terça-feira, 10 de março de 2015

Edições Nº 300

Esta é a postagem "Nº 300" do blog e então vou relembrar aqui como foram as edições 300 da Editora Globo.



Apenas as revistas do Cascão, Chico Bento e Magali chegaram a essa marca pela editora Globo, pois a cada 4 anos atingiam 100 edições. Eram nesse tempo porque suas edições eram quinzenais (26 exemplares por ano, já que por causa do calendário, tinham meses que vinham 3 edições por mês). Já Mônica, Cebolinha e Parque da Mônica, que eram mensais, só de 8 em 8 anos que atingiam essa marca de números redondos. 

Nessas 3 revistas "Nº 300", em nenhuma tiveram comemoração, nem na capa, muito menos nas histórias de abertura e de miolo. Para mim, foi uma frustração na época, até porque estava esperando esses números do Cascão e Chico para parar de colecionar gibis (principalmente depois de ver aquela capa revoltante do 'Cascão Nº 299', com ele lavando as mãos, e vendo essas edições 'Cascão Nº 299' e as do Cascão e Chico Bento Nº 300, aí decidi parar de colecionar de vez). 

Eu pensava que as editoras faziam edições especiais a cada 100 números das revistas, mas depois vi que estava enganado, até vendo  os da Disney, posteriormente, e normalmente são apenas Nº 100, 200, 500, 1000 e 2000 com comemorações (se bem que 'Tio Patinhas' teve capas comemorativas nas Nº 300 e 400).  Creio que se em 2009 a MSP ainda estivesse na Globo, as edições 500 do Cascão e Chico Bento (que correspondem as edições de "Nº 33" da Panini) seriam comemorativas.

Realmente, a cada 100 edições ter histórias especiais, acaba a inspiração dos roteiristas, além de ficar muito cansativo. O que acho podia era no mínimo ter uma capa especial, fazendo referência ao "Nº 300" ou "Nº 400". Ou outra possibilidade, era até não ter história comemorativa, mas podiam fazer uma história épica, nada a ver com comemoração, mas que se torne antológica, que seja muito lembrada pelos fãs anos depois.

Baseado nisso, as capas da MSP, de fato, não tiveram referência ao "Nº 300", mas as do Cascão e Chico Bento fizeram uma capa com piadas diferentes das habituais. Já a da Magali, que coincidiu com o Natal, realmente não teve nada diferente e marcante mesmo. A seguir, comento as histórias de abertura de cada revista:  

Cascão:

Foi a primeira revista que chegou ao "Nº 300", lançada em julho de 1998. Com uma capa um pouco diferente das tradicionais, teve uma interatividade de jogo de reflexos falando para o leitor colocar o espelho no meio da revista para ver o Cascão debaixo de chuva. O texto que aparece na lateral fala exatamente assim:
"JOGO DE REFLEXOS: Pegue um pedaço de vidro com os cantos arredondados (cuidado para não quebrar) e encoste no meio da ilustração. Ajeite a iluminação para perceber melhor os reflexos... E veja por que o Cascão está brabo. (Se você fizer uma sombrinha sobre o Cascão, o resultado será melhor)."

As histórias de abertura  e de miolo desse gibi absolutamente normais para a sua época. O gibi teve 6 histórias no total, contando com a tirinha final, e a história de abertura foi "Mais um plano infalível do Cascão", com 14 páginas no total. 

Nessa história de abertura, depois do Cacão ter estragado mais um plano infalível contra a Mônica, Cebolinha briga com ele, falando que era burro e não tinha que murgir e aí os dois ficam de mal. Cascão resolve então fazer um plano sozinho, que prefere não chamar de infalível, e, sim, de concebível, cabível e de nível superindestrutível.

Trecho da HQ "Mais um plano infalível do Cascão" (1998)

É um plano longo, mostrando o Cascão imaginando o que aconteceria. Foram 18 situações diferentes, em sequência, como uma frota de discos voadores invadirem a Terra, o Cascão se vestir de coelho como se o Sansão tivesse criado vida, o Cascão se fantasia de barata cascuda para persegui-la, entre outras, até conseguir derrotar a Mônica quando ela cair na lama, com direito à assinatura dela entregando o posto.

