessa fase, Tina ganhou uma mãe, a Dona Dulce, que nunca havia aparecido, já que até os anos 90 a Tina morava com o pai e a Vovoca, dando a entender que não tinha mãe. Achava o máximo a Tina não ter mãe para mostrar situações de família na vida real de quem não tem mãe. Já o pai da Tina que era gordo, agora ficou magro, ganhou um nome, seu Durval, com personalidade  maior de ciúme da filha, de não querer que ela saia de casa. 

Pai e mãe da Tina entre 2004 a 2007

Aliás, os pais dos personagens apareciam com frequência mostrando situações familiares, entre pais e jovens. O pai do Rolo mudou, agora ficou magro, careca e com cabelos azuis.

Pai e mãe do Rolo entre 2004 a 2007
Vovoca agora mais deslocada e nos traços usando batom. Quem voltou a aparecer com bastante frequência foi Toneco, como um adolescente chato.

Toneco entre 2004 a 2007

Essa fase "Radical Chic" ficou até em 2007. Esses desenhos não agradaram e nos primeiros números da Panini, em algumas histórias, a turma da Tina apareceu com os traços bem semelhantes aos anos 90, com pequena diferença da Tina com cabelo preto e mechas brancas sem o tradicional marrom. Mas infelizmente não foi a volta aos estilo clássico, foi apenas experiência. 

Em 2007, já na Editora Panini, Tina havia ganhado revistas de aventuras em minisséries, "Tina e os caçadores de enigmas" e seus traços mudaram completamente. Primeiro, os traços eram exclusivos nessas revistas minisséries, mas em 2008 os traços apareceram também nos gibis convencionais, surgindo, assim a fase "Barbie".

Agora, Tina om cabelos pretos, brilhosos e longos, com pontas quadradas, passando da cintura. Os traços do rosto, porém, até lembram os dos anos 90. Pipa agora magra, com batom e olhos com cílios. Zecão com nariz pequeno, como se estivesse feito plástica e olhos com cílios, sem fundo branco.  e Rolo, com orelha separando o cabelo da barba, olhos com cílios, nariz pontiagudo e musculoso. Ou seja, um verdadeiro circo dos horrores, uma avacalhação total.

Pipa na fase "Barbie"

Tina na fase "Barbie"
Rolo na fase "Barbie"
Zecão na fase "Barbie"
A mudança não agradou em nada os leitores, principalmente os veteranos, que cresceram com os personagens no jeito antigo. Foi uma mudança tão radical que causou revolta dos leitores, achando desrespeito, que não tinha nada a ver com os personagens do Mauricio. 

Com o lançamento da revista mensal da Tina, em 2009, que durou 30 edições, os traços ainda ficaram assim nos gibis daquele ano, mas em 2010 tiveram certas mudanças para neutralizar isso e tentar agradar. Sendo que os desenhos são feitos agora por computador, com personagens com mesmas expressões parecendo carimbo, com contornos finos e com todas as proporções corretas. Tina continuou com os cabelos longos, sedosos e pretos, mas o brilho passou a ser marrom, para lembrar um pouco como era nos anos 90. 

Tina atual

Pipa voltou a ser um pouco mais gorda, com olhos de fundo branco e agora com brilho no cabelo com efeito digital. Zecão voltou a ter olhos com fundo branco como os outros personagens da Turma da Mônica, nariz maior, mas não tão narigudo como era antes (atualmente personagens como Chico Bento, Seu Cebola e Zecão não tem narizes tão grandes para não soar como preconceito).
Zecão atual

Pipa atual
O Rolo ficou com olhos brancos e menos musculoso, mas a orelha separando o cabelo da barba e o nariz pontiagudo permaneceram (bem parecido como nas capas de almanaques entre 1997 a 1999). O que parece´e que Mauricio nunca gostou o Rolo com cabelo de flor e fez questão de mudar isso. Outro detalhe que os tons de cores nos fundos das histórias também eram diferentes, mais escuros e sóbrios em relação à história dos outros personagens. os traços continuam assim até hoje nos gibis mensais convencionais.

Rolo atual
Os tipos de histórias são agora mais voltadas ao mundo adolescente e voltadas ao politicamente correto, com Tina mais futil, querendo saber mais que roupa deve usar, tipo de penteado, o Rolo menos mulherengo, Pipa menos ciumenta e assim por diante. E agora todos fazem faculdade de Jornalismo. Os pais dos personagens continuam aparecendo, com desenhos à base como eram da fase "Radical Chic", mas adaptados a esse estilo "Barbie".

Pai e mãe da Tina na fase atual

Mãe e pai do Rolo na fase atual
Assim como aconteceu com Toneco e Vovoca, que ficou deprimente nessa nova fase.

Vovoca e Toneco na fase atual

Outra mudança nos personagens aconteceu em 2014, quando Tina teve uma uma nova série de revistas, que durou 6 edições, com os personagens mais adultos entre 21 a 23 anos, com tramas ambientadas em uma faculdade. Com essa nova revista, os traços foram mudados, todos de forma vetorial, feitos em "Flash" ou programas de computador similar, algo completamente diferente do que já foi visto na MSP. Esses traços foram exclusivos para essa revista e nos gibis convencionais seguiram os traços adotados a partir de 2010 e que continua assim até hoje.

Pipa em 2014
Zecão em 2014
Tina em 2014
Rolo em 2014
Como pode ver, foram muitas mudanças nesses 45 anos de criação da Tina. A ideia de um núcleo jovem para discutir temas da atualidade é boa. O que estragou foram essas mudanças desnecessárias, sobretudo a partir de 2004, que fez com que os personagens perdessem a identidade. Se deixassem os traços como eram nos anos 90, abordando temas atuais, seria excelente. Quem sabe em 2020, a MSP não faça um livro "Tina 50 Anos" reunindo suas histórias com todos esses traços.

Não deixe de conferir a primeira parte da postagem da evolução da Tina em que eu mostro as mudanças desde a sua criação em 1970 até o final dos anos 80.