Quando vai colocar o plano em prática, Cascão tropeça no fio do disco voador e esbarra com a Mônica, os dois rolam ladeira abaixo e caem na lama deixando a Mônica desmaiada. Quando vê, era o Cebolinha disfarçado de Mônica como plano para ela pensar que é um clone. Um ri do outro por causa dos disfarces que estavam usando e fazem as pazes. No final, a Mônica vendo os 2 juntos, fala que para eles se aguentarem só uma amizade infalível como a deles.

Trecho da HQ "Mais um plano infalível do Cascão" (1998)

Essa história achei muita enrolação, metade dela foi só com o Cascão imaginando o plano, ficou muito confuso e cansativo. Isso porque foi em uma revista quinzenal. Achei errado também a cor do disfarce de coelho do Cascão ser branca, já que a intenção era para ele ser o Sansão, então naturalmente a cor devia ser azul. Já as demais histórias do gibi normais, incluindo histórias com Bidu e Penadinho, que eram as histórias de secundários nos gibis do Cascão na época.

Chico Bento:

Foi lançada em julho de 1998, uma semana depois de 'Cascão Nº 300'. Nessa edição do Chico Bento também nada de histórias especiais. A capa um pouco diferente com um crossover com presença do Anjinho, com a piada fazendo referência ao Anjinho pescando um peixe com asas. Foram 7 histórias no total e a revista abre com a história "Chico, meu bonequinho", com 12 páginas no total.

Nela, Rosinha faz um boneco de pano com a cara do Chico para dar de presente a ele no aniversário de namoro do casal. Quando ela sai para entregar o boneco ao Chico, Rosinha o flagra de mãos dadas com a Doroteia Margarida, que pergunta se a Rosinha não sabe de nada. Chico responde que estava fazendo tudo "escondidinho" e que naquela hora a Rosinha estava fazendo uma "bobagezinha" qualquer.

Trecho da HQ "Chico, meu bonequinho" (1998)

Rosinha fica passada e com muita raiva joga o boneco fora. Como ela colocou todo o seu amor quando fez o boneco, esse sentimento ruim passou para ele e a partir daí, tudo que acontece com o boneco, passa a acontecer também com o Chico de verdade, como, por exemplo, um cachorro pegar a perna do boneco com a boca e enterrá-lo e o Chico fica pulando de cabeça para baixo e cai num precipício; um pássaro pica a cabeça do boneco e o Chico fica com dor de cabeça; uma menina com a cara da Maria Cafufa, mas que não tem nome revelado, pega o boneco, que o faz pular, beijar a outra boneca, além de simular a boneca dar um tapa no boneco e udo isso acontece com o Chico, que pensa que está com uma possuído com alguma assombração. Depois, há uma briga dessa menina e uma outra para ver quem fica com o boneco, quando Rosinha aparece e o pega de volta.

Rosinha se arrepende de ter jogado fora o boneco, quando aparece o Chico tonto e desaba no chão. Ele lhe entrega um presente, que foi um arranjo de flores que a Doroteia Margarida ajudou a montar. Rosinha fica sem graça e entrega o boneco ao Chico e o beija. Ela diz ainda, que quando a gente dá um presente, dá o sentimento também, com o boneco ao fundo com beijo no rosto e apaixonado por ela, terminando assim. Outras histórias dos gibis normais também, sendo uma do Papa-Capim, que sempre tinha histórias nos gibis do Chico.

Trecho da HQ "Chico, meu bonequinho" (1998)

Magali:

A revista foi lançada em dezembro de 2000. Coincidiu com o Natal e foi o que a tornou um pouco diferente. A capa foi natalina, mas sem referência a história de abertura, apesar do Mingau na capa, com uma piadinha de árvore de Natal alimentícia com a Magali e o Mingau. Apenas a história de abertura foi de Natal e as demais absolutamente normais. Ou seja, se fosse a edição "Nº 299" ou "Nº 301" ou outro número qualquer não faria a menor diferença e seria exatamente a mesma coisa, sem nada especial.

O gibi teve 6 histórias. A história de abertura foi "Véspera de Natal, Magali e Mingau", com 14 páginas no total, em que a Magali fica animada com a comemoração do Natal e explica ao Mingau o que eles fazem no Natal, o dia que se comemora o nascimento do Menino Jesus, montam a árvore, presenteiam alguém e come quitutes deliciosos. Na hora de falar do Papai Noel, o Mingau imagina que ele é um bandido porque entra pela chaminé e o Mingau deseja que fique longe da comida dele.

Trecho da HQ "Véspera de Natal, Magali e Mingau" (2000)

Na hora de ajudar a montar a árvore, Mingau brinca com as bolas que ficaram rolando pelo chão e a Magali não o deixa mais montar. Mingau, então, vai para a cozinha ajudar a preparar os biscoitos, mas derruba todos os potes e farinha no chão e deixa a marca das suas patinhas na massa dos biscoitos. Magali, furiosa, o expulsa de casa, mas deixa entrar de novo, depois do Mingau cantar música natalina, ao seu modo, do lado de fora. Lá dentro, Mingau derruba toda a despensa no chão ao procurar velas e faz a Magali correr de susto ao dar uma lagartixa de presente.

Magali manda Mingau ficar quieto na cestinha dele e ele volta a lembrar o Papai Noel bandido e fica com medo. Acontece a comemoração do Natal e no dia seguinte, a Magali dá o presente a ele e diz que o melhor do Natal é estar todos juntos e o Mingau diz que sabe muito bem disso, desejando um feliz Natal a todos, enquanto brinca com o seu ratinho de brinquedo que ganhou, terminando assim. Já as demais histórias do gibi, tiveram também com Dudu e outra do Mingau, além da Magali.

Trecho da HQ "Véspera de Natal, Magali e Mingau" (2000)

Então, essas foram as edições de "Nº 300". Pelo número histórico vale a pena ter na coleção, mesmo sem ter tido nada de especial. Sempre lembrando que foram os gibis que alcançaram a marca de 300 edições na Editora Globo, porque na realidade Cascão e Chico já eram as de "Nº 414", contando com os exemplares da Editora Abril, e apenas Magali que foi a verdadeira "Nº 300".

Vale destacar também que, como curiosidade, se a MSP não reiniciasse a numeração quando mudaram de editora, as verdadeiras números 300 que sairam na Globo foram: 'Cascão Nº 186' e 'Chico Bento Nº 186' (ambas de 1994), 'Mônica Nº 100' (de 1995) e 'Cebolinha Nº 132' (de 1997). Comparando com as verdadeiras edições 200, o Cebolinha havia chegado a 200ª edição antes do Cascão e Chico, mas nessas de 300 atingiu essa marca depois deles, já que o gibi do Cebolinha era mensal e os outros, não. Abaixo, mostro as capas. Ninguém diz que essas é que foram as verdadeiras números 300:

Capas da Globo: 'Cascão Nº 186' (1994), 'Chico Bento Nº 186' (1994), 'Mônica Nº 100' (1995) e 'Cebolinha Nº 132' (1997)

19 comentários:

  1. Bons tempos. Gostava quando tinha niver da turminha. Aquela da Monica - um aniversario macabro, 99 ed. globo e outra do cascao n 205, ed. globo, sao inesqueciveis p mim... Espero q role essas storinhas um dia por aqui

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    1. Bons tempos com certeza. Até hj tem hqs de aniversário da turminha nos gibis de seus respectivos meses, mas, como todo ano sempre a mesma coisa a qualidade dessas hqs andam muito fracas. As primeiras hqs de aniversário, como essas q vc citou, eram muito melhores. Quando der, falo delas aqui.

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  2. Eu ia adorar ver um gibi da MSP chegar ao número 1000. Até lá isso vai demorar, mas também pena que ser chegar provavelmente vai ter o politicamente correto, se bem que as edições 500 do Cebolinha e da Mônica foram boas. Os primeiros a atingirem essa marca provavelmente serão o Cascão e o Chico Bento, ai queria ver uma edição caprichada, cheia de referências as histórias antigas, mas muitas referências mesmo. A edição 200 do cascão teve referências as antigas histórias da editora globo, mas faltaram muitos.

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    1. Verdade, vai demorar muito às revistas chegarem ao nº 1000, daqui uns 30 anos chega os do Cascão e do Chico. Em compensação, como nas edições 500 deles não tiveram comemoração, eles podem se redimir como sendo os primeiros a ter comemoração no nº 1000.

      Em Cascão 200 foram poucas referências porque o gibi era quinzenal. Mas mesmo sendo poucas, mostraram personagens muito marcantes. Eu gostei.

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    2. marcos uma curiosidade: você também coleciona os gibis da Disney? Se sim, quanto tem? Eu colecionava quando era criança, mas sempre gostei mais dos do Maurício.

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    3. Eu comprava alguns quando criança, mas sempre preferi os da Turma da Mônica. Hj, tenho só uns 10 gibis da Disney.

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  3. Tenho as edições 300 do Cascão e Chico Bento da Editora Globo na coleção...e parabéns pelas trezentas postagens aqui no blog!! ;)

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    1. Valeu Xandro! Legal q vc tem as do Chico e Cascão. A do Chico é melhor. :)

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    2. E eu baixei as edições 300 do Cascão e do Chico da Internet, pelo site Arquivo HQ Digital. Você conhece esse site? Acessa ele?

      Mas eu não tenho essas duas edições de verdade, nem a da Magali eu tenho. Me deseja sorte, então, pra procurar essas edições. Abraços!!

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  4. Daniel, é sempre bom esses sites de scans, eu gosto desse aí q vc citou. Só tem uma coisa, aconselho a vc não ficar divulgando nomes e endereço de sites de download, pq tem pessoal do estúdio q vê, aí pode avisar ao Mauricio e mandar bloquear esses sites. Já teve um caça a bruxas desses sites ano passado.... eles não querem download de gibis inteiros na internet...

    Tomara q vc encontre essas edições em sebo. Abraços

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  5. Por falar em revistas antigas Marcos, o que você acha do app Caixa de Quadrinhos, lançada pela MSP hoje, e que por U$$ 5 por mês, a pessoa teria acesso a 50 gibis digitais da Mônica por mês. Segundo a assessoria, o foco seria em gibis dos anos 1980 até 2000. Pelos screenshots que vejo, nas capas originais tamparam a marca das editoras e o código de barras.

    Para você seria uma bola dentro da MSP ou uma bola fora? (https://play.google.com/store/apps/details?id=air.br.com.mauriciodesousa.caixadequadrinhos)

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    1. Já ia me esquecendo, parabéns pela 300ª postagem.

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    2. Ah é mais uma fonte de faturamento deles. Afinal, tem q pagar pra ter os gibis e não é barato. E com certeza sem propagandas e com alterações nas hqs incorretas, a começar pelas capas sem código de barras e logo das editoras. Não devem colocar gibis com hqs com bandidos, por exemplo, etc. Além do mais, dessas imagens q postaram vi mais foram gibis no final dos anos 90 e inicio dos 2000. Eu prefiro mesmo gibis em papel.

      Obrigado pelo elogio.

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  6. a e meus parabens pelas 300 postagens.

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  7. Eu tbm penso assim, nem tanto pela inspiração dos roteiristas, mas pq fica cansativo tantas hqs assim. O q acho é q ao menos uma capa especial já tava bom e no miolo ter uma hq antológica, mas sem ser comemorativa.

    Valeu pelos votos. Se bem q vc já fez muitas postagens tbm, se considerar todos os blogues. Sucesso no seu blog novo.

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  8. Difícil uma Revista terminar o ano como Número redondo(100,200)e a
    Magali conseguiu esse feito em 2000 terminando o ano no Número "300"

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    1. Verdade, uma grande coincidência, bem raro acontecer.

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